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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estaleiro de reparos navais poderá ser instalado em Paranaguá

Uma empresa norte-americana está finalizando os estudos de viabilidade técnica para a instalação de um estaleiro de reparos na região do Porto de Paranaguá, no Paraná. Há um ano a empresa McQuilling Services está fazendo estudos para averiguar qual região do Brasil seria a ideal para receber um empreendimento deste tipo. O empreendimento, orçado em R$ 500 milhões, estará pronto para entrar em funcionamento em 2015 e gerará mil empregos diretos e mil empregos indiretos.

O estaleiro terá duas docas, 1.800 metros de cais e será instalado numa área de 850 mil metros quadrados. Uma vez pronto, será o maior estaleiro do Brasil e uma de suas docas – a de maior porte – será a maior de toda costa leste americana.

“Considerando diversas variáveis, acreditamos que o Paraná seria o melhor local para receber o estaleiro em função da localização geográfica privilegia e mão de obra qualificada”, explicou David Saginaw, diretor comercial da empresa que fez a apresentação do projeto.

O secretário de estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Airton Maron, o capitão dos portos do Paraná, José Henrique Rabello, diretores e engenheiros da Appa, além de técnicos do Instituto de Engenharia do Paraná, assistiram à apresentação. “É importante que diferentes atores do nosso sistema estejam reunidos para conhecerem o projeto e verificar como cada um pode ajudar para que ele seja implementado. Um estaleiro deste porte trará muito desenvolvimento para o Paraná”, afirmou o secretário José Richa Filho.

FONTE: A Tribuna On-line

Planalto desbloqueia verbas para reduzir tensão na caserna

Para diminuir a tensão na caserna, o Palácio do Planalto descontingenciou cerca de R$ 2,2 bilhões dos R$ 4 bilhões cortados no início do ano, quando foi anunciada tesourada de R$ 50 bilhões do Orçamento de todo o governo.

A liberação, segundo informou o ministro da Defesa, Celso Amorim, a um grupo de militares, foi considerada generosa e até acima da expectativa. O descontingenciamento permitiu a manutenção, pelo menos, de investimentos em programas estratégicos, como o do submarino nuclear.

Desde a posse do ex-ministro Nelson Jobim, em julho de 2007, os militares vêm comemorando o aumento do orçamento das três Forças. Embalado pela Estratégia Nacional de Defesa, de 2007 para 2011, as despesas de investimento e custeio das Forças Armadas cresceram 140%, ante a variação da inflação em torno de 30%, no mesmo período. Ainda assim, as Forças enfrentam graves problemas de operacionalidade, com o sucateamento dos equipamentos.

Em 2007, o projeto de lei orçamentária previa R$ 5 bilhões para investimento e custeio nas três Forças. Em 2008 pulou para R$ 7,77 bilhões; em 2009 foi a R$ 10,05 bilhões; em 2010. a R$ 12 bilhões, e deve alcançar R$ 12,9 bilhões este ano. Para 2012 o projeto de lei orçamentária pede R$ 14,4 bilhões.

Se for computado só o valor dos recursos destinados a investimentos, a Aeronáutica deverá ter recebido, ao fim deste ano, R$ 4,7 bilhões; a Marinha, R$ 4,47 bilhões, e o Exército, R$ 3,73 bilhões. Para reaparelhamento e adequação dos meios na Marinha a previsão é de que sejam destinados, ao fim de 2011, R$ 2,7 bilhões. Programas considerados prioritários estão sendo poupados dos cortes e contingenciamentos.

FONTE: Estadão

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os Sete Efeitos Econômicos Potencias de um Conflito entre Israel e Irã.




A cada dia que passa, a guerra no Oriente Médio parece cada vez mais provável. A verdade é que Israel nunca permitirá que o Irã desenvolva armas nucleares, e o Irã está absolutamente determinado a continuar desenvolvendo um programa nuclear. Então, agora, Israel e Irã estão engajados em um jogo realmente bizarro de “galinha nuclear” e nenhum dos lados está mostrando nenhum sinal de piscar. De fato, mesmo os líderes mundiais de destaque estão agora abertamente afirmando que ele é basicamente inevitável que Israel vai atacar o Irã.

Por exemplo, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi fez recentemente a admissão impressionante que as nações do G8 “acreditam absolutamente” que Israel vai atacar o Irã. Mas o conflito entre Israel e Irã não afetaria apenas o Oriente Médio – teria conseqüências incalculáveis para o resto do mundo. Então, o que poderia uma guerra entre Israel e Irã significar para a economia mundial?

Os sete efeitos econômicos potencias de um conflito entre Israel e Irã

1) O Preço Do Petróleo Dispararia - Uma das primeiras coisas que uma guerra com o Irão gostaria de fazer é que seria severamente constrição ou mesmo desligar o transporte de petróleo através do Estreito de Hormuz. Considerando o fato de que aproximadamente 20% dos fluxos mundiais de petróleo através do Estreito de Hormuz, os mercados mundiais de petróleo seria instantaneamente mergulhou em um frenesi. De fato, alguns analistas acreditam que os preços do petróleo subiriam para US $ 250 por barril. Então você está disposto a pagar 8 ou 10 dólares por um galão de gasolina? O que você acha que faria para a economia EUA? A verdade é que cada transação que fazemos todos os dias é influenciada pelo preço do petróleo. Se o preço do petróleo, de repente duplica ou triplica que absolutamente devastaria o já frágil sistema econômico dos EUA. [Não só dos EUA, mas praticamente de todo o mundo, principalmente dos países dependentes do petróleo]

2) O Medo Explodiria O Mercado Financeiro Mundial – Mesmo sem uma guerra, a força dominante nos mercados financeiros mundiais, em 2010, é o medo. Já estamos vendo volatilidade sem precedentes nos mercados financeiros ao redor do globo, e não há nada como uma guerra para transformar o medo em pânico completo. E o que acontece quando prende o pânico dos mercados financeiros? Eles simplesmente quebram.

3) Aproveitar-Se-Iam Imediatamente Do Comércio Mundial – No passado, as economias do mundo eram relativamente independentes, então uma guerra em uma área não necessariamente destruía as economias de todo o mundo. Mas tudo isso mudou. Hoje, as economias de praticamente todas as nações são altamente interdependentes. Isso tem algumas vantagens, mas também tem um monte de desvantagens.

Se uma guerra com o Irã acontecer, as nações em todo o mundo começariam a tomar partido e o comércio mundial seria prejudicado. O fluxo global de bens e serviços seria severamente interrompido. Isso seria o suficiente para empurrar muitas nações ao redor do mundo em completa depressão.

4) Aumento De Gastos Militares – Mesmo se os Estados Unidos não foram retirados diretamente no conflito entre Israel e Irã, não há dúvida de que os EUA estariam gastando muito dinheiro e recursos para apoiar Israel e para construir instalações militares na região no caso de começar uma guerra mais ampla. Os EUA já gastaram algo em torno de um trilhão de dólares em guerras no Iraque e no Afeganistão. Se a guerra não romper com o Irã, a quantidade de dinheiro que o governo dos EUA poderia ser obrigado a utilizar pode ser absolutamente surpreendente. A verdade é que os EUA já estão afundados em dívidas. Neste ponto, o governo dos EUA tem mais de 13 trilhões de dólares em dívidas, e outra guerra no Oriente Médio é, certamente, não facilitaria as coisas.

5) A Rússia Seria Muito Beneficiada – a Rússia e outros grandes produtores de petróleo fora do Oriente Médio se beneficiariam muito se uma guerra com o Irã entrar em erupção. A Rússia já é o primeiro produtor de petróleo do mundo, e se as fontes do Oriente Médio forem interrompidas durante qualquer período de tempo, isso significaria um lucro sem precedentes para o urso russo.

6) Inflação Maciça – Um salto enorme no preço do petróleo e com um aumento drástico nos gastos militares do governo dos EUA definitivamente seria conduzido a uma inflação dos preços. Provavelmente também veria um aumento dramático nas taxas de juros. Na verdade, é bastante provável que, se uma guerra com o Irã sair veríamos um retorno da “estagflação” – uma situação onde os preços estão em rápida escalada, mas o crescimento econômico como um todo é plano ou em declínio.

7) O Preço Do Ouro Atravessaria O Teto - Quando existe um elevado grau de incerteza nos mercados financeiros mundiais, para onde vão os investidores? Como temos visto muito claramente, recentemente, eles investem em ouro. Tão alto quanto o preço do ouro está agora, a verdade é que não é nada comparado ao que aconteceria se uma guerra com o Irã acontecer. Quando os tempos ficam difíceis, quase sempre vemos um vôo para a segurança. Agora nenhuma das principais moedas ao redor do globo proporciona tanta segurança, quanto aos metais preciosos como ouro e prata como uma ferramenta de preservação da riqueza dos investidores.

A guerra nunca é agradável. Se a guerra com o Irã sair poderá detonar potencialmente uma cadeia de eventos em cascata que poderia alterar permanentemente a economia mundial durante o resto de nossas vidas. Então, esperemos que a guerra não entre em erupção. Não seria bom para ninguém. Mas a realidade é que neste momento parece quase como uma conclusão precipitada. As tensões no Oriente Médio estão crescendo a cada dia, e todos os lados, certamente, como se preparasse plenamente esperando uma guerra a acontecer. Mesmo sem uma guerra com o Irã, incrivelmente difíceis tempos econômicos estão a caminho, portanto, se a guerra acontecer, poderia significar um desastre completo e total econômico.

Tradução: Juízo Final Blog

Artigo Original: The Economic Collapse

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fragata ‘Carlo Bergamini’, primeira FREMM italiana, em testes de mar









Em 6 de outubro, nas águas ao largo do Golfo de La Spezia, foi realizado o primeiro cruzeiro da fragata da classe “FREMM” Carlo Bergamini, da Marina Militare Italiana. Os testes realizados no mar foram satisfatórios, devido ao profissionalismo dos trabalhadores e tripulação da unidade, que tem participado ativamente em todos os ensaios realizados.

A FREMM italiana concorre com outras fragatas ao Prosuper, Programa de Navios de Superfície, que visa equipar a Esquadra Brasileira com navios de escolta de 6.000 toneladas.

REDAÇÃO:

O Brasil estava negociando com a Italia a aquisição de algumas unidades desse modelo, mas devido o caso Batisti o negocio está congelado.

A Câmara dos Deputados da Itália resolveu reenviar para a comissão competente o texto do acordo de cooperação militar que o país planeja firmar com o Brasil.

Por unanimidade, os parlamentares aderiram à proposta de “congelamento” apresentada ontem pela deputada do partido governista PDL (Povo da Liberdade) e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores, Fiamma Nirenstein.

Esta posição dos políticos italianos em relação à aprovação do acordo já era esperada. A atitude é vista como uma retaliação ao Brasil, que não concedeu a extradição do ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, época em que integrava o grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

O acordo na área de Defesa prevê o desenvolvimento bilateral de projetos para a construção de navios e fragatas, além da realização de patrulhas.

A aprovação do texto pelo Parlamento italiano é o último passo para a entrada em vigor do acordo, que foi negociado em junho pelos ministros da Defesa da Itália e do Brasil, Ignazio La Russa e Nelson Jobim, respectivamente.

No próximo dia 18 de janeiro, a Câmara dos Deputados da Itália também votará uma moção apresentada pela UDC (União Democrática de Centro) pela extradição de Battisti. A decisão de manter o italiano no Brasil foi tomada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 31 de dezembro. Lula acatou o parecer da AGU (Advocacia Geral da União).

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO

Processo de compra de caças continua parado

ALFREDO JUNQUEIRA - Agência Estado

Há mais de dois meses no comando do Ministério da Defesa, o ministro Celso Amorim ainda não teve nenhum contato oficial com as três empresas que participam da concorrência internacional para fornecer 36 caças de alta tecnologia à Força Aérea Brasileira (FAB) - o projeto F-X2.

Executivos da francesa Dassault e da sueca Saab confirmaram que suas empresas ainda não tiveram acesso à pasta para tratar do projeto desde que Amorim substituiu o ex-ministro Nelson Jobim, no início de agosto. Por nota, a americana Boeing também informou que não teve mais contato com o ministério.

