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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Brasil compra armas e reforça a defesa das fronteiras

Mais armas e de melhor qualidade para ter mais peso político na América Latina. Desse modo o Brasil decidiu dar uma virada significativa em sua política de defesa. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, junto com a cúpula militar do país, está elaborando um plano estratégico que será revelado no início de 2008, baseado em um aumento de até 50% dos gastos em material bélico, uma reorganização das defesas de fronteira e costeiras e a adoção do papel de referência principal como árbitro nos conflitos que possam surgir no subcontinente.

O Brasil prevê gastar em 2008 cerca de US$ 4,6 bilhões em compras de material para defesa, sem contar os salários dos 310 mil integrantes das forças armadas, distribuídos em 190 mil militares no exército, 70 mil na aeronáutica e 50 mil na marinha. Um número que eleva em 50% os US$ 3 bilhões orçados para este ano.

Mas, diferentemente do que fizeram outros países da região, como Chile ou Venezuela, os brasileiros não empregarão a maior parte desse dinheiro em compras no mercado internacional de armas, e sim desenvolverão uma indústria bélica própria, que, além de garantir uma menor dependência de sistemas estrangeiros, colocará o Brasil como referência para outros países na hora de fazer suas próprias aquisições.

O Brasil vai intensificar a fabricação de aviões de combate e treinamento, sistemas antitanque, veículos blindados, pequenos navios, eletrônica, radares e munição, em um ambicioso programa apoiado por capital privado nacional. Paralelamente, começou a mobilização permanente de tropas na fronteira amazônica, com a construção de uma rede de bases militares para vigiar a fronteira mais extensa da América do Sul.

Os motivos dessa mudança foram explicados pelo próprio Lula: “As fronteiras terrestres, as águas jurisdicionais e o espaço aéreo com as dimensões de um país como o Brasil exigem forças armadas muito bem equipadas e treinadas para a defesa dos interesses nacionais”, salientou o presidente. Além disso, para efetuar a reorganização, Lula pôs em julho passado à frente do Ministério da Defesa Nelson Jobim, um ex-presidente do Supremo Tribunal que assumiu o cargo uma semana depois da pior tragédia aérea da história do país, em meio a uma forte polêmica sobre o controle do espaço aéreo, onde os militares têm um papel preponderante. Na época Jobim foi muito direto ao exigir a modernização do exército e reclamar dos empresários privados que participem do projeto.

Do ponto de vista brasileiro, a pressa é mais que justificada. Em 2008 o Chile terá concluído seu ambicioso programa de rearmamento, que inclui aviões de combate americanos, uma centena de carros de combate alemães, fragatas lança-mísseis, submarinos e radares de última geração, entre outras aquisições. A Venezuela também receberá grande parte das compras realizadas nos anos anteriores, entre as quais se destacam centenas de milhares de fuzis de assalto. São os dois países da região que mais gastaram em armas nos últimos dois anos.

O Brasil costuma ser chamado de gigante latino-americano, e agora setores importantes do exército começaram a reclamar que o gigante entre em ação. Segundo uma pesquisa publicada sábado pela revista “Veja”, 63,5% dos militares brasileiros acreditam que é possível um conflito armado com os países vizinhos. Em troca, em uma amostragem da população civil, 57,9% não consideram possível esse cenário. Sobre quem seriam os inimigos potenciais, 50% dos militares acreditam que seriam Venezuela e Bolívia.

Algumas vozes não-autorizadas mas significativas foram mais longe, e assim o general José Benedito de Barros Moreira salientou há dez dias que o Brasil precisa desenvolver armas atômicas para proteger seu patrimônio. E Moreira não é um general a mais, mas sim o titular da Secretaria de Política, Estratégia e Relações Internacionais do Ministério da Defesa. Moreira se soma, embora provavelmente passando dos limites, à tese de seu ministro, que assim que anunciou a descoberta de gigantescas reservas de gás e petróleo nas costas brasileiras se manifestou a favor de modificar a política de defesa. “O mundo carece de água, energia, alimentos e minerais. O Brasil é rico em tudo isso”, acrescentou Moreira para defender o argumento nuclear.

Juntem os Pontos!

Vamos brincar de “Juntem os Pontos”.

1º ponto: A saída do SU-35 do FX-2… Os russos nem acusam recebimento!… Nada de protestos, represálias ou qualquer coisa do gênero.

2º ponto: Passagem dos Tu-160 paralelos à costa do Brasil… Protestos tímidos do Itamaraty e nada mais.

3º ponto: O presidente russo vem ao Brasil e sai com um contrato de fornecimento de 12 míseros Mi-35 e acordos para a adesão do Brasil ao uso do Glanoss (sistema russo de posicionamento global) e, esta parte é muito interessante, um acordo bilateral de “respeito a patentes”. Pareceu muito pouco, mas o russo saiu rindo.

4º ponto: Sarkozy assina contratos bilionários de helicópteros e submarinos… NINGÉM deu importância aos “acordos paralelos” de formação técnica para os brasileiros e desenvolvimento espacial (satélites).

5º ponto: O Jobim, de repente, vai para Washington, volta ao Brasil, pega o Unger, joga-o na mala e retorna à capital americana.

6º ponto: O Pravda lança noticia errada do sucesso do lançamento do nosso VLS-1, levado a cabo de um local de lançamento desconhecido e estranhando a falta de noticia na mídia nacional.

7º ponto: Lá atrás, o Marcos Pontes (nosso astronauta) vai para a estação especial internacional via nave russa… Ele não usou a nave americana, como muitos (acho que até o Pontes) acreditavam.

Os pontos estão descritos para que todos possam fazer a ligação que quiserem… São fatos de amplo conhecimento de todos nós. Segue minha interpretação:

O Su-35 foi recusado pela FAB para que os programas de cooperação com a Rússia não tomassem vulto e chamassem a atenção dos americanos.

Os Tu-160 não fizeram aquele vôo para nos afrontar… Demonstravam que a 4ª Frota não estava longe da arma aérea russa e os americanos não teriam que se preocupar apenas com os submarinos russos no Atlântico Sul.

O Brasil está juntando o conhecimento russo com o francês, fazendo algo do tipo “complete as lacunas”… Os franceses não forneceriam certos dispositivos e os russos não forneceriam outros, mas os franceses forneceriam os dispositivos que os russos não fornecessem e vice-versa.

No final das contas, juntaríamos peças francesas e russas e ninguém saberia qual seria a composição do produto final utilizado pelo brasileiro… Isso impede que, ainda que utilizemos os componentes “in natura” de um e de outro, tanto o francês quanto o russo não saiba como o nosso funciona.

Os americanos sabem o que está acontecendo, e não gostam nada disso… O Brasil está avançando rápido demais para o gosto deles e totalmente fora de seu controle. Toma-lhe pressão nos ministros responsáveis. Algo será oferecido pelos americanos para, pelo menos, continuarem vistos como aliados.

É bom lembrar que o governo Lula reduziu a participação americana nas exportações brasileiras (de mais de 25% para algo em torno de 14%).

Isso limitou muito os efeitos da crise nos EUA sobre na economia brasileira, o que significa, também, que boicotes americanos não seriam mais tão eficientes, como no passado, como forma de pressionar o governo brasileiro a seguir suas orientações. A pressão que seria exercida sob a forma de boicotes agora deverá vir sob o formato de negócios preferenciais.

O formato já se delineava quando da utilização de meios russos pelo programa espacial brasileiro e sua anterior saída do programa da estação espacial internacional. Nós é que não sabíamos das atividades paralelas.

A roleta está rolando e os jogadores atentos… O que era uma certeza ontem já não o é hoje… De certo é que, quando a roleta parar, o Brasil será uma potência mundial reconhecida até aqui dentro.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um Pouco mais sobre o GUARÁ G200- GP-A135-A


Guará da Air Techs, treinador de pilotos militares

Jesus Rodrigues criou não uma, mas duas empresas. E já exporta.

Conheça o GUARÁ G200- GP-A135-A

Nossos momentos mais tristes distorcema realidade de uma nação que, felizmente, ainda tem vários bons exemplos para exibir. Esse é o caso do ex-marinheiro nordestino João Costa, que, tendo migrado para os Estados Unidos, é hoje, aos 69 anos, dono de 20% do mercado americano de colméias de aço para o revestimento interno das grandes turbinas de jatos civis. A Honeycom, de Costa – dirigida ainda em família (sua mulher é a chefe da contabilidade) –, foi alvo de uma reportagem da Rede Globo, e revela a têmpera e o espírito arrojado de uma pessoa de origem humilde, que não se atemoriza diante do mercado considerado o mais competitivo do planeta. Mas a Welcome foi encontrar outra história positiva acerca desse empreendedorismo na documentação que tramita no Ministério da Defesa da Venezuela. O governo de Caracas prepara a aquisição, para a sua Aviação Militar, de um lote de monomotores de treinamento primário do tipo Guará 200 – modelo desenvolvido no interior paulista pela empresa Plasmatec, do empresário Jesus Rodrigues. O Guará é oferecido com dois tipos de motor: o francês SMA SR305, de 230 HP, movido a querosene JET A1 – previsto para equipar os aparelhos da Fuerza Aerea Venezolana –, e o motor americano Lycoming 360 A1B6, de 200 HP, a gasolina – desprezado na negociação com Caracas por causa do veto de Washington à exportação de produtos americanos para os militares da Venezuela.
O Guará integra o núcleo original de projetos transferidos por Rodrigues da Plasmatec para a Air Techs, uma nova indústria que ele acaba de criar em São José dos Campos (SP). E quem é esse empresário de tantas iniciativas? Trata-se, nesse caso, de um ex-caminhoneiro do Paraná que, depois de obter seu brevê de piloto aos 21 anos de idade, vendeu seus três caminhões e deixou-se envolver, de forma crescente, pelo fascínio exercido pela aviação. Mas com os pés no chão. Para fazer avançar o programa do Guará, ele se associou ao engenheiro Carlos Gonçalves – um expert em modelos de treinamento –, e buscou apoio na experiência de Ozires Silva – fundador e ex-presidente da Embraer.
A venda do Guará militar a Caracas é um marco. Além de constituir o reconhecimento a um produto novo – recentemente homologado – da indústria aeronáutica brasileira, ela lança no mercado internacional um aparelho destinado a substituir o veterano e conceituado SF-260U italiano, que há sete anos serve ao adestramento dos cadetes venezuelanos. O mais interessante é que a ousadia de Rodrigues e seus colaboradores não pára no Guará. Ela avança por dois modelos de aviões agrícolas metálicos – o G 300 e o G 400, para cargas de defensivos de 600 quilos e de mil quilos, respectivamente. Ambos disputarão mercado, claro, com o Ipanema, o conhecido modelo da Embraer.


Ficha Técnica:

GUARÁ G200- GP-A135-A
Aircraft Acrobatics and Primary Training of Military and Civil.


TYPE DESIGNATION
Basic Type: Primary training and acrobatics. Manufacturer designation: GP-A134-A, Number of seats: 02.


DESCRIPTION
The aircraft is land type, monoplane, single engine, completely metallic, low wing, rectangular, cantilever, tandem two seats, fixed tricycle landing gear, allowing use of back parachute or seat parachute. Metallic construction fuselage, semi monocock structured. Metallic cantilever empennage.


USAGE
The aircraft may be used to graduate civil and military pilots and aerobatic flights.


SAFETY
The aircraft flight qualities herein specified assures maximum safety to its crew. The aircraft is totally controllable at every attitude and does not present uncommon tendencies, either on ground as in flight. The cabin and its interior layout are so arranged that in case of an accident, danger to physical integrity of the crew is minimized.

FLIGHT QUALITY
Flight qualities are conventional encompassing harmonization and sensitiveness of the controls, without any intermediary device.

ENGINE
It can be used with two kinds of engine: SMA SR 305, 230 HP, Fuel: JET-A1 or LYCOMING AEIO 360 A1B6, 200 HP, Fuel: Gasoline.

G300
Agricultural Aircraft which has been developed in Airtechs for spraying with Capacity of 600 kg
Engine SMA SR305


300 HP

Fuel


Jet A1

Propeller PZL model MTV-25 C175-36


Three blade

Fast Cruise Speed (75% maximum power)


126 kt (233 Km/h)

Economy Cruise Speed (65% maximum power)


115 kt (213 Km/h)

Take Off Distance over 50 ft (15m) obst.


