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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Exército inicia planos de equipamento e reestruturação

Por Raul Pereira Micena
27 de Fevereiro de 2009

O Exército Brasileiro deu início ao planejamento decorrente da Estratégia Nacional de Defesa, lançada em dezembro último, que norteará a elaboração dos Planos de Equipamento e Articulação do Exército no período de 2009 a 2030. Para isso foram criados seis grupos de trabalho, cujos coordenadores foram indicados na segunda semana deste mês.

Os grupos (integração, articulação, equipamento, racionalização, apoio e doutrina) já iniciaram a elaboração de suas planilhas e deverão apresentar conjuntamente um documento contendo os planos de reaparelhamento e reestruturação ao Ministério da Defesa no dia 30 de Junho.

Chamado de “Exército 2030”, o plano apresentará também sua estimativa de custos. Apesar de não ser pretensão do documento formular um Exército ideal, os planos apresentados deverão projetar com precisão e objetividade uma trajetória a ser seguida, incidindo “necessariamente” sobre esta trajetória futuras “realimentações”.

O documento deverá consolidar o “Módulo Brigada” e divulgar a Família de Blindados sobre Rodas como projeto emblemático do EB, além de relacionar o reaparelhamento da força ao fortalecimento da indústria bélica nacional, buscando sempre a padronização com as outras forças armadas.
Tecnologia

Todos os materiais de emprego militar a serem adquiridos ou desenvolvidos pelo Exército, de acordo com o plano, deverão atender aos conceitos de flexibilidade, modularidade, mobilidade estratégica e tática e interoperabilidade. Deverá também ser estabelecido um programa de pesquisa e desenvolvimento de materiais de emprego militar que incluam também sistemas de simulação, conceito de dualidade (uso civil e militar), robótica e nanotecnologia. Com isso, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) deverá receber papel de destaque nas pesquisas dos novos produtos, bem como em conjunto com indústrias e universidades, como foi o projeto do radar SABER M-60, desenvolvido numa parceria entre CTEx, Unicamp e a Orbisat, também de Campinas, interior de São Paulo.

FAB contrata filial francesa da Embraer para reformar jatos

Júlio Ottoboni - Colaboraram Ana Paula Machado e Ayr Aliski

São José dos Campos, 27 de Fevereiro de 2009 - O Diário Oficial da União trouxe em sua edição de 20 de fevereiro deste ano, um dia após o anúncio das demissões de 4.273 empregados pela Embraer, a publicação do extrato de dispensa de licitação, número 1/2009, no qual contrata a Embraer Aviation International, subsidiária sediada na França, para reformar 43 aeronaves AMX da Força Aérea Brasileira (FAB). O valor do negócio é de US$ 147.565,954,11.

A nova negociação não foi divulgada pela direção da Embraer nem pelo Comando da Aeronáutica. O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luis Carlos Prates, estranhou o fato de o Diário Oficial só informar a dispensa de licitação para a contratação na sexta-feira de Carnaval, um dia após anúncio das demissões. O sindicalista também contesta o fato do negócio envolver uma subsidiaria fora do Brasil.

O processo de contratação, identificado pela numeração 017-08/SDDP, tem como função a aquisição de equipamentos para a modernização das 43 caças subsônicos fabricados pela Embraer em parceria com a Itália, denominado também como A-1. A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) aparece no contrato como anuente solidária.

Está nas mãos do brigadeiro do Ar, Dirceu Tondolo Nôro, a dispensa de licitação e a contratação direta da Embraer francesa. Nôro ocupa o cargo de subdiretor de Desenvolvimento e Programas (SDDP) e presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac).

O acordo foi ratificado pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar, Juniti Saito, sob a justificativa de elevar a “capacidade operacional e de sobrevivência das aeronaves A-1, colocando-as em condições de emprego”.

O valor da negociação é de US$ 147.565,954,11 e tem amparo legal no artigo 24, IX, da Lei 8.666/1993 combinado com o artigo 1º, I, do Decreto nº 2.295, de 05 de agosto de 1997.

A presença da Embraer na Europa vem desde 1983, quando foi criada a Embraer Aviation International, uma subsidiaria situada em Paris e estabelecida para cuidar das atividades de marketing e venda, armazenamento, gestão de logística e de reparo de componentes.

Em episódios anteriores em que o caça AMX necessitou de reparos, a manutenção foi feita na sede da empresa, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O procedimento foi repetido, inclusive, em 2007, quando a FAB iniciou junto à Embraer o processo de modernização dos aparelhos.

A unidade na França foi a segunda instalação da Embraer fora do Brasil, após o estabelecimento da Embraer Aircraft Corporation (EAC), em 1979, nos Estados Unidos.

Procurados ontem pela reportagem da Gazeta Mercantil, a Embraer e o Comando da Aeronáutica não se manifestaram.

Nosso Comentário:

A União contratou a “empresa francesa” Embraer Aviation International para reformar os 43 AMX da FAB por US$ 147,5 milhões. Ponto.

A empresa brasileira Embraer demitiu 4.200 funcionários e levou este contrato da FAB para a França, para gerar serviços e manter empregos lá. Não se trata somente de aquisição de equipamentos para a modernização. É a própria modernização sendo tocada na Europa.

Por que a Embraer fez isso? Por que o governo Lula aceitou pagar por essa empreitada lá fora em um momento tão delicado de crise, com tantas demissões desta empresa aqui mesmo? Trata-se de mais uma grande mancada mútua ou haverá alguma explicação compreensível?

Este contrato precisa ser confontado pelos órgãos de direito e anulado o mais rápido possível. Estamos perdendo empregos e nosso governo sustenta os empregos em outros países pelos nossos AMX?

Passaremos todos nós este fim de semana ainda com a ressaca do Carnaval e com mais uma dor de cabeça causada pela Embraer para tratarmos. Haja remédios!

Urgente !

A 15ª Região do Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, deferiu nesta sexta-feira liminar pedida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu suspendendo as 4.200 demissões na Embraer, realizadas na semana passada. A decisão vale até o dia 5 de março.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Boeing propõe à FAB montar o Super Hornet no Brasil

SÃO PAULO, 20 de fevereiro de 2009 - A empresa norte-americana Boeing propôs à FAB construir os caças supersônicos F-18 Super Hornet no Brasil. Segundo a Folha apurou, a linha de montagem do avião de combate seria instalada na fábrica da Embraer no município de Gavião Peixoto, interior de São Paulo.
A oferta sigilosa está em negociação e poderá abranger parceria na construção da fuselagem do cargueiro a jato C-390 -ousado projeto militar da Embraer, que ontem anunciou a demissão de 4,3 mil funcionários. A companhia não comentou a proposta, mas disse que o F-X2 poderá agregar tecnologia à indústria aeronáutica.
A Boeing é a primeira finalista a propor a montagem dos aviões. A francesa Dassault (Rafale) e a sueca Saab (Gripen NG) cogitaram, mas não concretizaram a oferta. A fabricação no Brasil está condicionada ao volume da encomenda. Sem entrar na questão, Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft, disse à Folha que o pacote de “off set” é “robusto e poderá beneficiar até 60 empresas brasileiras”.
A FAB informou à reportagem que a partir do mês abril fará visitas aos concorrentes para testar os caças.
Paralelamente, o governo de Barack Obama entrou na articulação para aumentar as chances da Boeing. Número um para a América Latina no Departamento de Estado, Thomas Shannon defendeu o negócio como ponto de inflexão na cooperação militar.
“É a oportunidade para uma aliança ampla, que garanta a modernização das Forças Armadas brasileiras”, disse à imprensa em reunião organizada pela Boeing. Shannon afirmou que as decisões sobre transferência tecnológica serão tomadas “caso a caso” e não garantiu a abertura dos códigos fontes, exigência da FAB para integrar ao caça mísseis nacionais.