Negócio estimado em US$ 10 bilhões (R$ 17,6 bilhões), a renovação da frota da FAB está suspensa desde o início do ano por decisão da presidente Dilma Rousseff. O processo se arrasta desde 2002. A compra dos caças foi interrompida por questões orçamentárias. A previsão é que o governo federal anuncie sua decisão apenas no fim do ano que vem.

"Por enquanto, que eu saiba, não há conversa. O processo está parado. A presidente resolveu parar para se dedicar a outras áreas", disse Jean Marc Merialdo, diretor do consórcio Rafale International no Brasil, hoje de manhã, durante seminário promovido pela empresa no Rio. "Nós, das empresas, não estivemos com ele (Amorim). Por enquanto, entre as empresas e o ministério não há pontes ou interlocução", afirmou o executivo.

Diretor para a campanha do Gripen NG da Saab no Brasil, Bengt Janér disse que está em contato com o ministério para tratar de outros projetos que a empresa sueca desenvolve com a pasta. Sobre o F-X2, o executivo admite que não houve avanço. "O ministro da Defesa está se inteirando dos vários projetos da pasta dele", disse Janér. "FX-2 está parado, eu concordo. Está na mão da presidente. O ministro está em sintonia fina com ela", argumentou o executivo.

A linda Primeira ministra Ucraniana é condenada: Rússia Vê como terrorismo


Rússia vê teor antirrusso na condenação de ex-primeira-ministra ucraniana
Yulia Timoshenko pega sete anos de prisão no chamado "caso do gás"



No Tribunal em Kiev, a ex-Primeira-Ministra Yulia Timoshenko ladeada pela filha, Yevgenia, e o marido e advogado, Alexander Timoshenko: Ela foi condenada a sete anos pelo chamado 'caso do gás'





O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia vê um teor antirrusso na condenação da ex-primeira-ministra ucraniana, Yulia Timoshenko. O Ministério acusa o governo da Ucrânia de politizar as negociações do preço de gás russo. A nota ministerial diz que "a parte russa respeita a soberania do governo ucraniano e a independência do sistema judiciário da Ucrânia". Contudo, segundo o Ministério, não passa despercebido o fato de que as autoridades de diversos países e a opinião pública internacional consideram esse processo uma encenação politicamente motivada.

“Ao acusar Yulia Timoshenko de abuso de autoridade durante as negociações e assinatura do contrato para fornecimento de gás russo em 2009, a Justiça ucraniana ignorou as evidências de que os acordos foram celebrados de acordo com a legislação da Rússia e da Ucrânia, respeitando todas as normas do Direito Internacional”, diz também a nota.

“Não podemos deixar de notar nesse caso também um óbvio teor antirrusso. Em essência, Yulia Timoshenko foi julgada pelos contratos entre a Gazprom e Neftegaz Ucrainy, acordos juridicamente válidos e que não foram revogados”, anuncia o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

"A Rússia está decidida a desenvolver e aprofundar a parceria bilateral com a Ucrânia, inclusive para a busca de soluções mutuamente vantajosas no setor de gás, como ficou acordado pelos chefes de Estado dos nossos países em Zavidovo, em 24 de setembro de 2011. Esperamos com sinceridade que esse movimento não seja prejudicado por tentativas unilaterais de retirar o tema do campo jurídico. Os contratos devem ser cumpridos”, afirma a nota ministerial.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Fragata União na UNIFIL: a maior cartada geopolítica do Brasil nas últimas décadas

Escrito por Felipe Salles




Há poucos dias, o Congresso Nacional autorizou o envio de uma fragata da Marinha do Brasil para se incorporar à Missão de Paz da ONU no Líbano, a chamada UNIFIL. Com uma duração total de cerca de oito meses, esta será, muito provavelmente, a mais longa missão ao exterior da Marinha desde os tempos do Segundo Império.





A mais de duas décadas o Governo Brasileiro abertamente ambiciona uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, e, nesta direção, resolveu começar a engajar suas forças armadas para poder se tornar um dos membros-chave do programa de Missões de Paz da organização internacional. Depois de várias atuações menores nas décadas de 50 a 80, na MINUSTAH do Haiti, desde 2004 e pela primeira vez, coube ao Brasil comandar, com muito sucesso, toda a missão militar multinacional da ONU naquele país caribenho.

Mais recentemente, a ONU convidou para assumirmos o comando da Maritime Task Force (MTF) unidade naval permanente que faz parte da missão UNIFIL no Líbano. Esta Missão de Paz existe para auxiliar o governo libanês na tarefa de estancar o fornecimento de armas vindas do exterior para o grupo islâmico Hezbolah, organização que fustiga o território israelense desde suas bases no sul do Líbano. A MTF atualmente é composta de um grupo de navios heterogêneo vindos da Alemanha, da Turquia, da Grécia, de Bangladesh e da Indonésia. Em fevereiro de 2011 o Almirante brasileiro Luiz Henrique Caroli assumiu a posição de MTF Commander.

Para compreender como isso se deu, e como a Marinha se preparou para executar uma missão tão longa, ALIDE entrevistou o CF Ricardo Gomes, comandante da Fragata União, poucos dias antesd de sua partida para conhecer todos os detalhes desta histórica aventura.





O passo a passo de um grande salto

"Desde que se decidiu que o Almirante Caroli iria comandar a MTF no Líbano a Marinha do Brasil está trabalhando para viabilizar o envio de um navio," contou o Cte Ricardo Gomes. "A Fragata Independência era inicialmente o navio cotado para ser enviado ao Líbano, mas como o processo de autorização política se alongou um pouco mais do que o imaginado, acabou dando tempo para que a Fragata União, que em 33 de maio de 2011 saiu de uma Período de Manutenção Geral (PMG) de quatro anos, concluir todas as etapas do seu programa de CIASA.

Com todos seus componentes críticos, principalmente as turbinas e motores, recém revisados e consequentemente com um alto nível de disponibilidade, foi decidido pelo envio da União no lugar da Independência. O CIASA da União coincidiu com um período de pausa nas operações de treinamento da Esquadra o que lhe garantiu todo o apoio dos outros meios para sua certificação. Fragatas, Navio-Tanque, Submarinos e aeronaves puderam ser disponibilizados prontamente, o que permitiu um programa super completo e sem atrasos.

"Soubemos da nossa escalação para esta missão lá pelo final do mês de julho, e imediatamente demos a partida na nossa preparação" contou o comandante da fragata. Ele continuou: "Nós 'herdamos' tudo o que a tripulação da Independência já tinha realizado até ali. As análises geográficas, logísticas e os checklists com os procedimentos a serem realizados antes da partida. O grande desafio não era apenas a longa duração da missão, mas principalmente o fato de ocorrer na região do Mediterrâneo Oriental, um ambiente completamente novo que para nossa Marinha. Tratamos de equipar os paióis do navio com material de manutenção e consumíveis para durar todo o período de oito meses da viagem, peças, filtros, etcetera", contou Ricardo Gomes. Tudo o que vier a ser necessário posteriormente, durante o decorrer a comissão, será gerenciado daqui do Brasil pelo Sistema de Abastecimento da Marinha.

A localização da área de atuação desta Missão de Paz, praticamente espremida entre os arqui-rivais Israel e Síria, obrigou à Marinha a enviar a União com a chamada "dotação de guerra", todos os sistemas de mísseis do navio, Aspide, Exocet e SeaSkua irão em sua quantidade máxima. Embora a missão da ONU não demande em si o uso de armas deste porte, a sua segurança e de seus tripulantes é um item inquestionável. E como o ataque israelense ao navio americano USS Liberty em 1967, e o ataque iraquiano ao USS Stark, vinte anos depois, não cansam de lembrar: basta uma rápida confusão de identidade para se perder um navio militar naquela região do mundo.Um navio "quente"

Na manhã terça-feira, dia 4 de outubro, o dia de nossa visita, na Fragata União tinha todos os seus sistemas de mísseis em faina de carregamento. O armamento foi transportado desde o Centro de Mísseis e Armas Submarinas da Marinha num pequeno navio do porte de um rebocador que, atracado na ponta do pier onde a fragata se encontrava, descarregou os contêineres de transporte dos mísseis diretamente para a sua "popinha" e para o convôo. Como procedimento padrão de segurança, todos as outras fragatas que normalmente ficam atracadas naquela área, foram reposicionadas em outros píeres da Base Naval do Rio de Janeiro. Perguntado sobre os efeitos negativos do ambiente marítimo sobre a vida operacional destes mísseis carregados para esta missão, o Cte Ricardo Gomes lembrou que: "esta não era uma das maiores preocupações desta vez, uma vez que a nossa viagem coincidirá com o inverno setentrional, com uma temperatura ambiente local oscilando, no máximo, entre 5°C e 15°C. Estes valores, felizmente, são bem abaixo dos 21°C a partir das quais as temperaturas são realmente danosas para os componentes dos mísseis". No caso dos Aspide haverá ainda uma rotação regular dos estoques do paiol para garantir que nenhum dos mísseis passe o tempo todo da viagem exposto ao tempo dentro do lançador Albatros.

Gente!

Cada uma das fragatas da classe Niterói apresenta pequenas variações no número de militares que ela pode transportar. Alguns dos compartimentos em um dos navio tem camas individuais, enquanto em outros o mesmo compartimento têm beliche ou "triliche". No caso da União ela está configurada para um máximo de 260 militares, sem contar as duas camas existentes na enfermaria. A tripulação nesta viagem está complementada por 15 membros do Destacamento Aéreo Embarcado do esquadrão HA-1, de nove membros do GruMec e de 15 Fuzileiros Navais que terão como missão compor o "Grupo de Reação contra Ameaça Assimétrica", além de velar pela segurança do navio e compor eventuais Grupos de Vistoria e Inspeção (GVI). Além disso, o navio reservou ainda 12 vagas para receber a bordo o Estado Maior do Almirante Caroli quando a União estiver na área de atuação da UNIFIL.

A operação na Maritime Task Force da UNIFIL

As zonas de patrulha da MTF se localizam sempre fora das 12 milhas marítimas do mar territorial libanês, dentro do qual, atua exclusivamente a marinha daquele país. A expectativa, neste momento, é para cada dez dias de patrulha o navio brasileiro passe três dias de descanso e reparos no porto de Beirute. Estes prazos, no entanto, podem ser alterados caso algum dos outros navios tenha um impedimento mecânico que o impeça de ir ao mar. Adicionalmente, por suas capacidade e conforto, os navios maiores como a União, naturalmente, realizam patrulhas mais longas do que os navios menores da MTF. A despeito da União suspender do Brasil com plena capacidade de realizar o tipo de inspeção característica da missão de "Maritime Interdiction Operation" (MIO) na UNIFIL, até hoje, apenas navios da Marinha Libanesa é que realizaram estas abordagens e inspeções. De qualquer maneira, haverá um oficial de ligação da Marinha Libanesa a bordo sempre que o navio estiver em patrulha.

A União usa motores de propulsão e de geração elétrica da marca alemã MTU. Através da MTU Brasil e da sua sede na Alemanha, já foram acertados as condições para a prestação de apoio técnico em Beirute, caso seja necessário, pela empresa local MTU Líbano. Os portos de Limassol, em Chipre, e de Mersin, na Turquia, serão os destinos primários da fragata brasileira caso alguma manutenção de maior porte venha a ser necessária.

Tudo nesta missão é novidade. Chegando em Beirute os tripulantes ficarão quase que 100% baseados no navio, pelo menos até que se verifique 'in loco' o nível de segurança que a cidade oferecerá aos militares brasileiros. Esta avaliação é que vai determinar que grau de liberdade de movimento os nossos marinheiros terão por lá. Por recomendação da ONU outra mudança notável já está acertada, em vez do uniforme cinza normal de serviço, quando oficiais e praças da fragata União tiverem que ir a terra à serviço eles usarão um uniforme camuflado. O macacão operativo cinza padrão será substituído por um novo modelo "OP-1" com cinto e de cor azul (mas sem as listras refletivas dos macacões franceses do São Paulo) confeccionado em material antichama similar àquele usado nos macacões de voo da aviação naval. A União se distinguirá por ser o primeiro navio da MB a adotar este novo macacão em toda sua tripulação.