300 m

Landing Distance over 50 ft (15m) obst.


200 m

Range with 30 minutes fuel reserve

3:00 h

Stall speed


74 kt (137 Km/h)

Stall speed with flaps

50 kt (92,6 Km/h)

Equipped empty weight (Standard)

660 Kg

Maximum Take Off Weight

1560 Kg

G400
Agricultural Aircraft which has been developed for spraying with Capacity of 1,000 kg
Technical specifications

Engine SMA SR 305


360 HP

Fuel


Jet A1

Propeller PZL


Five blade

Fast Cruise Speed (75% maximum power)


160 kt (296 Km/h)

Economy Cruise Speed (65% maximum power)


146 kt (270 Km/h)

Take Off Distance over 50 ft (15m) obst.

600 m

Landing Distance over 50 ft (15m) obst.

550 m

Range with 30 minutes fuel reserve

2:30 h

Stall speed

69 kt (127 Km/h)

Stall speed with flaps

58 kt (107 Km/h)

Equipped empty weight (Standard)

1.000 Kg

Maximum Take Off Weight

2.200 Kg

Reach

500 NM

GUARÁ G200- GP-A135-A - O avião brasileiro de Hugo Chávez
O avião brasileiro de Hugo Chávez
O projeto armamentista da Venezuela inclui um monomotor do Brasil e submarinos da Rússia


EM MARCHA
Hugo Chávez quer equipar e fortalecer a Marinha e a Força Aérea da Venezuela. Para treinar pilotos militares, ele pretende adquirir 24 aviões modelo Guará 200, homologados pela Aeronáutica brasileira (abaixo), por US$ 8 milhões
O ex-caminhoneiro paranaense Jesus Rodrigues passou os últimos dias cotando, na Itália e na Rússia, o preço de chapas metálicas para aviões pequenos, de um só motor. Jesus é dono da Plasmatec, uma empresa modesta, espremida entre dois gigantes do setor aeronáutico: a Embraer, quarta maior fabricante de aviões do planeta, e a Avibras, que exporta foguetes militares. A Plasmatec fica em São José dos Campos, cidade do interior paulista que respira aviação. Das pranchetas da empresa saiu o projeto do Guará 200, um monomotor de dois lugares ideal para adestrar pilotos – civis e militares. A Aeronáutica homologou o modelo e Jesus já tem um cliente interessado em comprar 24 unidades. É o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O negócio poderá render US$ 8 milhões.

Os cadetes do 2º ano da Escola de Aviação Militar Bolivariana, na Venezuela, precisam de aviões para treinar. Dos 12 aviões SF-260 usados hoje, fornecidos pela Itália entre 2000 e 2001, só três estão voando. As Forças Armadas da Venezuela tentaram em vão comprar aviões da Embraer e da chilena Enaer. Os aviões que interessavam aos venezuelanos têm componentes de fabricação americana, e Washington proíbe qualquer negócio em que esses produtos possam parar nas mãos dos militares chavistas. O Guará driblou esse problema. Normalmente oferecido com um motor americano Lycoming, de 200 HP, a gasolina, será vendido pela Plasmatec com o motor francês SMA, de 230 HP, a querosene.

Para Roberto Pereira, historiador da indústria aeronáutica brasileira, a aposta de Chávez no Guará é acertada: “Ele é derivado do Universal, um antigo avião que tinha fama de robusto. Tem tudo para ser ainda melhor”. Maquetes do Guará pintadas com as cores da aviação venezuelana já foram distribuídas a alguns gabinetes oficiais de Caracas.

Na semana passada, o vice-presidente e o ministro da Defesa da Venezuela embarcaram para a Rússia. Uma das razões da viagem pode ser a assinatura da compra do primeiro lote de submarinos Kilo 636. Além de torpedos, o modelo dispara mísseis sizzler, capazes de atingir alvos a 300 quilômetros de distância, na superfície. Chávez tem pressa em fechar o negócio. Seus almirantes chegaram a pedir a Moscou um submarino emprestado para que oficiais e marujos chavistas pudessem, sob supervisão russa, ir se acostumando ao “brinquedo” novo. O pedido foi negado. A Venezuela subiu a oferta e os russos concordaram em incluir no contrato um Kilo usado, que poderá chegar à frota venezuelana no fim de 2011. O submarino russo é maior e mais equipado que o Tupi, da Marinha brasileira (leia o quadro abaixo).
Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008
Um Pouco mais sobre o GUARÁ G200- GP-A135-A

O MARUJO E O CAMINHONEIRO


Roberto Lopes - Fonte: Revista Welcome.

Guará da Air Techs, treinador de pilotos militares

Jesus Rodrigues criou não uma, mas duas empresas. E já exporta.

Conheça o GUARÁ G200- GP-A135-A

Nossos momentos mais tristes distorcema realidade de uma nação que, felizmente, ainda tem vários bons exemplos para exibir. Esse é o caso do ex-marinheiro nordestino João Costa, que, tendo migrado para os Estados Unidos, é hoje, aos 69 anos, dono de 20% do mercado americano de colméias de aço para o revestimento interno das grandes turbinas de jatos civis. A Honeycom, de Costa – dirigida ainda em família (sua mulher é a chefe da contabilidade) –, foi alvo de uma reportagem da Rede Globo, e revela a têmpera e o espírito arrojado de uma pessoa de origem humilde, que não se atemoriza diante do mercado considerado o mais competitivo do planeta. Mas a Welcome foi encontrar outra história positiva acerca desse empreendedorismo na documentação que tramita no Ministério da Defesa da Venezuela. O governo de Caracas prepara a aquisição, para a sua Aviação Militar, de um lote de monomotores de treinamento primário do tipo Guará 200 – modelo desenvolvido no interior paulista pela empresa Plasmatec, do empresário Jesus Rodrigues. O Guará é oferecido com dois tipos de motor: o francês SMA SR305, de 230 HP, movido a querosene JET A1 – previsto para equipar os aparelhos da Fuerza Aerea Venezolana –, e o motor americano Lycoming 360 A1B6, de 200 HP, a gasolina – desprezado na negociação com Caracas por causa do veto de Washington à exportação de produtos americanos para os militares da Venezuela.

O Guará integra o núcleo original de projetos transferidos por Rodrigues da Plasmatec para a Air Techs, uma nova indústria que ele acaba de criar em São José dos Campos (SP). E quem é esse empresário de tantas iniciativas? Trata-se, nesse caso, de um ex-caminhoneiro do Paraná que, depois de obter seu brevê de piloto aos 21 anos de idade, vendeu seus três caminhões e deixou-se envolver, de forma crescente, pelo fascínio exercido pela aviação. Mas com os pés no chão. Para fazer avançar o programa do Guará, ele se associou ao engenheiro Carlos Gonçalves – um expert em modelos de treinamento –, e buscou apoio na experiência de Ozires Silva – fundador e ex-presidente da Embraer.

A venda do Guará militar a Caracas é um marco. Além de constituir o reconhecimento a um produto novo – recentemente homologado – da indústria aeronáutica brasileira, ela lança no mercado internacional um aparelho destinado a substituir o veterano e conceituado SF-260U italiano, que há sete anos serve ao adestramento dos cadetes venezuelanos. O mais interessante é que a ousadia de Rodrigues e seus colaboradores não pára no Guará. Ela avança por dois modelos de aviões agrícolas metálicos – o G 300 e o G 400, para cargas de defensivos de 600 quilos e de mil quilos, respectivamente. Ambos disputarão mercado, claro, com o Ipanema, o conhecido modelo da Embraer.


Ficha Técnica:

GUARÁ G200- GP-A135-A
Aircraft Acrobatics and Primary Training of Military and Civil.


TYPE DESIGNATION
Basic Type: Primary training and acrobatics. Manufacturer designation: GP-A134-A, Number of seats: 02.


DESCRIPTION
The aircraft is land type, monoplane, single engine, completely metallic, low wing, rectangular, cantilever, tandem two seats, fixed tricycle landing gear, allowing use of back parachute or seat parachute. Metallic construction fuselage, semi monocock structured. Metallic cantilever empennage.


USAGE
The aircraft may be used to graduate civil and military pilots and aerobatic flights.


SAFETY
The aircraft flight qualities herein specified assures maximum safety to its crew. The aircraft is totally controllable at every attitude and does not present uncommon tendencies, either on ground as in flight. The cabin and its interior layout are so arranged that in case of an accident, danger to physical integrity of the crew is minimized.


FLIGHT QUALITY
Flight qualities are conventional encompassing harmonization and sensitiveness of the controls, without any intermediary device.


ENGINE
It can be used with two kinds of engine: SMA SR 305, 230 HP, Fuel: JET-A1 or LYCOMING AEIO 360 A1B6, 200 HP, Fuel: Gasoline.






G300
Agricultural Aircraft which has been developed in Airtechs for spraying with Capacity of 600 kg






Engine SMA SR305


300 HP

Fuel


Jet A1

Propeller PZL model MTV-25 C175-36


Three blade

Fast Cruise Speed (75% maximum power)


126 kt (233 Km/h)

Economy Cruise Speed (65% maximum power)


115 kt (213 Km/h)

Take Off Distance over 50 ft (15m) obst.


300 m

Landing Distance over 50 ft (15m) obst.


200 m

Range with 30 minutes fuel reserve


3:00 h

Stall speed


74 kt (137 Km/h)

Stall speed with flaps


50 kt (92,6 Km/h)

Equipped empty weight (Standard)


660 Kg

Maximum Take Off Weight


1560 Kg





G400
Agricultural Aircraft which has been developed for spraying with Capacity of 1,000 kg





Technical specifications

Engine SMA SR 305


360 HP

Fuel


Jet A1

Propeller PZL


Five blade

Fast Cruise Speed (75% maximum power)


160 kt (296 Km/h)

Economy Cruise Speed (65% maximum power)


146 kt (270 Km/h)

Take Off Distance over 50 ft (15m) obst.


600 m

Landing Distance over 50 ft (15m) obst.


550 m

Range with 30 minutes fuel reserve


2:30 h

Stall speed


69 kt (127 Km/h)

Stall speed with flaps


58 kt (107 Km/h)

Equipped empty weight (Standard)


1.000 Kg

Maximum Take Off Weight


2.200 Kg

Reach


500 NM

GUARÁ G200- GP-A135-A - O avião brasileiro de Hugo Chávez
O avião brasileiro de Hugo Chávez
O projeto armamentista da Venezuela inclui um monomotor do Brasil e submarinos da Rússia
Roberto Lopes - Revista ÉPOCA

Jorge Silva
EM MARCHA
Hugo Chávez quer equipar e fortalecer a Marinha e a Força Aérea da Venezuela. Para treinar pilotos militares, ele pretende adquirir 24 aviões modelo Guará 200, homologados pela Aeronáutica brasileira (abaixo), por US$ 8 milhões
Divulgação
O ex-caminhoneiro paranaense Jesus Rodrigues passou os últimos dias cotando, na Itália e na Rússia, o preço de chapas metálicas para aviões pequenos, de um só motor. Jesus é dono da Plasmatec, uma empresa modesta, espremida entre dois gigantes do setor aeronáutico: a Embraer, quarta maior fabricante de aviões do planeta, e a Avibras, que exporta foguetes militares. A Plasmatec fica em São José dos Campos, cidade do interior paulista que respira aviação. Das pranchetas da empresa saiu o projeto do Guará 200, um monomotor de dois lugares ideal para adestrar pilotos – civis e militares. A Aeronáutica homologou o modelo e Jesus já tem um cliente interessado em comprar 24 unidades. É o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O negócio poderá render US$ 8 milhões.

Os cadetes do 2º ano da Escola de Aviação Militar Bolivariana, na Venezuela, precisam de aviões para treinar. Dos 12 aviões SF-260 usados hoje, fornecidos pela Itália entre 2000 e 2001, só três estão voando. As Forças Armadas da Venezuela tentaram em vão comprar aviões da Embraer e da chilena Enaer. Os aviões que interessavam aos venezuelanos têm componentes de fabricação americana, e Washington proíbe qualquer negócio em que esses produtos possam parar nas mãos dos militares chavistas. O Guará driblou esse problema. Normalmente oferecido com um motor americano Lycoming, de 200 HP, a gasolina, será vendido pela Plasmatec com o motor francês SMA, de 230 HP, a querosene.

