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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Governo quebra princípio da política externa brasileira

Miriam Leitão Comentarista política

O governo assumiu, mais uma vez, uma posição errada em sua política externa nos conflitos diplomáticos entre Colômbia e Venezuela. O governo Lula quebra sistematicamente um principio que tem mais de um século da política externa brasileira: em briga de vizinho, o Brasil não toma partido de um país contra o outro. Pela tradição, o Brasil entra apenas para apaziguar os ânimos.

O governo da Colômbia denunciou publicamente que tinha encontrado armas suecas compradas pela Venezuela nas mãos das Farcs. Após a denúncia, o presidente Hugo Chávez (da Venezuela) rompeu as relações diplomáticas entre os dois países e disse que está analisando que empresas colombianas na Venezuela vai expropriar como retaliação.

O papel do Brasil seria apaziguar os ânimos. Mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse sobre esse assunto que ignora qualquer informação sobre armas das Farc, mas que o governo da Colombia é que deve uma explicação pelos rumores de que aceitaria bases americanas em seu território.

Ao mesmo tempo disse que não teve tempo de conversar com a Colombia, mas o presidente Lula já falou com Chavez e o secretário Marco Aurelio Garcia vai a Caracas.

Ora são dois pesos e duas medidas. Claro que o Brasil não gosta, jamais gostou, da idéia de bases americanas perto de nós, mas por outro lado um país não pode armar a guerrilha em outro país, muito menos sair expropriando empresas porque há um conflito entre os dois países. A Venezuela está erradíssima como sempre e o governo brasileiro aprova tudo o que Chavez faz, mas critica a Colombia.

O Brasil tomou partido. E isso tem acontecido frequentemente quando a Venezuela está envolvida. Não é sensato, nem da nossa tradição diplomática desde Rio Branco.

Comentário Blog:

Lula continua errando ao seguir tudo que seu secretário Marco Aurelio Garcia, figura conhecida como MAG, lhe ordena. Só pode ser por uma ordem, porque um presidente do Brasil que pensasse sozinho jamais se aliaria cegamente ao Chávez, que vive comandando os bolivarianos extamente contra o Brasil.

Como diz Miriam Leitão, claro que rechaçamos a ideia de bases americanas aqui perto, mas daí para Lula ter dois pesos e duas medidas ao beneficiar o ditador Chávez, tomando-lhe partido, ele já foi longe demais.

Muitos ainda vão dizer que Lula não precisava vender a alma para exportar para a Venezuela. Mas digamos que as almas de Lula, Amorim e MAG já têm dono há tempos, o Foro de São Paulo, do qual participam até movimentos esquerdistas armados.

Na verdade, não passam de grupos terroristas. E o Hezbollah na América do Sul prova isso. Já armas venezuelanas com as FARC provam muito mais. Tudo aqui ameaça o Brasil, frontalmente. Ficará assim mesmo, e até quando? Foi para fazer esse papel que os brasileiros elegeram um presidente?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Crise e Aperto Fiscal Afetam Modernização das Forças Armadas

A crise econômica e a queda da arrecadação tributária ameaçam transformar em peça de ficção os planos de reaparelhamento e modernização das Forças armadas, que ganharam impulso com a Estratégia Nacional de Defesa, divulgada em dezembro.

Os investimentos para a compra e a reforma de armamentos chegaram a ser contingenciados em até 47% neste ano, comprometendo o planejamento dos militares. Para 2010, em meio à lenta recuperação da economia, os três comandos estão pedindo um orçamento que excede em até oito vezes os níveis atuais de investimentos.

O Exército foi o primeiro a detalhar, em novo documento, seus planos de reaparelhamento e modernização para as próximas duas décadas. Preocupado com a “ocorrência de ações” que podem deixá-lo em situação de “acentuada visibilidade” na Copa do Mundo – e, possivelmente, nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro -, o Exército estima a “necessidade emergencial” de aplicar pelo menos R$ 2 bilhões todos os anos, até 2014.

“O caráter de emergência decorre do acentuado índice de indisponibilidade e do elevado grau de sucateamento que atingem todo o Exército”, diz o documento, intitulado “Estratégia Braço Forte”.

As restrições orçamentárias indicam um cenário bem menos promissor para os generais. Quase todos os contratos de defesa têm financiamentos de longo prazo, o que ameniza o problema da imediata escassez de verbas, mas o pagamento das parcelas sai do orçamento anual das Forças armadas.

