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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Caças Mirage F-2000 prontos para a CRUZEX IV


Na tarde desta quinta-feira, ouviu-se pela primeira vez na CRUZEX IV o som estrondoso do avião de caça Mirage F-2000, da Força Aérea Brasileira (FAB). Assim como o rugido inconfundível do jaguar, que na natureza impõe respeito ao ser ouvido, o Esquadrão que leva o mesmo nome do felino chega à Natal para o exercício de guerra. Na turbina a temperatura ultrapassa 750ºC e empurra a esguia aeronave a uma velocidade de 2.100 km/h.

As seis aeronaves, que aterrissaram em solo potiguar, compõem o Esquadrão Jaguar, comandado pelo tenente-coronel Arnaldo Lima Filho. Ele explica que os Mirage 2000C já participaram de outras edições da Operação Cruzeiro do Sul, sob o comando dos franceses, mas que agora estréiam na CRUZEX IV pilotados por brasileiros. “O esquadrão Jaguar participou da CRUZEX II, em 2004, com os antigos Mirage F-103, mas agora vamos consolidar nossa doutrina de Defesa Aérea com essa aeronave”, explica o coronel Arnaldo.

Sediado na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) integra o Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo. Os jaguares voam tão rápido que a distância entre Goiás e Natal foi percorrida em apenas uma hora e meia, isso sem utilizar a velocidade máxima. No caminho, sobre o céu baiano, o Esquadrão fez um reabastecimento em pleno vôo (REVO), a partir de um avião reabastecedor da FAB.

Fonte: Albery Lúcio/UFRN/CECOMSAER - Fotos: S1Delgado e S2 Sérgio/CECOMSAER

Tradição e modernidade nas asas do Senta a Pua


O 1º Grupo de Aviação de Caça do Brasil chega à CRUZEX com a novidade do F-5 modernizado
30/10/2008

Em 1944, a Itália recebia o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) da Força Aérea Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial. Orgulho da nação, o grupo realizou 445 missões, 5% do total efetuado pelos grupos subordinados ao comando americano e, ao final, foi condecorado com a Presidental Unit Citation (uma honraria concedida pela presidência dos Estados Unidos aos aliados de guerra, por extraordinário heroísmo). Hoje, 64 anos mais tarde, recebemos o mesmo grupo, com os pilotos atuais, na pista da Base Aérea de Natal. Neste caso, o conflito é fictício, mas a responsabilidade de mostrar um bom desempenho é grande.

O “Senta a Pua”, como são conhecidos devido ao seu grito de guerra, veio de Santa Cruz, Rio de Janeiro, num trajeto que somou duas horas e meia de vôo. O tenente -coronel Antônio Ramirez Lorenzo foi do Grupo por sete anos. Durante esse tempo, participou de operações conjuntas com a França e Estados Unidos. Afastou-se para trabalhar junto ao Centro de Comunicação Social da Força Aérea Brasileira, mas teve a grande oportunidade de ser designado de volta, desta vez como Comandante do mais tradicional grupo de aviação de caça do país. Esta é sua primeira CRUZEX como piloto: “A expectatia é a melhor possível, nós vamos colocar em prática todo o treinamento que fizemos ao longo do ano, além do intercâmbio com outros países, que é muito importante” afirmou.

Os F-5EM, aviões utilizados pelo “Senta a Pua”, vieram para a CRUZEX não apenas pelo treinamento aéreo em si, mas com o propósito de adaptação dos pilotos às novas alterações. A nomenclatura agora ganha um M de modernizado. O F-5EM possui alta tecnologia, originada de Israel e desenvolvida pela Embraer.
Equipada com telas digitais, a cabine foi projetada para todas as condições de tempo. A configuração permite o controle total dos sistemas através de comandos instalados no manche e na manete de potência. Três telas multifuncionais e um visor que projeta informações ao nível dos olhos, evita que o piloto desvie o olhar para o painel. Essas e outras adaptações fazem dessa aeronave uma máquina tecnológica que coloca o Brasil no contexto mundial da aviação de caça. “É uma sensação de orgulho muito grande ter a oportunidade de comandar o esquadrão num momento como este”, finaliza Lorenzo.

Fonte: Catarina Doolan/UFRN/CECOMSAER - Fotos: S1 Delgado/CECOMSAER

Inteligência, Reconhecimento e Vigilância à serviço da CRUZEX IV



Esquadrão Guardião garante o monitoramento da Operação
30/10/2008

Por volta das dez horas desta quinta-feira, 30/10, o Esquadrão Guardião chegou à Base Aérea de Natal para integrar o quadro de aeronaves participantes da Operação Cruzeiro do Sul (CRUZEX IV). As três aeronaves E-99, do Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (2º/ 6º GAV), vieram da Base Aérea de Anápolis, Goiás, num vôo direto de duas horas e meia.

“É a segunda vez que o Esquadrão Guardião participa da Operação. As expectativas para este ano são as melhores possíveis”, afirmou o Tenente-Coronel Kennedy Menescal, piloto do esquadrão. Para contribuir, os boletins meteorológicos sugerem céu aberto nos territórios da CRUZEX IV e a estrutura da Base, uma das maiores do Brasil, vai ajudar os pilotos neste exercício.

O modelo E-99 é muito importante para a Aeronáutica por ser equipado com um exclusivo sistema de radar multimissão Doppler de alta performance. Sua missão é fazer a vigilância do espaço aéreo brasileiro e também controlar outras aeronaves em missões de ataque – para onde a aeronave for, o radar estará junto, facilitando as operações de monitoramento dos aviões. Segundo o Tenente-Coronel Menescal, a aquisição dessas aeronaves são de extrema importância para a defesa das fronteiras do País.

Fonte: Bruna Wanderley e Larissa Marinho /UFRN/CECOMSAER - Fotos: Johnson

Esquadrão Adelphi aterrisa na CRUZEX IV



As cinco aeronaves AMX irão integrar a coalizão no exercício de guerra
30/10/2008

O Esquadrão Adelphi, Primeiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação (1º/16º GAV), sediado na Base Aérea de Santa Cruz, Rio de Janeiro, aproveitou a grande autonomia de suas aeronaves para vir sem escalas para a Operação Cruzeiro do Sul (CRUZEX IV). Os aviões aterrissaram em terras natalenses na manhã desta quinta-feira, 30 de outubro, com suas cinco aeronaves tipo A1 Falcão, popularmente conhecidas como AMX.

O vôo direto para Natal foi tranquilo e a rota seguida foi de duas horas e quarenta minutos, sem precisar de nenhum reabastecimento. Segundo o Major Marcos Marschall, um dos pilotos do esquadrão, esta grande autonomia de vôo é um dos diferenciais desta aeronave e permite que o Esquadrão consiga voar mais longe e com maior segurança.

O A1 é um avião de ataque e reconhecimento por suas características tecnológicas, que o permite voar em baixas altitudes. Além de ter boa autonomia, pode ser reabastecido em pleno vôo. Tudo isso permite ao Adelphi alcançar pontos distantes, desviar dos sistemas de radar inimigos e alcançar seus alvos em um menor espaço de tempo. Para se ter uma idéia, a velocidade média desse avião é de 950 km/h, isso significa quase 12 vezes mais rápido do que um carro de passeio convencional e mais que o dobro da velocidade máxima de um carro de Fórmula 1.

Neste ano, o Esquadrão Adelphi comemora 20 anos. Em homenagem a esta data, um adesivo comemorativo foi aplicado nas laterais das aeronaves. Seus aviões vão atuar na CRUZEX ao lado da coalizão, ajudando o País Azul a lutar na guerra simulada. “É muito bom estar em Natal novamente. A gente aprende muita coisa com uma manobra internacional e as expectativas são as melhores possíveis. Vamos ganhar essa guerra!”, afirmou Major Marschall.

Tempo bom para a CRUZEX

O céu claro e com poucas nuvens anuncia que as condições climáticas parecem favoráveis para a realização da CRUZEX. Mas essa informação não é ao acaso, porque uma equipe de cinco oficiais especializados em meteorologia vêm realizando um trabalho fundamental na avaliação das condições climáticas. “ O tempo deve ajudar em todos os sentidos, a meteorologia prevê boas condições para a realização do exercício. Tudo indica que as variações de tempo serão bastante pequenas, com dias de chuva em poucos períodos...” ressaltou o Major Carlos Matschinske, responsável pelo departamento de meteorologia da operação.

O levantamento de dados meteorológicos projeta estimativas para até três dias, com um índice de acerto superior a 90%. Um estudo detalhado sobre as estatisticas climáticas do mês de outubro, dos anos anteriores, tornou possível a montagem de uma base de dados que permitiu, inclusive, escolher a melhor época para se realizar esse exercício.

Diariamente, todas essas informações são repassadas para os comandantes envolvidos na CRUZEX, um processo importante para o planejamento de estratégias de vôo. Através de uma previsão meteorológica precisa, os pilotos podem se preparar, com antecedência, para qualquer imprevisto nas missões.

Aviões de caça começam a chegar em Natal


Quando se fala em guerra, imaginamos logo vários aviões de caça que voam sobre os territórios de combate realizando manobras precisas e radicais. Numa simulação não é diferente, os pilotos realizarão os mesmos procedimentos de vôo. Para a Operação Cruzeiro do Sul (CRUZEX IV), a Base Aérea de Natal (BANT) começou a receber nesta quarta-feira (29/10) os esquadrões que participarão da ação nos próximos dias.

O primeiro a chegar foi o Esquadrão Flecha, que utiliza aviões A-29, também conhecidos por Super Tucanos. Criado em 2004, o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (3º/3º GAv), é sediado na Base Aérea de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Depois de uma viagem que contou com escalas em Anápolis (GO) e Petrolina (PE), as quatro aeronaves foram recebidas pelo belo pôr-do-sol da cidade de Natal.
O Esquadrão Flecha é responsável pelo patrulhamento da fronteira oeste do Brasil, na divisa com o Paraguai e a Bolívia, complementando o trabalho dos esquadrões de Roraima e Rondônia. Além disso, também atua no combate a vôos ilícitos, em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Civil.
Algumas características que tornam os aviões A-29 especiais é a capacidade de carregar até 1.500 kg de armamento e, ainda, poder operar em pistas com condições precárias, tanto de dia quanto de noite. Tudo isso faz do Super Tucano a melhor aeronave turboélice disponível no mercado mundial. Não é a toa que ele é super.
Com 27 anos de idade, o tenente Fábio Matias chega à Natal para participar da CRUZEX pela primeira vez e aguarda com expectativa o ínicio da Operação. “Estamos participando da Operação para trocar experiências com os pilotos estrangeiros. A manobra vai ser muito importante pro nosso esquadrão”, diz.

Fx2 - Concorrência entre as três finalistas para a venda de 36 aviões fica acirrada




Aeronáutica receberá proposta para jatos

Márcio de Morais - Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5

Brasília., 30 de Outubro de 2008 - A aeronáutica brasileira programou realizar esta tarde, em Brasília, uma reunião com as fabricantes de aviões Boeing (Estados Unidos da América), Dassault (França) e Saab Gripen (Suécia) na qual formalizará o pedido de oferta para aquisição de aviões do tipo caça multiemprego, em substituição à frota de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), considerada superada desde a década passada.