Para Roberto Pereira, historiador da indústria aeronáutica brasileira, a aposta de Chávez no Guará é acertada: “Ele é derivado do Universal, um antigo avião que tinha fama de robusto. Tem tudo para ser ainda melhor”. Maquetes do Guará pintadas com as cores da aviação venezuelana já foram distribuídas a alguns gabinetes oficiais de Caracas.

Na semana passada, o vice-presidente e o ministro da Defesa da Venezuela embarcaram para a Rússia. Uma das razões da viagem pode ser a assinatura da compra do primeiro lote de submarinos Kilo 636. Além de torpedos, o modelo dispara mísseis sizzler, capazes de atingir alvos a 300 quilômetros de distância, na superfície. Chávez tem pressa em fechar o negócio. Seus almirantes chegaram a pedir a Moscou um submarino emprestado para que oficiais e marujos chavistas pudessem, sob supervisão russa, ir se acostumando ao “brinquedo” novo. O pedido foi negado. A Venezuela subiu a oferta e os russos concordaram em incluir no contrato um Kilo usado, que poderá chegar à frota venezuelana no fim de 2011. O submarino russo é maior e mais equipado que o Tupi, da Marinha brasileira (leia o quadro abaixo).

Em Havana, o almirante Pedro Miguel Pérez Betancourt, chefe da Marinha cubana que durante a Guerra Fria foi treinado na base naval de Riga (na Letônia, ex-república soviética), está ansioso pela chegada dos submarinos russos. O motivo é um acordo entre castristas e Chávez. Oficiais cubanos estagiariam nos Kilo 636. Em troca, os venezuelanos aprenderiam com os cubanos a pilotar caças russos. Mais que isso, permitiriam a Chávez acesso às escutas realizadas pelas estações de vigilância eletrônica de Havana. São antenas que rastreiam desde transmissões de fax em Wall Street a transferências de dados militares por microondas e comunicações via satélite das Forças Armadas americanas.
A Embraer não pôde vender aviões a Chávez
porque continham peças fabricadas nos EUA

A estratégia armamentista de Chávez é motivo de preocupação. Duas semanas atrás, uma advertência do ex-encarregado de Negócios da Venezuela em Brasília e em Bogotá Edgar Otálvora, hoje colunista do jornal venezuelano El Nuevo País, passou de mão em mão no Ministério da Defesa, em Brasília. “As aquisições bélicas que realiza o governo venezuelano pouco a pouco deixam de ser estritamente defensivas”, afirma Otálvora. “O tipo e a quantidade de equipamentos que Hugo Chávez está comprando desenham a construção de um aparato de guerra destinado a atuar muito mais além das fronteiras venezuelanas”.

Há um ano, oficiais de Chávez foram ao estaleiro italiano Fincantieri, no Porto de Trieste. Entre eles estava o então chefe da Primeira Brigada de Fuzileiros Navais, o almirante Carlos Máximo Aniasi Turchio, ex-ajudante-de-ordens de Chávez e seu amigo pessoal. Turchio e os companheiros queriam informações sobre os navios porta-helicópteros da classe San Giusto, construídos para a Marinha da Itália. São barcos de 8 mil toneladas, maiores do que quase todas as unidades da Marinha brasileira. Têm pista de pouso, porão para armazenar lanchas de desembarque e alojamentos que acomodam até 350 fuzileiros bem armados. Os venezuelanos gostaram do navio, mas o acharam “pequeno”. Disseram precisar de uma embarcação maior, capaz de transportar 850 soldados prontos para o combate – o efetivo de um batalhão inteiro. Afirmaram que seu governo poderia encomendar até três navios desse porte. A Venezuela também se interessou por uma corveta lança-mísseis da classe Mirazh e por um hovercraft Murena E. Com 31 metros de comprimento e altura de um prédio de três andares, o hovercraft se desloca sobre um colchão de ar, tem canhões e mísseis antiaéreos. Sua garagem pode transportar um tanque de guerra ou 130 soldados.
O tipo e a quantidade de equipamentos desenham um aparato de guerra
EDGAR OTÁLVORA, ex-encarregado
de Negócios da Venezuela

O avião Guará pode parecer um detalhe na extensa lista de compras de Chávez, mas ele não deverá ser a única contribuição brasileira para a Força Aérea da Venezuela. Em maio, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou o interesse do Brasil em abrigar indústrias que possam dar manutenção a equipamentos militares fabricados no Leste Europeu, como os caças Su-30 – exatamente os que Chávez importou da Rússia. A declaração foi dada em Quito, onde Jobim tentava atrair o governo equatoriano para o projeto de um Conselho Sul-Americano de Defesa sem os Estados Unidos. Para espanto da diplomacia brasileira, Jobim classificou de “erro” o veto imposto pelos americanos às Forças Armadas chavistas. “O presidente Chávez acabou comprando aviões na Rússia”, afirmou o ministro. “Isso criou um problema logístico. Como dar manutenção a esses aviões? Mandando a Moscou? Por isso, estamos conversando com os russos, que desejam estabelecer fábricas na América do Sul”.

O Brasil não está conversando só com os russos. Em maio, Martin Rima, ministro da Indústria e Comércio da República Tcheca, visitou o Rio Grande do Norte com seu compatriota Zdenek Sykora, da fábrica de jatos militares Aero Vodochody. Sykora anunciou a intenção de instalar uma subsidiária da Vodochody no Estado. “É um negócio que interessa ao Brasil e à República Tcheca”. No Rio Grande do Norte já funciona o centro de treinamento de pilotos de caça da Força Aérea Brasileira.

Os acordos que Chávez assinou com países vizinhos (leia o quadro abaixo) mostram um esforço para aumentar a influência militar da Venezuela na região. “Há uma percepção equivocada de que os problemas comuns aos países da América Latina servem para uni-los”, afirma o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira, especialista em assuntos de defesa que faz consultoria para a oposição ao governo Lula. “A expansão militar da Venezuela mostra que isso está errado”.

Zona de influência
Os acordos que ampliam a presença de Chávez na região


1. CUBA
Cooperação no adestramento de tripulações navais e aéreas; transferência de navios de guerra venezuelanos para Cuba; financiamento para reformar oficinas navais e construir lanchas. Cubanos foram contratados para fazer reparos em um navio de transporte militar da Venezuela. Há 22 outros programas de ajuda a Havana em andamento
2. NICARÁGUA
Financiamento para a construção de uma refinaria de petróleo prevista para ficar pronta em 2012, ao custo de US$ 4 bilhões. Vai se chamar Supremo Sonho de Bolívar e processará 150 mil barris por dia. Caracas promete ainda uma lancha de patrulha para a modesta Força Naval nicaragüense
3. BOLÍVIA
Transferência de aviões de transporte Hercules C-130, de fabricação americana; cooperação para o treinamento dos cadetes da Marinha da Bolívia e para a gestão dos portos fluviais e lacustres desse país; apoio financeiro à indústria petroquímica boliviana
4. EQUADOR
Apoio financeiro e técnico à exploração e ao processamento de petróleo. Trinta especialistas venezuelanos assessoram o governo de Quito no assunto.
Os dois países estudam agora a possibilidade de construir uma refinaria em território equatoriano, capaz de processar 300 mil barris/dia de óleo

Embraer cobiça mercado de US$ 13 bi


O mais ambicioso projeto militar da Embraer, o jato de transporte médio C-390, mudou a cara e ganhou capacidades novas. Com isso, vai à luta por um mercado de 700 aviões dessa classe que serão trocados ou comprados ao longo dos próximos 11 anos em 77 países. Um negócio, total, de US$ 13 bilhões.

O birreator revisto mantém um desenho avançado - a integração da asa alta foi reprojetada - com grande porta traseira e eletrônica digital de última geração. Voa a 850 km/hora. Cobre 6,3 mil km levando 12,5 mil quilos ou 2,4 mil km com 19 toneladas. Pode ser convertido em avião tanque e sairá da fábrica preparado para ser reabastecido em vôo - por outro C-390.

No Brasil, as encomendas podem chegar a 30 unidades, mas, de acordo com um estudo preliminar do Comando da aeronáutica, não serão menores que 22. Considerado o pacote mais restrito, e ao custo médio, os investimentos chegarão a US$ 1,3 bilhão. A FAB precisa reforçar a frota de transporte rápido para atender ao conceito do Plano Estratégico de Defesa que pretende ter Forças Armadas com elevado poder de deslocamento. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, revelou a expectativa de receber os aviões a partir de 2015.

Segundo Frederico Curado, presidente da Embraer, o projeto do C-390 exige recursos pesados, situados entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões. A empresa negocia parceria com corporações internacionais. A previsão é de que os acordos sejam anunciados ao longo de 2009.

As mudanças feitas no projeto são significativas. Foram determinadas pela agência tecnológica da aeronáutica. Um certo número de “potenciais clientes selecionados” entrou na pesquisa, de acordo com o vice-presidente de mercado de defesa, Luiz Carlos Aguiar.

O C-390 foi concebido de forma a preservar pontos comuns com o modelo civil E-190/95 , para 122 passageiros, “em benefício da redução dos custos”, afirma Aguiar. Na versão atualizada, a empenagem traseira, onde fica o leme, foi elevada e adotou o formato em T. Os motores devem ser mais potentes. A imagem mostra alterações para melhorar o fluxo aerodinâmico. Há sistemas para o reabastecimento em vôo, indicando que a Força Aérea pretende operar a versão ‘tanker’, de transferência de combustível para seus bombardeiros AMX e caças em geral.

A Embraer não divulga dados técnicos do jato de transporte. Todavia, os peritos militares acreditam que tenha mais de 30 metros de comprimento, aproximadamente 29 metros de envergadura e 10 de altura. A carga útil é de 19 toneladas. A caverna da fuselagem abriga 64 pára-quedistas equipados para combate ou 84 soldados de infantaria convencional. Há outros arranjos, combinando um blindado leve e 13 homens; suprimentos e dois veículos leves.

A aeronáutica quer, ainda, uma configuração para a retirada de feridos ou doentes em zonas de alto risco ou conflito.

MERCADO E CRISE

A Embraer não pretende fazer alterações no seu plano de expansão no mercado de produtos militares. De acordo com o vice-presidente Aguiar, “nosso projeto é continuar atuando no segmento das aeronaves de ataque leve e treinamento, como é o Super Tucano, e de sistemas ISR ( a sigla em inglês para inteligência, reconhecimento e vigilância) montados sobre plataformas comerciais”. A meta é atingir 20% do faturamento anual da companhia. Apenas para a necessidade do Comando da aeronáutica, a Embraer está cuidando da revitalização de 57 a 59 supersônicos F-5E, americanos, fabricados nos anos 70 e 80 e também da atualização tecnológica de 53 bombardeiros leves subsônicos AMX. Ambos os empreendimentos são executados na fábrica de Gavião Peixoto, a 300 km de São Paulo. A unidade de negócios de Defesa é um núcleo de mil pessoas.

A empresa vai participar da escolha F-X2 para compra dos novos caças avançados da FAB, “mas adotou posição de neutralidade, embora seja a indústria aeronáutica nacional beneficiária dos acordos de transferência de tecnologia do processo”, explica Aguiar.

A Embraer foi atingida indiretamente pela crise dos mercados internacionais. O presidente Frederico Curado anunciou um corte na estimativa de entregas para 2009 - das 315 a 350 aeronaves que estavam previstas, talvez cheguem aos clientes apenas 270, em conseqüência de renegociações e adiamentos. A receita vai ficar em R$ 6,3 bilhões, R$ 800 milhões abaixo do esperado para o ano.

Curado nega que a corporação pretenda reduzir o pessoal e demitir 4 mil funcionários.