Os recursos do Exército para 2009, já incluindo crédito especial para a construção do QG do Comando Militar do Planalto, alcançam R$ 458 milhões. No entanto, diante da queda de receitas tributárias com a crise, o governo deixou R$ 148 milhões contingenciados.

A tesoura nos orçamentos militares contraria a espinha dorsal da estratégia de defesa: o fortalecimento da indústria brasileira de armamentos. O plano de reaparelhamento do Exército fala em priorizar “a progressiva nacionalização e as aquisições no mercado interno”, com o desenvolvimento tecnológico de sistemas e produtos, como a viatura Urutu III, pertencente à nova família de blindados do comando.

Com o dinheiro sendo liberado pouco a pouco, torna-se mais difícil comprometer o setor privado com o desenvolvimento de projetos, argumenta Jairo Cândido, diretor do Departamento da Indústria de Defesa da Fiesp. “A indústria de defesa é diferente de outros setores.

Os projetos nascem em parceria com as empresas e elas não podem se envolver em um programa que não seja prioritário para as Forças armadas e sem compromisso de compra ao fim desse projeto”, afirma ele.

Como não há previsibilidade sobre as liberações de orçamento, Cândido nota que os militares ficam sujeitos à tentação de comprar apressadamente novos equipamentos, mesmo que seja no exterior, a fim de evitar que os recursos se percam ao término do ano fiscal. “E aí prevalece a lei do mínimo esforço: comprar um equipamento pronto em vez de desenvolver um projeto nacional de longo prazo”, complementa.

A Estratégia Nacional de Defesa, preparada pelo ministro Nelson Jobim (Defesa) e pelo ex-ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), listava 22 iniciativas – projetos de lei, decretos e planos internos – que o governo se comprometia a tomar até fim de 2010. Do total, 20 ações estavam previstas para encaminhamento até junho de 2009, mas o ministério não divulgou nenhuma delas.

Entre as medidas estava a criação de um regime jurídico especial para a indústria nacional, viabilizando incentivos tributários e desamarrando-a da Lei de Licitações. Também havia a previsão de uma proposta para garantir, de forma continuada, a alocação de recursos orçamentários sem os riscos de contingenciamento. Procurado há duas semanas, o Ministério da Defesa não informou o estágio das ações.

“É preciso alocar recursos para as Forças armadas e saber que se pode contar com essas verbas”, afirma o pesquisador de assuntos militares Expedito Bastos, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Ele cita como exemplo o Chile, que vincula 10% de suas receitas com a exploração do cobre a investimentos nas Forças armadas. “Por isso, elas conseguem manter-se no topo tecnológico”, diz. No Brasil, cabe à Marinha, conforme a Lei do Petróleo, fatia de 15% dos royalties sobre a produção de óleo em plataformas continentais, mas foram bloqueados mais de R$ 3 bilhões desde 1997.

A Marinha foi contemplada em 2009 com um orçamento de R$ 544 milhões para programas de reaparelhamento e modernização – volume 18% superior ao do ano passado -, mas os recursos efetivamente disponíveis caíram para R$ 355 milhões após o contingenciamento definido para arrumar as contas do governo.

Em plano de reaparelhamento recém-concluído, foram definidas oito prioridades. Elas incluem submarinos e torpedos – projeto que abrange a compra de quatro submarinos franceses e a conclusão do primeiro submarino nuclear brasileiro -, helicópteros, a modernização do porta-aviões São Paulo e navios-patrulha para emprego na Amazônia e no Pantanal.

O plano tem um horizonte de 21 anos, aponta projetos necessários para “proporcionar a capacidade plena de cumprir as tarefas básicas do poder naval” e está estruturado na “priorização da indústria nacional de material de defesa e na redução da indesejável dependência externa”. Para o primeiro ano de vigência, em 2010, prevê-se um investimento de R$ 4,7 bilhões. Parece algo pouco factível, já que soma oito vezes e meia o orçamento deste ano, sem levar em conta o contingenciamento.