As aeronaves que disputam o mercado militar brasileiro são o F-18 Super Hornet (Boeing), o Rafale (Dassault) e Gripen NG (Saab). A entrega do primeiro lote (36 unidades) está prevista para 2014, com vida útil de 30 anos, em substituição aos modelos Mirage 2000, F-5M e A-1M.

No despacho desta tarde, a Comissão Gerencial do Projeto FX2, que conduz o processo de seleção e aquisição da frota, vai formalizar a entrega do Request for Proposal (RFP) e estabelecer o prazo para a devolução da proposta pelos fabricantes. A definição do vencedor só será anunciada pelo governo no próximo ano, pois a avaliação técnica das propostas passará nos próximos meses por uma bateria criteriosa de análises.

A Assessoria de Comunicação da FAB informou que a definição do prazo de entrega das propostas vai depender, porém, da negociações com as fabricantes no decorrer da reunião desta tarde.

As fornecedoras foram selecionadas entre seis empresas internacionais que se candidataram na primeira fase do processo, em meados do ano, e da qual foram excluídas as fabricantes Eurofighter Typhoon, Lockheed Martin (F-16) e Sukhoi (SU-35). Os investimentos iniciais estimados para o programa alcançam US$ 2,2 bilhões.

O número total de aviões pode ser ampliado para 120, mas nenhum desses dados tem confirmação oficial da Aeronáutica. A justificativa é que tudo vai depender da RFP. No documento, diferentes configurações e os interesses militares envolvidos serão confrontados com o orçamento disponível para o Programa FX2, para avaliação e escolha de um modelo que ofereça o máximo possível de comodidades e dispositivos tecnológicos de alta performance.

O Programa FX teve início no governo Fernando Henrique Cardoso, com o lançamento de uma licitação que acabou suspensa em 2003, logo após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na retomada do processo, em 15 de maio deste ano, o programa foi rebatizado de FX2.

A FAB informou à Gazeta Mercantil que a reunião, embora prevista no cronograma da Comissão Gerencial do Projeto FX2, ainda pode ter a data alterada, pois o processo negocial com as empresas permite mudanças no cronograma a qualquer momento, razão pela qual preferiu não informar o local e o horário onde a reunião será realizada.

Em jogo, o novo papel do Brasil no continente

Marcelo Ambrosio - Jornal do Brasil

A qualificação dos três caças para o projeto FX-2 mostra como o programa de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira mudou de eixo, sobretudo pela ausência russa na reta final. Na concorrência anterior, o Sukhoi russo era favorito pela formidável combinação de poderio aéreo, aviônicos estratégicos (radar do tipo BVR, ou Beyond Visual Range, capaz de abater um alvo a 80 milhas de distância), capacidade de manobra e pacote offset (a contrapartida comercial).
Vários pilotos brasileiros que o testaram surpreenderam-se com a capacidade do jato de desafiar a física, fazendo movimentos impossíveis graças à Vetoração de Empuxo, na qual a ponta das duas turbinas mexe 45 graus para qualquer lado. Os russos fazem até cavalo-de-pau no ar com esse equipamento. Outro ponto positivo era o raio de alcance, que permitia ao Sukhoi chegar à Venezuela, interceptar e retornar a Anápolis, onde fica a 1ª Ala de Defesa aérea, encarregada desse controle.
A reviravolta mostra que os americanos fizeram o dever de casa para serem favoritos – tanto o Rafale (pelo preço) quanto o Gripen (pela pequena autonomia) tinham poucas chances antes. Há seis meses dois graduados nomes do programa F-18 Super Hornet (um deles veterano da primeira Guerra do Golfo) estiveram em Brasília para conhecer a real necessidade da FAB. Anotaram tintim por tintim, principalmente o interesse por um equipamento capaz, a esta altura, de se contrapôr aos Sukhoi 35 que a Rússia havia entregue a Hugo Chávez, fator que teria pesado na desclassificação. O F-16 oferecido antes estava, por isso, fora de cogitação.
A decisão de transferir tecnologia (BVR e mísseis ar-ar) para o Brasil se insere na contenção enxergada pelos EUA na América do Sul, na qual o Brasil passou a ter peso. Além de criar a configuração necessária, a Boeing também investiu em outro campo: deslocou uma engenheira brasileira para o programa para trazer o F-18 Super Hornet o mais para dentro da cultura brasileira. O jato é made in USA, mas feito sob medida para os padrões operacionais da FAB.
FAB quer mais detalhes de caças

Pedido de Oferta acirra concorrência entre as três finalistas para a venda de 36 aviões

Vasconcelo Quadros - Jornal do Brasil

Encarregada de operar a substituição da frota de caças supersônicos da Força Aérea Brasileira (FAB), a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 entregou ontem aos representantes da três empresas finalistas – a americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Saab – um Pedido de Oferta, conhecido em inglês como Request For Proposal (RFP), sobre as propostas de cada uma das fabricantes. O projeto de reaparelhamento da Força aérea Brasileira envolve gastos de US$ 2,5 bilhões na primeira fase, com a compra de 36 caças de multi-emprego, cuja entrega deve começar em 2014 em substituição à atual frota de Mirage 2000, F-5M e A-1M.

Os três caças finalistas são F-18 E/F Super Hornet (peso vazio 13,830 toneladas, 4,88 metros de altura e 13,62 metros de envergadura), da Boeing; o Rafale (9,060 toneladas, 5,3 metros de altura e 10,80 metros de envergadura), da Dassault; e o Gripen NG (6,622 toneladas, 4.5 metros de altura e 8,4 metros de envergadura), da Saab. As empresas devem responder ao pedido, com detalhamento das especificações sobre aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos, industriais, compensação comercial e de transferência tecnológica até o dia 2 de fevereiro do ano que vem, data em que começa uma nova etapa deste que deverá se transformar no maior negócio da história da aviação militar brasileira.

Além da substituição, o governo brasileiro quer ampliar seu exército do ar, completando, a médio prazo, uma frota de 120 aeronaves. A Aeronáutica não fala em valores, mas no mercado de aviação estima-se em cerca de US$ 56 milhões o preço de cada caça.

A partir de fevereiro os especialistas da Aeronáutica definem uma nova etapa do negócio, que será composta por visita aos fabricantes e avaliação das aeronaves. Uma vez definidos e atendidos os requisitos operacionais, a comissão passará a considerar também os valores estimados pelos fabricantes.

Um termo de confidencialidade assinado entre a Aeronáutica e as três finalistas evita que vazem detalhes técnicos do projeto, mas sabe-se que os dois pontos mais importantes para o governo brasileiro obrigam que a vencedora se comprometa a transferir toda a tecnologia empregada na fabricação da aeronave e ofereça compensações comerciais atraentes. Ao garantir esses dois itens no negócio, o Alto Comando da Aeronáutica quer o Brasil conquiste espaço para desenvolver sua indústria de aviação para fabricar ou participar do processo de produção de caças de 5ª geração.

O resultado da concorrência deverá ser conhecido até outubro do ano que vem, quando então será assinado o contrato de compra do primeiro lote de 36 aeronaves. O Alto Comando da Aeronáutica quer um avião de ataque moderno, adaptado à realidade brasileira e que o negócio estimule o desenvolvimento de uma indústria nacional de aviões de defesa. Vencerá a empresa que atender o conjunto de exigências da Aeronáutica, cujos detalhes são mantidos em sigilo. Os três finalistas são apresentados em nota do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica em ordem alfabética para evitar especulações sobre quem está com vantagem. A novidade nessa nova fase do projeto, que começou a ser discutido em 1992, mas teve de ser suspenso em 2000, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é a inclusão do F-18 E/F Super Hornet, da Boeing.

As três empresas se dizem aptas a atender as exigências operacionais da FAB. A direção da Boeing chegou a destacar, assim que foi incluída entre as finalistas, que o governo americano havia adotado uma "avançada postura" ao concordar com a transferência de tecnologia. A francesa Dassault contava com a vantagem de ser a fabricante dos caças Mirage que integram a atual frota brasileira. E a sueca Saab, controladora da Gripen International, chegou a inaugurar, na semana passada, um escritório em Brasília, com a finalidade de "estabelecer um relacionamento mais duradouro com o governo brasileiro, com o objetivo de proporcionar o fortalecimento das parcerias tecnológicas com o país". Como se vê, as três estão preparadas para a guerra comercial.

O Alto Comando da Aeronáutica informou, através do Centro de Comunicação Social, que todas as empresas disputam em igualdade de condições e que no final vencerá quem atender os requisitos apresentados pela Comissão Gerencial do Projeto F-X2. O Pedido de Oferta formalizado ontem abre uma nova etapa na seleção, acirrando a concorrência entre as finalistas. No início de outubro, quando decidiu-se pela lista reduzida, a comissão eliminou três empresas que desejavam participar: a americana Lockheed Martin, fabricante do F-35 Lightning II, o consórcio europeu Eurofighter, do Typoon, e a russa Rosoboronecxport, que concorria com o Sukhoi SU 35, o modelo de caça considerado favorito disparado entre os pilotos.

As autoridades brasileiras negam, mas os rumores que circularam no mercado apontam que o motivo da eliminação da Rosoboronecxport teria sido o medo do governo americano de que a presença russa na América do Sul pudesse ser ampliada em função da parceria já existente entre Moscou e o governo Hugo Chaves, na Venezuela. Fontes do mercado acreditam que a rapidez com que a Venezuela adquiriu os caças também pesou na eliminação. O Ministério da Defesa informou, em nota, que a seleção seguiu critérios técnicos exaustivamente analisados e elaborados pela comissão, onde um dos itens que mais pesou foi a transferência de tecnologia.

AERONÁUTICA CUMPRE MAIS UMA ETAPA DO PROJETO F-X2

Ministério da Defesa
Comando da Aeronáutica
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA


Em continuidade ao processo de seleção dos novos caças multi-emprego para a Força Aérea Brasileira (FAB) e cumprindo o cronograma pré-estabelecido, o Comando da Aeronáutica informa que, por meio da Gerência do Projeto F-X2 (GPF-X2), nesta quinta-feira, 30 de outubro, procedeu à entrega do Pedido de Oferta às empresas participantes selecionadas na short list, listadas aqui em ordem alfabética:

1 - BOEING (F-18 E/F SUPER HORNET),
2 - DASSAULT (RAFALE) e
3 - SAAB (GRIPEN NG).

A partir do recebimento do Pedido de Oferta (Request For Proposal – RFP, em inglês), as empresas terão até o dia 2 de fevereiro de 2009 para apresentarem suas propostas, as quais serão submetidas a profundas análises, com base nos requisitos estabelecidos pelo Comando da Aeronáutica.