A preparação para oito meses fora da base

Nos moldes do que ocorreu na participação dos Fuzileiros na MINUSTAH, todos os militares que participam desta comissão são necessariamente voluntários. Com o apoio do Núcleo de Assistência Social da Esquadra identificou-se que apenas 10 dos 190 praças do navio apresentavam problemas de cunho pessoal (parentes doentes, etc.) que os impediram de voluntariar. Para substituí-los, os demais navios da mesma classe recomendaram militares com as exatas mesmas capacitações profissionais que eram voluntários para tomar o lugar deles. A troca dos praças, no entanto, será definitiva. Aqueles que embarcam agora, passam a fazer parte da tripulação da União, e os que ficarem no Brasil passam definitivamente a pertencer aos navios que cederam seu pessoal. A União partirá com uma área médica reforçada, com um médico cirurgião e um anestesista. Como é de se esperar, houve uma grande preparação no campo da saúde por conta do Centro de Medicina Operativa da Marinha. Através de um "censo médico-odontológico", o estado de cada um dos tripulantes foi aferido antes de se confirmar sua aptidão física para sair na longa missão.

Para preparar à tripulação para uma missão completamente nova, setenta tripulantes do navio participaram de um estágio para Operações de Paz no CIASC - Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo no complexo dos Fuzileiros Navais na Ilha do Governador. Estes oficiais e praças atuarão como "multiplicadores" das informações para todos aqueles que ficaram para trás no navio. Um dos instrutores, o CF Alexandre Peres está atualmente no Líbano atuando no Staff do Almirante Caroli e deu sua palestra durante sua visita ao Rio para férias.

Uma fragata da classe Niteroi ainda melhor

Em cada um dos exercícios internacionais que ela participa, a Marinha do Brasil é sempre exposta a novos desafios, a novos requerimentos operacionais que ainda podem não ser comuns na nossa área do Atlântico Sul, mas que já o são no Golfo de Áden, Golfo Pérsico, Mar Meridional da China, os "pontos quentes" globais. O combate a ameaças assimétricas, como lanchas explosivas suicidas, por exemplo, e as abordagens de inspeção e de presa são apenas algumas destas novidades. Os relatórios de conclusão de missão escritos anteriormente tem apontado que muitos dos equipamentos padrão das fragatas brasileiras, como as velhas baleeiras, não estão adequadas para essas novas demandas. A União já esta saindo do Rio equipada com várias novidades para sanar estas limitações. A mais evidente é uma nova lancha inflável grande de casco rígido (RHIB) que substituiu a baleeira de bombordo. Para permitir a sua utilização no velho turco (guindaste) original foi colocado uma ampla barra longitudinal equipada com um novo guindaste elétrico para poder baixar a lancha, mesmo com o navio em movimento. Essa é uma solução temporária que no futuro será substituída pelo mesmo tipo de guindaste já usado na fragata Bosísio. O motor Volvo Penta com rabeta da nova lancha, tem potência de sobra para levar Grupos de Visita e Inspeção (GVI) maiores a toda velocidade até seus alvos e depois trazê-los de volta em segurança.

Para que a União cumpra bem seu papel de nau capitânia ela foi equipada com dois novos sistemas de comunicação de dados, um operando na Banda X e outro na Banda Ku. Ela recebeu, também, dois sistemas de comunicação, um FBB (Fleet Broad Band) 500 e outro FBB 250, que são "uma versão atualizada do velho serviço de voz via satélite Inmarsat", segundo o Cte Ricardo Gomes. Para entretenimento a bordo está praticamente fechado a contratação de um pacote de televisão via satélite espanhol que incluirá o canal Globo Internacional e cujo serviço atinge até a costa leste do Mediterrâneo. É fato que os canais libaneses, sejam eles falados em árabe, ou mesmo em francês, teriam pouquíssima serventia para a tripulação brasileira.

Nas asas do passadiço foi instalado, em cada bordo, um tripé fixo para sustentar um sistema LRAD (Long Range Acoustic Device - Aparelho Acustico de Longo Alcance). Esta é uma arma não-letal constituída de autofalante direcional de grande potência da empresa americana LRAD Corporation. O sistema pode ser usado de duas maneiras distintas, para mandar mensagens audíveis em qualquer língua para pessoas localizadas até 3000 metros de distância do navio e que, por alguma razão, não respondam aos contatos por rádio. Alternativamente, em distâncias menores, o ruído emitido pelo LRAD deve causar grande desconforto aos tripulantes de uma lancha ou barco não identificado que se aproxime sem autorização da fragata. Embora popular nos navios da US Navy e da marinha mercante internacional, a fragata União é o primeiro navio da MB a adotar este sistema. A opção de se adquirir um sistema "laser dazzler" para o LRAD, por ainda ser bastante controverso, acabou não sendo tomada pela Marinha.

Ainda na questão da defesa orgânica do navio, quatro novos reparos para metralhadora .50 foram instalados, dois ficam na proa, logo adiante da superestrutura e as outras duas estão no convés do chaff, a ré. Finalmente, foi implementado, para esta missão, um reforço no material de equipagem individual de armamento, aumentando o número de pistolas, capacetes e coletes a prova de bala embarcados no navio. na vespera de nossa visita a União saiu para o mar justamente para colocar a prova as metralhadoras contra alvos de superfície. As balsas salvavidas da fragata ainda tinham muitos meses de validade, porém, devido à longa duração da missão elas tiveram que ser revalidadas antes de terminar de "vencer". Por esta razão, nesta última saída de mar, a União foi obrigada a pegar as balsas da Defensora emprestadas por um dia.

Espera-se que com todas estas mudanças o navio possa ter como dispor de uma gradação mais ampla de meios de resposta a quaisquer ameaças que surjam, variando das não-letais até as letais.

A partida

A Marinha está aproveitando o exercício Tropicalex para preparar ainda mais a tripulação da União para sua missão no Mediterrâneo. Na manhã desta quinta-feira dia 6 de outubro partirão da Base Naval do Rio de Janeiro as fragatas Independência e Greenhalgh, seguidas pela corveta Barroso. Por fim virão as fragatas Niterói e Bosísio, o Navio Tanque Gastão Motta e a fragata União. O GT irá realizando exercícios até chegar ao porto de Recife no dia 13 de outubro. Lá a União se destacará da Tropicalex, partindo no dia 17, "escoteiro", com destino a sua próxima parada: Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Deixando a costa africana, haverá ainda mais uma parada em Nápoli, na Itália, antes de finalmente aportarem na capital libanesa e se integrarem à MTF da UNIFIL.

Petrobrás e Vale vão gerar energia na Antártica




O Brasil será o primeiro país a ter energia elétrica gerada tendo como matéria-prima o etanol no continente antártico. A partir de novembro, a Estação Antártica Comandante Ferraz vai substituir o diesel mineral por etanol hidratado na produção de eletricidade.

A iniciativa conta com investimentos de R$ 2,5 milhões vindos de parceria entre a Petrobrás Biocombustível, Vale Soluções em Energia (VSE) e pela Marinha do Brasil.

De acordo com o diretor de etanol da Petrobrás Biocombustível, Ricardo Castello Branco, a iniciativa abre a expectativa de criação de um novo campo de uso para o etanol brasileiro na produção de energia elétrica, além de possuir um forte efeito simbólico. “Queremos desenvolver na geração de energia elétrica limpa o mesmo conhecimento e competência que temos na área de etanol combustível”, disse Castello Branco.

O executivo explica que, a partir de novembro, será realizado um teste na estação Antártica que deve durar um ano, para que a utilização de etanol sob condições climáticas extremas seja analisada.

O teste deve consumir 350 mil litros de etanol hidratado, que serão disponibilizados pela Petrobrás, assim como o transporte até a estação. “Desenvolvemos tanques especiais para levar o etanol até lá, construídos sobre trenós para que ele deslize sobre o gelo”, explica.

Segundo o executivo, a utilização de etanol para geração de eletricidade pode ser um mercado importante no médio prazo. “Veja a necessidade de energia do Japão, por exemplo. Grandes geradores que funcionem a partir de etanol poderiam suprir parte dessa demanda”, disse.

Parceira do empreendimento, a Vale Soluções em Energia (VSE) produziu o gerador, com capacidade de 250 quilowatts. Segundo o presidente da VSE, James Pessoa, esse volume de energia é suficiente para abastecer e iluminar toda a estação de pesquisa na Antártica. A VSE é uma parceria entre a Vale (que detém 53% da empresa) e o BNDESPar (dono dos outros 47%), que investe em pesquisa, desenvolvimento e produção de sistemas de geração sustentável.

Sem aditivo. Pessoa explica que a VSE desenvolveu o gerador que opera com etanol hidratado para geração de energia. “Ao contrário do motor que desenvolvemos para ônibus coletivos que estão sendo testados em São Paulo, o gerador da Antártica não precisa de um aditivo extra e funciona apenas com o etanol hidratado puro”, disse.

A VSE também construiu geradores para a Amazonas Energia, da Eletrobrás, para produzir energia elétrica na Amazônia de forma mais limpa e reduzir a utilização de diesel na região.

Em 2012, a presença brasileira na Antártica completará 30 anos, e a expectativa é de que toda a eletricidade gerada durante a cerimônia que será realizada venha do etanol. Uma das prioridades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica.

Por meio desse programa, gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o Brasil realiza estudos sobre os impactos do aumento da concentração de gases de efeito estufa no planeta, além de pesquisas científicas sobre os fenômenos que ocorrem no continente.

FONTE: O Estado de S. Paulo
Por Eduardo Magossi

Brasil negocia participação em projetos militares com Turquia




A Turquia, aonde a presidente Dilma Rousseff chegou ontem à noite, negocia com o Brasil parceria nos campos naval e aeronáutico. As conversas com o país, membro da Otan (aliança militar ocidental), estão a cargo do ministro da Defesa, Celso Amorim.

Dois projetos em especial devem ser tratados hoje na reunião de Amorim com o colega turco, Ismet Yilmaz, em Ancara: uma participação turca no desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, da Embraer, e uma contribuição brasileira no desenvolvimento de caças para a Turquia.

Para Amorim, Brasil e Turquia devem aproveitar o fato de serem “duas potências emergentes, que compartilham visões políticas semelhantes e possuem nível de desenvolvimento tecnológico similar”.

“A indústria de defesa turca é muito desenvolvida e possui larga experiência em joint-ventures e em absorção de tecnologias. Essa experiência pode ser muito útil ao Brasil”, disse à Folha.

O KC-390 é um avião de transporte militar, que pode substituir, no mercado internacional, o americano Hércules C-130, da década de 50. A FAB (Força Aérea Brasileira), que estabeleceu os requisitos do KC-390, já anunciou querer comprar 28 aviões.

O projeto do cargueiro já tinha virado moeda de troca na licitação para a compra de caças pelo Brasil, que se arrasta há anos. A França foi a primeira a acrescentar a promessa de compra de dez unidades do KC-390 se o Brasil optasse pela compra do caça Rafale. A americana Boeing e a sueca Saab também adicionaram o tema às suas propostas.

O Brasil tem interesse em participar do desenvolvimento turco de caças de quinta geração -mais modernos do que a FAB deve adquirir por meio da concorrência. O que o país tem a oferecer é a experiência da Embraer na área de aerodinâmica.





Amorim, no entanto, descartou a possibilidade de conversar com o homólogo turco sobre “temas de responsabilidade do Itamaraty”, como a segurança no Oriente Médio, o processo de paz entre israelenses e palestinos ou mesmo o programa nuclear do Irã. Hoje, Amorim acompanha Dilma em encontro com o presidente turco, Abdullah Gül.

FONTE: Folha de São Paulo (reportagem de Isabel Fleck) via Notimp

38 anos da guerra do Yom Kippur


A Guerra do Yom Kippur, também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadã ou ainda Quarta guerra Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes liderados por Egipto e Síria contra Israel.

A guerra começou com um ataque conjunto surpresa pelo Egipto e Síria no feriado judaico de Yom Kippur. Egipto e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e na Colinas do Golã, respectivamente, que haviam sido capturados por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias.

Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 24-48 horas, após o qual o cenário começou a se formar em favor de Israel. Na segunda semana de guerra, os sírios foram empurrados completamente para fora das colinas do Golã.

No Sinai ao sul, os israelenses atacaram em uma “brecha” entre dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o canal de Suez (onde a velha linha de cessar-fogo ficava), e isolou o Terceiro Exército do Egito.