Para o professor da UFJF, os comandos às vezes funcionam como “ilhas fora da realidade” ao elaborar esse tipo de plano. “Como podemos convencer a sociedade de que é necessário ter um submarino nuclear se ela não se sente bem atendida nos postos de saúde mais básicos?”, questiona Bastos. Ele elogia os conceitos da Estratégia Nacional de Defesa, mas acentua: “É uma carta de intenções, que precisa ser executada, mesmo que parcialmente”.

A FAB busca implementar um plano com investimento anual de R$ 1,5 bilhão. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) informou que as prioridades são os projetos “ora em andamento”, como a aquisição dos helicópteros franceses de multiemprego EC725, os helicópteros de ataque russos MI-35 e bilionário programa F-X2, para a compra de um lote inicial de 36 caças, que “representa alta prioridade devido aos aspectos estratégicos que lhe são inerentes”.

A Fiesp acredita que, no segundo semestre, estará pronto um projeto de lei complementar discutido com o governo para mudar o artigo 24 da lei 8.666/93, dando mais flexibilidade na dispensa de licitação para produtos de defesa. A federação também reivindica tratamento tributário isonômico em relação a fornecedores estrangeiros, que têm isenção fiscal nas vendas ao governo.

Cândido, da Fiesp, avalia que “há uma pauta grande de assuntos para serem enquadrados em uma série de novas legislações”, mas enaltece a Estratégia Nacional de Defesa. Para ele, é a primeira vez em que o tema é tratado como política de Estado, não de governo.

O diretor acredita que o caso dos caças do F-X2 e o dos submarinos franceses demonstram o comprometimento em negociar transferência de tecnologia e estabelecimento de parcerias comerciais. “Há uma mudança de postura do Ministério da Defesa e das Forças armadas. Acho que estamos andando.”
Comentário:

Tudo isso é verdade, mas o Lula vive alardeando que tem que modernizar as Forças Armadas para o Brasil conseguir um bendito assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Parece que nada é feito porque o Brasil precisa de Defesa, mas só porque quer ser considerado poderoso em um órgão decadente e meramente político como a ONU. Todos sabem que a OEA é insignificante. Pois digo que a ONU já caiu na mesma vala há tempos e isso ficou patente quando Bush invadiu o Iraque para pegar o ditador Saddam Hussein.

Nosso problema continua sendo de planejamento e estratégia. Nada será feito enquanto não houver 1% do PIB exclusivamente dedicado a investimentos das Forças Armadas, sem qualquer espécie de contingenciamento.

Enquanto a Marinha do Brasil perde mais que os R$ 3 bilhões de seus Royalties, o Estado do Rio de Janeiro (de onde escrevo) lucra R$ 30 bilhões com os mesmos entre 2005 e 2008, não se sabendo para qual emprego verdadeiramente útil, pois nada funciona direito.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vídeo entrevista Roberto Mangabeira Unger. Vale a pena conferir



ROBERTO MANGABEIRA UNGER
Nasceu no Rio de Janeiro em 1947, filho da poetisa e jornalista Edyla Mangabeira e do advogado alemão naturalizado estadunidense Artur Unger. Seu avô, o famosopolítico baiano Otávio Mangabeira – de cuja carreira constam postos como o de governador, senador e ministro – sempre foi o seu grande exemplo. Através dele Mangabeira conheceu e fascinou-se pelo mundo político. Educado nos Estados Unidos e no Brasil (formou-se no tradicional Colégio Santo Inácio), experimentou o contraste dos sistemas educacionais e das culturas dessas duas sociedades.
Nos Estados Unidos, Mangabeira percorreu, desde o final dos anos 60, notável percurso acadêmico, alcançando muito jovem a posição de professor vitalício daUniversidade de Harvard e, desde o início da década de 1980, a de membro eleito da Academia Americana de Artes e Ciências, uma das mais prestigiadas instituições daquele país. A amplitude e a profundidade de seus interesses no plano da teoria social contemporânea, assim como o impacto de suas formulações no pensamento jurídico americano, "mudando o currículo de muitas de nossas escolas de direito e a auto-imagem de muitos de nossos advogados", segundo Richard Rorty, acompanhada por uma excepcional erudição que lastreava seus primeiros trabalhos, logo deixavam evidentes - não só nos Estados Unidos, mas também em vários círculos acadêmicos da Europa - que surgia um scholar de extração superior que o tempo só fez confirmar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PF do Paraná testa aeronave não tripulada para vigiar fronteira

Equipamento é de fabricação israelense e tem câmeras potentes.
Não há previsão de quando a aeronave entrará em funcionamento.