Nesta etapa, as empresas devem detalhar os aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos, industriais, de compensação comercial (Off set) e de transferência de tecnologia.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA

Fonte: CECOMSAER

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Brasil será o 7º maior consumidor de energia em 2030, mostra estudo

Do Valor OnLine

País ultrapassará Coréia do Sul, Grã-Bretanha, França e Alemanha.
China deverá assumir a posição de maior consumidora do mundo, diz FGV.
Nos próximos 22 anos, o Brasil passará da 11ª para a 7ª posição entre os maiores consumidores de energia do mundo, segundo apontou um estudo divulgado nesta quinta-feira (30) pela consultoria Ernst Young, em parceria com a FGV Projetos, da Fundação Getúlio Vargas.



Os dados apresentados mostram que, no intervalo mencionado, o consumo brasileiro passará das 223,2 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), consumidas em 2007, para 468,7 milhões de tep em 2030.

No período, o Brasil irá ultrapassar países como Coréia do Sul, Grã-Bretanha, França e Alemanha, que atualmente consomem mais energia. À frente do Brasil em 2030 permanecerão Canadá, Japão, Índia, Rússia, Estados Unidos e China. Aliás, os chineses ultrapassarão os americanos, figurando como os maiores consumidores mundiais em 2030, com 5,347 bilhões de tep.

Um dos organizadores do estudo, o coordenador do Núcleo de Economia da FGV Projetos, Fernando Garcia, disse que a escalada do Brasil no ranking dos maiores consumidores será incentivada principalmente pelo potencial hidrelétrico do país e pela utilização cada vez maior do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, além do crescimento da economia.

Investimentos

O estudo mostra que a demanda brasileira por energia crescerá 3,3% ao ano até 2030, acima da média mundial, estimada em 2,6%. Para suprir essa demanda, serão necessários investimentos da ordem de US$ 750 bilhões nos próximos 22 anos, especialmente na ampliação da oferta de petróleo e gás natural, além de geração de energia elétrica. O montante representará cerca de 3,8% dos investimentos mundiais em energia do período.

No contexto mundial, a China deverá assumir a posição de maior consumidora do mundo já em 2010. Com uma imensa reserva de carvão, ao redor das 96 bilhões de toneladas, o país asiático deverá utilizar intensamente esse combustível para gerar eletricidade, o que acarretará em uma "pressão crescente da comunidade internacional para que o país reduza os níveis de emissão de gás carbônico", ranking que a China deverá passar a liderar em 2015, de acordo com o estudo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

FX2 Proposta da Boeing é para "ganhar"


Boeing pronta para participar de licitação de US$ 2,2 bi no Brasil

INDÚSTRIA AERONÁUTICA/DEFESA - Americana negocia com fornecedores brasileiros compra de componentes

Fonte: Gazeta Mercantil Por ANA PAULA MACHADO E JÚLIO OTTOBONI - SÃO PAULO E SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)

Para se preparar para a licitação dos 36 caças militares promovida pelo governo brasileiro a Boeing iniciou as conversas com fornecedores nacionais para fabricação dos jatos F-18 Super Homet. Segundo o vice-presidente do programa F-18 da Boeing, Bob Gower, hoje a empresa tem reunião marcada com 30 fornecedores brasileiros. "Já estamos estruturando uma rede de fornecedores, caso nossa proposta seja a escolhida no processo de licitação", disse o executivo.

O processo brasileiro para a compra dos caças será feita pelo regime off set, onde haverá transferência de tecnologia e também obrigatoriedade de utilização de produtos e peças nacionais. "E uma grande oportunidade para trabalharmos com o Brasil sob o ponto de vista de mercado e também poder acessar a rede de fornecedores que há no país. Todo esse processo será alavancado para o benefício do Brasil", disse Gower.

Além da Boeing concorrem nessa licitação a sueca Grippen e a francesa Daffault, que formou um consórcio com a Embraer. "Nessa licitação temos que olhar três aspectos, o militar, em que acredito que nosso avião é um forte candidato, a relação entre governos e também a questão da indústria aeronáutica, se há empresas capacitadas para receber nossa tecnologia", disse Gower. "Vai ser um processo político".

A Boeing participará da licitação brasileira com o caça F-18 Super Hornet, e segundo Gower, as configurações do sistema operacional do avião já foram aprovadas pelo governo norte-americano. "Temos todo apoio do governo dos Estados Unidos para a venda dos caças para o Brasil. Já passamos pelo processo de aprovação da configuração dos jatos, já que teremos que transferir tecnologia. Somente a questão das armas que equiparão os jatos é que depende de aprovação do governo", explicou. Segundo ele, o governo brasileiro publicará amanhã as especificações que deverá conter os jatos. "Queremos ter um cliente na América do Sul. Esta é a nossa meta", disse Gower,

A divisão de defesa da Boeing é responsável por 48% do faturamento total da empresa, que no ano passado atingiu US$ 66 bi¬lhões. A divisão realizou 370 entregas este ano e tem em carteira 24 pedidos firmes do governo australiano e 506 dos EUA.

O processo de renovação dos caças brasileiros, chamado Projeto FX, se arrasta desde 2002, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criou o projeto para aumentar a fiscalização das fronteiras do Brasil.

O governo brasileiro deverá comprar 36 jatos mas tem potencial para mais de 120. Está em jogo um contrato que, num primeiro momento, pode atingir um total de US$ 2,2 bilhões.

O Programa FX começou a ser articulado em 1995 devido a necessidade de substituição dos caças Mirage 3, considerados totalmente obsoletos. O Ministério da Defesa optou por comprar 12 jatos Mirage 2000-C usados, fabricados na década de 80 e de uso da força aérea de Israel, num custo de € 80 milhões. A medida paliativa foi adotada devido a urgência em reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB) enquanto a concorrência era constituída.

Em janeiro de 2003 a concorrência do Programa FX foi suspensa por determinação do presidente Lula. Isto ocorreu em seu segundo dia de governo devido ao corte de despesas e investimentos no programa social Fome Zero. Em outubro do mesmo ano o Comando da Aeronáutica foi comunicado da intenção de se retomar o processo e os participantes foram informados que deveriam atualizar as propostas apresentadas.

O fato de a indústria aeronáutica russa estar desenvolvendo um jato comercial na faixa dos 100 lugares, um futuro concorrente da Embraer, pesou contra a Sukhoi que está excluída do processo apesar de haver se aliado com à brasileira Avibras Indústria Aeroespacial. A Embraer também projetou a unidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, para tocar seus grandes projetos militares.

Exército Brasileiro adquire solução de comunicações via satélite

O Centro de Imagens Geográficas do Exército (CIGEx), subordinado à Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), assinou contrato com a Arycom Comunicação Via Satélite visando o fornecimento de solução completa de comunicação a ser utilizada na produção de mapas cartográficas no Projeto Radiografia da Amazônia. O contrato, que foi anunciado ontem (28) inclui o fornecimento de doze terminais e serviços BGAN (Broadband Global Area Network, ou, Comunicação Global em Banda Larga), da inglesa Inmarsat, além de painéis solares para alimentação do sistema, permitindo sua utilização nas mais remotas áreas da região.

“A Arycom sente-se honrada de ter vencido os processos licitatórios de fornecimento da solução completa de comunicação via satélite para o CIGEx para tão nobre missão desenvolvida na Região Amazônica. Com isso, pode colaborar na proteção e desenvolvimento do patrimônio nacional do Brasil. A tecnologia dos satélites Inmarsat representa o que há de mais avançado em telecomunicações globais, o que permitirá o desempenho adequado para a missão que é realizada pelo Exército Brasileiro, seja levando comunicação a pontos remotos, gerando imagens ou levantando de dados. Estamos muito felizes em fornecer essa tecnologia ao Exército,” disse em noa Svante Hjorth, diretor-presidente da Arycom.

O BGAN está disponível para utilização no Brasil desde junho deste ano, sendo o primeiro sistema de comunicação móvel via satélite que permite a transmissão simultânea de voz e dados em banda larga, num único aparelho portátil, em âmbito global, graças à rede de satélites geoestacionários da companhia inglesa Inmarsat.

O Projeto Radiografia da Amazônia foi iniciado este ano e deve ser concluído apenas em 2015. O projeto é resultado de um acordo firmado entre a Casa Civil e as Forças Armadas, e deverá gerar cerca de 20 mil cartas topográficas da região Amazônica, especialmente de áreas onde não existem mapas na escala 1/100 mil. As imagens serão geradas por sensores aerotransportados da empresa Orbisat, de São José dos Campos (SP), e também pelos aviões R-99B, da Força Aérea Brasileira (FAB).

Por dentro do Dassault Rafale

Em operação há algum tempo no seu país de origem, o caça francês está na disputa para fazer parte da Força Aérea Brasileira
A Dassault começou a trabalhar no demonstrador de tecnologia Rafale A em março de 1984 e seu roll-out aconteceu em 14 de dezembro 1985. Era um monoposto muito elegante, com canards e asas em delta, equipado com dois turbofan. O demonstrador realizou seu primeiro vôo em 4 de julho de 1986 e seu potencial foi tão impressionante que o Ministério da Defesa da França fez um pedido em abril 1988.

A primeira encomenda de série previa três versões do Rafale: o monoposto Rafale C (por Chasseur, Caça) para o AdA (Força Aérea); o biposto Rafale B (por Biposto) para o AdA; e o monoposto Rafale M (por Marine Naval) para a Aeronavale. Embora não fosse especificado no início, a Aeronavale também decidiu, mais tarde, obter um biposto Rafale BM.

O protótipo C01 do Rafale C realizou seu primeiro vôo em maio de 1991. Embora dois protótipos do Rafale C tenham sido planejados, o segundo foi considerado redundante, mas dois protótipos, os M01 e M02, foram construídos para o Rafale M. O M01 voou pela primeira vez em dezembro de 1991 e o M02 o seguiu em novembro de 1993.

A aeronave

O Rafale C caracteriza-se por ter mudanças destinadas a reduzir sua assinatura de radar (RCS), tais como contornos melhorados da fuselagem, uso de material absorvente de ondas de radar (RAM) e um canopy dourado. De fato, durante um tempo, no início dos anos 1990, a Dassault anunciou o modelo como Rafale D, com o “D” significando “Discreet”.

Na aeronave também se destaca o uso mais amplo de materiais compostos que no Rafale A, o que reduziu tanto a RCS quanto o peso da aeronave. Ele é relativamente pequeno para um caça biposto, com um peso vazio que ultrapassa em cerca de 1 360 kg o do monomotor Lockheed Martin F-16C e um peso máximo de decolagem aproximadamente 4 535 kg maior.

O Rafale é impulsionado por dois turbofan Snecma M88-2, com empuxo unitário de 50 kN (11 240 lbf) sem pós-combustão e 75 kN (16 860 lbf) com pós-combustão, equipados com sistema de gerenciamento total dos controles do motor (Fadec). As entradas de ar dos motores são fixas.

O Rafale se caracteriza por suas asas baixas de enflechamento composto e os canards totalmente móveis montados logo atrás do cockpit. As asas têm elevons em toda a envergadura e slats nos bordos de ataque. Há também um freio aerodinâmico em cada lado da fuselagem, antes da cauda. É aerodinamicamente instável e está equipado com comandos fly-by-wire (comandos elétricos) para poder manter um vôo estável. Tem um ótimo desempenho em pistas curtas, porém, um pára-quedas de frenagem está alojado abaixo da deriva.