Este desenvolvimento levou as duas superpotências da época, os EUA, defendendo os interesses de Israel, e a URSS, dos países árabes, a uma tensão diplomática. Mas um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor de forma cooperativa em 25 de outubro de 1973.

Ao término das hostilidades, as forças israelenses, já recuperadas das baixas iniciais e com um esmagador poderio militar, haviam adentrado profundamente no território dos inimigos e encontravam-se a 40km de Damasco, capital da Síria, a qual foi intensamente bombardeada, e 101km do Cairo, capital Egípcia.

A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança Egípcio-Sírio-Jordaniana durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final.

Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egipto. Os Acordos de Camp David (1978), que vieram logo depois, levaram a relações normalizadas entre Egipto e Israel – a primeira vez que um país árabe reconheceu o Estado israelense. Egipto, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.




FONTE: wiki

Europeus adquirem 21 foguetes brasileiros





Por Virgínia Silveira

O Brasil se transformou em um dos principais provedores internacionais de foguetes de sondagem, veículos suborbitais que podem transportar experimentos científicos para altitudes superiores à atmosfera terrestre, por períodos de até 20 minutos. O Centro Aeroespacial Alemão (DLR) e a estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC) compraram 21 motores-foguete do veículo de sondagem VSB-30, utilizado com sucesso em mais de 11 lançamentos no Brasil e na Suécia.

O negócio, segundo o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), responsável pelo desenvolvimento desses foguetes, brigadeiro Francisco Carlos Melo Pantoja, está avaliado em € 3 milhões. Dos 21 motores comprados, segundo ele, oito são conjuntos completos - o foguete e mais dois motores - e outros cinco são do motor S-30, que será integrado em outro foguete usado pelos europeus, o americano Orion.

Segundo o presidente da SSC, os foguetes de sondagem brasileiros e especialmente o VSB-30, que já recebeu uma certificação internacional, são considerados os melhores do mundo em sua categoria. O VSB-30 substituiu o foguete inglês Black-Arrow, que deixou de ser produzido em 1979, depois de 266 lançamentos, sendo o último em 2005.

O lançador brasileiro vem sendo usado pelo Programa Europeu de Microgravidade desde 2005 e, no próximo dia 24 de novembro, fará seu 12º voo a partir do Centro de Lançamento de Esrange, em Kiruna, na Suécia. O interesse dos europeus pelos foguetes de sondagem brasileiros, desenvolvidos com a participação do DLR, no entanto, envolve outros modelos além do VSB-30.

Segundo o presidente e CEO da SSC, Lars Persson, a missão espacial Shefex II que levará, entre outros experimentos, um veículo hipersônico europeu, avaliado em 8 milhões de euros, será feita pelo foguete brasileiro VS40 M, um veículo de sondagem mais potente e veloz que o VSB-30. O VS40 M também foi adquirido pelo DLR alemão a um custo de 900 mil euros, segundo o IAE.

O lançamento do experimento Shefex II (Sharp Edge Flight Experiment) à bordo do VS40 M está previsto para fevereiro de 2012, mas uma equipe do IAE já está Base de Andoya, na Noruega, desde o mês passado, trabalhando na pré-montagem do foguete. O VS-40 M também lançará um experimento brasileiro, que consiste em uma placa de carbeto de silício. O material será utilizado na estrutura do Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA), outro projeto do IAE.

O presidente da SSC disse que a empresa também está interessada em comprar o foguete brasileiro VLM, que está em fase de desenvolvimento e poderá lançar microssatélites de 100 a 150 quilos. Persson disse que a empresa estima um mercado anual de 10 lançamentos com o VLM.

"No futuro nós pretendemos utilizar o VLM, porque ele é uma ótima opção para lançar satélites pequenos e com um custo de lançamento bem mais barato que o dos grandes foguetes", explicou. O motor do VLM está sendo desenvolvido pela empresa brasileira Cenic, que utiliza a tecnologia de fibra de carbono, responsável por uma redução de 60% no peso do motor do foguete.

Já o mercado global de foguetes de sondagem sub-orbitais, considerando apenas as aplicações civis, é de mais de 100 lançamentos anuais, para cargas úteis (experimentos científicos e tecnológicos) na faixa de 50 a 200 kg de massa e em altitudes de 100 km. Em média, segundo estimativa feita pelo diretor do IAE, cada lançamento custa da ordem de US$ 1 milhão, mas existe uma expectativa de um crescimento para 1500 voos anuais se o preço do kg de carga útil for reduzido para US$ 250.

A parceria com a SSC no programa de foguetes de sondagem, segundo Pantoja, é vista com bons olhos, pois a empresa já está envolvida com a comercialização de foguetes no mercado europeu e desta forma oferece mais possibilidades de venda do produto brasileiro fora do país.

O VSB-30, por exemplo, tem a aprovação da Agência Espacial Europeia (ESA) para realizar voos na Europa transportando cargas científicas do Programa Europeu de Microgravidade. O foguete foi o primeiro produto espacial brasileiro a ser comercializado no mercado externo e também o primeiro a receber uma certificação de nível internacional.

O desenvolvimento do VSB-30 foi feito com investimentos da ordem de 700 mil euros e o Centro Aeroespacial DLR arcou com 100% desse valor. O foguete custa cerca de 320 mil euros. "Os ganhos dessa parceria não podem ser vistos somente sob o ponto de vista financeiro. Essa sinergia tem gerado conhecimento e transferência de tecnologia para os dois lados", comentou Pantoja.

Com faturamento de 180 milhões de euros por ano e 660 colaboradores em 11 países, a SSC é especializada no desenvolvimento de câmeras imageadoras para satélites de observação da Terra, prestação de serviços de recepção de dados de satélites, pesquisas em ambiente de microgravidade e vigilância marítima através de radares, câmeras e sensores.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Super Tucano: Guatemala compra por US$ 170 milhões aviões e radares do Brasil






O Governo da Guatemala anunciou nesta sexta-feira que processa créditos no valor de quase US$ 170 milhões para comprar do Brasil seis aviões militares Super Tucano, radares e outros equipamentos destinados à luta contra o tráfico de drogas no país, ponte da droga que chega aos Estados Unidos procedente da América do Sul.
O ministro guatemalteco de Economia, Luis Velásquez, disse nesta sexta-feira a jornalistas que a Junta Monetária da Guatemala autorizou o Governo a pedir créditos internacionais para essas compras militares.
O seguinte passo, disse Velásquez, é enviar o projeto de compra ao Parlamento, que deverá autorizar o Governo a contratação de um crédito de US$ 133,3 milhões com o Banco do Brasil, e outro de US$ 33,4 milhões com o Banco Vizcaya Argentaria (BBVA) da Espanha.
Esses fundos serão destinados à aquisição de seis aviões Super Tucano da Embraer, projetado para ataque leve, contrainsurgência e treinamento avançado de pilotos, assim como três radares e equipamento para o controle do tráfego aéreo.
O coronel Rony Urízar, porta-voz do Exército guatemalteco, disse à imprensa local que com esses equipamentos se "melhorará o rastreamento e as rotas usadas pelos narcotraficantes" no território guatemalteco.
O Governo reconheceu que a cada ano trafegam pela Guatemala cerca de 20 toneladas de cocaína procedentes da América do Sul por parte de grupos criminosos internacionais que instalaram bases de operações em regiões de selva do norte do país.
O acionamento dos grupos narcotraficantes e de outros criminosos conexos, como as perigosas "gangues" ou bandos, transformou o chamado Triângulo Norte centro-americano integrado por Guatemala, Honduras e El Salvador, em uma das regiões mais violentas do mundo sem que nela esteja sendo travada uma guerra convencional.
Fonte: IG

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Paquistão prende informantes que levaram EUA a Bin Laden, diz 'NYT'

Entre os cinco detidos, um seria alto oficial do exército paquistanês.
Visita de diretor da CIA na semana passada teria levantado suspeitas.



A agência paquistanesa de espionagem militar prendeu alguns informantes que teriam levado os Estados Unidos a encontrar e matar o terrorista Osama bin Laden, segundo o jornal "The New York Times". Cinco informantes teriam sido detidos, incluindo um alto oficial do exército paquistanês.
O oficial teria passado informações sobre os carros que visitavam o complexo onde o terrorista se escondia em Abbottabad, no Paquistão, nas semanas que antecederam o ataque americano, que terminou com a morte do chefe da al-Qaeda.
Não há informações sobre o local para onde os informantes teriam sido levados.

FONTE: GLOBO.COM

terça-feira, 14 de junho de 2011

Exército se arma para defender o espaço cibernético brasileiro

DefesaNet
Agência Estado

No final do ano passado, um vírus de computador criado para atacar o programa nuclear iraniano conseguiu danificar as centrífugas de enriquecimento de urânio de uma importante usina daquele país. A empresa que descobriu o vírus, batizado de Stuxnet, o definiu como o "protótipo de uma cyber-arma que dará início a uma nova corrida armamentista no mundo". O incidente revelou um novo campo de batalha aberto pelo desenvolvimento tecnológico - a guerra cibernética.

Alinhado à sua tradição pacifista, o Brasil não planeja lançar ataques nesse campo, mas começa a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. No segundo semestre do ano, as Forças Armadas inauguram seu primeiro Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), que reunirá cerca de cem oficiais do Exército em um prédio nos arredores de Brasília.

"O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intecionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas", afirmou ao estadão.com.br o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber. Uma vez inaugurado, o novo órgão será dirigido pelo general de divisão José Carlos dos Santos.

O centro vem sendo preparado há cerca de um ano e terá como objetivo coordenar e integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica. Será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de artefatos maliciosos na rede e centro de tratamento de incidentes.

Gonçalves destaca duas características da guerra cibernética que dificultam as atividades de defesa. Uma delas é a assimetria, que faz com que uma força reduzida e bem treinada consiga causar danos em forças muito maiores. "Quanto mais sofisticada é a rede de um país, mais ela está suscetível a ataques cibernéticos", diz o coronel.

O outro elemento é a anonimidade, que prejudica a identificação do autor do ataque. Em geral, a agressão virtual é realizada por meio de computadores-zumbis, pertencentes a usuários comuns, que nem sabem que suas máquinas foram invadidas e estão servindo a outras pessoas. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Qual é o objetivo do Centro de Defesa Cibernética?

O Centro irá coordenar as ações de defesa cibernética das Forças Armadas. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica já têm programas nessa área, não estamos começando do zero, mas vamos estabelecer uma governança dessas ações, agregando valor. Teremos um simulador de guerra cibernética e um laboratório de análises de artefatos maliciosos.

O escopo é proteger as redes militares e do governo ou todas as redes brasileiras?

Trabalhamos em dois níveis: a defesa nacional, no qual as Forças Armadas têm papel preponderante, e a segurança nacional, quando entramos como força auxiliar. O Centro irá primordialmente proteger as redes militares e governamentais, e também pode contribuir para proteger as infraestruturas de informação como um todo.

A indústria bélica brasileira está preparada para contribuir nesse setor?

Na parte de software e desenvolvimento de programas, estamos bem, somos muito criativos. Na parte de hardware, na produção dos equipamentos, estamos um pouco atrasados. Mas numa avaliação geral, diria que estamos bem.

Quais as características da guerra cibernética?

Em primeiro lugar, há uma assimetria muito grande. Quanto mais um país se sofistica tecnologicamente, mais vulnerável ele fica. Quanto mais refinado é seu sistema, mais ele está suscetível a ser interferido e destruído por uma potência com uma estrutura menor. Por exemplo, se você tem uma rede wi-fi em casa, está mais vulnerável do que se tivesse apenas uma rede por cabo. E para fazer um ataque, você não precisa de muita tecnologia ou estrutura. Com uma equipe de dez pessoas mal-intencionadas e extenso conhecimento, você faz um estrago enorme em estruturas muito sofisticadas. Outra característica é a anonimidade, é muito difícil saber de onde partiu o ataque. O computador de qualquer pessoa pode ser um zumbi, sem que você saiba, e vai trabalhar em proveito de uma organização criminosa. Por isso, quando fazemos a perícia, nem sempre encontramos a origem do ataque. Na guerra de 30 anos atrás, era muito fácil saber quem é o adversário - o inimigo era quem estava do outro lado da fronteira, do rio, da ponte. Agora não, o inimigo pode estar tanto a 10 mil quilômetros de distância como dentro da sua própria organização.