A Polícia Federal (PF) do Paraná inicia, nesta quarta-feira (15), a etapa de testes com o Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), que será usado para vigiar a região de fronteira com a Argentina e o Paraguai. Ainda não há previsão de quando o equipamento entrará em funcionamento.

O equipamento é de fabricação israelense, tem cerca de dez metros de largura e autonomia de mais de 20 horas de voo. A aeronave foi comprada por meio do programa de aparelhamento da Polícia Federal, que também inclui a aquisição de binóculos de visão noturna.

De acordo com informações da PF, esta é a primeira das três aeronaves não tripuladas adquiridas pela corporação.

A aeronave funciona por meio de controle remoto e transporta câmeras que permitem a visualização de áreas, veículos e pedestres a uma grande altitude.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O que é isso? Um caça na minha varanda!?



Já pensou em acordar em um domingão de manhã, ir calmamente à varanda para conferir o tempo e se deparar com um caça passando a poucos metros de onde você se encontra? Pois foi o que aconteceu em um condomínio em Detroit. Durante uma apresentação da Marinha americana, o F18 fez um voo rasante que deixou moradores com o cabelo em pé!

"Não pude acreditar o quão baixo ele voava e o quão perto ele passou do meu apartamento. Tenho certeza de que o piloto acenou para mim", disse um morador.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Uma Pequena História da Intervenção dos Estados Unidos em Honduras

Não seria irônico se a primeira intervenção militar do governo Obama ocorresse logo em Honduras?

Eu admito que isto seria improvável, mas não impossível. Jovens presidentes democratas com pouca experiência em política externa geralmente sentem uma necessidade de demonstrar a sua disposição de usar a força. Pensem em John F. Kennedy e na Baía dos Porcos. Ou, para usar um exemplo mais pertinente, lembrem-se de Bill Clinton e o Haiti. Em 1994, Clinton enviou tropas àquele país para recolocar o presidente Jean-Bertrande Aristide no poder depois que este foi derrubado por um golpe militar.

Isso soa familiar?

No Haiti a nossa intervenção não funcionou tão bem. Aristide, embora eleito, não se revelou nem um democrata nem um déspota esclarecido. O país continuou tornando-se mais pobre e caótico. Ele acabou sendo derrubado em um outro golpe em 2004. E dessa vez o presidente Bush foi suficientemente esperto para dar uma carona ao presidente para fora do país - em vez de forçar a sua volta ao poder.

Esperemos que Barack Obama veja nisso tudo uma lição sobre os perigos da intervenção dos Estados Unidos nas questões internas de uma outra nação - algo do qual ele está bem consciente em se tratando do Irã. Mas ele parece bem menos reticente quanto a interferir nas questões internas de Israel ou Honduras.

Ele e a secretária de Estado, Hillary Clinton têm denunciado estridentemente a ilegalidade do recente golpe que derrubou o presidente Manuel Zelaya. No entanto, a questão da legalidade daquilo que ocorreu é nebulosa. O exército alegou que estava simplesmente executando uma ordem no sentido de prender e exilar Zelaya. Teria sido melhor se o presidente tivesse sofrido um impeachment ou sido julgado, de forma que pudesse organizar uma defesa legal, mas o lado anti-Zelaya apresenta bons argumentos quanto à ilegalidade das ações do presidente.

Não houve nada de legal quanto às tentativas de Zelaya de organizar um referendo fraudulento que lhe teria permitido continuar no poder, em desrespeito à decisão do Supremo Tribunal de Honduras. Ele estava nitidamente mobilizando-se - no estilo do seu patrocinador, o presidente venezuelano Hugo Chávez - no sentido de aumentar o seu poder por meios truculentos, mantendo desta forma um invólucro de democracia eleitoral de cerne oco.

Trata-se de uma situação complexa, e é difícil justificar que os Estados Unidos deveriam empregar o seu poder e prestígio para impor a volta de Zelaya ao poder. Os Estados Unidos deveriam empenhar-se em agir como um mediador honesto para ajudar todos as partes a chegar a um acordo e, mesmo se isto não acontecesse, para fazer com que o processo eleitoral voltasse a ser plenamente funcional.