O avião possui trem de pouso triciclo. A perna dianteira tem duas rodas e se recolhe para atrás, enquanto as pernas principais estão equipadas com uma roda cada fechando sob as asas. O Rafale foi projetado para ser confiável e de fácil manutenção sob as austeras condições do campo. Está equipado com um canhão de 30 mm GIAT 791B, montado no duto do motor direito. Com uma cadência de disparo de 2 500 tiros por minuto, pode transportar 125 projéteis.
Para o armamento externo, o Rafale possui 14 pontos duros, incluindo os dois trilhos de ponta de asa para os mísseis ar-ar (AAM) destinados ao combate aéreo a curta distância ou para os geradores de fumaça usados nos shows aéreos; três suportes sob cada asa; pontos dianteiros e traseiros para AAM em cada lado da fuselagem e suportes dianteiro e traseiro sob a linha central. A capacidade de carga externa total é de 9 500 kg.

Dentre os AAM que o Rafale pode transportar, destacam-se o míssil buscador de calor Matra/BAE Dynamics Magic e o Matra/BAE Dynamics Missile d’Interception, de Combat d’Autodefense (MICA/míssil para a interceptação, combate e autodefesa). É um míssil extremamente ágil, de relativamente longo alcance, e vem em duas versões, incluindo o MICA IR, um buscador de calor e o MICA EM (Eletromagnética), que tem um buscador ativo de radar.

O MICA IR tem capacidade “launch before lock”, ou seja, que pode ser lançado antes de “travar” no alvo, permitindo seguir alvos distantes sem dar aviso de sua aproximação por meio de um sinal de radar. O MICA EM tem capacidade “disparar e esquecer”. Em missões de defesa aérea, o avião pode carregar até 10 MICA.

O Rafale também poderá transportar o míssil de longo alcance Meteor BVRAAM (míssil ar-ar além do alcance visual) da Matra/BAE Dynamics. Enquanto outros aviões podem carregar bombas e pods de foguetes não guiados, a tendência atual é pela munição inteligente.

A aeronave tem capacidade para transportar bombas guiadas por laser Paveway, de fabricação norte-americana, utilizando o pod de localização de alvos Thales Damocles pode ser equipada com os mísseis de cruzeiro Matra/BAE Dynamics Apache e Scalp. Ambos os mísseis são parecidos externamente, porém, o Apache transporta uma carga de submunição, enquanto o Scalp carrega uma única ogiva de penetração.

Os Rafale franceses poderão levar, também, o pod de reconhecimento digital Reco NG (Reconnaisance Nouvelle Generation ou reconhecimento de nova geração), o qual pode conter sensores eletroópticos para dia ou noite. O ponto duro traseiro central do Rafale e os dois internos de cada asa são “molhados”, ou seja, podem ser utilizados para transportar tanques de combustível. Cada um dos cinco pontos pode carregar tanques de 1 150 litros.

Os pilotos do Rafale utilizam assentos ejetáveis Martin-Baker Mk 16F do tipo “zero-zero” (zero altitude e zero velocidade), inclinados a 29º a fim de aumentar a tolerância do piloto às forças G, sob um canopy que abre para a direita. Um sistema Obogs (geração de oxigênio a bordo) está instalado para eliminar a necessidade de transportar tanques de oxigênio. O piloto controla a aeronave com um pequeno manche lateral instalado no lado direito e uma manete no lado esquerdo, estando ambos equipados com controles do tipo HOTAS (mãos na manete e no manche).

O avião tem um “glass cockpit” e uma completa suíte de aviônica de combate. O “glass cockpit” é surpreendentemente austero e, provavelmente, representaria um choque para um piloto dos dias dos relógios e indicadores analógicos. Inclui um HUD (hud-up display ou visor frontal) holográfico e grande angular, para mostrar a maioria das informações importantes, utilizando uma sofisticada simbologia, além de duas grandes MFD (telas planas multifuncionais) com os comandos nas telas.

O Rafale B é muito parecido ao Rafale C, exceto, evidentemente, pelos dois assentos em tandem. O cockpit é coberto por um canopy inteiriço que abre para a direita. Ele tem um peso vazio de aproximadamente 350 kg mais que o Rafale C e menos capacidade interna de combustível.

Ataque dos EUA na Síria 'deixa oito mortos'


Ataque dos EUA na Síria 'deixa oito mortos'

BBC - Via O globo

Autoridades da Síria informaram que soldados americanos em helicópteros realizaram neste domingo um ataque em um vilarejo do país perto da fronteira com o Iraque, matando oito pessoas.

Segundo um porta-voz do governo sírio, entre as oito pessoas mortas estaria uma mulher. O ataque teria ocorrido na área de Abu Kamal, a oito quilômetros da fronteira com o Iraque, leste do país.
"Quatro helicópteros americanos violaram o espaço aéreo da Síria por volta das 16h45, horário local", (11h45, horário de Brasília) informaram a televisão estatal síria e a agência de notícias Sana.

Segundo as informações divulgadas no país "soldados americanos" que saíram dos helicópteros atacaram um prédio civil ainda em construção e dispararam contra os funcionários que estavam no local, causando oito mortes.

"Os helicópteros então deixaram o território sírio em direção ao Iraque", informou a agência Sana.

Os Estados Unidos informaram que ainda estão investigando o incidente. Um porta-voz militar americano não confirmou as informações.

"É uma situação em desenvolvimento", informou.


'Ato agressivo'

O Ministério do Exterior sírio convocou o enviado americano a Damasco para entregar seu protesto contra o ataque.

"A Síria condena este ato agressivo e responsabiliza as forças americanas por esta agressão e todas as suas repercussões", afirmou uma autoridade do governo à agência de notícias Sana.

A imprensa oficial síria informou que o enviado iraquiano também foi convocado pelo governo do país.

Se o ataque for confirmado, será o primeiro de forças americanas dentro do território sírio, informou a repórter da BBC Natalia Antelava.

A agência de notícias Sana informou que os soldados americanos "abriram fogo contra os trabalhadores" dentro do prédio em construção, "incluindo a esposa de um dos guardas da construção, levando à morte de oito civis".

Entre os mortos também estariam um homem e seus quatro filhos e um casal.

A área onde ocorreu o ataque, o vilarejo de Sukkiraya, fica perto da cidade de Qaim, já no Iraque, perto da fronteira. Esta região tem sido um ponto de passagem para combatentes, armas e dinheiro, que entram ilegalmente no Iraque para abastecer a insurgência sunita.

O governo americano acusa a Síria de não tomar providências para resolver o problema.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ministro visita em São Paulo maior fabricante de munição do hemisfério

José Romildo

Ribeirão Pires (SP) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou na última segunda-feira (20/10), em Ribeirão Pires (SP), a sede da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), maior fabricante de munições do Hemisfério Sul. Durante a visita, Jobim elogiou os esforços da empresa de elevar continuamente os padrões tecnológicos e de segurança em seus produtos, responsáveis pelo alto conceito conquistado pela empresa brasileira nos exigentes mercados da Europa e Estados Unidos. Os produtos fabricados pela CBC possuem certificados de aprovação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e dos órgãos fiscalizadores de qualidade dos Estados Unidos.

A visita do ministro e de sua comitiva faz parte de um trabalho de aproximação da indústria nacional de Defesa, que deverá receber incentivos a partir da aprovação da Estratégia Nacional de Defesa, em discussão no governo. Desde sua posse, em julho de 2007, o ministro tem visitado indústrias do setor em todo o país, para conhecer as vantagens dessas empresas, suas fragilidades e suas potencialidades, em relação à disputa com os concorrentes estrangeiros.

Com duas plantas no Brasil, em Ribeirão Pires e Montenegro (RS), e outra em Nassau, na Alemanha, a CBC exporta atualmente US$ 100 milhões em munições leves para os mercados da Europa, América do Norte e Ásia, disse o presidente da empresa, Antonio Marcos Moraes Barros. Acrescentou que esse valor só não é maior porque o Brasil ainda aplica alíquotas sobre as exportações para alguns países.

Jobim afirmou que considera positiva a inserção da CBC no mercado mundial, fortalecendo dessa forma o perfil da indústria brasileira de defesa. Para o ministro, a indústria nacional não deve se limitar a buscar fornecedores no mercado interno, mas deve estar atenta às boas parcerias com países da América do Sul que permitam que haja um crescimento conjunto na região.

Acompanhado de Moraes Barros, dos demais diretores, e do presidente do Conselho de Administração da CBC, Daniel Birmann, o ministro Nelson Jobim percorreu as instalações da empresa. O ministro estava acompanhado do comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar, Juniti Saito; e do secretário de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa, General-de-Exército José Carlos De Nardi, além de outras autoridades civis e militares.

Como é a vida dos soldados que monitoram 11.500 quilômetros na Floresta Amazônica

Matheus Leitão, de Manaus

Aru é um fenômeno natural comum da selva amazônica – e aparentemente inofensivo. Presente durante todo o ano, mais intenso na estação da cheia, ele é causado pela alta umidade e gera neblina na copa das árvores. É aquela cerração que, vista de cima, parece uma camada de algodão sobre a floresta. Em junho passado, essa fina névoa ensinou uma vez mais que, na selva, nada deve ser menosprezado. Um helicóptero Pantera, do Exército, tentou furar o Aru que se formara no fim de uma tempestade sobre um afluente do Rio Amazonas. Ele se desorientou e desabou na água. O piloto, capitão Marco Aurélio da Silva Martins, morreu na hora. Outros quatro tripulantes sobreviveram.

Não é fácil a vida de militar na Amazônia, onde eles estão cada vez mais presentes. Há profissionais de todas as regiões do país – também índios amazônicos. O capitão Daniel Rosar Fornazari, de 34 anos, curitibano, foi transferido há dois anos para Manaus. Casado com Taís, de 29, ele é pai de dois filhos, Pedro, de 6, e Beatriz, de 3. Fornazari faz parte de um movimento gradual, organizado pelas Forças Armadas, que leva para lá batalhões e serviços outrora destinados a proteger outras áreas. Eles chegam com a missão de tomar conta de um pedaço cada vez mais importante do solo brasileiro. Em 1950, havia apenas mil homens para controlar a fronteira amazônica. Hoje, são 25 mil. Ao todo, cinco brigadas já foram transferidas das regiões Sul e Sudeste, como a de Niterói (Rio de Janeiro), removida para São Gabriel da Cachoeira (Amazonas), e a de Santo Ângelo (Rio Grande do Sul), que foi para Tefé (Amazonas).

Fornazari, especialista em confecção e análise de mapas, é o militar típico da geração atual. Saiu da terra natal para se formar em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul). Ali, casou-se. Voltou ao Paraná e serviu em Castro por três anos, quando chegou o primeiro filho. Foi novamente para o Rio Grande, em Jaguarão, onde nasceu a caçula. Três anos se passaram e nova mudança: desta vez para Manaus, onde a família inteira sentiu o choque da temperatura. “Foi horrível. A adaptação ao calor foi complicada, meus filhos tiveram alergias fortes. Agora, soubemos que vamos mudar de novo”, diz Taís, o rosto coberto de suor, numa vila militar distante uns 15 quilômetros do Comando Militar da Amazônia (CMA), quartel-general central de defesa da Amazônia, em Manaus.