FONTE: Folha de S. Paulo

Chávez confirma compra de radares e aviões militares da China

Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou nesta quarta (18/02) que seu Governo comprará da China radares e aviões de treinamento, dentro de sua política de modernização da Força Armada Nacional Bolivariana.

O governante assinalou que o assunto não foi tratado com o vice-presidente chinês, Xi Jinping, durante a visita oficial de dois dias a Caracas que terminou hoje, mas indicou que seu Governo mantém esses planos.
Avião de treinamento K-8.
Avião de treinamento K-8.

"Não tivemos tempo de tocar neste assunto, mas confirmo que a Venezuela vai adquirir radares chineses e aviões especiais para o treinamento dos efetivos da Força Aérea, como parte da renovação de nosso sistema de Defesa", disse Chávez, segundo a agência estatal de informação "ABN".

A cooperação militar com Pequim "está em andamento", acrescentou o chefe de Estado.

No dia 11 de fevereiro, o chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO), Jesús González, anunciou a chegada nos próximos meses de 11 radares e 18 aviões de treinamento K-8 de origem chinesa, com o objetivo de "aumentar a efetividade da luta contra o tráfico de drogas".

González disse na ocasião que os radares estarão operando a partir de março deste ano, enquanto os primeiros seis aviões K-8 chegarão em janeiro de 2010 e os 12 restantes estarão disponíveis no final do próximo ano.

Fonte: EFE

Boeing propõe à FAB produzir caça supersônico no Brasil

De caráter sigiloso, a oferta ainda está em negociação e pode abranger uma parceria na construção do cargueiro a jato C-390; FAB vai testar aviões em abril
A norte-americana Boeing propôs à FAB construir os caças supersônicos F-18 Super Hornet no Brasil. Segundo a Folha apurou, a linha de montagem do avião de combate seria instalada na fábrica da Embraer no município de Gavião Peixoto, interior de São Paulo.

A oferta sigilosa está em negociação e poderá abranger parceria na construção da fuselagem do cargueiro a jato C-390 -ousado projeto militar da Embraer, que ontem anunciou a demissão de 4,3 mil funcionários. A companhia não comentou a proposta, mas disse que o F-X2 poderá agregar tecnologia à indústria Aeronáutica.

A Boeing é a primeira finalista a propor a montagem dos aviões. A francesa Dassault (Rafale) e a sueca Saab (Gripen NG) cogitaram, mas não concretizaram a oferta. A fabricação no Brasil está condicionada ao volume da encomenda. Sem entrar na questão, Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft, disse à Folha que o pacote de "off set" é "robusto e poderá beneficiar até 60 empresas brasileiras".

A FAB informou à reportagem que a partir do mês abril fará visitas aos concorrentes para testar os caças.

Paralelamente, o governo de Barack Obama entrou na articulação para aumentar as chances da Boeing. Número um para a América Latina no Departamento de Estado, Thomas Shannon defendeu o negócio como ponto de inflexão na cooperação militar.

"É a oportunidade para uma aliança ampla, que garanta a modernização das Forças Armadas brasileiras", disse à imprensa em reunião organizada pela Boeing. Shannon afirmou que as decisões sobre transferência tecnológica serão tomadas "caso a caso" e não garantiu a abertura dos códigos fontes, exigência da FAB para integrar ao caça mísseis nacionais.

Fonte: Folha de São Paulo

Marco Aurélio Garcia: crise suspende gasoduto com a Venezuela

Crise financeira foi um dos fatores que motivou o arquivamento
do projeto, diz Marco Aurélio Garcia

Diego Salmen


O projeto de construção de um gasoduto de 8.000 km cortando a América do Sul foi arquivado pelo governo brasileiro. A crise financeira mundial foi um dos fatores que motivaram a suspensão, de acordo com o assessor presidencial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

- Em períodos de crise, um investimento desses tem que ser reavaliado com muito cuidado, até porque o custo é muito grande.

Segundo o Ministério das Minas e Energia, em outubro de 2008, estudos da Petrobrás concluíram que o gasoduto - com preço aproximado de R$ 23 bilhões - não seria viável economicamente.

Mesmo que temporário, o cancelamento esfria os planos para a integração econômica e de infra-estrutura da América do Sul defendidos pelos presidentes de esquerda do continente.

Em entrevista a Terra Magazine, Garcia nega um eventual desgaste nas relações com o governo venezuelano, cujo presidente Hugo Chávez é o autor da proposta de criação do Gasoduto do Sul. O projeto vinha sendo avaliado por uma comissão técnica bilateral.

- Não houve nenhuma decisão do Brasil, da Venezuela nem de ninguém para suspender o projeto.

Leia a entrevista:

Terra Magazine - Porque Brasil desistiu do projeto?
Marco Aurélio Garcia - O Brasil não desistiu do projeto. O projeto simplesmente não está marchando no momento atual, só isso. E, entre outras coisas, com a crise mundial o nosso entendimento foi reavaliado. Só isso.

Então a crise acabou o adiando?
Ele já estava parado há algum tempo. Os estudos técnicos não avançaram suficientemente, e está simplesmente arquivado. Não houve nenhuma decisão do Brasil, da Venezuela nem de ninguém para suspender o projeto.

Politicamente, o arquivamento não tem por objetivo aumentar a auto-suficência energética brasileira?
Sim, mas veja bem: um gasoduto desse... os estudos iniciais estimavam uma coisa de altíssimo custo. É evidente que seria, mas nós hoje também temos outras alternativas energéticas, como o próprio pré-sal, que vai ser uma fonte de gás natural. Isso vai ser reexaminado, e não é algo que beneficia só o Brasil, beneficia outros países também.

Houve algum desgaste com a Venezuela por conta do arquivamento?
Não, o assunto nem foi discutido. O gasoduto, no governo atual, está suspenso. Em períodos de crise, um investimento desses tem que ser reavaliado com muito cuidado, até porque o custo é muito grande.

Brasil Negociando 4ª e 5ª Gerações de Caças?

Só vejo na minha frente que, qualquer que seja o caça de 4ª Geração escolhido pelo MD em nome da FAB, vai depender inteiramente do caça de 5ª Geração sendo negociado paralelamente ao sempre conturbado programa FX-2, agora 2.0, devido ao nebuloso e possível retorno do Su-35 russo ao ringue.

Pelas palavras do ministro Jobim, ao participar do programa Bom Dia Ministro, no dia 5 de fevereiro, o Brasil definitivamente teria interesse no desenvolvimento de um caça de 5ª Geração. O ministro Mangabeira já havia anunciado em 2008 a adesão ao projeto PAK-FA, mas o governo deu um passo atrás por algum tempo.

Se o Brasil tomar a decisão pelo F-35 americano, comprará antes o F-18 com algumas novidades deste. Se for decidir pelo PAK-FA russo, comprará agora o Su-35BM, com algumas tecnologias inovadoras do PAK-FA já embutidas.

Essa seria uma estratégia óbvia, vamos dar passo após passo em uma mesma matriz tecnológica, não mais pulando de galho em galho (francês, americano, francês, russo, americano…). Quem planeja, tem que pensar no longo prazo do país e no incessante trabalho por novas tecnologias.