Obama, Clinton e o resto do governo deveriam, sem dúvida, manifestar apoio à democracia - que significa o império da lei, e não simplesmente votações. Golpes militares não são mais a maior ameaça à democracia latina. O perigo agora são os demagogos esquerdistas que reprimem a oposição e acumulam poder em suas próprias mãos após serem eleitos. É este exatamente o perigo que muitos hondurenhos viram baixar sobre o país.

*Max Boot é detentor da bolsa Jeane J. Kirkpatrick do Conselho de Relações Exteriores para estudos sobre segurança nacional. Recentemente ele lançou o livro "War Made New: Technology, Warfare, and the Course of History, 1500 to Today" / "A Guerra Renovada: Tecnologia, Beligerância e o Curso da História, de 1500 aos Dias Atuais". Atualmente ele está escrevendo uma história da guerra de guerrilha.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

FAB substituirá frota de Hércules C-130 por novos cargueiros

Agência Brasil

BRASÍLIA - A Força Aérea Brasileira (FAB) substituirá sua frota de aviões Hércules C-130 por um novotipo de cargueiro, a jato, que será fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Para o desenvolvimento do projeto, o Congresso aprovou nesta quinta-feira R$ 305 milhões de crédito extraordinário ao orçamento de 2009 para o Ministério da Defesa.

Atualmente, a FAB dispõe de 22 Hércules, a grande maioria fabricada nas décadas de 60 e 70.

Na exposição de motivos apresentada, o relator do projeto, deputado João Leão (PP-BA), argumentou que "o acentuado grau de obsolescência (dos Hércules C-130)" resulta em um alto custo de manutenção e em um grande número de aviões inativos. Segundo o parlamentar, não existem mais no mercado mundial peças para esse modelo de aeronave.

Na sessão do Congresso, os deputados e senadores votaram exclusivamente créditos extraordinários ao orçamento. Eles aprovaram, por exemplo, crédito de R$ 492,07 milhões para execução de obras de dragagem e recuperação de portos que constam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Emenda apresentada pelo deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) determinou que parte desses recursos - R$ 9 milhões - reforce o caixa das obras de recuperação do Porto de Itajaí, parcialmente destruído pelas fortes chuvas ocorridas em Santa Catarina no início deste ano.

Também foi aprovado crédito para apoio financeiro à Palestina Também foi aprovada a destinação de R$ 25 milhões, em créditos extraordinários, para apoio financeiro à Palestina. Os recursos devem ser usados para reconstrução e desenvolvimento de assentamentos na Faixa de Gaza. Para que os recursos sejam efetivamente liberados, deputados e senadores têm que aprovar antes projeto de lei efetivando a doação. A matéria está na Câmara.

Os R$ 25 milhões a serem enviados aos palestinos não representam recursos novos do governo.

Na verdade, segundo o relator Francisco Rodrigues (DEM-RR), trata-se de remanejamento de parte do orçamento do Ministério das Relações Exteriores que seriam usados no projeto de construção de mais um prédio anexo.

Outro projeto repassou R$ 43.549.795 para a Infraero. O crédito extraordinário será usado em obras nos aeroportos de Fortaleza, Boa Vista, Salvador, Rio de Janeiro (Galeão-Antonio Carlos Jobim) e de Guarulhos e Campinas, em São Paulo.

O Congresso aprovou ainda a abertura de novos créditos no valor de R$ 42 milhões para a manutenção e funcionamento do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A., em Porto Alegre. Foram liberados ainda R$ 149,29 milhões para complementar a parte brasileira no capital da Alcântara Cyclone Space (ACS). A ACS é uma parceria estabelecida com a Ucrânia que prevê o uso do veículo de lançamento do foguete Cyclone 4, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

Também serão investidos recursos para obras de infraestrutura do Centro Espacial de Alcântara.

País tenta um tiro certeiro no tráfico

Para conter avanço do crime organizado, Exército será convocado a ajudar a PF na patrulha da fronteira com Bolívia e Peru, região que o governo considera preocupante

Edson Luiz – Correio Braziliense


O Exército vai ser a alternativa do governo para tentar diminuir o tráfico na fronteira, principalmente com Bolívia e Peru, onde foi registrado um aumento na produção de cocaína. Os militares vão fazer fiscalizações conjuntas com a Polícia Federal em áreas consideradas estratégicas. O trabalho, que hoje se restringe ao apoio logístico, será mais amplo e incluirá operações de inteligência. Além disso, a PF quer recompor seu serviço de aviação para enviar mais helicópteros para a região. O anúncio das medidas deverá ser feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias, durante o lançamento de um pacote de ações de combate e prevenção às drogas.