Fonte: O Estado de S.Paulo

sábado, 27 de dezembro de 2008

Para Lula, Brasil será potência regional após acordo com a França

Ao cimentar a parceria “privilegiada” entre Brasil e França na área da Defesa, com a assinatura de dois acordos que podem somar US$ 8,3 bilhões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou seu objetivo de fazer do País uma potência militar - ao menos em termos regionais. Em discurso ao final da assinatura desses compromissos bilaterais, ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, Lula disse que a capacidade militar é a condição “inexorável” para que um país “se transforme em uma potência e seja respeitado no mundo inteiro”.

“É preciso que o Brasil assuma a grandeza que Deus lhe deu quando criou o mundo e que os nossos diplomatas nos deram quando fizeram a divisão do espaço geográfico, no século passado”, afirmou Lula. “É preciso que a gente tenha clareza de que dar importância às Forças Armadas significa dotar o Brasil de conhecimento tecnológico. É exatamente isso que a França oferece ao Brasil.”

Lula deixou claro que o ambicionado poderio militar brasileiro não terá vocação para o ataque. Didático, elencou a necessidade de defesa de um “país que tem a coragem e a capacidade de dizer não” e que conta com a Amazônia, com reservas de petróleo na sua plataforma continental, com 8.000 quilômetros de costa marítima e com boa parte da água doce do mundo. Conforme destacou, um país como esse “não pode prescindir de estar altamente preparado” para a defesa.

Dirigindo-se a Sarkozy, Lula ressaltou a importância “histórica” dos contratos assinados minutos antes na área da Defesa - o efeito prático de maior relevância da visita oficial do presidente francês ao Brasil. O primeiro, com custo que pode chegar a US$ 2,6 bilhões, envolve a compra de 51 helicópteros da Europter France, que serão montados pela Helibrás em Itajubá (MG) e entregues à Força Aérea Brasileira (FAB).

O segundo contrato se refere à aquisição, pela Marinha do Brasil, de quatro submarinos convencionais Scorpéne e ao apoio da França para a concepção e construção da parte não-nuclear do primeiro submarino com propulsão nuclear. Trata-se de uma operação estimada em US$ 5,7 bilhões. Ambos os contratos trazem uma cláusula repudiada na maior parte dos acordos em áreas sensíveis como essa - a transferência de tecnologia francesa ao País.

Sarkozy deixou claro que, ao estimular a parceria entre os governos e as empresas dos dois países na área de Defesa, espera “irradiar” a ação das companhias francesas pela América do Sul.

Os contratos tiveram como suporte legal o Plano de Ação da Parceria Estratégica, também assinado ontem. Além de destacar que o “Brasil e a França serão, um para o outro, parceiros privilegiados na área de Defesa”, esse guia da cooperação bilateral prevê a conjugação de esforços para a reforma da governança internacional, cria um grupo de trabalho na área econômico-comercial e envolve a aproximação de posições nas discussões sobre mudança do clima.

“Um Brasil poderoso será um elemento de estabilidade no mundo”, afirmou Sarkozy. “Queremos que o Brasil possa ascender à governança mundial, queremos que a liderança do presidente Lula seja compreendida, assim como a nossa mensagem em favor da refundação do sistema financeiro global”, acrescentou.

Fonte: www.estado.com.br

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Pravda

Data : 23/12/2008

Sucesso do lançamento do míssil espacial brasileiro ignorado por mídia

A mídia não noticiou

Jorge Cortás Sader Filho

Excessivamente preocupados com a crise financeira, os órgãos de informação brasileiros não informaram o sucesso do lançamento do míssil espacial VLS-1, feito com sucesso no dia 20 de outubro de 2008, partindo da base de São José dos Campos, e não de Alcântara, como era costume.

A última experiência foi desastrosa. Com problemas de pré-ignição, o lançamento fracassou dando causa a incêndio que destruiu grande parte da base maranhense, além de matar 21 pessoas. Grande lástima, sem dúvida. O sucesso é auspicioso. Vai permitir o lançamento de satélite geoestacionário, proporcionando ao país facilidade nas comunicações, principalmente.

O lançamento foi assistido pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim e pelo Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juni Saito. Não se entende a causa da notícia não ter sido divulgada na imprensa.

Pode acreditar-se que para muitos países não interessava o Brasil ser capaz de colocar satélites em órbita, o que significa também o seu notável desenvolvimento bélico, pois mísseis de muito longo alcance não são bem vistos pelas nações que não os possui.

Mesmo as poderosas potências, que além do vetor têm a ogiva nuclear, não ficam muito satisfeitas quando um fato desta natureza é atingido.

É sabido pela comunidade mundial que o Brasil não desenvolve corrida armamentícia, e não possui artefatos nucleares agressivos, mas pode construir em pouco tempo, já que a tecnologia permite com folga que eles sejam construídos em pouco tempo.

Talvez tenha sido esta a razão do fato não ter sido divulgado com alardes. Vizinhos nossos podem interpretar o sucesso como uma ameaça, quando na realidade o fato não é este. Quem acompanha o lançamento dos “Sacis”, sempre com fracasso, sabe disto.

Foi um feito respeitável, sem dúvida. São muito poucos países capazes de operações de tamanha envergadura, e é uma consolidação dos velhos sonhos dos cientistas brasileiros, que estão de parabéns.

O Brasil, apesar dos pesares do mundo e dele mesmo, caminha fácil para um futuro de brilho. Todo este trabalho vem sendo desenvolvido com auxilio da tecnologia russa, de acordo com um protocolo firmado entre Brasil e Rússia.

Segundo este acordo, os russos auxiliam na transferência de tecnologia de ponta, e o governo brasileiro compromete-se a emprestar a base de Alcântara, para o lançamento de mísseis russos. A base está próxima a linha do equador, o que facilita os lançamentos e diminui os gastos.

Nosso Comentário :

Brasil Lançou em Segredo Novo VLS-1 em Outubro de 2008

Em 20 de outubro de 2008, o Brasil lançava, de São José dos Campos (SP), em completo segredo, o VLS-1 V04, primeiro depois do acidente de 2003, em Alcântara.

Por essa ninguém esperava. Precisei ler e reler a matéria do jornal estatal russo Pravda, pensando ser alguma pegadinha de Natal. Digo isso, porque tudo aconteceu no mais absoluto segredo, e com apoio russo.

Também pudera, tendo sido este novo Veículo Lançador de Satélite - VLS-1 V04, lançado em segredo do interior de São Paulo, não houve a mínima possibilidade de nova sabotagem, ou estranhas falhas, como ocorreu no estranho acidente de 2003, 5 anos atrás.

O VLS-1 V03 e o Posto de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, explodiram no dia 22 de agosto de 2003, 3 dias antes do teste, causando a morte de 21 técnicos do CTA.

O Pravda diz que o sucesso agora é auspicioso, pois vai permitir o lançamento de satélite geoestacionário próprio. O jornal russo não conseguiu entender a causa da notícia não ter sido divulgada na imprensa brasileira. Talvez tenha sido melhor assim.

Este é mesmo um passo fundamental para chegarmos ao grande Programa Cruzeiro do Sul (PCS), que vem sendo conduzido conjuntamente pelo CTA e AEB em parceria com os russos e contará com o desenvolvimento de 5 novos foguetes lançadores de satélites até 2022.

Mas, como já diz o Pravda, as maiores estrelas serão os nossos satélites geostacionários próprios. Desde setembro de 2005, o Brasil vem trabalhando em um ambicioso programa próprio para o Sistema de Satélites de Múltiplas Missões (SSMM), que também tem o nome de Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB).

Comemoremos ! Brasil !!!

Acordos impulsionarão economia

Investimento em estaleiro especializado em submarinos, no Rio, será de US$ 3 bilhões
Ana Cecília Americano

A vinda do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e seus entendimentos com o governo brasileiro deixaram pelo menos dois governadores particularmente satisfeitos: Aécio Neves, de Minas Gerais, e Sérgio Cabral, do Rio. Para ambos, os acordos firmados entre empresas francesas e o governo brasileiro resultarão em investimentos de 1,89 bilhão de euros em um pólo de indústria aeronáutica, no caso mineiro e – segundo informou Cabral – num estaleiro especializado em submarinos, orçado em mais de US$ 3 bilhões, no caso fluminense.

– Estamos falando da construção de um segundo pólo aeronáutico no Brasil – comemorou o governador mineiro, presente no segundo dia de trabalhos entre Sarkozy e Lula, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. – Esse acordo, do ponto de vista de fronteira tecnológica, talvez seja o mais importante que o Brasil assinou nas últimas décadas, depois da criação da Embraer.

O governador se refere à encomenda das Forças Armadas brasileiras de 50 helicópteros EC 725, à Eurocopter, controladora da Helibras. A empresa, no Brasil, tem 25% do seu capital nas mãos do governo mineiro. Globalmente, faz parte do grupo francês Eads – que detém, ainda, a Airbus, a ATR e a Aviões de Transporte Militar. O acordo está sendo visto como o primeiro de vários com o governo brasileiro na área de equipamentos de defesa e transporte militar.

Helibras

Segundo a Helibras, trata-se de o maior contrato de encomendas de helicópteros já realizado na América do Sul. As primeiras entregas de unidades serão feitas ainda em 2010 e construídas a partir de Itajubá, onde está a fábrica da Helibras.

Aécio classificou o contrato como "crucial ao país" devido à transferência de tecnologia envolvida.

– Será o primeiro pólo de fabricação de helicópteros de grande porte da América Latina – disse.

De acordo com o governador, abre-se a perspectiva de novo mercado ao produto francobrasileiro:

– Certamente a Eurocopter está olhando para as demais demandas da região, como as da Petrobras, com o pré-sal, e para outros mercados emergentes, a exemplo do Chile, que já demonstrou o seu interesse.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, também presente no encontro, fez coro ao governador sobre a importância do acordo.

– Será a base de um grande mercado nacional para helicópteros. Estamos criando uma fábrica de grande porte no Brasil. E Itajubá é só uma parte dele – explicou.

A fábrica exigirá a contratação de mais 500 funcionários pela Helibras e outros 5 mil trabalhadores indiretos, por meio de seus fornecedores. O projeto prevê um alto índice de nacionalização dos helicópteros. Segundo Jobim, as turbinas serão feitas pela carioca Turbomeca, do grupo Safran, especializada na produção de turbinas de pequena e média potências. Sem mencionar nomes, Jobim adiantou, ainda, que a aviônica, isto é, a parte dos instrumentos do painel de controle dos helicópteros, vai ser feita por uma empresa do Rio Grande do Sul com experiência na área.

A encomenda das Forças Armadas será financiada por um pool de bancos, já equacionado. De acordo com o Ministro da Defesa, o empréstimo deverá ser quitado até 2026. Aécio Neves adiantou que um sinal de R$ 200 milhões será dado pelo Tesouro Nacional.

O governador mineiro considera tão estratégico a criação do pólo aeronáutico do estado que está discutindo um conjunto de medidas de estímulo fiscal para levar alguns fornecedores a se instalarem próximos à fábrica de Itajubá.

– Já foi feita com a Fiat, em Minas Gerais – adiantou.

Para Sérgio Cabral, o estaleiro para a construção dos quatro submarinos convencionais e a parte não nuclear de um submarino nuclear, em Itaguaí, serão estratégicos para o futuro do estado fluminense.

– Só no estaleiro, durante a sua construção, deverão ser investidos mais de US$ 3 bilhões – estimou.

No caso fluminense, o projeto prevê uma parceria da Marinha com a Odebrecht e empresas francesas no setor nuclear.

Ontem, ainda, Sarkozy anunciou um plano de ajuda à indústria automotiva francesa em dificuldades. O pacote destinado ao setor deverá ser implementado antes do fim de janeiro de 2009.

– Não se trata de uma medida de proteção, é para ajudar a construir os carros do futuro – afirmou, fazendo referência aos automóveis elétricos.

Navios chineses partem para a Somália a fim de combater piratas




É a primera missão da história de navios de guerra da China fora do Oceano Pacífico

PEQUIM - Três navios da Armada chinesa partiram nesta sexta-feira, 26, do porto de Sanya, na ilha de Hainan (sul), com destino às águas da Somália para combater os piratas da região, na primeira missão da história de navios de guerra chineses fora do Pacífico.

O contra-almirante Du Jingcheng, encarregado da expedição, destacou a bordo de um dos navios que a tripulação “está totalmente confiante” de que cumprirá sua missão de proteger os navios da crescente atividade de piratas.