As casas simples, em terrenos de 700 metros quadrados, idênticas, todas brancas, dão a impressão de uma cidade cenográfica. O capitão Fornazari e a família partem, em janeiro, rumo a Brasília. “A gente se acostuma com essa vida de nômade”, afirma ele. Taís interrompe para dizer que só não se acostuma com os preços altos dos hortifrutigranjeiros em Manaus: “O que custa 50 centavos no sul, aqui é R$ 5, como a alface. Ou a caixa de morangos, de R$ 3 para R$ 10. Tudo vem de avião”.

Naquela imensidão territorial, com pelo menos 3,5 milhões de quilômetros quadrados, o trabalho de Fornazari é fundamental. Ele faz mapas, detalhados, precisos. No ano passado, dedicou-se a desenhar mapas das unidades de conservação (UCs), para que o Exército possa conhecê-las melhor e, assim, protegê-las. As UCs são locais a preservar, guardados para o futuro do país. O presente é o calor, a rotina dura e a sensação de que a feira tem preços que exorbitam.

Nesse capítulo, Taís não está sozinha na luta da calculadora pela salada de cada dia. O tenente Viviene Cristina Walz de Freitas, de 27 anos, também é oficial do Exército. Formada em Direito, entrou para a vida militar por concurso há poucos anos e também faz parte da modernização do efetivo. Aprovada no Paraná, veio para Manaus em 2006. É assessora jurídica do CMA. “Aqui, a alimentação é cara, mas todos os militares do país deveriam passar por aqui para ter a noção da importância da Amazônia”, diz ela. Fornazari ou Viviene teriam de investir R$ 1.800 se quisessem visitar os familiares no Sul – algo que raramente fazem.

A realidade material é áspera e, no caso do helicóptero Pantera que matou o capitão Marco Aurélio, resvala para a tragédia. O Pantera foi muito usado pelos americanos no Vietnã. Arma desenhada meio século atrás, lembra um mundo com muros que não existem mais. Tecnologicamente ultrapassado, faz parte de um lote comprado na metade da década de 80. Agora, com o acidente, somente 11 deles estão ativos numa faixa de fronteira terrestre de 11.500 quilômetros, mais de quatro vezes a extensão da fronteira dos Estados Unidos com o México, violada diariamente por migrantes ilegais, drogas e toda espécie de trânsito indesejado. Com seus 40 anos de uso cotidiano, são também numericamente insuficientes para o desafio. “É muito pouco. O ideal seria, pelo menos, dobrar a frota”, afirma o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia.

Heleno é um comandante popular. A tropa o seguiu no Haiti e o acompanha na Amazônia não apenas pela inescapável disciplina, mas também pelo jeito dele. Do comando em Manaus, responde pela proteção de uma das fronteiras mais complexas do planeta. Do lado brasileiro, seis Estados que correspondem a 42% do território nacional. Do lado de lá, sete países, cada um com seus “contenciosos latentes”, para usar um termo militar do próprio general.

Há velhos e novos perigos. O mais novo e preocupante: o crime. Narcotráfico, contrabando, garimpo ilegal, extração de madeira, tráfico de animais silvestres, biopirataria, tudo isso se protege na imensidão da floresta. Há também reivindicações de etnias indígenas. Há até as Farc, que, mesmo enfraquecidas, requerem atenção. O terreno é do tipo aquático, com pelo menos 22.000 quilômetros de vias navegáveis, transformadas na principal porta de entrada de drogas manejadas por competentes narcotraficantes. Enquanto isso, as tropas montam guarda com os mesmos fuzis automáticos leves desenhados por engenheiros belgas em 1964, depois fabricados no país. São os outrora badalados FAL, agora quarentões, que constituem o instrumento de trabalho nos 22 pelotões de fronteira – cada um com 60 “guerreiros”. Essa é a ponta de lança, incrustada no meio da selva, do dispositivo responsável pela defesa da Amazônia.

Os pelotões estão amparados na segunda linha por unidades com 3.500 integrantes. Os caminhões e jipes, Mercedes e Ford principalmente, têm mais de 20 anos. Lanchas, hoje essenciais para a fiscalização, se arrastam tocadas por motores de 70 cavalos, com a tarefa de perseguir voadeiras de criminosos, que nunca aceitam coisa menor que engenhocas Mercury com 200 cavalos. Alguns rádios de comunicação não funcionam. Sem internet via parabólica, os pelotões ficam isolados. A Aeronáutica tem o Plano de Apoio à Amazônia. São seus integrantes que levam comida, combustível para os geradores e trocam a guarda.

Todos os pelotões de fronteira foram construídos com um pavilhão extra, para abrigar funcionários da Polícia Federal, do Ibama e da Receita Federal, que deveriam trabalhar em conjunto com o Exército. Uma idéia simples, praticada no Brasil: integrar as várias agências do Estado. O problema é que esses pavilhões destinados às agências civis ficam às moscas. O abandono impõe ao Exército outra missão para a qual não foi preparado. “Nenhum desses espaços está ocupado em toda a defesa amazônica”, afirma o general Heleno. “Nunca vi cocaína. Não sei diferenciar a droga da farinha ou do açúcar. Quem foi treinado para isso, os órgãos competentes, não tem efetivos para mandar para a selva.” A Receita poderia ajudar a controlar a fuga de guerrilheiros colombianos para o Brasil, muitas vezes com documentos falsos.

O que dá orgulho a quem serve na floresta é o soldado, que Heleno elogia sem pestanejar. Boa parte dos cabos e soldados engajados na Amazônia são índios, naturalmente adaptados para agir na selva. Desde o fim da década de 90, o búfalo é usado por eles como meio eficaz de transporte de suprimento. Fortes e dóceis, esses animais carregam 500 quilos, algo como quatro metralhadoras MAG 762 e comida para 20 homens. Percorrem até 15 quilômetros por dia, comendo o que encontram pela frente com gosto de clorofila. O soldado Anderson Correia de Almeida é um dos mais experientes e treina recrutas para lidar com o animal no Centro de Instrução de Guerra na Selva, o Cigs.

A hierarquia dos pelotões de fronteira é formada, na maioria, por oficiais e sargentos treinados no Cigs. O curso massacra. São 11 semanas sem descanso, nove delas dentro da floresta, que já formaram 4.500 militares brasileiros – além de outros 380 estrangeiros. Dez morreram durante o curso, que existe desde 1966. Na média, cada militar que entra para o Cigs e consegue fazer a carga horária completa sai oito quilos mais magro. O capitão Fornazari fez um estágio nesse curso. Por ter gente assim sob seu comando, o general Heleno garante que a prioridade do momento não é aumentar a tropa. Ele quer, em primeiro lugar, melhorar a infra-estrutura.

Há duas semanas, apresentou a dois visitantes ilustres, na sala de reuniões do Q.G., um estudo sobre o “Papel do Exército Brasileiro na Defesa da Amazônia”. Quem assistia à apresentação eram os atores Victor Fasano e Christiane Torloni, patrocinadores do site “Amazônia para sempre”. Uma das telas exibe a pergunta crucial: “Por que insistimos no reaparelhamento e modernização da Amazônia?”. E dá a resposta: “Porque é a possibilidade mais provável de emprego das Forças Armadas brasileiras no mundo de hoje”. Essa nova mentalidade militar brasileira é a essência do plano estratégico de defesa do país, que será apresentado dentro de algumas semanas. Na próxima reportagem, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, adianta qual deverá ser o novo papel das Forças Armadas.

O afiar das facas

Enquanto uns afiam as facas, outros vendem (ou dão de presente) o faqueiro. A experiência histórica nos ensina que uma grande crise da economia mundial normalmente é acompanhada por um ciclo de guerras de duração e amplitude variáveis. Segundo Keynes, a recuperação econômica geralmente necessitaria de um "choque externo" - como o ocasionado pela 2ª Guerra Mundial em 1939-45.

O alerta amarelo já deve estar tocando, nos ministérios de Defesa dos principais países. Já no Brasil, é provável que o Plano Estratégico Nacional da Defesa (PEND) vire fumaça, juntamente com o dinheiro que desapareceu na bolsa. Este plano deveria ter sido anunciado oficialmente em 7 de setembro, mas teve sua divulgação adiada, a fim de ser examinado pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN) em 3 de novembro de 2008.

Os governos e bancos centrais estão enterrando, com honras militares, o discurso neoliberal de "Estado mínimo", que montou o cenário para a monumental crise com que ora se depara o mundo. Tal discurso talvez ressuscite um dia, mas provavelmente não no futuro próximo. Sem dúvida, se o Estado não socorresse o mercado na "Hora H", o colapso poderia ser ainda pior, e sua reversão, mais difícil.

No campo militar, o momento atual é de perplexidade. Contudo, o desespero dos mercados e dos países dificilmente levará a um grande conflito interestatal de tipo westfaliano, nos moldes da 2ª Guerra Mundial. As guerras do Século XXI são conflitos não-westfalianos, nos quais o "inimigo" não é necessariamente um Estado organizado.

A guerra de quarta geração (G4G) caracteriza-se pela perda do monopólio do Estado sobre os conflitos armados. Desse modo, facções ideológicas ou criminosas, com ramificações externas e internas, poderiam muito bem "declarar guerra" ao Estado brasileiro, visando à sua submissão ou destruição.

Recentemente, foi assinado o Decreto n.º 6.592, de 02/10/2008, regulamentando a Lei n.º 11.631, de 27/12/2007, que criou o Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB). O decreto admite o emprego das Forças Armadas contra ameaças e agressões de origem externa, mesmo quando o território nacional não for invadido ou diretamente ameaçado.

No Brasil, vários analistas de política e relações internacionais consideraram o texto deste decreto "agressivo", por romper com a "tradição pacifista" da política externa brasileira. Tais observadores aparentemente acreditam que só existe um tipo de guerra: aquela que se dá entre dois ou mais Estados soberanos. Isso indica que o conceito de G4G ainda não foi corretamente compreendido no país.

Em países vizinhos, principalmente no Paraguai, a imprensa local tem distorcido e descontextualizado as notícias divulgadas aqui, com manchetes sensacionalistas afirmando que o Brasil está "pronto para invadir" tais países. Que contraste com a virtual capitulação do Estado brasileiro no plano interno! Será que estão falando mesmo do nosso país?

Apesar de tudo, a atual crise da segurança pública no Brasil ainda não configura uma situação de G4G. É preciso deixar claro que o combate ao terrorismo, ao narcotráfico e a outras modalidades de crime transnacional cabe às forças de segurança e aos serviços de inteligência. O emprego de contingentes das Forças Armadas só se justificaria em casos extremos, quando o tipo de ação tornasse tal emprego necessário.

Em situação de G4G, a missão das Forças Armadas não seria "derrotar" o inimigo em batalha, mas sim estabelecer as condições de segurança necessárias ao funcionamento do governo num território conflagrado. Isso tanto poderia ocorrer no contexto de uma operação de paz no exterior, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU), como no de uma operação de garantia da lei e da ordem (GLO) de âmbito interno.