Ontem, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório confirmando o aumento do uso de cocaína na América do Sul.

Segundo a Polícia Federal, o avanço do tráfico de drogas já era esperado desde 2007. “O crescimento era previsível”, diz o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Roberto Troncon Filho. Porém, pouca coisa foi feita nos últimos dois anos, como mostrou o Correio na edição de ontem. O deslocamento dos laboratórios de refino de cocaína para regiões próximas à fronteira brasileira ajudou no avanço do tráfico, o que fez elevar as apreensões no Brasil. “Estamos fazendo composições com outras instituições, como a Polícia Rodoviária Federal e as secretarias de segurança pública dos estados, para trabalharmos em conjunto”, destaca Troncon.

O diretor da PF informou que, além das operações conjuntas, a Polícia Federal vai desenvolver ações que estão relacionadas ao Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) em toda a fronteira brasileira — entre elas, a instalação de novas bases fluviais na Amazônia. “Atualmente, temos apoio da Marinha em patrulhamentos, mas teremos bases próprias”, ressalta Troncon. O Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex) não confirmou a parceria com a PF, mas afirmou que a Força presta apoio logístico sempre que solicitada.

Segundo o Escritório da ONU Contra Drogas e Crimes no Brasil (UNODC), o consumo de cocaína diminuiu na maioria dos países em desenvolvimento, mas cresceu na América do Sul, onde houve ainda um avanço nas produções do Peru e da Bolívia. “No mundo, há uma estabilidade no comércio de drogas como a cocaína”, disse o chefe do escritório, Bo Mathaiasen. O secretário Nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, ressaltou que o governo está tranquilo: “No que se refere a nós, temos tomado todas as providências”, disse Uchôa.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O incrível caso de dona Jacinta

O incrível caso de dona Jacinta, condenada por sequestrar sozinha seis policiais mexicanos

EL PAÍS

Dona Jacinta tem 48 anos - ou talvez 47, não se lembra muito bem -, seis filhos, outros tantos netos, um idioma em que se expressa perfeitamente, o otomi, outro em que tenta, o espanhol, e uma barraca ambulante em que desafia o persistente sol de Querétaro vendendo neve [gelo raspado] e "águas frescas". Melhor dito, desafiava. Porque há três verões, desde que tinha 45 anos - ou talvez 44 -, a indígena dona Jacinta está na prisão, acusada - ela que mede apenas um metro e meio de altura - de sequestrar seis corpulentos agentes da Polícia Federal mexicana. Se seu deus não trouxer remédio, a senhora das neves e das águas frescas passará as próximas duas décadas na prisão, condenada por um delito que ninguém, exceto uma pessoa, acredita que ela tenha cometido. A má sorte de dona Jacinta é que essa pessoa é o juiz.
Tudo começou em 26 de março de 2006. Naquele domingo, seis policiais da Agência Federal de Investigação, sem uniformes nem placas que os identificassem como tal, chegaram ao "tianguis" - assim se chamam aqui os mercados ambulantes, desde muito antes que Hernán Cortez pensasse em viajar - da comunidade indígena de Santiago Mexquititlán e apreenderam várias mercadorias sob o pretexto de que se tratava de pirataria. Os comerciantes se irritaram, os cercaram e pediram suas identificações. Os policiais se negaram. A tensão cresceu. Chegaram mais policiais. Também chegaram mais vendedores ambulantes. A situação foi ficando cada vez mais feia até que um dos chefes policiais teve uma ideia: pagariam os danos causados e "aqui paz e depois glória". Para os comerciantes pareceu bem. Os policiais disseram então: "Vamos buscar o dinheiro". E os comerciantes responderam: "Está bem. Mas que um dos policiais fique para garantir que vocês vão respeitar o acordo". Coube ficar o agente Jorge Cervantes Peñuelas.