Quais são as armas disponíveis?

As armas usadas para a defesa são muito similares às utilizadas para fazer um ataque, e esse é um grande problema. Temos que ter muito cuidado, se você ensina a se defender, também está ensinando a atacar. Um exemplo de arma cibernética é o Stuxnet, um vírus que prejudicou principalmente as centrífugas do Irã. É um vírus sofisticado, que ataca um determinado tipo de equipamento, alterando a velocidade das centrífugas e fazendo com que elas se autodestruam. Dizem que foi criado para atrasar o programa nuclear iraniano. Na guerra cibernética, você não precisa fazer um vírus para ataque massivo ou de destruição coletiva. Pode especificar: quero destruir as centrífugas de uma central nuclear de determinado país.

Qual o orçamento previsto para o Centro de Defesa Cibernética?

Não podemos divulgar os valores, pois eles podem mostrar tanto uma fortaleza como uma fraqueza em relação a outros países. O Exército sempre trabalha com a realidade da nação, e os valores que temos são compatíveis para fazer a defesa cibernética de um país em desenvolvimento. O orçamento disponível dará maior segurança aos nossos sistemas no espaço cibernético e é compatível com a realidade e a projeção do Brasil no cenário internacional. E, mesmo que sofra cortes, nossa missão não será alterada, apenas a data de cumprimento.

Como é a formação dos oficiais do Exército nessa área?

No setor de tecnologia, há quem nasça com um pendor nato para o trabalho, para "escovar bits", como costumamos dizer. Mas a formação é muito importante e incentivamos os oficiais a se especializarem no Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio. O IME oferece cinco cursos de mestrado e doutorado na área de defesa cibernética. Para quem estuda ciências da computação, há mestrado, e para quem se especializa em engenharia de defesa, temos mestrado e doutorado em defesa cibernética.

Embraer Vende Super Tucanos a Indonésia

Negociação do Super Tucano, da EMBRAER, com a Força Aérea da Indonésia entra em vigor
Treinamento, estações de apoio de solo e pacote logístico integrado acompanham os oito Super Tucano

DefesaNet

São José dos Campos, 9 de junho de 2011 - A venda da Embraer de oito turboélices de ataque leve e treinamento avançado Super Tucano à Força Aérea da Indonésia já está em vigor. A Companhia foi declarada vencedora de uma licitação realizada pelo Ministério da Defesa Indonésio, em novembro de 2010. Desde então, várias fases administrativas foram cumpridas, culminando no fechamento do contrato, que inclui estações de apoio de solo e um pacote logístico integrado. As entregas começam em 2012.

“Este contrato representa um passo ousado para que o Super Tucano deixe a sua marca no mundo”, disse Orlando José Ferreira Neto, Vice-Presidente Comercial da Embraer Defesa e Segurança. “Damos as boas-vindas à Força Aérea da Indonésia como o mais novo operador de um produto da Embraer Defesa e Segurança. Eles serão atendidos, e ficarão satisfeitos, com a mesma qualidade, excelência e eficiência que se estende a todos os clientes.”

O governo indonésio escolheu o flexível Super Tucano para substituir outras aeronaves e executar uma ampla gama de missões, incluindo ataque leve, vigilância, interceptação ar-ar e contra insurgência. Este é um avião maduro e comprovado que voou mais de 120 mil horas com eficiência e confiabilidade excepcionais.

O Super Tucano está equipado com as mais recentes tecnologias de eletrônica / ótica / infravermelha e laser, rádios seguros com comunicação por enlace de dados e uma inigualável capacidade de armamentos, o que o torna altamente confiável e com excelente relação custo/benefício para uma ampla gama de missões militares, mesmo em pistas não pavimentadas.

Sobre o Super Tucano

O Super Tucano é fruto de um novo projeto desenvolvido de acordo com as rigorosas exigências da Força Aérea Brasileira (FAB). Com mais de 150 aviões já entregues, é totalmente compatível com as operações de combate em ambientes complexos. O avião está equipado com o mais moderna tecnologia disponível para aviônicos, incluindo visão noturna, sensores eletro-ópticos infravermelho (Electro-Optical/Infrared – EO/IR) com apontador de mira a laser, pacote de comunicações seguras e enlace de dados.

Além da reforçada estrutura para operações em pistas não pavimentadas, o avião conta com avançados sistemas de navegação e pontaria de armas, o que lhe garante alta precisão e confiabilidade, utilizando tanto armamento convencional como inteligente, mesmo sob condições extremas. O avião requer apoio logístico mínimo para operações contínuas. O Super Tucano está em operação em cinco forças aéreas, executando com sucesso missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contra-insurgência. A frota já acumula 120 mil horas de vôo.

Embraer também fornece um avançado sistema de treinamento e suporte às operações do Super Tucano. Conhecido pelo nome em inglês, o TOSS (Training and Operation Support System), é composto por quatro sistemas: o CBT (Computer-Based Training), que melhora o aprendizado dos pilotos; o FS (Flight Simulator), simulador de vôo; o MPS (Mission Planning Stations), para planejamento de missões de navegação e ataque; e o MDS (Mission Debriefing Station), para análise dos dados e resultados das missões realizadas, todos desenvolvidos pela Embraer.

Exército do Egito faz "exames de virgindade" em mulheres

Samiha Shafy
No Cairo (Egito)

As forças armadas egípcias foram elogiadas por terem ajudado a facilitar uma revolução pacífica no seu país três meses atrás. Mas agora surgiram acusações de que os militares submeteram mulheres jovens a degradantes “exames de virgindade” naquilo que parece ter sido uma tentativa de controlar a população rebelada. Uma mulher contou a “Der Spiegel” a sua história.

Antes de descrever como soldados uniformizados a atacaram com socos e chutes, e também outras jovens, ordenando que elas tirassem as roupas, deitassem de costas em frente a grupos de soldados e abrissem as pernas para que um homem de jaleco branco as examinasse para verificar se elas eram virgens – antes de narrar essa história, esta cabeleireira acende rapidamente um cigarro e dá uma profunda tragada.

Salwa Husseini Gouda é uma mulher pequena, com lábios graciosamente curvos e olhos amendoados. A jovem de 20 anos de idade parece estar cansada nesta tarde. Ela usa calças jeans, um lenço de cabeça e uma frente única justa. Ela fuma um cigarro atrás do outro. O ar está pesado com o calor úmido e a capital egípcia está poeirenta e barulhenta, como sempre.

“Eu não faço ideia do motivo pelo qual eles me prenderam, em meio a tanta gente, na Praça Tahrir”, diz Husseini Gouda. “Eles me chamaram de prostituta e me esbofetearam”. Ela diz que ficou chocada quando o grupo a arrastou, juntamente com cerca de 20 outras mulheres, para o Museu Egípcio, e as entregou às forças armadas. “Eu não podia acreditar que o exército fosse o responsável por esse ataque”, continua Husseini Gouda. “Depois eles nos levaram para uma prisão militar, e a partir de então, a situação só piorou”.

“Tratamento chocante e degradante”

No dia em que Husseini Gouda foi presa, Hosni Mubarak, o presidente deposto do país, estava em um exílio auto imposto no resort à beira-mar de Sharm el-Sheik, durante quase quatro semanas. Um mês antes da detenção, as massas concentradas na Praça Tahrir haviam saudado as forças armadas, que assumiram o poder no país depois que Mubarak renunciou. “O povo e o exército são um só”, gritavam os manifestantes, dançando e comemorando em frente aos tanques. As mães pediam aos soldados que segurassem os seus filhos nos braços para tirar fotografias. O mundo inteiro observava o Egito com surpresa, vendo homens e mulheres, muçulmanos e cristãos, lutando lado a lado por liberdade. Então, 18 dias depois, a revolução teve resultado, com a queda do faraó. O povo foi vitorioso. Foi um triunfo que pertenceu também às mulheres – ou pelo menos era essa a impressão que se tinha na ocasião.

Quando Husseini Gouda chegou à prisão militar em 9 de março, ela diz que foi levada a uma pequena sala, juntamente com duas outras mulheres. Elas foram obrigadas a se despir e a permitir que as suas roupas fossem revistadas. Elas perceberam que havia um soldado do outro lado da janela aberta fotografando-as nuas. “Eu fiquei com medo de que eles pudessem usar as fotos para fazer com que nós fôssemos tidas como prostitutas”, conta Husseini Gouda.

Naquela noite, as mulheres foram trancafiadas em uma cela e receberam água e um pão que tinha cheiro de querosene. No dia seguinte, elas viram uma maca no corredor que dava para a cela. Um oficial anunciou que, na maca, um médico examinaria as mulheres solteiras para verificar se elas eram virgens. “Nós não pudemos acreditar no que ouvimos”, diz Husseini Gouda. “Nós pedimos que aquilo fosse pelo menos feito por uma médica, mas ele nos disse que não. Uma moça tentou resistir e foi torturada com choques”.

Várias organizações de direitos humanos estão investigando os fatos ocorridos na prisão militar de Heikstep, na zona nordeste do Cairo, entre os dias 9 e 13 de março. A Anistia Internacional pediu às autoridades egípcias que “cessem o tratamento chocante e degradante das manifestantes do sexo feminino”. O Parlamento Europeu declarou que “exames de virgindade forçados” se constituem em um tipo de tortura.

A psiquiatra Mona Hamed, do Centro El Nadeem para Reabilitação das Vítimas da Violência, documentou as declarações de várias das mulheres que foram detidas em 9 de março, incluindo Husseini Gouda. A conclusão de Hamed foi a seguinte: “A novidade é que quem esta por trás disso não é a polícia ou a polícia secreta, mas sim as forças armadas”. Ela diz que os exames de virgindade se constituem em uma mensagem de advertência à população, porque o exército deseja controlar a liberdade de movimentação dos cidadãos. Se uma mulher que participar de uma manifestação foi espancada ou presa, diz Hamed, a família dela talvez seja capaz de aceitar o fato – mas a família não aceitará a acusação de que a filha é prostituta. “Isso é uma humilhação impensável para a mulher e a sua família”, explica a psiquiatra.

Um exército confuso

Husseini Gouda não resistiu. O homem de jaleco branco se debruçou entre as suas pernas, e o procedimento não foi demorado. Ele permitiu que ela se cobrisse com um lençol, para proteger-se dos olhares dos soldados que se encontravam no corredor. “Foi horrivelmente humilhante”, afirma Husseini Gouda. Após o procedimento, todas as mulheres tiveram que assinar um formulário declarando se eram virgens ou não. Mas depois que o médico confirmou que o seu hímen estava intacto, os soldados lançaram novas acusações contra ela, diz Husseini Gouda. Dois dias depois, ela foi condenada por um tribunal militar a um ano de liberdade condicional pela suposta posse de uma arma, danos a propriedades e violação de toque de recolher.

“A situação das mulheres deteriorou-se continuamente nestas últimas décadas”, afirma Hala Mustafa, 52, cientista política e editora chefe da revista “Al-Dimuqratiya”. “Por um lado, isto se deve à islamização política provocada pela Irmandade Muçulmana e pelos salafistas. Por outro lado, o motivo é também o fato de o regime ter feito tudo o que podia para garantir que o povo se mantivesse conservador, de forma que ele não se rebelasse”.

Mustafa, com os seus cabelos castanhos claros, e usando uma pantsuit e joias, é uma das intelectuais progressistas e liberais do país. Ela acabou de cancelar uma viagem ao exterior porque não foi capaz de perder o que está se passando agora no Egito. Por um momento, um sorriso surge na sua face, o mesmo sorriso de muitas mulheres egípcias no dia de hoje, uma mistura de surpresa e orgulho. É muito cedo para fazer previsões, diz Mustafa, mas ela não está especialmente otimista: “O velho regime ainda está funcionando”.

Recentemente, a insubordinação das pessoas parece estar provocando alguma confusão para as forças armadas. Organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que milhares de egípcios foram presos, torturados e submetidos a tribunais militares nas últimas semanas. As forças armadas restringiram os direitos a greves e a manifestações, e a lei de emergência e o toque de recolher de 2h às 5 ainda estão em vigor.