O predomínio dos conflitos assimétricos e irregulares na atualidade não significa que as Forças Armadas devam descartar sua capacidade militar convencional, em favor de uma estrutura voltada quase que exclusivamente para as operações especiais e de inteligência. É necessária uma significativa capacidade de "resposta simétrica", para dissuadir conflitos interestatais e para defender a soberania e os interesses nacionais, caso a dissuasão falhe.

Podemos afirmar que a relativa paz na América do Sul não é resultado de um suposto equilíbrio de poder, mas de uma situação de desequilíbrio de poder, historicamente favorável ao Brasil. Assim sendo, um maior enfraquecimento das Forças Armadas brasileiras poria em grave risco a paz e a estabilidade no subcontinente.

O comprometimento da superioridade militar do Brasil no âmbito regional faria com que o nosso País deixasse de ser o "fiel da balança", perdendo a capacidade de atuar como mediador de crises – uma vez que, para representar este papel, é necessário ser mais forte que as partes em litígio, a fim de induzilas a optar por uma solução negociada.

A incapacidade do Brasil (ou de qualquer de seus vizinhos) em atuar na mediação de crises na América do Sul poderia encorajar potências extracontinentais a assumir tal papel, procurando ampliar sua influência sobre a região. A impopularidade dos Estados Unidos poderia inibir sua atuação diplomática nesse sentido - o que, em tese, seria favorável a países como a França.

Além de levar a um possível aumento da influência de potências extracontinentais no entorno estratégico do Brasil, a perda da capacidade de mediação regional, em conseqüência do seu despreparo militar, poderia ter outras implicações para o País. No mar ou em terra, seus recursos naturais poderiam tornar-se alvo fácil da cobiça de interesses externos. O excessivo enfraquecimento do Estado brasileiro e de suas Forças Armadas seria um convite ao desastre.

Eduardo Italo Pesce
Especialista em Relações Internacionais e professor no Centro de Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cepuerj).

Iberê Mariano da Silva
General-de-brigada engenheiro militar na reserva.

Exército aluga avião para tropas

Cláudio Humberto

O estado de sucateamento das Forças Armadas chegou ao fundo do poço: o Comando Militar da Amazônia teve que alugar avião para transportar tropas e garantir as eleições em Palmeira do Javari (AM). A FAB não tinha aviões em condições de voar, por avaria ou falta de peças, por isso o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, foi obrigado a alugar um avião da Amazonaves Taxi Aéreo.

Perguntar não decola

Na hipótese de um conflito na Amazônia, será que o Brasil será obrigado a alugar aviões para transportar tropas?

C-390 - Versões Especiais



A EMBRAER anunciou durante a LAAD 2007 que iniciou estudos para desenvolver e produzir uma aeronave de transporte militar de médio porte com capacidade de carga de 19 toneladas chamada de C-390. A aeronave terá a mesma configuração do C-130, mas será um jato bimotor com asas enflexadas.

A EMBRAER está estudando o mercado e tentando captar recursos, financiamento e parceiros. Se o projeto for adiante deve ficar pronto em quatro anos com a primeira aeronave entrando em serviço em 2012.

A EMBRAER baseou seus estudos de marcado em uma frota global de 2.802 aeronaves de transporte militar que devem ser substituídos a médio e longo prazo. Cerca de 49% desta frota é composta de aeronaves C-130 e 1.613 tem mais de 25 anos de uso. O estudo só considera aeronaves com mais de 25 anos de operação na faixa de 5 a 25 toneladas e não considera o mercado chinês. Sem considerar o mercado russo, ucraniano e americano este número cai para 1.600 aeronaves. Com estes dados a EMBRAER estima que possa vender até 700 aeronaves C-390 para 77 países. O custo seria de cerca de US$ 50 milhões cada, para uma previsão de 120 aeronaves vendidas em 10 anos.

A EMBRAER pretende tornar o C-390 a aeronave de menor custo operacional em sua classe e com preço de compra extremamente competitivo. A EMBRAER estima que o custo de operação será de US$ 7,5 dólares por milha voada contra US$ 13 dólares do C-130J. O baixo custo está baseado na experiência com aeronaves comerciais e alta comunalidade com o EMB-190.

Os concorrentes do C-390 serão o Airbus A400M, o C-130J, o C-27, o An-72/74 e as variantes modernizadas do C-130 Hercules. Para comparar os preços, o C-130J custa US$ 65 milhões com a mesma capacidade de carga, o A-400 custa US$90 milhões com capacidade de carga de 37 toneladas, o C-17 custa US$240 milhões com carga de 77 toneladas e o C-27J Spartan custa US$35 milhões e o C-295 US$ 23 milhões, ambos com capacidade de carga de 10 toneladas. Já um C-130 modernizado custa entre US$ 3 milhões (modernização dos aviônicos) a US$30 milhões, mas com uma vida útil bem menor.

A aeronave tem partes em comum com o EMB-190 como as asas, profundor e deriva. A fuselagem é diferente, maior que a do Hercules, sendo uma das limitações dos cargueiros atuais que o C-390 deverá superar. A maior parte do cockpit é idêntico ao EMB-190 o que facilitará o uso de simuladores civis da aeronave comercial. O C-390 também poderá usar a estrutura de apoio do EMB-190. A aeronave terá uma versão de reabastecimento em vôo e irá receber uma sonda de reabastecimento em vôo. A aeronave terá controles por fly-by-wire, que aumenta a segurança e a operação em pistas curtas e não pavimentadas, sem a necessidade de apoio no solo, além do lançamento de carga aérea onde ocorre variação rápida do centro de gravidade da aeronave.

O peso máximo deve ser semelhante ao C-130, mas voa mais alto, sendo mais rápido (850km/h contra 560km/h) devido a propulsão a jato. A velocidade e altitude de vôo serão importantes para poder operar em rotas comerciais o que é muito difícil para os C-130 e diminuir o tempo de duração das missões. Os motores devem ser da classe de 7 a 10 toneladas como o Pratt & Whitney PW6000 e o Rolls-Royce BR715.

O alcance será de 2.000km com 19 toneladas de carga ou 4.000km com 10 toneladas de carga. A capacidade de carga inclui levar 64 pára-quedistas ou 84 tropas equipadas de acordo com os padrões de peso da OTAN. A aeronave terá 30,15 metros de envergadura, 32,75 metros de comprimento e 10,99 metros de altura. O peso máximo de decolagem deve ficar em 60 toneladas.

O compartimento de carga será mais largo e mais alto, pondendo levar cargas que não são possíveis de serem transportadas pelo C-130. O C-130 só pode levar 70% dos itens da OTAN. Esta sempre foi uma das grandes fraquezas do C-130 e que foi repetida pelo C-141 que tinha o compartimento de carga com a mesma altura e largura, porém mais comprida. Estas limitações de dimensões vem pressionando os requisitos de vários itens militares como veículos blindados. Blindados como o Patria AMV 8x8 e o LAV-25 só podem ser transportados no C-130 se forem retirados alguns itens como a torre de canhão. Esta operação pode ser demorada e os blindados irão demorar a entrar em operação. No C-390 os blindados irão sair da aeronave já prontos para o combate.

A FAB mostrou intenção de comprar entre 20 a 30 aeronaves para substituir sua frota de aeronaves de transporte C-130 Hercules. Também poderão substituir os KC-137 de reabastecimento em vôo e complementar os C-105 Amazonas.


Ampliando o Mercado

O C-390 irá realizar missões de transporte de tropas e carga, lançamento aéreo de carga e pára-quedistas, reabastecimento em vôo e evacuação aeromédica. São as missões do dia a dia dos esquadrões de transporte. Se for eficiente nestas quatro missões, será eficiente em outras missões das aeronaves de transporte aéreo.

O mercado pode ser ampliado significativamente, ou pelo menos garantido, se a aeronave for capaz de realizar outras missões mostrando ser uma aeronave flexível. O C-130, por exemplo, tem versões que realizam missões bem distintas do transporte aéreo ou realizam missões de transporte aéreo de extrema dificuldade. Entre as missões que o C-130 podem realizar são o ataque (AC-130), bombardeio, operações especiais (MC-130), busca e salvamento (HC-130), patrulha marítima (C-130MPA), reconhecimento (RC-130) e guerra eletrônica (EC-130). Nada impede que o C-390 também venha a realizar estas missões como veremos adiante podendo se tornar uma aeronave extremamente flexível como ocorreu com a família C-130.

MAC-X

MAC-X será o nome de uma proposta de um C-390 multifuncional para realizar as missões citadas. MAC-X é um acrônimo de um projeto de aeronave de transporte (C), multifuncional (M), com capacidade de ataque (A), e o X é de projeto. A aeronave receberia sensores e sistemas modernos para realizar as missões citadas. Os sistemas seriam modulares para otimizar cada missão. Vários componentes básicos comuns as várias funções facilitariam a multifuncionalidade da aeronave.

Os sensores necessários seriam basicamente um radar multifuncional e uma torreta FLIR. Um exemplo de radar pode ser o Scipio usado pelo AMX. Seria usado para busca de alvos móveis em terra e no mar, mapeamento do terreno, evitamento do terreno e navegação. O AC-130U Spectre usa um radar do F-15E adaptado e um radar mais potente daria uma capacidade muito maior. O Nimrod MR4 usa do Searchwater que além da capacidade de busca marítima, tem capacidade de alerta aéreo antecipado e de detecção de alvos móveis em terra, podendo a mesma aeronave realizar o que hoje são realizadas pela FAB pelo P-3AM (ainda não operacional), R-99A AWACS e R-99B. Obviamente o custo seria muito maior que um radar mais simples.

A torreta FLIR seria usada para detecção de alvos, navegação noturna e designação de alvos. Os sensores atuais têm longo alcance e boa definição. Um casulo externo como o Litening daria modularidade a aeronave, mas com um custo muito maior, mas também com alcance muito maior. Os AV-8B Harrier do USMC usaram seus casulos Litening para apoiar operações especiais e para detectar explosivos nas estradas. Os pilotos de F-16 que operaram o casulo no Iraque dizem que podiam acompanhar um alvo há 35 km de distância. A resolução era muito maior com telas maiores em terra durante o debriefing. O Litening foi adquirido pela FAB assim como a torreta StarSafire.

A capacidade de Comando & Controle deve incluir rádios de longo alcance e comunicação por satélite. As operações de aeronaves de operações especiais mostram que estes equipamentos são muito necessários. O C-390 já tem previsão de espaço extra para assentos extras para missões mais difíceis, consoles de reabastecimento e duas camas para missões de longo alcance, com espaço de sobra na cabina. A FAB utilizaria seu datalink para trocar dados com outras aeronaves e postos de comando em terra.