Até o momento, não consigo conceber o governo Obama conseguindo demover o senado americano a nos carimbar como aliados de primeira classe (como Israel) para nos abrir os segredos de um ultra custoso F-35. Isso jamais acontecerá.

Mas posso conceber os russos comandados por Medvedev e Putin fechando um tratado de desenvolvimento conosco, até porque já temos uma Aliança Estratégica costurada pelos dois países durante anos a fio.

O valor de um longo contato desses não estará limitado a US$ 2 bilhões, ou 36 caças 4G, mas algo que, a longo prazo, poderá remontar a algo como US$ 15 bilhões. Será o preço de nossa tecnologia própria e até de nossa soberania preservada, mas com pagamentos sendo feitos também a longo prazo.

A mesma boa vontade russa poderia também acometer a França, mas aí entrariam alguns problemas: o Rafale não vence uma única concorrência, e a França não deverá entrar na 5G, devendo a sua Dassault investir somente no nEUROn com outros europeus, um UCAV.

Vamos saltar a 5G por um UCAV que voará em 2025? Seria uma estratégia na base do tudo ou nada, bastante temerária, uma bolha no ar do mundo do amanhã. Não teríamos o menor controle nesse processo, mas com os outros acima sim.

Já o Gripen NG de 4G não é uma opção agora nem em 2015, quando ele pretende começar a voar. Nesta época, o mundo já será todo 5G, estando o NG fora do páreo.

Nas condições atuais, em que o Brasil parece buscar por uma parceria de 4ª e 5ª Gerações em um pacote só, a única e óbvia alternativa viável a ser negociada é a de uma parceria duradoura com a Rússia.

A não ser que algum esquema monumental esteja sendo fechado pelo governo Lula a sete chaves com os americanos, nossos eternos sabotadores de desenvolvimento científico. Muita calma nessa hora, porque cavalo não desce escada, já nos ensinava o velho Ibrahim.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Esquadrão Flecha, 5 anos vigiando os céus em MS e região

A sirene toca em um hangar na Base Aérea de Campo Grande. Em poucos minutos, um A-29 armado decola. A missão é interceptar uma aeronave que está voando sem identificação na região. Após seguir as orientações dos controladores da Defesa Aérea, o A-29 está lado a lado com o avião sem plano de vôo. O piloto militar passa instruções para o interceptado e pede para que ele o acompanhe até uma pista onde autoridades policiais estão prontas para realizar a investigação.

Essa rotina se repetiu inúmeras vezes nos últimos cinco anos. O Esquadrão de vôo responsável pela vigilância do espaço aéreo em nossa região é o 3º/3º Grupo de Aviação, conhecido como Esquadrão Flecha, e que foi ativado na Base Aérea de Campo Grande no dia 11 de fevereiro de 2004.

Nesta quinta-feira, dia 19 de fevereiro, os Flechas comemoram cinco ano de existência, com solenidade militar na Base Aérea de Campo Grande, que contará com a presença de diversas autoridades civis e militares.

Neste período, o Esquadrão Flecha contribuiu para que o tráfego sem controle nesse espaço aéreo diminuísse significativamente.

Composto por cerca de 120 homens e 14 aviões A-29 Super Tucano, os Flechas são responsáveis por guardar e proteger extenso espaço aéreo, que abrange as fronteiras com o Paraguai e Bolívia, além de ser uma unidade de formação de líderes de esquadrilha de aviação de caça.

O Esquadrão faz parte da família dos "terceiros", que conta com o 1º/3º GAV, Esquadrão Escorpião, sediado na Base Aérea de Boa Vista, e o 2º/3º GAV, Esquadrão Grifo, instalado na Base Aérea de Porto Velho.

A atuação do Esquadrão Flecha acontece em parceria com outras unidades da Força Aérea. O 2º/6º GAV, sediado na Base Aérea de Anápolis, opera as modernas aeronaves R-99, equipadas com potente radar que detecta qualquer tipo de vôo, a qualquer altitude, num raio de 400 km. Além do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Jaraguari (DTCEA-JGI), que possui um radar de solo com grande alcance. Essas Unidades auxiliam na interceptação dos tráfegos desconhecidos, orientando o piloto do Esquadrão Flecha. Também é feito um trabalho com outros órgãos públicos, como as Polícias Federal e Civil, que atuam após o pouso da aeronave, investigando irregularidades na documentação ou se a aeronave transporta drogas, armas ou contrabando.

Este ano, o 3º/3º GAV receberá mais três A-29 Super Tucano, que aumentarão, ainda mais, seu poder de atuação.

Celso Amorim e Sergio Machado Rezende: A cooperação Brasil-China na área espacial

Brasil e China já lançaram os satélites CBERS em 1999, 2003 e 2007;
agora, devem lançar o CBERS-3 em 2011 e o CBERS-4 no ano de 2014

DESDE o restabelecimento das relações diplomáticas, em 1974, o Brasil e a China têm passado por um processo contínuo de aproximação, que ganhou nos últimos anos uma escala sem precedentes, em especial nas áreas de comércio e de ciência e tecnologia.

A troca de visitas de alto nível tem sido, ao mesmo tempo, um reflexo e um fator dessa intensificação das relações bilaterais. Receberemos no Brasil nesta semana o vice-presidente chinês, Xi Jinping. Em maio próximo, o presidente Lula deverá voltar à China, na sequência de uma série de visitas recíprocas realizadas por ele e pelo presidente Hu Jintao.

Foi nesse contexto de maior proximidade política que o comércio bilateral cresceu a um ritmo impressionante nos últimos anos. A corrente de comércio entre os dois países passou de US$ 6,6 bilhões, em 2003, para US$ 36,5 bilhões, em 2008, com um crescimento de mais de 550%, quando a expectativa dos dois governos era atingir o valor de US$ 30 bilhões apenas em 2010. A China já é a segunda maior parceira individual do Brasil na área de comércio, depois dos EUA.

Os resultados também são expressivos em outros setores e, em particular, em ciência e tecnologia, área crucial para o desenvolvimento dos dois países. Na sequência de uma visita do então ministro Renato Archer a Pequim, em 1986, o Brasil e a China estabeleceram, dois anos depois, uma parceria para a construção, o lançamento e a operação dos satélites CBERS (sigla, em inglês, de Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), que, ainda hoje, representa o maior projeto de cooperação conjunta na área de ciência e tecnologia entre países em desenvolvimento.

Ao romper com o padrão de propriedade individual de satélites de sensoriamento remoto, o programa CBERS permitiu aos dois países produzir dados e imagens de seus territórios a custo reduzido. O programa insere-se na estratégia de utilizar a tecnologia espacial como instrumento a serviço do desenvolvimento sustentável, pois é fonte de dados para a formulação de políticas públicas em áreas como monitoramento ambiental, desenvolvimento agrícola e planejamento urbano.

O CBERS é reconhecido como um dos principais programas de sensoriamento remoto do mundo. Brasil e China já lançaram os satélites CBERS-1, em 1999; CBERS-2, em 2003; CBERS-2B, em 2007; e devem lançar o CBERS-3, em 2011, e o CBERS-4, em 2014. Isso promove a inovação na indústria espacial brasileira e gera empregos em setor estratégico.

O Brasil tem fornecido a estrutura mecânica dos satélites, o sistema de geração de energia e o sistema de coleta de dados e telecomunicações.