A missão foi considerada por parte da imprensa chinesa como “o primeiro desdobramento naval da China em águas internacionais desde o século XV”.

A tripulação é composta por 800 pessoas, entre elas 70 soldados das forças especiais da Armada, e os navios estão equipados com mísseis, canhões e armas leves, além de provisões para vários meses, segundo a agência Xinhua.

O primeiro objetivo da missão é “garantir a segurança dos navios que passam pelo Golfo de Áden, principalmente cargueiros chineses de petróleo e outros materiais estratégicos”, assinalou o contra-almirante, principal responsável da frota do sul da China.

“Também nos preparamos para lidar com os piratas, apesar de não estarmos familiarizados com essas águas”, acrescentou.

O aumento dos ataques de piratas no Golfo de Áden motivou o envio à região de navios de guerra de diversos países além da China, entre eles França, Grécia, Reino Unido, Alemanha e Itália.

Fonte: EFE / Foto: AP

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Brasil e França assinam acordo de defesa de US$12 bilhões



Brasil e França assinam acordo de defesa de US$12 bilhões
RIO DE JANEIRO - O Brasil e a França assinaram nesta terça-feira acordos na área de defesa no valor de 8,6 bilhões de euros (12 bilhões de dólares), que incluem a transferência de tecnologia para que o Brasil possa desenvolver sua própria indústria bélica.

O acordo foi assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, que encerra um visita de dos dias ao Rio de Janeiro na terça-feira.

Sob o acordo, o Brasil comprará 50 helicópteros EC725 construídos localmente pela Helibras, subsidiária da Eurocopter no Brasil. A Eurocopter, por sua vez, é subsidiária do grupo europeu EADS. Os helicópteros, cujo valor é estimado em 1,9 bilhão de euros, devem ser entregues a partir de 2010.

A França também vai fornecer ao Brasil a tecnologia para construir quatro submarinos convencionais, no valor de 4,1 bilhões de euros, além do primeiro submarino nuclear do país.

Do total de 8,6 bilhões de euros, 6 bilhões irão para empresas francesas e 2,6 bilhões para empresas brasileiras, segundo uma fonte da delegação francesa.

“É uma decisão histórica, porque a França acredita que um Brasil poderoso é um elemento importante para a estabilidade do mundo”, disse Sarkozy em entrevista coletiva.

Lula afirmou que o acordo representa uma ruptura, que reflete o status do Brasil como potência emergente.

“A França está disposta a…construir uma aliança no Brasil, a transferir tecnologia para que o Brasil possa ter uma indústria de defesa que corresponda à sua importância no hemisfério, no mundo”, disse Lula durante a coletiva.

No ano passado, o Brasil destinou 880 milhões de dólares para completar um reator nuclear para o submarino.

O governo Lula apresentou um novo plano de defesa estratégica na semana passada, que muda o foco de seu Exército para a proteção da Amazônia e suas recém-descobertas reservas de petróleo marítimas.

Como parte da modernização do equipamento militar, o governo espera renovar sua frota de aviões de combate nos próximos 15 anos. A francesa Dessault é um das três empresas finalistas para fornecer os 36 primeiros jatos.

(Reportagem de Yann Le Guernigou e Stuart Grudgings)

FONTE: Reuters Brasil

Sarkozy e Lula assinaram acordos nesta terça-feira


RIO - O Brasil e a França assinaram nesta terça-feira acordos na área de defesa no valor de 8,6 bilhões de euros (cerca de US$ 12 bilhões ou R$ 28,38 bilhões), que incluem a transferência de tecnologia para que o Brasil possa desenvolver sua própria indústria bélica. O acordo está entre os cerca de dez tratados assinados hoje pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, que encerra um visita de dos dias ao Rio de Janeiro na terça-feira.

Sob o acordo, o Brasil comprará 50 helicópteros EC725 construídos localmente pela Helibras, subsidiária da Eurocopter no Brasil. A Eurocopter, por sua vez, é subsidiária do grupo europeu EADS. Os helicópteros, cujo valor é estimado em 1,9 bilhão de euros, devem ser entregues a partir de 2010.

A França também vai fornecer ao Brasil a tecnologia para construir quatro submarinos convencionais, no valor de 4,1 bilhões de euros, além do primeiro submarino nuclear do país. Os acordos permitirão ainda ao Brasil construir um estaleiro militar e uma base naval com tecnologia francesa.

Do total de 8,6 bilhões de euros, 6 bilhões irão para empresas francesas e 2,6 bilhões para empresas brasileiras, segundo uma fonte da delegação francesa.

Um dos submarinos construídos no Brasil por empresas francesas contará com propulsão nuclear, mas esta tecnologia não será oferecida pela França, mas pela Marinha de Guerra brasileira.

Os dois líderes também assinaram um plano de ação para guiar essa associação, assim como acordos na área espacial, para a promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia, o combate à exploração ilegal de ouro nesta região e programas de ensino profissionalizante.

Se a França aceita transferir a tecnologia militar é porque estamos conscientes de que o Brasil tem um grande potencial para promover a paz e a segurança, assim como tem um grande potencial econômico e político

Também foi assinado um convênio de cooperação na área nuclear e outro pelo qual os dois países criarão um centro de estudos sobre a biodiversidade, com o qual pretendem aproveitar as potencialidades da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo e que compartilham graças à Guiana Francesa, território ultramarino da França.

Segundo Lula, o Brasil optou pela firma dos acordos militares com a França porque o país europeu “não só ofereceu os equipamentos em venda, mas também se comprometeu a construí-los no país e a transferir a tecnologia”.

- Se a França aceita transferir a tecnologia militar é porque estamos conscientes de que o Brasil tem um grande potencial para promover a paz e a segurança, assim como tem um grande potencial econômico e político - disse Sarkozy.

Lula afirmou que o acordo representa uma ruptura, que reflete o status do Brasil como potência emergente.

- A França está disposta a…construir uma aliança no Brasil, a transferir tecnologia para que o Brasil possa ter uma indústria de defesa que corresponda à sua importância no hemisfério, no mundo - disse Lula durante a coletiva.

Estaleiro será construído no Rio

O principal dos acordos é o que permitirá ao Brasil construir cinco submarinos convencionais do tipo Scorpene, um dos quais terão armamento convencional, mas contará com propulsão nuclear.

A França ajudará o Brasil a adaptar o reator nuclear no casco de seu submarino, mas o desenvolvimento da tecnologia será de responsabilidade da Marinha brasileira, que há anos tem um projeto para construir um submarino nuclear.

Os acordos também prevêem assistência francesa para a “concepção e construção de um estaleiro de fabricação e manutenção desses submarinos, e de uma base naval capaz de abrigá-los”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a França financiará a instalação de uma unidade do estaleiro privado DCNS em um porto do Rio de Janeiro, no qual serão construídas as embarcações.

Os 50 helicópteros, que serão fornecidos pela empresa Eurocopter, serão construídos em conjunto com a indústria brasileira.

As aeronaves serão fabricadas pela Helibras, uma subsidiária da empresa francesa Eurocopter com unidade em Minas Gerais e que produzia, principalmente, aparelhos civis.

Além da transferência de tecnologia francesa para a produção dos helicópteros, o acordo também prevê que as partes das aeronaves sejam oferecidas por empresas brasileiras.

No plano de ação assinado hoje, os dois presidentes também asseguram que a cooperação militar poderá ser estendida para modernizar o Exército brasileiro, o desenvolvimento de um veículo terrestre sem piloto, a digitalização dos campos de operações e o desenvolvimento de uma rede de vigilância territorial.

Sarkozy acrescentou que a França também pretende oferecer os cerca de 30 caças militares que o Brasil pretende comprar.

No ano passado, o Brasil destinou 880 milhões de dólares para completar um reator nuclear para o submarino.

O governo Lula apresentou um novo plano de defesa estratégica na semana passada, que muda o foco de seu Exército para a proteção da Amazônia e suas recém-descobertas reservas de petróleo marítimas.

Nosso Comentário :

Brasil e França Fecham Contratos de US$ 12 bilhões

Bem grande esst acordo com a França de US$ 12 bilhões, ou € 8,6 bilhões (euros), sendo que € 6 bilhões para empresas francesas e apenas 2,6 bilhões para empresas brasileiras. Tal montante será financiado em muitos anos.

Para construir 5 submarinos, sendo 4 convencionais SBR (Scorpène/Marlin), serão gastos € 4,1 bilhões. Isso representará € 1,025 bilhão, ou US$ 1,430 bilhão em média por cada submarino francês. Uma conta rápida de US$ 1,2 bilhão para o SNBR levaria cada SBR a custar US$ 725 milhões.

Um aspecto a ressaltar é que a França financiará a instalação de um estaleiro da DCNS em Itaguaí (um porto do Rio de Janeiro), no qual serão construídas todos os 5 submarinos. Esse local já foi decidido juntamente com a nova base de submarinos, que sairá da baía de Guanabara.

Já os 50 helicópteros EC-725 custarão € 1,9 bilhão de euros, devendo ser entregues a partir de 2010. Serão US$ 2,651 bilhões, ou US$ 53 milhões a unidade.

E nada foi dito sobre as Fragatas Multimissão FREMM , que eram dadas como certas antes da recente oferta coreana e até de possível proposta norte-americana.

SBR = Submarino Brasileiro.

SNBR = Submarino Nuclear Brasileiro

Marinha do Brasil compra mísseis AGM-119B Penguin



Nesta segunda-feira, 22 de dezembro, a Marinha do Brasil assinou contrato no valor de 15,7 milhões de euros com a norueguesa Kongsberg Defence & Aerospace para a aquisição de oito Mísseis Ar-Superfície AGM-119B Penguin MK-2 MOD 7.

Os mísseis serão destinados aos novos helicópteros Sikorsky S-70B Seahawk, adquiridos em junho deste ano e que em breve equiparão o Esquadrão HS-1.

O desenvolvimento do míssil anti-navio Penguin começou em 1962 com um estudo de viabilidade feito pela Norwegian Defence Research Institute e entregue a Kongsberg Våpenfabrikk ( atual Kongsberg Defence & Aerospace) em 1966. A primeira geração do míssil (MK-1) entrou em serviço em 1972 e a segunda (MK-2) em 1980. Ambas eram da versão Superfície-Superfície. A terceira geração (MK-3 / AGM-119A) obteve um salto tecnológico e foi desenvolvido para ser lançado de aeronaves de asa fixa, tendo como primeiro usuário os F-16A/B Fighting Falcon da Real Força Aérea da Noruega. Uma variante baseada no AGM-119 A foi desenvolvida para ser lançada a partir de helicópteros e entrou em operação na US Navy em 1994, passando a ser conhecida como AGM-119B (MK-2 MOD-7 para o fabricante). Hoje o AGM-119B é vastamente utilizado pelos SH-60 Seahawk da Marinha Norte-Americana e esta mesma dupla também estará em breve protegendo às águas brasileiras.

DOU
EXTRATO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº 16/2008
Objeto: Aquisição de 08 (oito) unidades de Mísseis Ar-Superfície
AGM-119B PENGUIN MK-2 MOD 7 em contêiner, incluindo equipamento
de carregamento e manuseio, manuais e cursos e pacote
inicial de sobressalentes, para utilização nas aeronaves Seahawk S-
70B adquiridas pela MB Contratada: KONGSBERG DEFENCE &
AEROSPACE AS. Fundamento Legal: Inciso I do Artigo 25 da Lei
8.666/93. Valor: 15.732.494,00 euros. Ratificação em 18/12/2008 pelo
VA JOSÉ GERALDO FERNANDES NUNES (Diretor).

Roll out do primeiro P-3AM da FAB


Na última quarta-feira, 17 de dezembro, aconteceu nas intalações da Airbus Military em Getafa, Madri, o roll out do primeiro P-3AM Orion da Força Aérea Brasileira, segundo informações da publicação espanhola Defensa.com.