Os sistemas defensivos básicos já estão sendo instalados rotineiramente nas aeronaves de transporte. As operações de Manutenção e Sustentação da Paz implica que a aeronave irá operar dentro da área de ação e sob ameaça da artilharia antiaérea, mísseis SAM portáteis e até mísseis guiados por radar. Foi uma lição aprendida pela OTAN nas missões de paz na Bósnia após um G222 italiano ser derrubado enquanto pousava. A aeronave deve receber blindagem para proteção da tripulação e partes vitais. Um alerta radar (RWR) e alerta de aproximação de mísseis (MAWS) são obrigatórios. Lançadores de chaff e flare são o mínimo necessário para despistar mísseis. Os sistemas mais sofisticados são os interferidores eletrônicos e contramedidas infravermelhas.

Os MC-130 da USAF são equipados com interferidores de comunicações e de radares de busca instalados em um módulo na cabine com as caixas pretas e consoles que pode ser retirado caso não seja necessário. A operação foi tão eficiente para evitar ser detectado e atacado por mísseis SAM e interceptadores no Vietnã que foi criado uma versão especializada de interferência eletrônica do C-130 e criada uma versão de interferência eletrônica do F-111 chamado de EF-111 Raven. Os sistemas defensivas mais sofisticados de ECM e MAGE podem ser até nacionais como os já usados pela Marinha. O C-390 não tem as limitações de espaço e carga encontrados nos caças e um operador dedicado dá mais flexibilidade ao sistema. Um sistema de defesa antimíssil efetivo e barato contra mísseis guiados por radar são os despistadores rebocados. Os AC-130 e MC-130 da USAF receberam o despistador rebocado ALE-55 em 2006.

Os MC-130 da USAF são usados para treinar os caças interceptadores contra intrusos voando baixo a noite. O treinamento é de utilidade para quem defende e para os MC-130 sendo usados como "agressores". Os MC-130 são usados para testar as defesas aéreas de vários países da OTAN.

Durante a Guerra do Vietnã, os MC-130 tinham pintura RAM (material absorvente de ondas de radar), talvez para algumas bandas. A cor verde da tinha até levou a aeronave a ser chamada de "blackbird" pelos tripulantes. Outras medidas defensivas são o planejamento e a capacidade de voar baixo e a noite com o radar e o FLIR.

Exército da Rússia oferecerá ajuda em defesa aérea a Cuba

RIO - O Exército da Rússia oferecerá ajuda para defesa aérea ao regime de Cuba quando uma delegação de militares de Moscou visitar a ilha comunista na próxima semana, informou nesta terça-feira a agência Interfax.

- Os Exércitos de Rússia e Cuba vão trocar experiências na organização tática de defesa aérea e no treinamento de oficiais - disse Igor Konashenkov, porta-voz da Forças Terrestres russas. - Os dois lados vão discutir um programa de treinamento de militares cubanos em academias de defesa aérea tática e centros de treinamento na Rússia - acrescentou.

A delegação, encabeçada pelo general Alexander Maslov, também buscará estreitar os laços entre o Exército de Moscou e as Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.

Em 1962, Cuba se tornou o foco maior da Guerra Fria, quando a então União Soviética instalou mísseis na ilha caribenha, detonando uma grave crise com Washington. O regime cubano é considerado hostil pela Casa Branca.

Nos últimos meses, a Rússia vem se aproximando de Cuba e de Venezuela, cujo governo também é forte crítico da Casa Branca.

Gerson Camata elogia novo Plano Estratégico de Defesa Nacional

Ao discursar nesta terça-feira (28), o senador Gerson Camata (PMDB-ES) elogiou o novo Plano Estratégico de Defesa Nacional, elaborado pelo Ministério da Defesa e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Para o senador, o plano representa "uma radical mudança no pensamento de defesa brasileiro".

Camata lembrou que o Plano Estratégico de Defesa Nacional foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de setembro para ser analisado por ele, que discutirá o teor do documento com o Conselho de Defesa Nacional.

- O Plano Estratégico de Defesa Nacional prevê não só a defesa da fronteira do país do ponto de vista físico, mas também a defesa da fronteira quando entra a droga, a arma, e a defesa do cidadão brasileiro fora da divisa do Brasil quando ele é injustamente atacado e agredido - resumiu Camata.

O senador salientou que o novo plano é focado na organização e orientação das Forças Armadas, na reconstrução da indústria nacional de defesa e na composição dos recursos humanos das Forças Armadas.
Da Redação / Agência Senado

Refém escapa das Farc após oito anos de cativeiro

O ex-congressista colombiano Óscar Tulio Lizcano fugiu do cativeiro em que era mantido pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) junto com o chefe guerrilheiro que o vigiava.

Mais cedo, autoridades colombianas afirmaram que o Exército colombiano havia resgatado o ex-congressista em uma operação militar realizada neste domingo.

O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, explicou em entrevista coletiva que o cerco realizado pelo Exército no acampamento da guerrilha, onde Lizcano era mantido, favoreceu a fuga.

"Foi feito um cerco para impedir a mobilidade e o abastecimento ao grupo guerrilheiro e, diante dessa pressão, 'Isaías' (chefe guerrilheiro) decidiu fugir com Lizcano", afirmou Santos.

O ministro de Defesa afirmou que o ex-congressista e o chefe guerrilheiro caminharam "três dias e três noites" pela selva até que foram encontrados, na madrugada deste domingo, pela brigada do Exército.

Juan Manuel Santos não detalhou em que momento houve enfrentamento com os guerrilheiros, mas afirmou que oito rebeldes foram mortos e outros seis capturados.

Mantido em cativeiro durante oito anos, o ex-congressista disse que se fugiu porque pretendiam matá-lo.

"Eu sabia que iam me fuzilar, por isso fiz esse esforço", afirmou Lizcano em coletiva de imprensa neste domingo.

Bastante abatido, com uma longa barba, Lizcano agradeceu ao guerrilheiro que fugiu com ele.

"O agradecimento é, antes de tudo, à pessoa que teve a valentia e a coragem de sair comigo, (sou) já um velho, mas, sobretudo (agradeço) a uma política nacional que teve um papel importante nisso tudo", disse o ex-refém.

Desmobilizações

A deserção de "Isaías" se soma a outras milhares de desmobilizações de guerrilheiros que têm ocorrido nos últimos anos e a outras "traições" à cúpula da guerrilha liderada por Alfonso Cano.

Há três meses, o resgate militar da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e de mais 14 reféns, foi qualificado pela guerrilha como "traição" por parte dos rebeldes responsáveis pela segurança do cativeiro.

Para o governo, a operação militar "cinematográfica" realizada em julho foi resultado dos trabalhos de inteligência das Forças Armadas.

Lizcano, que foi encontrado na selva do departamento (Estado) de Chocó, noroeste do país, estaria doente e foi levado a um hospital.

Político do partido Conservador, Óscar Tulio Lizcano foi seqüestrado pela guerrilha em 5 de agosto de 2000.

O ex-congressista, de 62 anos, era o político que mais tempo havia permanecido seqüestrado pela guerrilha. Lizcano fazia parte do grupo de reféns considerados pelas Farc passíveis de troca por guerrilheiros presos em um eventual acordo com o governo colombiano.

Deste grupo, 28 pessoas ainda estão em cativeiro. As negociações entre governo e as Farc estão paralisadas.

'Libertada outra vez'

Ao receber a notícia, Ingrid Betancourt disse que se sentia "libertada outra vez", em entrevista ao canal de TV Caracol.

"Estou tão emocionada, é um momento muito forte. Estou dando graças a Deus por este milagre (...) Obrigada ao Exército uma vez mais, é outra coisa extraordinária", afirmou Betancourt, que voltou a pedir às Farc que libertem todos os seqüestrados em seu poder.

Segundo as autoridades colombianas, a operação de resgate começou a ser planejada há três meses, depois que um guerrilheiro desmobilizado informou ao Exército a localização do cativeiro do ex-congressista.

Na última prova de vida revelada em novembro de 2007, Lizcano pediu à Uribe que "não insista tentando conosco (os reféns) uma vitória militar. Busque uma solução humana o mais rápido possível".

Os familiares de Lizcano eram contrários à realização de um resgate militar, devido ao risco de morte do seqüestrado implicado neste tipo de operação.

O ex-senador Luis Eladio Pérez, libertado pelas Farc em fevereiro, recomendou que Lizcano passe por atendimento psicológico.

"Não se imagina o choque que representa estar seqüestrado de uma maneira infame e, do dia para a noite, encontrar-se em liberdade. A assistência psicológica é prioritária", afirmou Perez a um canal de televisão local.

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

O Pentágono anunciou em 24 de outubro que será criado o Comando de Ataque Global, dedicado exclusivamente às missões de ataque estratégico nuclear.
“Tivemos que tomar muitas ações corretivas em resposta às dolorosas lições aprendidas”, disse o Secretário da Força Aérea Michael Donley aos jornalistas, mas “mas ainda há trabalho a fazer.”
A Força Aérea liberou um roteiro intitulado “Revitalizar as Capacidades Nucleares da Força Aérea”, que detalha as principais ações a serem tomadas, incluindo:

* Estabelecer o novo comando, a ser comandado por um Tenente-General (Major-Brigadeiro do Ar) e a respectiva divisão no Estado-Maior no QG da Força Aérea;
* Consolidar as funções previstas de sustentação no Comando de Material da Força Aérea e no Centro de Armas Nucleares da Força Aérea;
* Melhorar a administração das capacidades nucleares nos processos corporativos da Força Aérea;
* Criar planos estratégicos de longo prazo que abordam requisitos nucleares, incluindo aqueles para os mísseis de cruzeiro, bombardeiros, aviões de dupla capacidade e mísseis balísticos
* intercontinentais (ICBMs).