No último dia 15 de janeiro, após operar por mais de cinco anos (mais de duas vezes e meia o tempo inicialmente previsto), o satélite CBERS-2 encerrou os seus trabalhos.

Nesse período, superou as expectativas ao gerar mais de 175 mil imagens que serviram para monitorar o ambiente e controlar desmatamentos, bem como avaliar o estado de áreas agrícolas e a ocupação de centros urbanos.

Sempre dispostos a compartilhar os benefícios sociais do sensoriamento remoto com o mundo em desenvolvimento, o Brasil e a China estenderam o acesso das imagens e dos dados aos seus parceiros. Com o CBERS-2, o Brasil tornou-se o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo, fornecendo gratuitamente, pela internet, desde junho de 2004, mais de meio milhão de imagens para cerca de 20 mil usuários. A China também adota política similar e já distribuiu mais de 200 mil imagens.

Arte do Satélite CBERS-2B
Fonte INPE

Os países da América do Sul ao alcance das antenas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em Cuiabá, são os mais beneficiados por essa política. Em 2007, o Brasil e a China decidiram fornecer as imagens do CBERS também aos países da África. Dessa forma, os governos e as organizações do continente africano podem monitorar desastres naturais, desmatamentos, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.

É essencial a manutenção de um programa espacial ágil e eficaz, voltado para o desenvolvimento do país e para a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros. Os 20 anos bem vividos do CBERS, que celebramos desde 2008, e a sua continuidade com os próximos satélites são a certeza de que teremos mais avanços e benefícios para o Brasil, a China e os demais países em desenvolvimento nos próximos 20 anos.

CELSO AMORIM , 66, diplomata, doutor em ciência política pela London School of Economics (Inglaterra), é ministro das Relações Exteriores.

SERGIO MACHADO REZENDE , 65, físico, doutor em física pelo MIT (EUA), professor titular licenciado da Universidade Federal de Pernambuco, é ministro da Ciência e Tecnologia. Foi presidente da Finep (Financiadora Nacional de Estudos e Projetos) e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.

China, ameaçada e ameaçadora

Está sendo muito mais rápido e mais forte do que se previa o impacto da crise mundial sobre a China. O resultado da balança comercial em janeiro, apesar do registro de seu terceiro maior superávit comercial mensal em toda a história, de US$ 39 bilhões, mostra a virulência da crise no país. Era previsível que suas exportações cairiam em razão da retração das economias da Europa e dos Estados Unidos, os principais mercados para os produtos chineses. Mas a queda de 17,5% no mês passado, na comparação com janeiro de 2008, a maior em dez anos, foi muito pior do que a esperada. Mais dramática foi a queda das importações, de 43% na comparação com janeiro do ano passado. Com a queda muito mais intensa das importações, o saldo comercial cresceu 102%.

A queda brutal das importações não se deve apenas ao recuo dos preços das commodities que o país importa, mas também à queda da sua própria demanda por causa da perda do dinamismo das suas exportações - a China é grande importadora de partes e componentes de produtos manufaturados que monta para em seguida exportar - e do consumo interno. O governo chinês anunciou, em novembro, um pacote de estímulo à demanda interna no valor de US$ 585 bilhões, mas os resultados da balança comercial de janeiro mostram que, até agora, isso não foi suficiente para mudar a situação.

O país vem acumulando dados cada vez mais negativos, e preocupantes. A queda contínua das exportações já provocou a demissão de pelo menos 20 milhões de trabalhadores vindos do campo e que estavam empregados em fábricas que atendiam ao mercado externo.

No quarto trimestre de 2008, o PIB chinês cresceu 6,8%, um desempenho muito bom se comparado com o de outros países asiáticos e excepcionalmente bom quando confrontado com o resto do mundo, mas decepcionante para as necessidades do país, que precisa crescer bem mais do que isso apenas para acolher no mercado de trabalho a população que procura emprego nas cidades. Com os números já conhecidos sobre comércio exterior, nível de emprego e produção, estima-se que, no primeiro trimestre de 2009, a expansão do PIB será de 6,1%, a menor desde 1999.

Citadas como modelos de prudência, pois nos últimos anos acumularam reservas e poupança em ritmo não alcançado em nenhuma outra parte do mundo, até há pouco as economias asiáticas de rápido crescimento, em primeiro lugar a chinesa, eram consideradas resistentes à crise mundial. Supunha-se, também, que o comércio entre elas, bastante desenvolvido, atenuaria o impacto da desaceleração dos negócios com a Europa e os Estados Unidos. Mas, fortemente dependentes do comércio exterior, especialmente com seus principais mercados, elas estão sendo atingidas duramente pela crise.

No último trimestre de 2008, o PIB combinado de Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan deve ter diminuído 15% na comparação com igual período de 2007. Não surpreende, por isso, que as exportações da China para a Ásia estejam caindo muito mais depressa do que as que se destinam às demais regiões. Em dezembro de 2008, a queda foi de 27% na comparação com dezembro de 2007.

Como na China, as tentativas dos governos de outros países asiáticos de estimular o consumo doméstico para compensar a queda das exportações não vêm produzindo os resultados esperados. Essas economias estão sendo acossadas por duas forças que não conseguem derrotar: a queda da demanda externa, exacerbada pela escassez de crédito, essencial para estimular as exportações; e o mau desempenho do consumo interno, que em outras épocas serviu de compensação à queda das exportações.

É também por meio do comércio que o impacto da crise sobre as economias asiáticas pode afetar o desempenho dos países latino-americanos, especialmente o Brasil. Esta é advertência que fazem Daniel Volberg e Gray Newman, economistas do Banco Morgan Stanley baseados em Nova York. Eles reconhecem que os mercados asiáticos respondem por uma fatia relativamente modesta das exportações dos países latino-americanos (no caso brasileiro, 14% das exportações vão para esses mercados). Mas observam que, no ano passado, os países asiáticos responderam por 21% do aumento das exportações brasileiras.

Embaixador deixa o cargo e sugere competição

Profundo conhecedor do Brasil e dono de um português impecável, o embaixador da China no País, Chen Duqing, está de malas prontas para voltar a Pequim e se aposentar. Seu substituto será o ex-embaixador na Espanha e na Bolívia, Qiu Xiaoqi.

A mudança ainda não foi anunciada oficialmente, mas está prestes a ocorrer. Chen Duqing marcou sua passagem no País pela franqueza com que fala da concorrência entre Brasil e China.

"Os empresários brasileiros devem ser mais criativos para conquistar o mercado chinês. É melhor entrar em ação. Quanto mais cedo, mais rápido. O melhor é competir, não reclamar", afirmou o embaixador em 2007 durante seminário no Rio de Janeiro.

Chen Duqing também repete que a China é mais aberta do ponto de vista econômico do que o Brasil e é defensor ardoroso da globalização. O embaixador integrou a missão que negociou o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países nos anos 70 e, antes de assumir o cargo, já havia vivido cerca de dez anos no Brasil nas décadas de 80 e 90.

O embaixador vai se aposentar por ter ultrapassado os 60 anos de idade estabelecidos como limite para o topo da carreira diplomática.

Qiu Xiaoqi fala espanhol e, apesar de não ter familiaridade com o Brasil, possui uma longa experiência em outros países da América Latina. Antes de se mudar para Madri, foi embaixador na Bolívia e conselheiro da Embaixada da China no Chile. Também trabalhou no Peru e em Cuba.