Este é um dos nove P-3A Orion da FAB em modernização pela EADS CASA. Ao todo a FAB adquiriu 12 aeronaves, das quais três servirão como fonte de peças sobressalentes. As aeronaves em modernização estão recebendo novos equipamentos como sensores de alta tecnologia, a sua plena integração com o sistema de controle tático FITS. O novo painel da cabine é da Thales Avionics, compatível com o do CASA C-295 (C-105A Amazonas). O avião recebeu instrumentos de comunicação, navegação e de controle motor, piloto automático digital, um sistema HACLCS (Harpoon Aircraft Command and Launch Control System) para disparar mísseis Harpoon, remodelação exterior e interior, um novo Centro de Apoio de Missão e um treinador tático para a tripulação.

O FITS integra os sensores de missão e apresenta uma nova interface com os sistemas de navegação, aumentando assim o desempenho operacional. Seus consoles operacionais são universais e reconfiguráveis por software. O sistema conta com uma interface homem-máquina intuitiva, flexível e arquitetura de sistema aberto qua faz uso de Equipamentos Comerciais (COTS) que lhe permite liderar o mercado para este tipo de aeronave.

Sucesso de vendas internacionais e uma das principais aeronaves de patrulha de todos os tempos, o P-3 Orion é a versão militar do famoso avião comercial Lockheed Electra II. Foi inicialmente concebido para a Marinha dos EUA como aeronave especializada em guerra anti-submarina e patrulhamento marítimo baseada em terra. Atualmente 17 países utilizam versões diferentes da aeronave. Os P-3 da Força Aérea Brasileira serão utilizados principalmente em missões de patrulha marítima, para a proteção da Zona Econômica Exclusiva, controle de fronteiras e em missões de busca e salvamento. A entrega da primeira aeronave modernizada deve ocorrer em 2009.

Brasil vai investir 1,8 bilhão na compra de helicópteros de Defesa

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou nesta segunda-feira (22) que o Brasil vai investir 1,8 bilhão de euros em 50 helicópteros. Os equipamentos serão construídos por meio da troca de tecnologia com a França, que vai ajudar também na fabricação de cinco submarinos, sendo um de propulsão nuclear. Segundo Jobim, os contratos entre os países começaram a ser assinados nesta segunda.

Os helicópteros modelo EC-725 serão construídos em Minas Gerais pela empresa Helibrás, controlada por um grupo francês e pelo governo estadual. Fornecedores brasileiros vão participar da operação que, de acordo com Jobim, deve gerar 500 empregos diretos, além de 5 mil indiretos. 'Está prevista também a ida de engenheiros brasileiros a fábricas francesas.'

Para os submarinos, o acordo é diferente. O custo ainda não foi divulgado, mas Jobim informou que os franceses foram escolhidos por causa da possibilidade da troca de tecnologia. Eles vão contribuir também com o estaleiro onde as embarcações serão construídas. No caso do submarino nuclear, contribuirão com com apenas o casco, já que a Marinha tem o próprio programa nuclear.

O ministro da Defesa explicou que o submarino nuclear tem a vantagem de ficar até oito meses submerso e será fundamental na patrulha da costa brasileira, principalmente entre as cidades de Santos (SP) e Vitória (ES), onde estão localizadas importantes reservas de petróleo, inclusive, as bacias da camada pré-sal. A base deste submarino deverá ser a Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro.

Para a área da Defesa, o ministro ressaltou que estão em estudo outros contratos entre Brasil e França, entre os quais o que prevê a fabricação de aviões do tipo caça. O estudo com o parecer técnico da Aeronáutica deve ficar pronto até junho do próximo ano. 'Vamos deixar bem claro: não é comprar aviões é construir aviões no Brasil.'

Os acordos anunciados por Jobim deverão ser assinados amanhã (23), durante encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da França, Nicolas Sarkozy. De acordo com nota do Ministério das Relações Exteriores, na agenda dos dois presidentes, está prevista a assinatura de contratos.

CARGUEIRO MILITAR ESTRATÉGICO

No fim de 2008, a FAB teria dado início a estudo de mercado para futura aquisição de avião cargueiro superpesado. Tal Cargueiro Militar Estratégico comporá a força de transportadores pesados que, juntamente com o Cargueiro Militar Tático C-390, deverão ser a futura espinha dorsal dos cargueiros da Força Aérea Brasileira.


Alguns candidatos são previsíveis : C-17 Globemaster (muito caro), IL-76 (muito bom), e o antológico ucraniano Antonov ANT-124. O europeu Airbus A-400M, de 37 ton, parece descartado, pois disputará com o C-390, de 27 ton. Além disso, ele tem tido uma série de problemas e seu custo operacional cresceu bastante.


Desses 3 acima, o único que permitiria uma participação externa no desenvolvimento é o C-124. A Ucrânia já sinalizou a necessidade de parceiros para dividir o projeto e relançar duas variantes, uma maior para até 180 toneladas e uma menor para 96 toneladas.


A EADS também já manifestou interesse em realizar uma joint-venture com a Antonov para o desenvolvimento de um supercargueiro militar destinado inicialmente às nações européias baseado no Antonov 124.


A Embraer poderia ser estimulada pelo governo brasileiro a firmar um acordo com a Antonov e a EADS, visando o desenvolvimento de até três novas versões dessa aeronave, uma civil e duas outras militares.


Dessa forma, a Embraer reduziria os custos do programa e ainda obteria lucros sobre as futuras encomendas que viessem a ser feitas tanto pelo setor civil quanto militar, adquirindo de quebra novas tecnologias advindas do projeto.
A proposta poderia ser muito abrangente e poderia levar, por exemplo, ao desenvolvimento de novas asas empregando ao máximo materiais compostos e com isso diminuindo o peso da aeronave. Uma proposta interessante a ser analisada seria a do C-224, de nosso Plano Brasil, criado por Edilson Moura Pinto.
A FAB não dispõe hoje de uma aeronave supercargueira, o que limita sua capacidade de ação no exterior. Para desenvolvê-la sozinho, o Brasil teria de fazer altíssimos e inviáveis investimentos.
Os ANT-124 são aviões extremamente confiáveis e que possuem capacidades ímpares, o que os torna aeronaves incomparáveis em muitos quesitos, sendo que um em particular interessaria especificamente ao Brasil.
Estes gigantes são capazes até mesmo de pousar sem restrições em pistas de chão batido (não preparadas), ideais para regiões como o Pantanal e a Amazônia.

Jobim anuncia acordo com a França para a área militar

RIO - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje que os acordos militares do o Brasil com a França possibilitarão a instalação no Rio de Janeiro de um estaleiro para construção pelos franceses de cinco submarinos para a Marinha do Brasil: quatro naves convencionais Scorpéne e o veículo nuclear brasileiro. Segundo o ministro, o estaleiro será construído e operado pelo setor privado francês e, depois de 20 anos, passará a integrar o patrimônio público brasileiro. Os acordos com a França não incluem propulsão submarina nuclear, cuja tecnologia o País já domina. Também no Rio, explicou Jobim, ficará a base do futuro submarino nuclear, que levará duas décadas para ficar pronto.

“O estaleiro vai ser construído em entendimento com o setor privado. Eles produzem e, depois de 20 anos, isso vem para o patrimônio brasileiro”, declarou Jobim, durante o 2º Encontro Empresarial Brasil-União Européia, no Copacabana Palace, do qual participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da França, Nicolas Sarkozy. “No vigésimo ano, vamos terminar recebendo o submarino nuclear. Tudo isso com transferência total de tecnologia, inclusive treinamento de engenheiros brasileiros junto a fábricas francesas.”

Os acordos também prevêem a compra, para montagem no Brasil, de 50 helicópteros, ao custo de 1,899 bilhão de euros nos próximos anos. Só essa parte das conversas com os franceses, porém, já está definitivamente fechada, inclusive com contrato, afirmou o ministro. Os submarinos seriam objeto de instrumentos legais distintos, mas ainda preliminares. Nos dois casos, haveria, de acordo com o ministro, transferência de tecnologia francesa, uma das preocupações do governo brasileiro. Outro ponto importante para o Brasil é a possível criação de empregos a partir das encomendas militares.

Os entendimentos do Brasil com a França na área militar também poderão incluir o fornecimento de caças - o governo brasileiro deverá encerrar em julho a análise das propostas para compra de novos jatos, apresentadas pela francesa Rafale, pela americana Boeing e pelos suecos da Grippen. O ministro afirmou que as ações, parte do Plano Estratégico de Defesa, não deverão sofrer impacto da crise econômica. “É tudo a longo prazo. Estou falando em 20 anos”, disse.

NOTA DO BLOG: Como o BlogNAVAL adiantou, dificilmente o primeiro submarino nuclear brasileiro ficaria pronto em 2020, conforme anúncios anteriormente feitos por nossas autoridades. É um projeto de longo prazo, e nos próximos 20 anos, a MB continuará contando somente com submarinos convencionais, sem AIP.

EUA ainda avaliam intenções russas na América Latina

A recente visita naval russa a Cuba e Venezuela pode estar ligada à guerra de agosto contra a Geórgia, mas Washington ainda avalia os próximos passos de Moscou antes de se posicionar, disse na segunda-feira o secretário-assistente de Estado dos EUA, Thomas Shannon.

Numa visita a Moscou que segundo ele está relacionada ao crescente interesse russo pela América Latina, Shannon alertou contra uma possível corrida armamentista na região.

Poucas semanas depois de navios russos realizarem exercícios conjuntos com a Venezuela no Caribe e fazerem uma visita a Cuba pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, Shannon disse que Washington vai esperar futuras ações do Kremlin para tirar conclusões.

“O que seria revelador não é esta visita naval, e sim a próxima”, disse Shannon, principal diplomata dos EUA para as Américas.

“Se o propósito desta visita naval foi simplesmente demonstrar algo sobre a periferia russa, se o propósito foi apenas demonstrar algo sobre a Geórgia, então provavelmente nós não veremos isso de novo.”

“Mas se os russos estão realmente tentando construir uma relação mais duradoura na região, então eles vão buscar formas de manter alguma presença nas suas relações de segurança com seus parceiros”, disse Shannon a jornalistas.

Imediatamente após a guerra de agosto entre Rússia e Geórgia, navios dos EUA atracaram em portos georgianos do mar Negro, um gesto que irritou o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que perguntou se Washington gostaria de ver navios russos tão perto das suas águas.

Em setembro, Moscou enviou dois bombardeiros Tu-160, capazes de transportar ogivas nucleares, para uma missão de reabastecimento na Venezuela. Em seguida, mandou uma frota liderada pelo cruzador “Pedro, o Grande”.

Shannon disse que tais manobras não representam uma ameaça aos EUA. “O interessante para nós em termos de como a Rússia está se envolvendo na região é que não seja a União Soviética, que eles não tragam um propósito ideológico no seu engajamento”, disse ele.

O norte-americano disse não ter discutido diretamente o conflito da Geórgia durante seu encontro com o subchanceler Sergei Ryabkov. Mas sugeriu à Rússia que participe de patrulhas na região caso deseje ter uma presença futura.

“Se a Marinha Rússia pretende (fazer) mais viagens caribenhas, não deveria sair simplesmente navegando por aí, e sim fazer algo útil, como ajudar a patrulhar os mares (contra o narcotráfico).”

VENDAS DE ARMAS

Shannon admitiu que os russos estão interessados em vender armas, e que a Venezuela tem o direito de comprá-la. Mas afirmou estar preocupado com a ocorrência de uma corrida armamentista na região, ou com o desvio de armas para grupos ilegais.

“(As armas) são vendidas num contexto, enquanto quando a Venezuela compra 4 bilhões de dólares em armas, com aviação de última geração, isso tem um impacto na região, e uma consequência disso é a decisão brasileira de modernizar suas Forças Armadas”, disse Shannon.

Rússia e Venezuela assinaram nos últimos dois anos 12 contratos militares no valor de 4,4 bilhões de dólares, disse em setembro uma fonte do Kremlin, quando Moscou anunciou a liberação de um crédito de 1 bilhão de dólares a Caracas para novas aquisições militares.

A Rússia já vendeu à Venezuela 24 caças Sukhoi, dezenas de helicópteros e 100 mil rifles Kalashnikov AK-103.

China cogita aumentar “poderio” com construção de porta-aviões

PEQUIM - A China, que vai enviar navios para combater a pirataria na costa da Somália, anunciou nesta terça-feira a intenção de construir um porta-aviões, o que deve preocupar seus vizinhos.