Os Bombardeiros B-2 e B-52 da 8ª Força Aérea e os mísseis balísticos da 20ª Força Aérea ficarão agora subordinados ao Comando de Ataque Global. Essa reorganização divide a Força de Bombardeiros, com os B-1 ficando sob o Comando de Combate Aéreo.
O Relatório Schlesinger, da Força-Tarefa de Gestão de Armas Nucleares, recomendou que todos os bombardeiros ficassem com o novo comando, mas a Força Aérea resolveu preservar os ganhos obtidos nos últimos 15 anos, no sentido de tornar os bombardeiros mais eficazes no apoio às
operações de teatro.
O novo comando deve atingir a capacidade operacional inicial em setembro de 2009.
A decisão de se criar um novo grande comando foi tomada no início desse mês e vem de encontro a diversas ações corretivas nos procedimentos com armas nucleares, depois de uma série de graves
ocorrências nas operações.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

S-300/S-400, o Patriot russo



O S-300 é um sistema russo de mísseis superfície-ar de longo alcance, projetado para a defesa contra aviões e mísseis de cruzeiro. Posteriormente, variantes foram desenvolvidas para interceptar mísseis balísticos. Ele é o equivalente russo do míssil americano Patriot.
O S-300 foi implantado pela antiga URSS em 1979, concebido para a defesa aérea das grandes instalações industriais e administrativas, bases militares, e de controle do espaço aéreo contra aeronaves inimigas.
O sistema também é capaz de destruir mísseis balísticos, e é considerado um dos mais potentes sistemas de mísseis antiaéreos atualmente. Seus radares têm a capacidade de monitorar simultaneamente até 100 alvos e engajar até 12 ao mesmo tempo. Os mísseis S-300 ficam em containeres fechados e não necessitam de manutenção ao longo do seu ciclo de vida. O S-400 é uma evolução do sistema, que entrou em serviço em 2004.
Os sistemas usam radares phased array 30N6 ABA LID ou 3R41 Volna, para orientação do radar terminal semi-ativo dos mísseis. As versões posteriores usam o 30N6 ABA LID B ou TOMB STONE, para orientar os mísseis via comando auxiliado por terra (SAGG). O SAGG é similar ao sistema de orientação do Patriot americano. O radar 30N6 ABA LID guia até 4 mísseis ao mesmo tempo contra 4 alvos, podendo rastrear até 24 alvos de uma vez. O ABA 30N6E LID B pode guiar até 2 mísseis por alvo, para até 6 alvos simultaneamente. Um míssil pode ser disparado a cada três segundos.
O cabeça de combate pesava 100 kg (220 lb), as ogivas intermediárias pesavam 133 kg (293 lb) e as últimas 143 kg (315 lb). Todos estão equipados com um espoleta de proximidade e contato. Os mísseis pesam entre 1.450 kg (3200 lb) e 1.800 kg (3970 lb) e são catapultados dos tubos de lançamento antes de acionar o foguete propulsor, que pode acelerá-los até 100 G (1 km/s ²). Os mísseis são lançados verticalmente e, em seguida, tombam na direção do alvo, sendo dirigidos por uma combinação de aletas e através de vetoração de empuxo.
As últimas versões do S-300 podem engajar alvos aéreos a até 200km de distância, e o S-400 até 400km.
Existem também configurações do sistema para o engajamento de alvos voando a baixíssimas altitudes, como mostra um dos gráficos abaixo.

F-35 Lightining II completa testes em Edwards



O protótipo F-35 Joint Strike Fighter AA-1 completou uma série de testes em 23 de outubro, em Edwards.
Os testes validaram a aeronave na capacidade de parar e reiniciar o motor em vôo, garantindo a recuperação em caso de “flame-out”.

AV/MT-300 da Avibras - O Tomahawk Brasileiro



O míssil de cruzeiro brasileiro: o AV/MT-300 da Avibras

Fonte: Quintus por Clavis Prophetarum

O Brasil está a desenvolver um novo míssil guiado, de nome AV/MT-300 que será lançados por camiões Astros-II. Os novos mísseis serão guiados por um sistema inercial por laser e GPS, de forma idêntica aos mísseis americanos BGM 109 Tomahawk, mas a uma fracção do custo unitário destes (1,4 biliões de dólares por unidade!), voando como um míssil até se aproximar do alvo, altura em que abre as asas e passa a voar como um pequeno avião supersónico, até ao momento do impacto.
De capacidades semelhantes ao Tomahawk americano, o AV/MT-300 terá, um preço muito inferior… Ou seja, em vez de 1,4 biliões de dólares cada míssil, cada AV/MT-300 deverá custa menos de um milhão de dólares. As características e promessas desta proposta brasileira já atrairam o interesse dos actuais utilizadores do sistemas Astros II. Como a Malásia que ainda recentemente comprou sistemas Astros II por 180 milhões de dólares ou o Iraque, a Arábia Saudita, o Qatar e o Kuwait, para além do Brasil, claro.

O AV/MT-300 brasileiro será capaz de transportar uma ogiva de até 200 Kg de explosivos a alvos situados a até 300 Km de distância. Existem estudos para variantes navais do míssil (conhecidas como X-300) e de lançamento aéreo, sobre os quais a Avibras tem trabalhado, de forma intermitente, nos últimos anos, pelo menos desde 1999.

Brasil Trocando Ministro da Defesa

Jornal do Brasil

Troca-troca

Diante da iminente reforma ministerial que o presidente Lula vai fazer, o PMDB busca uma saída honrosa se não ganhar o Senado. Proporá Nelson Jobim para a Justiça, e Lula que se vire para botar Tarso Genro em algum lugar.

Preparativos

Se alguém desconfia da jogada, é só visitar mais o Restaurante Piantella. Na quarta à noite, Jobim jantou lá com ministros do Judiciário, em meio a cochichos.

Aldo reloaded

Há um movimento suprapartidário para alçar o deputado Aldo Rebelo ao Ministério da Defesa.

Nosso Comentário :

Já é a segunda vez nessa semana que sai uma notícia assim. Antes foi no “O Dia”. Parece ser coisa quente e que dessa vez o comunista Aldo Rebelo (PC do B) será mesmo o ministro da Defesa. Essa é uma antiga promessa de Lula para com o companheiro.

Por mais estranho que possa parecer, ele é muito bem visto entre os militares, pelo simples motivo de que gosta muito da área de Defesa e entende do tema.

Não sabemos se ele virá mesmo, nem o que fará. Mas se entrar com o Plano Estratégico de Defesa à frente e com a vela meio política e meio financeira a toda, garantida por Lula, terá tudo para realizar um grande trabalho.

sábado, 25 de outubro de 2008

Brigada de Operações Especiais

A Brigada de Operações Especiais (Bda Op Esp) é a principal tropa de elite do Exército Brasileiro, ao lado do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (comandos anfíbios) e do Grupo do Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil, é a principal tropa de elite do Brasil. Sua sede localiza-se em Goiânia. É administrado pelo Comando Militar do Planalto em conjunto com o Comando de Operações Terrestres, com sedes em Brasília. Apóiam as operações de todos os Comandos Militares de Área do Exército Brasileiro.

Características
Intégra, e é a principal tropa da Força de Ação Rápida e Estratégica do Exército Brasileiro. Possui unidades de apoio, e unidades de operações especiais, estas ultimas possuem elevado grau de treinamento, surpreendente versatilidade e elevada mobilidade estratégica, o que permite aos seus integrantes, atuarem em no máximo 6 horas, em qualquer lugar do país, ou no exterior em no máximo 24 horas, a fim de cumprir qualquer tipo de operação especial, de interresse do Brasil. A Brigada de Operações Especiais geralmente utiliza-se do pára-quedismo, mas pode enfiltrar-se e exfiltrar-se do território inimigo, ou ocupado por ele, por vias aéreas, terrestres ou marítimas, utilizam-se dos mais variados meios de transporte, de dotação das Forças Armadas Brasileiras, tais como botes, helicópteros, voadeiras, veículos terrestres de transporte de tropas, submarinos da MB e etc, ou podem simplesmente abdicá-los, para não comprometer o sigilo da missão, nadando longas distâncias, levando seu equipamento e armamento, ou até mesmo, deslocando-se em marchas de combate de centenas de kilômetros. A Brigada de Operações Especiais tem como seus principais meios para condução de operações especiais, o 1º Batalhão de Forças Especiais e o 1º Batalhão de Ações de Comandos, unidades precursoras das operações especiais no Brasil.

História
Em 1953, houve um desastre aéreo na Amazônia, e o Ministério da Aeronáutica, se viu desprovido de meios eficazes para realizar o resgate dos sobreviventes, por isso foi feita parceria com o Exército Brasileiro, e acertado o emprego dos pára-quedistas do Núcleo Aeroterrestre (atual Brigada de Infantaria Pára-quedista) para cumprir as próximas missões de busca e salvamento. Em 1957 foi realizado o 1º Curso de Operações Especiais, embrião dos atuais Curso de Forças Especiais e do Curso de Comandos do EB, que mesclava técnicas avançadas de combate dos pára-quedistas, com técnicas de resgate e primeiros socorros dos sobreviventes de desastres aéreos. No seguinte ano, o curso teve como base a doutrina do "United States Army Special Forces" (Forças Armadas Especiais do Exército dos Estados Unidos) e dos batalhões de "Rangers" (comandos) do Exército Estadunidense. 1968 foi o ano da criação do Destacamento de Forças Especiais, embrião da atual Brigada de Operações Especiais, e até então subordinado ao Núcleo da Divisão Aeroterrestre (atual Brigada de Infantaria Pára-quedista), na ocasião de sua criação, o Destacamento de Forças Especiais já possuía doutrina própria, uma mescla das doutrinas do Curso de Guerra na Selva do Exército Brasileiro e dos cursos de "Special Forces" e de "Rangers" do Exército Estadunidense. Em 1983 foi elevado a batalhão, denominando-se Batahão de Forças Especiais, possuindo uma companhia de forças especiais e uma companhia de ações de comandos, e ainda estava subordinado a Brigada Pára-quedista (atual Brigada de Infantaria Pára-quedista), sediada no Rio de Janeiro e já operava com doutrinas totalmente próprias, resultado de desenvolvimento ao longo dos anos das primeiras doutrinas adotados, desenvolvimento este que se deu através de pesquisas, adestramento árduo em conjunto, ou não, com tropas de forças especiais e de comandos de diversos países aliados, e principalmente em operações reais, secretas ou não, como as operações realizadas contra a Guerrilha do Araguaia, e a operação traíra realizada contra as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Em 2002, visando a manutenção do respeito que goza o Exército Brasileiro no cenário internacional, e a necessidade de aumentar o efetivo de suas forças especiais, foi criada a Brigada de Operações Especiais, única na América Latina, e conseqüentemente o Batalhão de Forças Especiais se fundiu em dois, o 1º Batalhão de Forças Especiais e o 1º Batalhão de Ações de Comandos, foram criadas outras unidades essenciais ao desenvolvimento das operações especias, como o Centro de Instrução de Operações Especiais e o Destacamento de Operações Psicológicas. E em 2003 a Brigada de Operações Especiais teve sua sede transferida do Rio de Janeiro para Goiânia. visando um melhor posicionamento no território nacional, para poder atuar em qualquer parte dele, dentro do mais curto período de tempo.

* Comando da Brigada de Operações Especiais

Responsável pelo planejamento e comando das operações especiais na Força Terrestre

* 1º Batalhão de Forças Especiais

Unidade responsável por operações de guerra irregular e contra-terrorismo. Está apta a atuar em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

* 1º Batalhão de Ações de Comandos

Missões principais: Infiltrar-se nas retaguardas profundas do inimigo com pequenos efetivos a fim de cumprir uma variada gama de operações especiais, seja em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

* 3ª Companhia de Forças Especiais

Unidade responsável por operações de guerra irregular e contra-terrorismo. Atuando sempre na região amazônica, brasileira ou estrangeira.

* Destacamento de Operações Psicológicas

Planejar e executar operações psicológicas.

* 1º Pelotão de Defesa Química, Biológica e Nuclear

Realizar a descontaminação e a defesa, por ocasião de ataques químicos, biológicos ou nucleares.

* Batalhão de Apoio às Operações Especiais

Apoiar logisticamente as unidades de operações especiais.

* Centro de Instrução de Operações Especiais

Ministrar os diversos cursos e estágios para capacitação de recursos humanos à operações especiais.

* 6º Pelotão de Polícia do Exército

Não realiza operações especiais, está subordinado a Brigada de Operações Especiais para cumprir tarefas inerentes à polícia do exército, como a proteção das bases, por ocasião do emprego das unidades especiais.
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