A troca ocorre em um ano que será especialmente intenso na relação bilateral. Nesta semana, o vice-presidente chinês Xi Jinping estará em Brasília para encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda no primeiro semestre, Lula deverá realizar sua segunda visita de Estado à China. Já o primeiro-ministro Wen Jiabao deverá estar no Brasil na segunda metade do ano.

China cobra promessa brasileira

Cinco anos depois, reconhecimento do país asiático como
economia de mercado ainda não saiu do papel

Quase cinco anos depois de ter sido anunciado com alarde pelo governo brasileiro e recebido com críticas ferozes pela indústria nacional, o reconhecimento da China como economia de mercado ainda não saiu do papel. O tema que incomoda a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deverá voltar à pauta neste ano, em visitas de alto nível nas quais os chineses pressionarão o Brasil para que cumpra a promessa realizada em 2004.

Apesar de constar de memorandos de entendimento assinados pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao, o reconhecimento da China como economia de mercado não passa de uma declaração formal do Brasil, jamais traduzida em instrumentos legais.

Fontes ouvidas pelo Estado dizem que os chineses estão insatisfeitos com o fato de o Brasil até hoje não implementar uma medida anunciada em conjunto pelos presidentes dos dois países. O assunto é levantado em reuniões de diplomatas e ministros e cresce a pressão de Pequim para que o anúncio seja concretizado.

O tema estará de novo na mesa de negociação quando o presidente Lula visitar a China, ainda no primeiro semestre, e o primeiro-ministro Wen Jiabao estiver no Brasil, na segunda metade do ano.

O embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, afirma que esta é uma questão que "tem de ser resolvida" e sugere um caminho intermediário, com o reconhecimento gradual de setores que já funcionem de acordo com as regras de mercado.

Uma eventual declaração do Brasil de que a China é uma economia de mercado terá grande impacto nas inúmeras medidas antidumping em vigor contra o país asiático, que lidera o ranking contra os quais existem barreiras à importação.

Por meio delas, empresas nacionais conseguiram a imposição de sobrepreço para importação de produtos chineses vendidos teoricamente abaixo de seu valor "normal" - que seria o preço praticado dentro do país exportador ou em suas vendas para outros destinos.

Se a China não é uma economia de mercado, isso significa que os mecanismos de definição de preços são distorcidos e seus valores não podem ser usados como parâmetro para definir se existe ou não prática de dumping. Portanto, ao julgar processos abertos contra a China, o Brasil não compara os preços dos produtos exportados pelos chineses com os preços praticados no seu mercado interno, já que em tese eles não são definidos pelo mercado.

A comparação se dá com preços praticados em países reconhecidos como economia de mercado, o que facilita o julgamento dos casos e amplia as chances de vitória da indústria nacional - com mão de obra barata e custos baixos, os chineses conseguem produzir quase tudo a um preço menor que o de outros países.

Das 22 medidas antidumping em vigor contra a China, 18 foram impostas a partir de 2004. Em todos esses casos, a Câmara de Comércio Exterior - órgão governamental responsável pelos julgamentos - ressaltou que a China não é uma economia "predominantemente de mercado" para fins de defesa comercial.

O país asiático é alvo de outros 7 pedidos de medidas antidumping entre os 21 novos processos atualmente em estudo pelo governo. Há outras quatro solicitações de prorrogação de direitos antidumping em vigor.

A indústria brasileira fabricante de lápis, por exemplo, solicitou em 2008 a extensão das barreiras antidumping sobre as importações da China, que desde 2003 estão sujeitas a um sobrepreço de 201%.

A referência para análise dos preços não será o mercado chinês, mas o dos Estados Unidos.De setembro de 2006 a agosto de 2007, o preço de exportação de lápis pretos pela China foi de US$ 1,45 o quilo. No mesmo período, os EUA exportaram a mercadoria a US$ 14,89 o quilo.

As autoridades brasileiras justificam o não reconhecimento da China como economia de mercado com o argumento de que o país asiático também não cumpriu promessas realizadas em 2004, como a realização de investimentos no Brasil e o apoio à pretensão de Brasília de conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

Os chineses respondem que os investimentos estão sendo realizados e que seu ritmo é necessariamente lento pois exige a análise de projetos. Também afirmam que são favoráveis ao pleito brasileiro em relação ao Conselho de Segurança, mas não da forma como foi apresentado, em conjunto com o Japão, país com o qual a China esteve em guerra entre 1937 e 1945.

AGRALE MARRUÁ Será Usado pelo Exército do Equador na Defesa das Fronteiras

Caxias do Sul (RS), 19 de fevereiro de 2009 - A Agrale, única fabricante de veículos de capital 100% nacional, vendeu um lote de 18 unidades do Agrale Marruá para o Exército do Equador. Os veículos, do modelo AM10 – Rec Euro II, serão utilizados na fronteira norte do país, na divisa com a Colômbia.

Desenvolvido no Brasil para atender às Forças Armadas nacionais, o Agrale Marruá tem gerado vendas para exércitos de outros países, devido à sua versatilidade, robustez e baixo custo operacional. Recentemente, a Agrale entregou também 18 unidades do Marruá para o Exército da Argentina, para serem utilizados na missão de paz da ONU no Haiti.
Os Agrale Marruá AM 10 – Rec Euro II vendidos para o Equador são veículos de reconhecimento equipados com reparo para metralhadora de calibre 7.62 ou 0.50, com 360º de giro. Com motorização diesel de 132 cv (Euro II), transportam até cinco ocupantes e possuem PBT de 3.500 kg, com capacidade de carga de 750 kg, mais reboque militar de 750 kg, em qualquer terreno. Os modelos apresentam elevada robustez, velocidade máxima de 128 km/h (com velocidade mínima controlada de 4 km/h), fácil manutenção e autonomia de combustível de 700 km.

Produzido pela montadora na cidade de Caxias do Sul (RS), de acordo com as especificações das Forças Armadas, o Agrale Marruá conta com 100% de componentes nacionais. A Agrale também comercializa os Marruá desenvolvidos para uso civil em serviços severos como na mineração, manutenção de redes e reflorestamento, entre outros.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ministro Jobim Reafirma Aderência ao Projeto F-X2

Avançando em ciclos de 48 a 72 horas e temos novas posições referentes ao Projeto F-X2, em especial, a estratégia pós-entrevista do ministro da Defesa Nelson Jobim, ao Programa Bom Dia Ministro, do dia 06 Fevereiro 2009. (Ouça a declaração do ministro referente ao Projeto F-X2 )

Segundo alta fonte próxima ao ministro Jobim informou à Defesa@Net, que o ministro reafirmou o seguimento do Projeto F-X2, que Defesa@Net classificará agora como 2.0.

Assim a mencionada (re)avaliação do caça russo Sukhoi Su-35 e também do caça do consórcio EUROFIGHTER ficariam no âmbito de uma avaliação técnica na FAB. Não seriam (re)incluídos no Projeto F-X 2.0. Esta parte não está clara e merece ser detalhada e certamente o Ministro Jobim e o Brigadeiro Saito deverão estar em discussões com seus pares para implementá-la.

A viagem à Antártida do Ministro Jobim com o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, onde passaram juntos mais de 72 horas, serviu para traçarem uma estratégia conjunta. Em especial tecer um cenário para tratar com esta pequena crise.

Porém, se o ministro Jobim e o Brigadeiro Saito podem acertar esta estratégia pós-crise, não é a sinalização que Moscou recebeu anterior à reunião com a maior autoridade de defesa do Brasil.