“Elas já não eram virgens quando chegaram à prisão”

A jornalista Rasha Azeb, 28, experimentou a revolução em primeira mão desde o princípio. Ela também foi detida em 9 de março e levada para o Museu Egípcio. “Nós continuamos protestando depois de 11 de fevereiro, porque queríamos nos livrar do regime inteiro, e não apenas de Mubarak”, explica Azeb. “Ela usa uma fita em volta do pescoço, na qual um cartucho de munição oscila de um lado para outro”. Agora todos podem dizer o que quiserem sobre Mubarak e os membros do governo dele que foram presos, diz Azeb. “Mas sobre o conselho militar ninguém pode falar nada”.

Azeb está sentada em um terraço no centro do Cairo, de onde se vislumbra lá embaixo um verdadeiro oceano de casas cor de areia que se estende até o horizonte. “Os soldados amarraram as minhas mãos e me bateram”, conta ela. “Eles disseram que a violência estava aumentando por causa dos jornalistas. Quatro horas depois, eles deixaram que eu e as minhas colegas fôssemos embora”. Azeb diz que viu outras mulheres serem espancadas e tomarem choques no museu. Foi só dias depois que ela descobriu o que aconteceu com aquelas mulheres. Isso é intolerável, diz a jornalista. No entanto, este não é o momento para se falar sobre discriminação sexual. “Este momento diz respeito aos direitos do povo egípcio”, acredita Azeb, “e não aos direitos distintos de homens e mulheres”.

Mesmo assim, as mulheres que lutaram pela liberdade na Praça Tahrir também impressionaram o mundo precisamente porque elas acabaram com um cliché. O Relatório do Fórum Econômico Global sobre Desigualdade entre os Sexos, que avalia a desigualdade entre os sexos em 134 países, colocou o país no 125º lugar na sua lista de 2010. Quarenta e dois porcento das mulheres egípcias são incapazes de ler ou escrever e a maioria não tem uma profissão. A mutilação genital feminina é proibida no país desde 1997, sendo ainda, porém, uma prática disseminada. As mulheres que saem na capital sem a companhia de um homem podem esperar serem alvos de assédio sexual.

Na terça-feira passada, quase três meses depois que Husseini Gouda e as outras mulheres foram detidas, um general do exército finalmente deu uma declaração sobre o assunto: “As jovens que foram detidas não eram como a sua filha ou a minha”, declarou o general ao canal de notícias norte-americano CNN. “Eram mulheres que estavam acampadas em barracas com manifestantes na Praça Tahrir, e nós descobrimos nessas barracas coquetéis Molotov e drogas”. Ele disse que os exames de virgindade foram realizados para que, mais tarde, as mulheres não pudessem alegar que foram assediadas ou estupradas na prisão: “Nós queríamos mostrar que elas já não eram virgens quando chegaram à prisão”.

A Anistia Internacional classificou a ação de “uma justificativa inteiramente perversa para uma forma degradante de abuso” e pediu às autoridades egípcias que punam os responsáveis. A resposta do exército foi dada imediatamente: “As alegações dessas mulheres são infundadas”, anunciou um porta-voz do exército.

Tradução: UOL

Dilma anuncia R$ 120 milhões para vigiar fronteira

Apresentação de plano genérico faz parte das ações para mostrar que governo não está parado


BRASÍLIA - Em mais uma estratégia do governo de produzir "fatos positivos" para tentar mostrar que não está parado por conta da crise que derrubou Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira, 8, o Plano Estratégico de Fronteiras. Apresentado genericamente, o plano precisa, este ano, de R$ 120 milhões.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os resultados do plano poderão ser conhecidos pela sociedade "por meio de indicadores" a ser divulgados periodicamente pelos Ministérios da Justiça e da Defesa, sem especificar quais serão os indicadores e como poderão ser avaliados.

Em seu discurso, Dilma anunciou que seu "compromisso com esse programa é tão grande" que escolheu o vice-presidente Michel Temer para coordenar as ações dentro do governo. "É a própria Presidência da República que assume um papel ativo no controle, na avaliação, no fornecimento de instrumentos para que este plano seja vitorioso e vigoroso." Dilma acrescentou que o anúncio cumpria "compromisso de campanha que é dar prioridade à segurança pública".

De acordo com o governo, o objetivo do Plano Estratégico de Fronteiras é reduzir a criminalidade e enfrentar o crime organizado por meio da atuação integrada dos Ministérios da Justiça e da Defesa, além da cooperação com os países que fazem fronteira com o Brasil.

Segundo o ministro da Justiça, o plano terá por base duas operações: a Sentinela e a Ágata. A primeira, já em funcionamento desde o início do ano passado, "será remodelada e terá caráter permanente com elevação de 100% do efetivo empregado atualmente pelo Ministério da Justiça". Nela atuarão as Polícias Federal e Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança com apoio logístico das Forças Armadas. A Operação Ágata, explicou Cardozo, será pontual, em locais definidos como áreas que necessitam de ações naquele momento.

Comando reunido. Foi anunciada também a criação de um Centro de Operações Conjuntas (COC) onde estarão reunidos comandantes das Forças que atuam nas Operações Ágata e Sentinela para fazer o planejamento e acompanhamento das ações. O ministro da Justiça disse que gabinetes de gestão integrada serão criados em todos os Estados da fronteira para permitir a integração na operação com as unidades locais.

Ao falar dos 16 mil quilômetros de fronteira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, salientou a necessidade de integração com os países vizinhos e da troca de informações para que as operações tenham efeito. E fez um apelo aos embaixadores dos países vizinhos para que cada um apoie o esforço brasileiro. Jobim assegurou que o Brasil não irá além dos limites legais para prosseguir suas ações. "Em hipótese alguma qualquer operação ultrapassará a fronteira do Brasil."

FONTE: REUTERS

Armas no Espaço - Declaração Brasileira

A declaração nacional foi apresentada, em Viena, Áustria (07 Junho 2011), pelo chefe da Assessoria Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho e enviada ao JCEmail.


A declaração nacional foi apresentada, em Viena, Áustria, pelo chefe da Assessoria Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho e enviada ao Jornal da Ciência.

"Os efeitos da colocação de armas no espaço podem produzir um desastre global. As armas espaciais podem causar um apagão em qualquer região do mundo, destruindo satélites úteis e de primeira necessidade", declarou a delegação do Brasil perante o Comitê da ONU para o Uso Pacífico do Espaço (Copos) sobre o tema "Meios e formas de manter o espaço exterior para fins pacíficos", em Viena, Áustria, no último dia 7 de junho.

Íntegra da declaração brasileira

"O Brasil está profundamente convencido de que a Terra sem armas de destruição em massa e o espaço exterior livre de qualquer tipo de armas - abertos ambos para atividades exclusivamente pacíficas e construtivas - criam garantias reais e sólidas para o futuro de todos os Estados, todos os povos, toda a humanidade.

Vivemos os últimos 54 anos, desde o primeiro satélite artificial e o primeiro voo espacial humano, sem armas e sem conflitos armados no espaço. O Brasil deseja que esta situação continue nos próximos 50 anos. Dificilmente haverá conquista maior para comemorarmos o centenário do nosso Copuos, em 2061.

Como escreve o eminente pensador húngaro Ervin Laszlo, vivemos hoje no contexto histórico de uma 'janela de decisão'. É a primeira vez que uma espécie na Terra tem consciência de que pode se extinguir por seus próprios meios ou evoluir para um futuro incomensurável - também por suas próprias ações. Em época tão singular, ainda segundo Laszlo, 'qualquer contribuição, mesmo pequena, pode causar uma explosão que mude as tendências existentes, fazendo surgir novas correntes e processos'. A partir daí 'podemos ir tanto para um colapso como para a descoberta de nova estrutura e novas formas de operar'.

No nosso caso, isso significa que, se lograrmos manter o espaço livre de armas e de ações bélicas, abrir-se-á para nós, neste ambiente, uma situação geopolítica inteiramente nova. Mais que nunca seremos capazes de assegurar atividades espaciais exclusivamente pacíficas e de cooperação.

Por isso, a questão sobre "meios e formas de manter o espaço para fins pacíficos' é, a nosso ver, um ponto da mais alta prioridade na agenda do Copuos.

'Si vis pacem, para bellum', ou seja, 'se queres a paz, prepara-te para a guerra'. Esse conhecido adágio latino, criado no século 4º ou 5º, ainda é o paradigma da vida humana no início do século 21.

Será que estamos condenados a transpor a cultura da ameaça e do uso da força para o espaço também? É essa uma herança saudável para a nova fronteira e para as novas gerações? Como prevenir e alterar esse antigo costume, que pode ser catastrófico em nosso tempo? O que podemos fazer com paciência, passo a passo, construtivamente, para garantir ao espaço um destino exclusivamente pacífico? Essa é a nossa tarefa histórica.

Questão oportuna e prática, neste contexto, é tentar estabelecer a relação custo-benefício resultante da radical militarização do espaço, isto é, da transformação do espaço em novo teatro de guerra e sua manutenção como tal, levando na devida consideração as demandas e necessidades de segurança de todos os países.

A militarização radical do espaço, com a provável criação de novo campo de batalha, não é apenas uma questão nacional ou uma questão exclusiva das nações que realizam atividades espaciais, como se sugere com frequência. Esse é, sobretudo, um problema global extremamente grave, que afeta a todos os países, povos e nações. E isso é simplesmente óbvio.

Os efeitos da colocação de armas no espaço podem produzir um desastre global. As armas espaciais têm, claramente, alcance global e, portanto, impacto global. Elas podem causar um apagão em qualquer região do mundo, destruindo satélites úteis e de primeira necessidade, afetando as telecomunicações, a observação da Terra, o posicionamento global, a previsão do clima, os serviços de alerta e mitigação de desastres naturais, e assim por diante.

Empresas públicas e privadas podem sofrer perdas imprevisíveis e incalculáveis. Vultosos investimentos e negócios rentáveis podem desaparecer inesperadamente na imensidão do espaço.

O que ganhamos ao aceitar riscos tão grandes? A militarização radical do espaço, com a instalação de armas modernas em suas órbitas, pode reforçar a tendência de resolver as controvérsias internacionais por meio da ameaça ou do uso da força, ações totalmente contrárias aos princípios da Carta das Nações Unidas.

Esse novo quadro estratégico pode reproduzir velhas rivalidades e confrontações, além de criar novas e mais desafiadoras. E os resultados desse novo tipo de guerra fria, com o emprego das avançadas tecnologias disponíveis podem ser incomparavelmente piores do que a anterior.

Como frisou o ilustre delegado da Federação Russa nesta sessão plenária, sabemos muito bem como é difícil monitorar o cumprimento dos acordos sobre desarmamento na Terra. No espaço, esse controle será ainda mais difícil.

Também preocupa a delegação brasileira outra observação feita também pelo delegado russo. Ei-la: "A Rússia considera que as ações dos Estados que resultem no surgimento de armas no espaço e a adoção de concepções que envolvam o uso da força naquele ambiente podem minar os fundamentos morais e a lógica política do fortalecimento dos mecanismos de não-proliferação, bem como os princípios fundamentais e normas do Direito Espacial Internacional."

Ante essas graves perspectivas, a delegação do Brasil fica ainda mais convencida de que o tema de altíssima relevância da agenda do Copuos sobre "meios e formas de manter o espaço para fins pacíficos" deve ser discutido também em seu Subcomitê Jurídico - instância adequada para analisar e apreciar o mencionado efeito demolidor da colocação de armas no espaço sobre o direito espacial internacional e sobre o conceito de Estado de Direito nas atividades espaciais.

Concluindo, a delegação do Brasil considera oportuno e benéfico examinar a possibilidade de se criar uma ação coordenada entre o Grupo de Trabalho do Copuos sobre a sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais e o Grupo de Especialistas Governamentais, a ser criado em 2012, por decisão aprovada em outubro de 2010 pela Assembleia Geral da ONU, com a missão de propor medidas voluntárias destinadas a promover a segurança e a sustentabilidade das atividades espaciais, bem como o conhecimento da situação real no espaço.

Os dois grupos poderiam trabalhar de forma coordenada para adotar medidas abrangentes de transparência e confiança nas atividades espaciais. Isso significaria uma forte contribuição e um passo muito vigoroso no sentido de assegurar um espaço exterior livre de armas e de conflitos.