No outro extremo da praça, sem perceber a confusão, encontrava-se dona Jacinta vendendo sua neve e suas águas frescas. Havia chegado cedo, mas quando ouviu a última badalada para a missa das 11 deixou uma de suas filhas cuidando da barraca e entrou na igreja. Depois da reza, dona Jacinta não saiu de seu lugar de trabalho até pouco antes do entardecer. "Tive de ir à farmácia tomar uma injeção", lembra, "e pedi a outra de minhas filhas que me acompanhasse porque não sei pronunciar direito o nome dos remédios e não queria me enganar diante de tanta gente."

Foi ali, enquanto tomava a injeção, que a senhora se inteirou da atuação da polícia e da reação indignada dos comerciantes. "Quando saí, me aproximei para ver o que estava acontecendo." A chegada de dona Jacinta ao local do alvoroço coincidiu com a volta dos policiais que tinham ido buscar o dinheiro. Com eles chegou um fotógrafo de um jornal de Querétaro.

Passaram quase três anos. Dona Jacinta conta a história no pátio da prisão feminina de Querétaro. O faz de forma cronológica, sem esquecer nenhum detalhe, juntando as frases ao ritmo de seu desespero. Conta que naquela noite foi para casa com sua família e que nada de estranho aconteceu até três meses depois, até aquele maldito 3 de agosto de 2006 que não se apagará de sua memória. "Naquela tarde, quando cheguei a minha casa já estavam lá os policiais. Eles me perguntaram: 'Você é Jacinta?' Quando disse que sim, me prenderam. Vieram me buscar com armas e caminhonetes. Não tive medo, porque sabia que não tinha feito nada de mal. Disseram-me que iam me levar para depor pelo corte de uma árvore. Mas o motorista dirigia muito mal, dando guinadas, freando e acelerando. Um dos agentes me perguntou: 'E de que religião você é? Com certeza votou no PRD [o partido da esquerda mexicana]'. Respondi que sou católica e então me disse: 'Ah, desculpe'. Puxei meu rosário e comecei a rezar o pouquinho que sei de memória. Quando cheguei ao juizado, tive de assinar muitos papéis escritos em espanhol, papéis que não entendia". Depois de muito tempo, quando a senhora se atreveu a perguntar por que estava ali, a resposta a deixou gelada: "Por sequestrar seis policiais federais".

Dona Jacinta não mede mais que um metro e meio. Diz que a comida da prisão não lhe agrada e por isso emagreceu, mas que quando entrou pesava mais de 80 quilos. Um perfil difícil de coordenar com a acusação de sequestradora de seis policiais de elite, fortes, treinados para lutar com criminosos. Nada disso serviu em sua defesa. Nem mesmo o fato de que em suas primeiras declarações nenhum dos policiais falou dela nem de ninguém parecido. Só muito tempo depois os investigadores repararam que aquele fotógrafo de Querétaro tinha tirado um instantâneo dos minutos finais do incidente. E ali, na terceira ou quarta fila, aparecia dona Jacinta na atitude pacífica de alguém que olha, que só passava por ali. Mas a identificaram, verificaram onde morava e foram buscá-la. O processo judicial desembocou em uma condenação de 21 anos de prisão pelo sequestro dos seis agentes.

Todo esse relato, tudo o que se encontra aqui, foi transcorrendo no mais absoluto silêncio - semana após semana, mês após mês -, até que uma organização mexicana de direitos humanos, o centro Miguel Agustín Pro Juárez, decidiu intervir. E agora dona Jacinta, pelo menos, abriga certa esperança. Animada por essa ilusão, nesse canto do pátio da penitenciária, fugindo do mesmo sol que ela desafiava com suas neves e águas frescas, a indígena vai contando sua vida, que é a de milhares de outras Jacintas. Que começou a vender chicletes pelas ruas do Distrito Federal aos 7 anos, que não foi à escola porque seus pais não tinham dinheiro para sapatos nem para cadernos, que aos 10 anos a puseram para cuidar de cabritos, que aos 14 teve seu primeiro namorado, que fugiu com ele aos 15 e teve sua primeira filha aos 16. Que nunca aprendeu espanhol nem soube, até que esteve detida, o que significava a palavra "advogado" ou a palavra "provas". Também conta que até os 45 anos - ou talvez 44 - foi feliz. Que até então - isso ela não diz, mas há mil estatísticas que o demonstram - não havia provado o sabor amargo que têm no México esses três ingredientes juntos: mulher, indígena e pobre.

DE: Pablo Ordaz
TRadução:Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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