Não só a presença do embaixador da Federação da Rússia, Vladimir Lvovitch Tyurdenev, mas de uma completa delegação da Rosoboronexport, que veio especialmente de Moscou para tratar da reavaliação do Sukhoi Su-35 pela FAB, DENTRO DO PROJETO F-X 2.

É fato que os russos receberam um sinal de que algo poderia ser alterado. Mas quem deu este sinal? Quem fala pelo Ministro da Defesa?

O mutismo em que submergiu a FAB, para um já tradicionalmente letárgico CECOMSAER, o atual caso foi como um choque e simplesmente afirmava que desconhecia TUDO, e que perguntassem ao Ministério da Defesa.

O Ministro da Defesa parece ter feito somente uma declaração pró-forma sem avaliar a extensão das implicações que ocorreriam.

Ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o Comandante da Marinha, Almirante Moura Neto, na viagem à Rússia no início de 2008

Segundo a mesma fonte de Defesa@Net a atual perspectiva quanto a equipamentos russos de defesa é de avaliar a performance da cadeia logística no contrato dos helicópteros de combate e transporte Mi-35M, cujas entregas iniciam já em 2009, pela Rússia.

O “Fogo Amigo” de aliados e nem tão aliados dentro do governo pode ser hoje uma das grandes ameaças ao agora Projeto F-X2.0.

A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO EXÉRCITO

Em reunião do Conselho Nacional de Defesa, realizada em 18 de dezembro de 2008, o Presidente da República lançou oficialmente a Estratégia Nacional de Defesa (END), fruto de trabalho presidido pelo Ministro da Defesa e coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, com a participação dos Comandantes das Forças.

Esse evento revestiu-se de características marcantes.

Primeiro, por refletir o inédito engajamento de civis, principalmente da área política, no sentido de dotar o Brasil de estrutura de defesa compatível com sua dimensão e importância no mundo atual e com capacidade de evoluir para o futuro, além da compreensão de que o sistema de defesa contribui significativa e decisivamente para a evolução econômica, social, política e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País.

E, segundo, porque veio a preencher lacuna persistente entre a Política de Defesa Nacional (PDN) e a Política Militar de Defesa (PMD), ambas em vigor, compondo com elas o
nível mais elevado dos documentos da defesa nacional.

A END está totalmente embasada nos diplomas legais que regem a existência e o funcionamento do Exército. A par de preservar a missão específica, os objetivos e os pressupostos de planejamento, mantém e reforça os valores cultuados pela Instituição.

Complementarmente, revela-se como oportunidade ímpar de se obter a alocação adequada de recursos financeiros para o prosseguimento de projetos até então paralisados e de outros que se revelarem necessários à modernização da Força.

O documento projeta a evolução do sistema de defesa em três eixos principais: a reorganização da estrutura das Forças, o desenvolvimento tecnológico com progressiva independência por meio da reestruturação da indústria de material de defesa e, por fim, a manutenção da obrigatoriedade do serviço militar, ampliando a participação da sociedade.

Complementarmente, busca a implantação de um sistema de mobilização nacional, estimula a participação da nação, particularmente do meio acadêmico, na discussão dos assuntos de defesa e, ainda, preconiza a compatibilização da infra-estrutura do País com as necessidades da defesa nacional.

Tema de natural preocupação dos militares, a questão dos recursos financeiros, essenciais à concretização dos seus objetivos, não está contemplada explicitamente no texto da END.

Contudo, ao pretender que os planos de articulação e de equipamento das Forças Armadas sejam transformados em lei, cria a expectativa de que se estabeleça uma maior previsibilidade, regularidade e continuidade em sua alocação.

A alocução dos recursos financeiros está expressa também ao atribuir à Casa Civil e aos Ministérios da Defesa, Fazenda e Planejamento e Orçamentação a tarefa de elaborar três dispositivos: o primeiro visa garantir a alocação continuada de recursos financeiros específicos para viabilizar o desenvolvimento integrado e a conclusão de projetos relacionados à defesa nacional; o segundo com o propósito de viabilizar investimentos nas Forças Armadas a partir de receitas eventualmente geradas pelos bens imóveis da União administrados pelas Forças; e o terceiro pretende aplicar nas Forças Armadas recursos provenientes do recolhimento de taxas e serviços.

Objetivos

O objetivo central da END é modernizar a estrutura nacional de defesa, com foco em ações estratégicas de médio e longo prazo, atuando em três eixos estruturantes:

a. reorganização das Forças Armadas, particularmente, no que concerne à articulação e ao equipamento;
b. reestruturação da Indústria Nacional de Material de Defesa, com uma visão de maior autonomia em produção e tecnologia; e
c. adoção de política de composição de efetivos das FA, que preconize uma ampla participação de todas as classes sociais, mantendo o Serviço Militar Obrigatório e
propondo a criação de um Serviço Civil de cunho social.

Intenções

Identifica-se na END, claramente, a intenção de transformar as Forças Armadas, por meio de estratégias e capacidades operacionais desenvolvidas com visão prospectiva, preparando-as para melhor cumprir seu papel constitucional; de envolver a nação nos assuntos de defesa, particularmente os setores mais diretamente com ela relacionados; de valorizar a participação do MD no núcleo decisório do Estado; de ampliar a capacidade de direção superior do MD sobre as Forças Armadas; e de aumentar e consolidar a integração das Forças Armadas, intensificando-a nos campos operacional e científicotecnológico, no ensino, em seus níveis mais elevados e na área administrativa.

Capacidade básicas

A END preconiza o trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença como capacidades básicas a serem desenvolvidas pelas Forças.

No contexto desse trinômio, a END prescreve o desenvolvimento prioritário da aptidão para operações conjuntas; apoio logístico integrado nos níveis estratégico e operacional; e operação de estruturas de Comando/Controle e Inteligência consolidadas e integradas entre as Forças, possibilitando a atuação em rede.

Devem, ainda, ser enfatizadas na Força Terrestre as características de flexibilidade, compreendida como a capacidade de adaptar-se à natureza dos conflitos e aos
múltiplos ambientes operacionais e elasticidade, que implica o potencial de ampliação rápida das estruturas operacionais.

Estabelece também que o combatente deverá aliar um elevado nível de qualificação física e intelectual com alto grau de iniciativa e grande rusticidade, para o combate de qualquer natureza.

Por fim, preconiza que o preparo deve ocorrer em torno do desenvolvimento de capacidades; admite a recomposição dos efetivos, recomenda aperfeiçoamentos pontuais na articulação atual; mantém a prioridade para a Região Amazônica; e estabelece, como metas de planejamento: o curto prazo até 2014, o médio prazo de 2015 a 2022 e o longo prazo de 2023 a 2030.

A Missão do EB

A tarefa imediata e direta que temos a empreender é a de submeter ao MD, até 30 de junho, os Planos de Articulação e de Equipamento, os quais devem conter uma proposta de distribuição espacial das instalações militares e de quantificação dos meios necessários.

Com a mesma ênfase, deveremos também participar ativamente do cumprimento das tarefas atinentes ao MD, fornecendo subsídios nas áreas Ciência e Tecnologia, Indústria Nacional de Defesa, parcerias estratégicas com nações amigas, recursos orçamentários investimentos, Estrutura Militar de Defesa, Planejamento Estratégico Operacional, Serviço Militar e Serviço Civil, Política de Ensino, Mobilização, aquisição de produtos de defesa, fomento industrial e toda a legislação atinente a essas atividades.