“Porta-aviões são um símbolo do poderio geral de uma nação, bem como da competitividade da força naval de um país”, disse o coronel Huang Xueping, porta-voz do ministério da Defesa Nacional, a jornalistas.

“A China tem um grande território marítimo. É uma responsabilidade sagrada das nossas forças armadas proteger nosso território marítimo e manter nossa soberania marítima, nossos direitos e interesses. A China, levando em conta todos os fatores relevantes, vai pesquisar seriamente e considerar (a hipótese de construir um porta-aviões).”

Estados Unidos, Japão e Taiwan, entre outros, vêem com preocupação o aumento dos gastos militares chineses. Taiwan, que a China considera ser uma “província rebelde” a ser retomada pela força, se necessário, reagiu com cautela.

“Precisamos fazer alguma pesquisa antes que possamos julgar se (o porta-aviões) será dirigido para Taiwan”, disse Chih Yu-lan, porta-voz do Ministério da Defesa.

Há anos os militares chineses pleiteiam um porta-aviões, mas raramente fazem declarações públicas nesse sentido.

A imprensa de Hong Kong diz que a China poderia construir seu primeiro porta-aviões até 2010.

As declarações surgem num momento de relativa tensão militar entre Washington e Pequim, e num momento em que a China prepara o envio, na sexta-feira, de dois destróieres e um navio de abastecimento para o golfo de Aden, onde participarão dos esforços internacionais contra a pirataria.

Fontes de Defesa dos EUA elogiaram na semana passada a missão chinesa na Somália e disseram torcer para que sirva de “plataforma” para retomar os contatos com Pequim, que a China suspendeu em outubro em protesto contra uma venda de armas de 6,5 bilhões de dólares para Taiwan.

Huang, porém, disse que os militares têm de se empenhar mais na melhora das relações.

“No momento as relações militares entre China e Estados Unidos têm algumas dificuldades, mas a responsabilidade não está com o lado chinês”, disse ele.

“Esperamos que o lado norte-americano leve a sério as grandes preocupações e os interesses do lado chinês… e adote medidas concretas para criar condições para que as relações militares se recuperem.”

Os Estados Unidos reconhecem o regime comunista chinês desde 1979, mas uma lei norte-americana obriga Washington a ajudar Taiwan na sua defesa.
(Reportagem adicional de Ralph Jennings in Taipei)

FONTE: Reuters Brasil

Acordo entre Brasil e França vai além da construção naval

A lista completa da parceria envolve quatro áreas

São Paulo - O acordo de cooperação entre o Brasil e a França no setor da Defesa não está limitado ao fornecimento de submarinos Scorpéne, convencionais, e ao suporte no desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro.

A lista completa de compras nessa área é composta por quatro tópicos abrangentes: tecnologia de concepção de submarinos convencionais e da parte não-nuclear de submarinos atômicos; serviços de construção do estaleiro especializado; construção da base especial para submarinos nucleares e de sua proteção, e construção no Brasil de quatro Scórpene e do casco de uma unidade nuclear.

Não é só. O Ministério da Defesa está discutindo com a francesa Thales a aquisição de uma sofisticada rede eletrônica integrada para cuidar da vigilância de áreas estratégicas - por exemplo, das plataformas marítimas da Petrobrás. Há poucas semanas o estaleiro DCNS, o agente do programa dos submarinos, apresentou ao Comando da Marinha do Brasil seus projetos de navios de superfície de desenho crítico, dotados de elevado índice de furtividade, dificultando a detecção por radar. A empresa revelou a disposição de abrir a tecnologia referente e produzir as embarcações no País, em parceria com estaleiros brasileiros.

Peças - Do total de 250 mil peças e componentes do Scorpène, os fornecedores locais têm condições de responder por cerca de 36 mil itens, segundo levantamento realizado pelo Comando da Marinha.

São componentes de alta sofisticação, como as válvulas TWT, aplicáveis no sonar de bordo, e sensores de precisão, desenvolvidos a partir da separação isotópica no processo de enriquecimento do urânio que o Centro Tecnológico da Marinha já domina em todas as fases.

O pacote bilateral considera prioritário o Projeto Soldado do Futuro. A médio prazo, o programa prevê a criação de um chip de localização para ser empregado por tropas de selva, na Amazônia. Para times de Forças Especiais, o mesmo empreendimento vai gerar um conjunto ótico combinando visão noturna, telemetria, rastreador térmico e sensor de atividade eletrônica. O programa F-X2, de escolha de um caça para a FAB não será tratado agora.

Fonte: Agência Estado/Diário de Canoas - Canoas, RS

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Aluno da Escola Naval morre com tiro acidental durante treinamento

Marinha instaura inquérito para apurar as causas do acidente.
Caso deverá ser concluído em até 45 dias.

Um aluno da Escola Naval morreu vítima de um tiro acidental durante um treinamento com uma metralhadora em um navio da Marinha no domingo (21).
O estudante seria morador do Rio de Janeiro.
O treinamento aconteceu no domingo (21) próximo à cidade de São Sebastião, em São Paulo.
A Marinha instaurou um inquérito para apurar as causas e as circunstâncias do acidente. De acordo com a assessoria de comunicação social do 1º Distrito Naval, o laudo com o resultado deverá sair em até 45 dias.

Brasil e França farão proposta conjunta em reunião do G20, diz Sarkozy

'Brasil não é potência de amanhã, mas de hoje', diz presidente francês.
Segundo ele, 'a Europa vai trabalhar de mãos dadas com o Brasil'.


O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta segunda-feira (22) que o Brasil e a França devem levar uma proposta conjunta para a reunião do G20, que será realizada no dia 2 de abril de 2009, em Londres. Entre os temas a serem debatidos na reunião estará a crise financeira internacional.



"A Europa vai trabalhar de mãos dadas com o Brasil. É fundamental que o Brasil e a França cheguem com uma proposta que mostre que não queremos um mundo de especuladores, mas de empresários", disse, em palestra durante o 2º Encontro Brasil-União Européia, no Rio de Janeiro, onde desembarcou com a primeira-dama, Carla Bruni, nesta manhã.



Segundo o líder francês, as propostas que serão apresentadas pelos dois países incluem a definição do novo papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) no futuro e a concentração de esforços para "lançar as bases de um sistema financeiro mais equilibrado com controle e fiscalização maiores das instituições financeiras".

Sarkozy disse ainda que a Europa vai trabalhar com o Brasil "em iniciativas futuras relativas à Organização Mundial do Comércio (OMC), porque acreditamos na liberdade do comércio, não queremos protecionismo e o Estado deve tomar suas responsabilidades".

Afinidade

Sarkozy se esforçou na palestra para mostrar afinidade com o presidente Lula, que criticou os especuladores de mercado e os responsabilizou pela crise. "A Europa acredita no futuro do Brasil e tem fé na política do presidente Lula", disse ele, que acrescentou que Lula falou sobre "algo fundamental" (o aumento da importância da política no mundo.

Conselho de Segurança

O presidente francês defendeu ainda que "precisamos do presidente Lula como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e afirmou que "o Brasil não é potência de amanhã, mas de hoje".

Caças da FAB e da Marinha realizam exercício

No período de 10 a 12 de dezembro, o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro – COMDABRA - coordenou o exercício INTERCEPTAER. O exercício teve como propósito promover o adestramento de pilotos e controladores da MB e da FAB, por meio da execução de missões de interceptação empregando as aeronaves AF-1 (A-4 Skyhawk) e F-5E/M, a fim de contribuir para incrementar a interoperabilidade entre as duas Forças.

As aeronaves do Esquadrão VF-1 (MB) e do 1º GAVCA (FAB), realizaram diversas missões de interceptação, a partir da Base Aérea de Santa Cruz, alternando-se como caçador e alvo, tendo sido controladas por militares de ambas as Forças, operando a partir do Centro de Operações Militares de Brasília, o COPM-1, utilizando o sistema de visualização radar D/ACOM.

O exercício foi considerado extremamente válido e atingiu todos os objetivos propostos de padronização de procedimentos, troca de experiências e de adestramento para futuras Operações Conjuntas, quando forem empregados meios aéreos das duas Forças.

Fonte: COMDABRA

Brasil, França e Uma Parceria Estratégica

Longo alcance

Eliane Cantanhêde - Brasília

BRASÍLIA - Com o presidente dos EUA levando sapatadas e o de Cuba virando o centro das atenções num encontro da América Latina e do Caribe, na Bahia, o mundo está de pernas para o ar. É nesse clima que o casal Nicolas Sarkozy-Carla Bruni está chegando para selar uma “aliança estratégica” Brasil-França.

A estrela mais esfuziante do pacote, com perdão de dona Bruni, será o anúncio da produção de quatro submarinos convencionais nacionais e um de propulsão nuclear -que não é uma brincadeirinha de almirantes, mas um avanço importante para a tecnologia, a indústria e o desenvolvimento do país.

Desde os anos 1970, o Brasil já investiu cerca de US$ 1,5 bi (ou US$ 5,6 bi, atualizados) no programa nuclear da Marinha. O protocolo com a França, que fecha um ciclo e abre outro, prevê a compra de equipamentos e tecnologia para a construção e montagem de um estaleiro especializado e uma base especial para fabricar os submarinos. O Brasil já detém a tecnologia do reator nuclear. Mas falta muito dinheiro e tempo, no mínimo 12 anos, para entregar o projeto pronto e acabado.

Mas, assim como a sapatada entra para a história como o triste fim de Bush e o início de uma nova era num mundo em crise, o protocolo com a França e a “Estratégia Nacional de Defesa”, lançada na última quinta-feira, marcam um novo patamar nas pretensões brasileiras.

Não se poderia esperar cronogramas e cifras do documento, porque não se trata de um plano a ser executado, mas de uma doutrina, um conjunto de diretrizes para tentar adequar a defesa brasileira ao projeto político e econômico de liderança regional e de emergente internacional.

Também não se pode esperar que Sarkozy chegue na segunda e, na terça, o Brasil amanheça outro. Mas esses movimentos têm uma direção e fazem sentido para quem tenta olhar em volta e enxergar bem adiante. Aliás, é a isso se dá o nome de estratégia.

Brasil fará quatro submarinos com apoio francês

RAPHAEL GOMIDE - DA SUCURSAL DO RIO

A visita oficial ao Brasil do presidente da França, Nicolas Sarkozy, vai marcar a primeira grande cartada da Estratégia Nacional de Defesa, plano formulado pelo Ministério da Defesa e pelo Secretaria de Assuntos Estratégicos em documento lançado na semana passada.

Será firmado convênio para a construção de quatro submarinos convencionais e o apoio da França na construção de um submarino de propulsão nuclear (desenvolvimento do casco e sistemas eletrônicos) - a propulsão será brasileira. Também está prevista a construção de 50 helicópteros de transporte franceses no Brasil para as três Forças.

A visita inaugura a prática de centralização de compras militares no Ministério da Defesa. A tradição militar brasileira era a de cada uma das Forças adquirir separadamente seus materiais.

Além de fazer um pacote de acordos e compras, a negociação com a França se encaixa no modelo considerado ideal pela nova estratégia nacional para o setor. O plano defende a cooperação internacional com transferência de tecnologia com o objetivo de desenvolver a capacitação tecnológica e a fabricação de produtos de defesa para eliminar progressivamente a compra de serviços e produtos importados.

Apesar disso, os franceses ainda tentam convencer o Brasil a comprar o submarino de propulsão nuclear já pronto. Mas a área nuclear é um dos três “setores estratégicos essenciais”, e o projeto do submarino, prioridade.

Nossa Opinião:

Brasil, França e Uma Parceria Estratégica

Eu já tinha ouvido falar dessa negociação dos franceses para o Brasil comprar um submarino de propulsão nuclear já pronto. Afinal, os indianos estão fechando um contrato com os russos. Falar de 2020 só pode ser brincadeira de mal gosto. Pronto, ele já estaria nos servindo talvez em 2011.

Roberto Silva

DEFESA BR

Lula Assina Acordos de Defesa com Sarkozy

País também terá novos helicópteros

Roberto Godoy

O presidente Lula e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, assinam amanhã às 10 horas, no Rio, um compromisso de cooperação militar entre os dois países que, na prática, resultará em grandes negócios. O mais avançado é a compra, com fabricação na Helibrás, de Itajubá, de 51 helicópteros pesados Cougar. O contrato é avaliado em cerca de US$ 1,1 bilhão.