FONTE: DEFESA NET

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Governo detecta 34 pontos vulneráveis ao tráfico nas fronteiras brasileiras

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília






Em seu Plano Estratégico de Fronteiras, anunciado nesta quarta-feira (8), o governo federal detectou 34 pontos onde o crime mais atua nos mais de 16 mil quilômetros de divisa do Brasil com outros países. A iniciativa divulgada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ampliará o policiamento nesses locais e reforçará ações permanentes e em blitze pontuais de impacto.
Ao lado da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, Cardozo afirmou que o policiamento de fronteiras será feito em conjunto pelas polícias Federal e Rodoviária ao lado das Forças Armadas, que ajudarão na parte logística das operações. A ação conjunta, segundo ele e seu colega da pasta da Defesa, Nelson Jobim, é o principal avanço que a iniciativa traz.
Por segurança, o governo não revela quais são os 34 pontos onde o narcotráfico e o tráfico de armas e bebidas mais agem. Também não falou em quanto será gasto para dobrar o efetivo que trabalha na operação Sentinela nem informou quantos homens estarão disponíveis para as ações.
“A sociedade terá mecanismos para fiscalizar com indicadores que serão divulgados. Vamos usar indicadores cruzados”, afirmou ele. Prisões e apreensões podem estar entre os mecanismos utilizados para avaliar resultados do plano estratégico. Os pontos detectados até agora podem ser reavaliados também.
“Até porque não podemos desconsiderar que o crime tem mobilidade. Quando pressionamos um ponto, ele pode rapidamente se mover para outro”, disse o ministro. “Esses pontos servirão de orientação para o nosso trabalho.” Cardozo repetiu que os VANT (Veículos Aéreos Não-Tripulados) da Polícia Federal patrulharão fronteiras a partir de setembro.
Efetivo maior
Cardozo afirmou que o governo promoverá concursos públicos para dobrar o efetivo nas fronteiras. Ele adiantou que os mais jovens aprovados em concurso cumprirão essas tarefas e que o governo discute uma política de incentivos para os que aceitarem o trabalho nessas regiões fronteiriças.
O ministro disse ainda que a operação Sentinela será reforçada de forma permanente e que, em coordenação com o Ministério da Defesa, haverá a operação Ágata, com ações pontuais de impacto contra o crime nas fronteiras. No Ministério da Justiça, haverá uma sala de acompanhamento dessas ações.

CIGS – Centro Coronel Jorge Teixeira



Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados, aperfeiçoados ou recusados pelo EB nos últimos anos, com vistas ao seu emprego na guerra de selva. A constatação de que equipamentos receptores GPS não funcionam corretamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia. No que se refere ao armamento individual do guerreiro de selva, o EB tem, ao mesmo tempo, o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo armas de alta qualidade, como o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o Norte-americano M16A2, ambos no calibre 5,56mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62mm.




O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Para-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas Para-quedistas brasileiras e outras unidades. O Para-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate de selva, devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. (…)

O respeito que o Para-FAL conquistou entre os combatentes de selva justifica-se, por exemplo, pelo resultado de um teste realizado numa das bases de instrução do CIGS, quando um exemplar de cada do HK33, do M16A2 e do Para-FAL foram comparados, com o objetivo de determinar sua resistência às condições da floresta. Numa manhã, cada uma das armas recebeu limpeza e a necessária manutenção, de acordo com as recomendações do fabricante, foi municiada e colocada sobre cavaletes de madeira, e exposta ao Sol e à chuva durante todo o dia e a noite seguinte. Pela manhã do outro dia, um oficial retirou o HK33 do cavalete e tentou disparar uma rajada contra um alvo: a arma travou várias vezes. Ao repetir a experiência com o M16A2, verificou-se que este não disparou um só tiro, pois estava grimpado. Finalmente, o oficial dirigiu-se ao Para-FAL, conhecido como “pit-bull” entre a tropa e, surpreendentemente, não somente conseguiu descarregar todo o pente no alvo, como ainda remuniciou a arma e repetiu a dose. (…)

Mas as armas disponíveis para o uso na selva não se resumem ao fuzil, à faca de combate e ao inseparável facão de mato. Armas incomuns, como bestas e até mesmo a tradicional zarabatana dos indígenas da região, podem fazer parte do arsenal do guerreiro de selva. Os modelos de bestas usados têm grande precisão e poder de penetração, podendo atravessar um corpo humano a quase 100 metros de distância. Silenciosa e mortal, a besta é considerada uma arma excelente para eliminar sentinelas. O mesmo se aplica à zarabatana, principalmente associada a dardos com venenos cujo preparo é um segredo bem guardado pelo EB e pelos soldados indígenas que, em número cada vez maior, engrossam as fileiras dos Batalhões de Selva na Amazônia, com excelente avaliação por parte de seus Comandantes.

Besta ou balestra: arma composta de um arco acoplado a uma coronha, acionada por gatilho, que atira dardos similares a flechas. Muito usada no século XVI. A palavra besta teria sido sincopada do italiano balestra, que por sua vez deriva do latim tardio ballistra.

Zarabatana: arma que consiste de um longo tubo, pelo qual são sopradas pequenas setas. As setas têm suas pontas embebidas em curare ou outras seivas venenosas.

(…) Num conflito na Amazônia, as forças de selva do EB agiriam em pequenas frações, mas capazes de infligir pesadas perdas ao adversário, fazendo uso do seu conhecimento da floresta para desaparecer sem deixar vestígios. Dentro deste espírito, uma tática que voltou a ter força dentro do EB nos últimos anos foi o emprego de equipes de atiradores de elite (snipers), denominados “caçadores” no Exército. Uma equipe de caçadores é formada por dois sargentos, sendo um o atirador (o sniper, propriamente) e o outro o observador (spotter). A arma já testada e aprovada para o uso por essas equipes é o fuzil Imbel Fz 308 AGLC, de projeto e fabricação nacionais.

O AGLC é uma arma de precisão baseada na ação Mauser, de reconhecida e inegável confiabilidade e segurança. Com um cano flutuante, tipo “match”, forjado a frio e adaptado para o tiro com luneta, e usando munição 7,62x51mm, a arma saiu-se muito bem quando comparada a diversos tipos de fuzis de precisão de fabricação estrangeira. O tipo de camuflagem (ghillie suit) usado pelas equipes de caçadores também já teve sua eficiência determinada pelo trabalho do CIGS.

Sniper: um atirador de elite é um soldado altamente treinado que se especializa em atirar em alvos com rifles modificados de distâncias incrivelmente grandes. São também peritos em ações furtivas, camuflagem, infiltração e técnicas de observação. Atiradores de elite são o que os estrategistas militares se referem como multiplicadores de força. Colocado de uma forma simples, um multiplicador de força é um indivíduo ou uma pequena equipe que, através do uso de táticas especiais, pode causar danos a uma força muito maior. O que é impressionante sobre esses atiradores é que eles são capazes de multiplicar a força sem jamais terem que enfrentar diretamente o inimigo. Por causa da natureza de suas missões, atiradores de elite deslocam-se com muito pouco equipamento, movendo-se pacientemente sob a cobertura do mato ou da noite. Mas eles nunca andam sozinhos. Equipes de atiradores de elite frequentemente têm que ficar imóveis por horas ou dias seguidos para evitarem ser detectadas, esperando pelo momento certo de disparar o tiro. (Fonte: Robert Valdes)

AGLC: o Fuzil 308 AGLC é uma arma de precisão elaborada a partir dos componentes básicos dos fuzis e mosquetões Mauser (Mauser Action), de reconhecida confiabilidade e segurança. Este produto foi adaptado para o tiro com luneta e desenvolvido com o cano pesado flutuante, tipo “match” no calibre 7,62x51mm e forjado a frio para atender às necessidades dos que desejam uma arma com extrema precisão e, ao mesmo tempo, robusta e confiável. O Nome AGLC é uma homenagem ao grande armeiro e instrutor de “snipers”, que desenvolveu o fuzil – Coronel de Infantaria Athos Gabriel Lacerda de Carvalho, meu Comandante de pelotão na AMAN. A arma possui capacidade para 5 Cartuchos, tem 1,20m de comprimento e pesa 4,70kg.

Ghillie suit: se você já viu um atirador de elite nos noticiários ou num filme, então você provavelmente reparou naquela aparência perturbadora, meio homem, meio mato. Isso é graças a um traje ghillie. A finalidade do traje ghillie é fazer o atirador desaparecer no ambiente. A palavra ghillie é uma antiga palavra escocesa para um tipo especial de guarda caça. Os “ghillies” tinham a tarefa de proteger os animais de caça nas terras de seus Lordes. De tempos em tempos, os “ghillies” tocaiavam os animais escondendo-se no mato ou permanecendo completamente imóveis. Eles esperavam por gamos descuidados se aproximarem lentamente e então saltavam e os agarravam com as próprias mãos. Os “ghillies” levavam então seu prêmio de volta ao castelo para que o Lorde pudesse abatê-lo numa “imitação de caça”. Trajes “ghillies” são basicamente velhos uniformes militares que os atiradores modificam para sua função especial. A barriga do uniforme é reforçada com lona pesada para ajudar a acolchoar o tronco do atirador durante horas ou dias deitado sobre seu estômago. Rede de camuflagem é acrescentada ao uniforme.

Essa rede é usada para prender tiras de pano velho ou outros materiais desgastados. Trajes “ghillies” são geralmente pintados para se confundirem com o meio ambiente do campo de batalha. Elementos locais como ramos e galhos podem ser acrescentados para complementar a camuflagem do traje “ghillie”. Nada na natureza tem linhas perfeitamente retas, assim equipamento como rifles e antenas frequentemente revelam posições escondidas. Para compensar isso, os atiradores de elite fazem também pequenos trajes “ghillies” para seus rifles.

Usando os mesmos princípios de camuflagem, atiradores envolvem seus rifles com lona e com pequenas mangas que os fazem misturar-se com o ambiente. Soldados são treinados para manterem os olhos atentos para coisas estranhas ao seu redor que podem representar uma ameaça. A forma humana é uma das mais reconhecíveis na natureza. Atiradores e observadores treinados sempre procuram por cores e contornos quando tentam localizar um inimigo no mato ou outro terreno. Trajes “ghillies” ajudam o atirador a dissimular sua silhueta, esconder linhas retas no seu equipamento e dissimular sua cor no ambiente. “Com um bom traje ghillie”, explica o Atirador, “você pode se esconder num canteiro e ninguém seria capaz de vê-lo”. (Fonte: Robert Valdes)

Outra arma testada e adotada para uso por tropas de selva é a tradicional escopeta calibre 12, empregada pelos esclarecedores dos grupos de combate. Como o esclarecedor é o elemento que vai à frente da formação, precisa de uma arma com o máximo de poder de fogo, para a possibilidade de um encontro com uma patrulha inimiga. Outras armas que tiveram seu uso aprovado para guerra na selva graças aos estudos realizados pelo CIGS foram o lança-granadas de 40 mm e o lança-chamas.

Escopeta (espingardas): arma longa de caça, de cano não raiado. Utiliza, em geral, munições carregadas com múltiplos balins esféricos de chumbo. O poder de detenção de um disparo a curta distância é grande. O mesmo tiro pode atingir mais de um alvo ao mesmo tempo, se estes estiverem próximos um do outro, dois a uns 15m e a 3 até 35m. A dispersão dos balins, e a rápida perda de velocidade, fazem com que perca a eficácia a partir dos 50m.

Mas o trabalho desenvolvido pelo CIGS em busca de meios que possam fazer valer a chamada “estratégia de resistência” foi ao ponto de testar e aprovar o emprego da tradicional e popular carabina Puma, modelo Winchester, de ação por alavanca, fabricada pela empresa Amadeo Rossi, enquanto a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) fabrica sua munição, calibre 38. A idéia por trás disso era encontrar uma arma que fosse de fácil manuseio, relativamente precisa e barata, que pudesse ser distribuída para reservistas e mesmo entre a população civil, no evento de uma intervenção militar estrangeira na Amazônia, e cuja munição fosse facilmente encontrada no comércio. Nos testes realizados pelo CIGS, ficou demonstrado que a carabina Puma pode ser precisa em distâncias superiores a 100 metros. Bons atiradores conseguem tiros precisos a quase 200 metros. E, na opinião dos oficiais instrutores do CIGS, 100 metros pode ser a largura de uma margem a outra de um Rio, separando o atirador com a Puma de uma fração de tropa inimiga.