Para atingir esses objetivos, o Estado Maior do Exército deverá, com base nas prescrições desta END, do Sistema de Planejamento do Exército, das Hipóteses de Emprego e de demais documentos pertinentes, definir um conceito estratégico que sirva de objetivo integrador e de referência geral a todo o planejamento, desde já denominado Projeto Braço Forte.

Por fim, enfatizo que os planos deverão ser estruturados para que apresentem grande visibilidade e capacidade de constituírem-se em projetos mobilizadores; que demonstrem claramente que o planejamento está calcado em projetos com caráter de racionalização, modernização e busca da eficiência; e que mantenham permanente ligação com a Marinha, a Aeronáutica e o MD, a fim de assegurar a necessária integração ao longo de sua elaboração.

Considerações Finais

A END produzirá reflexos em todo o Exército, com visibilidade e efeitos crescentes à medida que avançarmos em direção ao horizonte de longo prazo. Portanto, há que se enfatizar o esclarecimento dos públicos interno e externo para que, em curto prazo, não se criem falsas expectativas, passíveis de comprometer o engajamento de todos nesta iniciativa de cunho estratégico.

Essa empreitada exigirá, como fator essencial de sucesso, o comprometimento dos chefes em todos os escalões e a participação de todos os integrantes da Força, considerando-se suas idéias e propostas na fase de planejamento e estabelecendo uma sinergia decorrente do sentimento comum de co-responsabilidade.

A iniciativa do MD no sentido de levar o setor de defesa a ocupar, com peso específico, o espaço que lhe cabe no núcleo decisório do Governo, é uma oportunidade impar para que as Forças Armadas, atuando integradas e sob a coordenação daquele Ministério, sejam ouvidas na mais alta instância decisória do País.

Por fim, enfatizo que cada integrante do Exército deve ter em mente que os planos que nos cabem desenvolver e implementar visam acima de tudo à estrutura do Exército para 2030, ou seja, estaremos concebendo o Exército do qual fará parte a atual juventude militar brasileira, e que, com certeza, conterá a Força Terrestre de um Brasil potência.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Embraer quer vender mais aviões militares para a Índia

A Embraer espera vender mais aviões militares para a Índia, aproveitando o plano de modernização das forças de defesa do país.

Em 2007, a companhia apresentou uma proposta para atender ao pedido do governo indiano de nove aviões multimissão. "Estamos esperando uma resposta do governo indiano", disse Sérgio Bellato Alves, diretor de Marketing e Vendas da Embraer para a Ásia - Mercado de Defesa e Governo.

O executivo participa, em Bangalore, da 7ª Exposição Internacional Aeroespacial e de Defesa - Aero India 2009. Alves não quis revelar o valor estimado da possível encomenda. A Embraer já vendeu cinco jatos executivos Legacy 600 para o governo indiano, sendo quatro para a Força Aérea Indiana e um para a Força de Segurança das Fronteiras. Cada jato vale cerca de US$ 20 milhões.

O executivo disse que a empresa vê um bom progresso no programa de aviões militares para o governo indiano. Sob o programa, a companhia brasileira entregará três jatos EMB 145 AEW&C (Alerta Aéreo Antecipado e Controle, na sigla em inglês), equipados com avançados sistemas eletrônicos que serão desenvolvidos pela Organização para Pesquisas e Desenvolvimento de Defesa (DRDO, na sigla em inglês) da Índia. "Estamos na fase de desenho do programa, recebendo as especificações da DRDO para as modificações dos jatos", afirmou Alves.

A entrega do primeiro jato EMB 145 para o governo indiano está programada para 2011. "Há um mercado para o projeto (com a DRDO)", disse Alves. "Se formos bem sucedidos em fornecer à DRDO uma boa plataforma e a DRDO puder vir com um bom radar e um bom sistema de comando e controle, haverá espaço para o governo indiano exportar isso", afirmou o executivo. Além dos segmentos de defesa e de governo, a Embraer já está presente no mercado indiano de jatos executivos e comerciais. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Agência Estado - AE

Satélites Colidem no Espaço

O satélite da companhia Iridium foi atingido por um satélite russo fora de uso

A companhia Iridium Satellite LLC confirmou hoje que um dos seus satélites foi destruído na terça-feira em uma colisão sem precedentes com um satélite russo fora de serviço e que poderia gerar dificuldades no serviço.

Conforme um alerta emitido pela NASA hoje (quarta-feira), o satélite russo Cosmos 2251 atingiu o satélite Iridium às 04:55 GMT, sobre a Sibéria, a uma altitude de 490 milhas (790 km). O incidente foi observado pelo U.S. Defense Department's Space Surveillance Network, o qual após confirmou que havia duas grandes áreas de destroços.

É a primeira vez que isso acontece, um satélite atingir outro no espaço," afirmou Nicholas Johnson, cientista chefe da NASA, junto ao Orbital Debris Program Office, no Johnson Space Center, em Houston (Texas). "Foi um mau dia para os dois."

A colisão aparenta ser a pior na geração de destroços desde a destruição intencional pela China de um velho satélite em 2007. O evento de 2007 gerou cerca de 2.500 peças de destroços na órbita terrestre, mas é necessário mais tempo para conseguir definir exatamente o resultado da colisão de terça-feira.

"Estamos rastreando mais de 500 peças de destroços que colocam um risco adicional aos demais satélites," afirmou o Tenente Charlie Drey, da US Navy , porta-voz do U.S. Strategic Command que supervisiona o U.S. Space Surveillance Network.

Em uma declaração preparada a empresa Iridium caracterizou o acidente como um “evento de baixa probabilidade" e afirmou que estava trabalhando para minimizar possíveis danos aos serviços. A Iridium, que opera uma constelação de 66 satélites que operam em Órbita Baixa (low Earth orbiting – LEO), que provêem serviços de telefonia e comunicação de dados de forma global. A empresa espera ter uma solução da rede para sexta-feira.

"Em um prazo de 30 dias, a Iridium espera reposicionar um dos satélites da constelação que esteje disponível para substituir o satélite perdido," detalha a declaração.

O satélite Iridium 33 (560kg) envolvido na colisão foi lançado em 1997; o satélite russo foi lançado em 1993 (900 kg) e estava presumidamente fora de serviço. Ele não tinha um sistema que lhe permitisse manobras no espaço, afirmou a NASA.

Cada satélite Iridium faz uma órbita polar a cada 100 minuto e voam a uma velocidade de 27.088 km/h.

Armas americanas nas mãos do Talibã

Dezenas de milhares de fuzis de assalto e outras armas no Afeganistão correm o risco de irem parar às mãos do Talibã, pois os militares ianques admitem terem perdido o rastro delas, conforme uma auditoria efetuada pelo congresso dos EUA.

A equipe de auditores do Congresso descobriu que mais de um terço das 242.000 armas doadas pelos EUA ao Afeganistão, incluindo milhares de AK-47, lança-granadas, metralhadoras de apoio e outras armas, simplesmente desapareceram.

Além disto, não existem relatórios exatos informando o que aconteceu com outras 124.000 armas doadas por outros países da Aliança. A maioria destas armas foram deixadas aos cuidados dos militares afegãos, que tem um longo histórico de deserções e corrupção. Seus depósitos não passam de galpões de madeira sem nenhum tipo de segurança.

O relaxamento das normas básicas de segurança entre os militares afegãos é tão grande que atinge inclusive equipamentos sofisticados como visores noturnos, miras telescópicas e equipamentos de comunicação.