A empresa, que emprega 250 técnicos, vai abrir 750 novas vagas até 2013 para atender o pedido. Segundo o diretor-geral da EADS - grupo europeu aeroespacial e de defesa que controla Helibrás - Eduardo Marson, “os empregos indiretos, na rede de fornecedores, podem chegar a 4 mil”.

O processo implica transferência de tecnologia e compensações comerciais. Todos os helicópteros serão fornecidos para as Forças Armadas. As primeiras unidades serão entregues no início de 2012.

Na área do Comando da Marinha, está o programa mais ambicioso. De acordo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, serão comprados quatro submarinos convencionais, diesel-elétricos, da classe Scorpène, do estaleiro DCNS, de Cherbourg. O valor é de cerca de US$ 1,6 bilhão, envolvendo apenas os navios.

O lote terá de ser todo produzido no País, com entrega da tecnologia, no novo centro industrial construído por meio de conhecimento francês específico. “O processo de escolha do Scorpène foi longo, criterioso e exaustivo”, afirma o almirante Júlio Moura Neto, Comandante da Marinha.

“Só dois países mantêm simultaneamente o desenvolvimento de submarinos, nucleares e convencionais: a França e a Rússia - os russos não estão dispostos a transferir tecnologia; já os franceses estão, sim, dispostos, e de forma contratual”, explica.

Mais que isso, Sarkozy assumiu participação direta no programa do submersível nuclear brasileiro. A escolha do Scorpène está vinculada a essa meta. O navio adota conceitos da classe Rubis, nuclear, de 2.400 toneladas. O desenho do casco incorpora peculiaridades hidrodinâmicas adequadas às exigências em regime de alta velocidade (20 nós, 37 km/hora) e manobras críticas.

“Essa seleção (do Scorpène) constitui a opção de menor risco para o êxito da empreitada nuclear; um sonho da Força há, já, 30 anos”, sustenta o almirante Júlio Moura.

NOVA BASE

A cooperação com a França vai resultar na construção da nova base da frota - a pretensão é de que seja composta por três unidades até 2035 - de submarinos nucleares. O centro naval tem grande chance de ser instalado no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião.

Ali, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia é favorável, os navios de 6.700 toneladas, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha em alto mar. Também estariam do estaleiro que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. As áreas envolvidas pertencem à União.

Nosso Comentário :

Lula Assina Acordos de Defesa com Sarkozy

Erradamente, nossa imprensa continua afirmando que o Brasil comprará 4 unidades do submarino francês Scorpène. Entretanto, já sabemos há tempos que não se trata de Scorpène, um projeto Franco-Espanhol que terminou em divórcio. O Brasil comprará o Marlin francês.

A reportagem cita que será construída uma base própria para futuros submarinos nucleares, que remontariam a 3 unidades em 2035. Se o Plano Estratégico é de 20 anos (2009-2029), como se chegou a esse ano tão distante? Quem disse que o SNB terá 6.700 toneladas? Por que a base ficaria em São Paulo?

Temos que conviver com uma imprensa desinteressada no assunto e com uma Marinha que planeja com 27 anos de antecedência, sem saber o que está fazendo.

Se no Século XX, as tecnologias de 1909 e de 1935 já eram totalmente diferentes, imaginem as de 2009 com as de 2035. Com a crescente velocidade das mudanças, o abismo em inovação será inquestionável.

Até agora, sabe-se que serão assinados entre Brasil e França contratos referentes aos 51 helicópteros EC-725, aos 5 submarinos, sendo 1 SNB, e ao Soldado do Futuro. Mas isso ainda é muito pouco para as ambições e necessidades brasileiras. Haverá alguma novidade amanhã?

Conclusão: enquanto alguns brincam de Defesa, outros trabalham a sério. A Índia prepara-se para receber seu primeiro submarino nuclear russo da classe ”Akula-II, já em setembro de 2009.

Cadê o Chávez para fazer essa brava gente brasileira começar a pensar sério e correr com seus projetos brincalhões? E para quê submarino nuclear em 2020? Isso é pura fantasia. O FX-2 começando em 2015, idem. Não planejem o que não sabem.

O Brasil precisa fechar um contrato de caças já e em quantidade mínima de 150 unidades. Somente o F/A-18 E/F pode assumir essa missão imediata. Os outros dois candidatos (Rafale F3 e Gripen NG) são sonhos distantes e não nos atendem por hora.

O país quer por que quer um submarino nuclear? Os franceses os vendem de prateleira, estão oferecendo. Fazer SNB em 2020 é sonho infantil.

A Defesa do Brasil não pode continuar sendo tratada como brincadeira.

Roberto Silva

DEFESA BR

Falta Ambição Para Brasil se Tornar Superpotência

Para consultor de política externa de Barack Obama, contudo, país influencia destino de superpotências, como EUA e China.

Nome ascendente, o americano de origem indiana crê que Obama terá menos ferramentas para influir no mundo - pela crise e o fracasso militar. Dirige o New America Foundation e é autor de “The Second World -Empires and Influence in the New Global Order” [O Segundo Mundo - Impérios e Influência na Nova Ordem Global].

No novo mundo que espera o presidente eleito Barack Obama, a crise econômica que assola os EUA fará o país ter menos ferramentas não-militares de persuasão em sua política externa, o chamado “soft power” (poder suave, expressão cunhada por Joseph Nye, da Universidade Harvard).

Nesse mundo multipolar, ganham importância os países de “Segundo Mundo”, como Brasil e China. E isso não segundo a definição clássica, da Guerra Fria, que usava o termo para os países na órbita da então União Soviética, mas no conceito de Parag Khanna, norte-americano de origem indiana que, aos 31 anos, é a nova estrela entre analistas de política externa. São países com características de Primeiro e Terceiro mundos. Khanna falou à Folha por telefone. Leia abaixo trechos da conversa:

FOLHA - O sr. defende a redefinição dos termos Primeiro, Segundo e Terceiro mundos. Chama os que fazem parte do grupo do meio de “países em transição”, como o Brasil. Pode ampliar o conceito?

PARAG KHANNA - Os países do Segundo Mundo estão presos nesse grupo em termos socioeconômicos. O que os define é como lidam com a globalização, se são capazes de capitalizar as oportunidades do mercado global -como acredito que o Brasil é- ou se são vitimados por esse mercado global - como acredito que muitos países são.

Os países de Segundo Mundo são os que têm divisões internas, com características de Primeiro Mundo e de Terceiro Mundo, como China e Brasil. Ambos são parte do mesmo grupo, mas a diferença é que a China tem ambições globais. Competir com os EUA e a Europa faz dela uma superpotência. Sim, você pode ter superpotências de Segundo Mundo. Para ser uma, não é preciso ser rico -a China não é rica internamente, mas poderosa.

FOLHA - O fato de um país ter ou não ambição global o define?

KHANNA - Sim. Mas a relação entre eles também é importante. A China e os EUA são superpotências, o Brasil não. Mas, se o Brasil decidir rejeitar as ofertas da China em termos de comércio e investimento, isso vai prejudicar as ambições globais chinesas. Do mesmo modo, se o Brasil decidir não cooperar com os EUA na América Latina, então as políticas dos EUA para a região serão ainda mais fracassadas do que são hoje. Meu ponto é que países de Segundo Mundo como o Brasil têm influência sobre o sucesso das superpotências, por isso têm poder.

FOLHA - Como esse conceito de Segundo Mundo difere do conceito de Brics [acrônimo criado pelo Goldman Sachs em 2001 que agrupa as potências emergentes Brasil, Rússia, Índia e China], por exemplo?

KHANNA - Há muitos problemas com o conceito de Brics. Em primeiro lugar, ele faz uma projeção para 40 anos, o que não pode ser exato por definição, especialmente no momento atual. Ele olha tão longe que é impossível refutar, mas é impossível validar também.

Em segundo lugar, são apenas quatro países. Mesmo quando se diz Brics + 11, como tem acontecido ultimamente, são 15 países. Eu falo de 40 países no Segundo Mundo. Esse conceito é falho ao não levar em conta diplomacia, estratégias política e militar.

FOLHA - Um dos capítulos mais longos de seu livro o sr. dedica ao Brasil, onde já esteve. Qual sua impressão?

KHANNA - Muito favorável. A força do país está em sua economia diversificada, não só baseada nos recursos naturais, mas também muito industrializada e com inovações em alguns setores. Além disso, acho positivo algumas políticas de desenvolvimento do governo.

Programas como o Bolsa Família, por exemplo, são inovadores e difíceis de implantar. Na verdade, não encontrei nada similar, com tamanho sucesso, em nenhum outro lugar do mundo, com exceção talvez da China. Os dois países estão criando um mercado interno muito forte por conta disso. Por fim, a diplomacia: acho o Itamaraty incrivelmente sofisticado, a maneira com que lida com questões de comércio.

FOLHA - O sr. é um dos defensores do mundo multipolar, em que os EUA perdem poder absoluto em favor de mais participantes no diálogo mundial. Em relatório recente, a comunidade de inteligência norte-americana admite pela primeira vez esse cenário, para 2025. Eles estão finalmente ouvindo o que a intelligentsia vem dizendo há anos?

KHANNA - Você é que está dizendo que eles estão nos ouvindo, mas, se você comparar os ponto-chave deles e os do meu livro, eu escrevi antes (risos). Fui uma das pessoas ouvidas pelo relatório, na verdade. Mas pode ser que eles estivessem atrás no conceito e agora estão chegando lá.

FOLHA - Os EUA estão preparados para esse cenário?

KHANNA - O relatório aponta que em 2025 os EUA ainda serão o país mais poderoso do mundo. Diz também que o mundo será um lugar muito difícil de ser governado, que a noção de comunidade internacional será enfraquecida e que não haverá um líder definitivo.

FOLHA - Mas o sr. diz que os EUA correm o risco de se tornarem um país de Segundo Mundo…

KHANNA - Sim. Se você ligasse a TV agora e assistisse às três maiores montadoras norte-americanas de pires na mão, sendo socorridas pelo governo, discordaria de mim?

FOLHA - Nesse sentido, é bom ou ruim o fato de Barack Obama se tornar o novo presidente?

KHANNA - Bom, principalmente por conta da situação econômica e de como ela afetará o poder de ação dos EUA no mundo. Com o agravamento da crise, será cada vez mais difícil contar com corporações, ONGs, entidades beneficentes e assistência internacional - instrumentos de “soft power” que a política externa norte-americana usa para compensar a estratégia militar, que é um fracasso.

FOLHA - Que tipo de capitalismo sairá dessa crise?

KHANNA - Um capitalismo como o europeu, isso é inegável. Um modelo de capitalismo de Estado, bem regulado, mas bem dirigido, com grandes e importantes indústrias.

FOLHA - O sr. é um dos consultores do presidente eleito para o Sudeste Asiático. O que acha da promessa que fez na campanha, de ser mais agressivo em relação ao Paquistão? Prometeu, por exemplo, fazer ataques pontuais dentro do país.

KHANNA - Esses ataques já estão acontecendo sob George W. Bush, então não vejo uma grande mudança de tática. Não acho que será tão controverso assim, pelo menos não em termos de realidade política americana.

FOLHA DE SÃO PAULO - SÉRGIO DÁVILA, DE WASHINGTON

Nosso Comentário :

Interessante a visão de Parag Khanna de que o Brasil poderia atrapalhar a ascensão da China, como poderia também derrubar a proeminência dos EUA na América Latina, levando suas políticas para a região a serem ainda mais fracassadas do que são hoje.

Como país de Segundo Mundo, o Brasil seria capaz de capitalizar as oportunidades do mercado global. Isso é absolutamente certo, e estamos bem no meio desse processo, mesmo com a queda das commodities. Veremos um salto em pouco tempo e o mundo sabe disso. Vejam o interesse “estratégico” da União Européia.

A China e os EUA são superpotências, mas o Brasil hoje não parece ter qualquer ambição de tornar-se mais uma. O DEFESA BR sempre defendeu que, em 2022, as únicas potências mundiais serão justamente estas três.
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