- Cachês

Uma tática desenvolvida pelo CIGS e já disseminada entre as tropas de guerra na selva é o emprego de “cachês”, como meio de pré-posicionamento de armas, munição, medicamentos, rações e outros suprimentos fundamentais às frações de tropa. Os cachês são, basicamente, depósitos de suprimentos enterrados, com a finalidade de ressuprimento de tropas nacionais, que estejam operando em nosso território, em área sob intervenção de uma nação ou força multinacional incontestavelmente superior, em meios, à brasileira. Os cachês são enterrados em locais de difícil acesso e percepção pelo invasor, mas de fácil abordagem pela tropa interessada.

Os buracos são resistentes a intempéries, forrados por madeiras nas laterais e com drenagem no fundo, sendo usados para acondicionar containers de fibra de vidro com suprimento para pequenas frações (10 a 15 homens). A camuflagem dos “cachês” é tão eficiente que eles não são percebidos por animais ou nativos.

- O Projeto Búfalo

Baseado em publicações da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS e depoimento pessoal do Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani.

O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), desde a sua criação, procurava solucionar a questão do transporte de armas, munição, água, rações e equipamentos por frações de tropa empenhadas em operações na selva. A procura de um meio de transporte eficiente e de baixo custo baseou suas pesquisas na utilização de bicicletas e animais de carga que pudessem ser adestrados para esse fim.

A primeira tentativa realizada, durante o Comando do Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, pretendia utilizar uma anta treinada desde pequena para se adaptar às necessidades operacionais observadas pelas tropas na Amazônia. Foi adaptada uma cangalha especial fixada às costas do animal dentro da qual se colocavam pequenos pesos, mas o animal jamais se adaptou e corcoveava até se ver livre da carga, não se sujeitando ao adestramento. Reproduzo, abaixo, a mensagem, bastante ilustrativa, recebida pelo grande Mestre Fregapani.

Em 1981 fizemos a tentativa com a anta. Não era nascida em cativeiro, mas já estava acostumada no zoológico. Ainda que eu tivesse tido a idéia, a condução foi do nosso veterinário, o então Capitão Camoleze. A ele pertence à glória, se houver. O mais difícil foi fazê-la obedecer; não adiantou cachimbo nem freio e bridão. Somente foi resolvido com uma argola no nariz, onde se amarrava uma corrente até um bastão. A partir de então podíamos levá-la para onde quiséssemos. As cangalhas também não deram resultado; a anta batia nos troncos como se quisesse livrar-se de uma onça que a agarrava. O que deu resultado foi um peitoral onde se prendiam duas varas, que eram arrastadas e onde se poderia colocar um bom peso, como os cavalos de índio do faroeste. Ainda penso que a anta seria o ideal para transporte de suprimento e munição. Ela come qualquer coisa, inclusive as folhas espinhentas da palma negra. Além de poder ‘puxar’ até 50 Kg ainda dá um churrasco para uma companhia, em caso de necessidade. Lamento o abandono das experiências. Outros comandantes tiveram a gentileza de me informar sobre as experiências com muares e búfalos. Claro que os estimulo a prosseguir. Muares foram usados por Plácido de Castro. Isto significa que funciona, nas trilha, é claro, e já eram usados nos seringais, o que significa que podiam ser obtidos no local. Quanto ao búfalo, é uma boa esperança. Tal como aos muares, ainda não tenho a experiência prática para ver como varariam a selva juntamente com uma pequena tropa. Desconfio que não seja fácil, mas só vendo. Numa trilha, tudo bem, mas na trilha talvez o muar seja até melhor. Penso também na praticidade para transporte aéreo e fluvial em pequenos barcos. O fato é que só experimentando e tentando que se avança, e por isto me orgulho do nosso CIGS.

Mesmo que sejamos os melhores do mundo na selva, descansando sobre os louros seremos ultrapassados. Avante, portanto. Selva! (Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani)

Nos idos de 1983, foi desenvolvido um projeto utilizando-se muares. O animal foi conduzido para a Base de Instrução Número 1, localizada no quilômetro 55 da Rodovia AM 010. Depois de serem estabelecidas metas e um cronograma de trabalho, iniciou-se a fase prática. O primeiro teste avaliou o comportamento do muar sob uma carga de 60 quilos de suprimentos, montado sobre cangalhas confeccionadas com palha. O animal deveria realizar um deslocamento “através selva” de, aproximadamente, 2.000 metros. Ao chegar ao primeiro socavão, a cerca de 800 metros da base, onde existia um chavascal, o animal empacou e se negou a ir em frente. Como os muares apresentavam sérios problemas de natureza veterinária e limitações para vencerem obstáculos naturais bastante comuns na selva amazônica, o projeto foi abandonado pela inaptidão do animal para o ambiente de selva. Mais recentemente, no ano de 2000, a Divisão de Doutrina e Pesquisa desenvolveu outro projeto empregando a bicicleta para o transporte de carga. Esta idéia surgiu a partir do estudo de técnicas especiais utilizadas pelos vietcongs na guerra contra os USA, no final da década de 60 e início dos anos 70. As resistentes bicicletas de fabricação soviética eram viáveis no Vietnã, onde a fisiografia da selva possibilitava a abertura de trilhas e o largo emprego da mão de obra farta e barata. Devido ao grande esforço físico despendido pelo homem para empurrar a bicicleta, ela não foi aprovada como sendo uma opção para a logística no interior da selva.

Histórico do Projeto Búfalo

Com a continuidade dos estudos chegou-se finalmente ao búfalo, animal já adaptado com sucesso na Amazônia, rústico e com diversas características que foram ao encontro das necessidades militares para o emprego de animais. O chamado Projeto Búfalo nasceu em 2000, e tem demonstrado ser uma das soluções para as necessidades das tropas de selva brasileiras devido à resistência do animal, sua adaptação ao ambiente e, principalmente, à sua capacidade de transportar 400 kg ou mais de carga no lombo, ou até três vezes isso, quando tracionando carroças. A primeira e única informação a respeito do emprego do búfalo, que não fosse para o consumo humano, foi baseada em uma foto de um cartão postal. Neste cartão retratava-se a utilização do animal para fins de patrulhamento pela 5ª Companhia Independente da Polícia Militar (5ª CIPM) na cidade de Soure, na ilha do Marajó- PA. Foram realizados alguns contatos preliminares para tentar viabilizar a doação e o transporte de um animal de Soure para o CIGS. Devido ao alto custo e a falta de um contato mais aproximado, optou-se por tentar conseguir um animal nas proximidades de Manaus. Foi doado um casal de búfalos com 4 meses de idade, da raça Mediterrâneo. Os animais foram transportados de Itacoatiara para o CIGS no dia 12 de junho de 2000 e, imediatamente, enviados para a Vila do Puraquequara e, de lá, em embarcação boiadeira, até a Base de Instrução Número 4.

A Divisão de Doutrina e Pesquisa apresentou ao Comandante uma proposta de trabalho que permitiu dar os primeiros passos para o Projeto, único no mundo, empregando-se animais selvagens para o transporte de carga no interior da floresta. Desde o início, foi observado que todos os militares envolvidos deviam possuir algumas características que viessem a facilitar o andamento dos trabalhos, tais como: paciência – para enfrentar a teimosia que os animais apresentavam para realizar determinadas atividades; rusticidade – para encarar as dificuldades do terreno por onde os animais se deslocavam; vigor físico – para empurrar, puxar, carregar o material, as carroças, os bolsos carregados com material, nadar com os animais nos igarapés etc. Além dessas características, deve demonstrar desprendimento e iniciativa – para enfrentar as reações adversas apresentadas pelos animais que eram inusitadas e, muitas vezes, com relativo risco para a integridade física do homem, cabendo a eles decidirem qual a melhor forma de se atingir o objetivo proposto. Com relação ao efetivo a ser empregado no Projeto, pode-se concluir que é necessário um homem para cada animal, na fase de adestramento, ou seja, desde os primeiros passos com a condução na corda, trabalho nas trilhas, nos igarapés, na alimentação dentre outras inúmeras atividades.

Colete Tático Transportador

No início do Projeto, o objetivo primordial era domesticar os animais, passando para eles características que viessem a facilitar o cumprimento das metas estabelecidas na Proposta de Trabalho apresentada. Desde a fase inicial, foi buscado o desenvolvimento de um colete que pudesse acondicionar o material que iria ser carregado, ou seja, no primeiro momento era fundamental que o animal se acostumasse com algo sobre o seu lombo. Para tanto, foi desenvolvido um tipo de colete denominado pela equipe como “colete tático transportador”. Os coletes desenvolvidos permitiram que fossem administrados gradativos pesos sobre o lombo dos búfalos, acondicionados em bolsos de tamanhos variados – todos confeccionados em lona bastante resistente. Com o andamento dos trabalhos, houve a necessidade de aprimoramento destes materiais. A cada nova investida na selva, uma nova idéia surgia e era aplicada de imediato. Com o início dos trabalhos de tração, houve a necessidade de aquisição de carroças especificamente fabricadas para este fim. Procurando-se conhecer a viabilidade e a adequação dos animais para o transporte humano, foram adquiridas, da ilha de Soure -PA, duas celas especificamente fabricadas para este fim.

Conclusão

A experiência de emprego de tropa de carregadores, durante a Operação Mura, realizada pelo 1° BIS no ano de 2000, utilizando-se militares do 12° Batalhão de Suprimentos para compor esta fração, mostrou que o homem não suportou, como se esperava, as adversidades do terreno. Após 10 dias de deslocamento com um peso médio de 30 kg para ressuprir cachês em pontos locados dentro da área de combate, a tropa se encontrava estafada e sem condições de prosseguir na missão.

Aliado a este fato, cabe ressaltar que além de ter que carregar o material a ser ressuprido, o carregador tem que levar o seu material individual (ração, munição, material de higiene, roupa de muda, dentre outros). Assim, os 30 kg que serão ressupridos mais o material do homem, eleva-se para cerca de 41,5 kg. Verificou-se que a média de deslocamento de uma tropa a pé em terreno variado, que é de 1 km/h, ficou reduzida a 0,6 km/h, tendendo a diminuir, à medida que parte da tropa apresentava sintomas de estafa, impondo-se a necessidade de se dividir o peso entre aqueles homens que ainda permaneciam na missão de carregadores. O emprego tático do búfalo em operações na selva tem por objetivo tê-lo como um colaborador, um facilitador, enfim um meio alternativo para o transporte das mais variadas cargas possíveis. Dessa forma, sua colaboração está em retirar o peso do homem, economizando esforços por parte da tropa empregada no ressuprimento, possibilitando a manutenção e o aumento do poder de combate, alongando a permanência do homem em condições de combater por mais tempo e em melhores condições. Poderá estar enquadrado em fração de qualquer nível ou com uma equipe de ressuprimento sem restrições quanto ao horário de emprego, bem como no terreno a ser percorrido, tendo em vista que o animal tem boa visão à noite e já é adaptado à vida aquática. Quanto à alimentação, não há necessidade de grandes preocupações da tropa em querer ressupri-lo, pois ele come de tudo e possui a capacidade de sintetizar proteínas de vegetais inferiores, precisando de pouco complemento alimentar, o qual ele mesmo poderá transportar.

- Defendendo a Brasileira Amazônia

Para os militares do Exército Brasileiro concluir o Curso de Operações na Selva é, certamente, uma das maiores realizações profissionais da carreira. O Centro já brevetou quase 5.000 militares brasileiros e mais de 400 representantes dos principais países do mundo, desde a sua fundação, cumprindo, com rara competência, sua missão de adestrar e avaliar tropas da Força Terrestre na Amazônia e de realizar pesquisas e experimentações doutrinárias. Esses militares serão disseminadores da doutrina, apreendida no CIGS, nas suas futuras Organizações Militares.

Alguns privilegiados retornarão ao Centro, como instrutores, formando novas gerações de Guerreiros da Selva. Ao cruzarem, pela última vez, o portão da guarda do Centro ouvirão emocionados o tradicional grito de “Selva!”, doravante se sentirão à vontade na selva, abandonaram definitivamente a pele de caça que vestiam até então e a substituirão pelo couro do predador. São combatentes prontos a defender a Brasileira Amazônia.



Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false

Fonte: Alexandre Fontoura – Revista Segurança&Defesa – Forças de Elite – 05/04/2004
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