Membros do Senado americano estão exigindo explicações dos militares, alegando que soldados americanos e da Aliança podem estar sendo mortos por armas fabricadas em seus próprios países de origem.

O fato não é novo. Em 2007 o mesmo grupo de auditores descobriu que mais de 190.000 fuzis AK-47 e pistolas enviados ao Iraque também desapareceram dos depósitos sem nenhum tipo de registro. Algumas destas armas, como um grande lote de pistolas Glock foram parar às mãos do PKK ( Partido dos Trabalhadoras do Kurdistão) baseados ao norte do país na fronteira com a Turquia, e incluídos na lista de grupos terroristas pelos EUA e pela Comunidade Européia.

Numa resposta oficial ao relatório do Pentágono, a funcionária da subsecretaria do Departamento de Defesa Ellen McCarthy declarou que “roubo, sabotagem, descaminho e corrupção” no manuseio de armas e explosivos no Afeganistão poderão comprometer totalmente o esforço americano e da OTAN na região.

Aparelhamento das Forças Armadas custará R$ 2 bilhões em 2009

Os programas de readequação e reaparelhamento das Forças Armadas irão custar pouco mais de R$ 2 bilhões aos cofres da União este ano. A rubrica engloba, por exemplo, a construção de unidades habitacionais destinadas aos militares e servidores civis, a modernização de equipamentos e a implantação de novos sistemas bélicos. No ano passado, R$ 1,9 bilhão foi desembolsado com as ações, valor 73% superior ao gasto em 2007. Mas, apesar do aumento, especialistas acreditam que é preciso investir mais para garantir a soberania e independência do Brasil, em meio aos "estranhos" e recentes movimentos na América Latina.

Os programas de reaparelhamento têm a finalidade de garantir a construção de unidades habitacionais destinadas a servidores das Forças Armadas, modernizar equipamentos e instalações militares e complementar necessidades existentes de imóveis. Desde 2003, foram gastos R$ 6,8 bilhões com o reaparelhamento e adequação das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica).

Desde 2003, a Aeronáutica é a mais bem contemplada com o programa. Nos últimos seis anos, a Força Aérea desembolsou R$ 4,8 bilhões, enquanto o Exército teve gastos na casa dos R$ 773 milhões. Já a Marinha gastou R$ 1,3 bilhão nesse mesmo período, valor quase igual ao gasto pela FAB só no ano passado.

Para o deputado William Woo (PSDB-SP) é importante que o Brasil estruture seu armamento, pois, segundo ele, a América Latina tem sofrido “movimentos estranhos” que merecem atenção. “O reaparelhamento é igual a um seguro de carro. É um investimento que ninguém quer ter a necessidade de usar, mas é melhor possuir quando precisar”.

No ano passado, o deputado apresentou requerimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para a criação de uma Subcomissão Especial de Reaparelhamento das Forças Armadas. O objetivo, segundo o deputado, é ampliar a discussão sobre o assunto.

As ações que mais geraram despesas, dentro dos programas de reaparelhamento, foram as de aquisições de aeronaves, navios, submarinos, carros de combate, tanques, dentre outros meios de transporte. Em 2008, 38% do orçamento do programa ficou comprometido com as aquisições, que somaram R$ 732,9 milhões. Em média, são gastos R$ 600 milhões ao ano com a obtenção destes veículos de guerra. Desde 2003, foram desembolsados R$ 3,5 bilhões com essas aquisições.

Até o fechamento da matéria, o Ministério da Defesa não apresentou esclarecimento sobre a finalidade e destinação dos recursos do reaparelhamento das Forças.

Para Walter Bartels, presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, aparelhar as Forças Armadas é um dever constitucional do Estado. “A Constituição defende que o Brasil deve preservar sua soberania e independência nacional. Além disso, deve garantir o desenvolvimento nacional”, afirma Bartels.

Para ele, o crescimento econômico dos países está atrelado ao desenvolvimento tecnológico. “Nos últimos 25 anos, enquanto outros membros do BRIC, como a China e Índia, tiveram respectivamente o crescimento de 1000% e 400% em seu Produto Interno Bruto, o Brasil teve a evolução de apenas 85%”, destacou.

Mangabeira diz que tem que agitar para aparecer no governo

BRASÍLIA - Recebido com pompas e elogios pela bancada de deputados e senadores do Norte, numa reunião nesta quarta-feira, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, queixou-se da estrutura de sua Pasta e afirmou aos parlamentares que para se sobressair precisa "tencionar" e "agitar". Ele referia-se aos embates que enfrenta dentro do governo e discussões que enfrenta até mesmo com outros ministros.

- Tenho que "tensionar" e "agitar". Se fosse bem comportado, não funcionaria - disse Mangabeira Unger, após ouvir, durante uma hora, uma série de elogios dos parlamentares.

Mangabeira reclamou que seu ministério recebe poucos recursos, que tem número insuficiente de funcionários a seu dispor - entre 40 a 50 - e que, na prática, pouco pode fazer.

- Não sou ministro que quando bato na porta do presidente da República, e não sou atendido, volto e baixo portaria. Não tenho esse poder. Não tenho recurso suficiente e praticamente não tenho quadros.

O ministro afirmou ainda que só tem poder de formular e cooperar propondo.
Sobre as divergências que enfrenta dentro do governo, Mangabeira disse que são boas por mais que queiram transformar em "guerra política".

- É preciso não temer a divergência nem as idéias.

Vários parlamentares o elogiaram, saíram em defesa de seu sotaque americanizado e até atacaram o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, com quem teve desentendimentos. Ele obteve apoio até de parlamentar da oposição.

O senhor transcende fronteiras. A Amazônia não existia antes do senhor, não estava no mapa - disse Francisco Rodrigues (DEM-RR)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Brasil envia a três países ajuda humanitária recorde


Primeiro de três navios partiu ontem do porto de Rio Grande levando 19,4 mil toneladas de arroz para Cuba


Partiu ontem do porto gaúcho de Rio Grande um navio carregando 19,4 mil toneladas de arroz – o equivalente a 718 caminhões – destinadas a Cuba. De acordo com o diplomata Luis Fernando de Carvalho, assessor de imprensa do Itamaraty, é o início da maior operação de ajuda humanitária já realizada pelo Brasil, que beneficiará países do Caribe e da América Central atingidos por três furacões em 2008 – além de Cuba, Honduras e Haiti.

O primeiro carregamento deve chegar à capital cubana, Havana, em cerca de duas semanas. No domingo, parte um segundo navio (veja quadro). No total, o governo brasileiro doará 44,4 mil toneladas de arroz. Além disso, serão enviadas aos três países, em um terceiro carregamento ainda sem data prevista, 1.105 toneladas de leite em pó e 4,5 toneladas de sementes de frutas, verduras e legumes, produzidos pela agricultura familiar. Tudo pelo porto de Rio Grande.

O total da doação é de R$ 80 milhões. Essa quantia representa o valor dos alimentos, que vêm de estoques públicos, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o Itamaraty, o Brasil segue o princípio da não-intervenção – por isso, só faz doações quando há uma solicitação de países atingidos por desastres naturais, o que foi o caso. A assistência humanitária foi um pedido dos governos de países caribenhos devastados pelos furacões Ike, Gustav e Hannah.

Só no Haiti, as tempestades deixaram pelo menos 800 mortos e 800 mil desabrigados. Em Cuba, foram sete mortes e perdas calculadas em US$ 10 bilhões, com meio milhão de casas danificadas ou destruídas e centenas de milhares de hectares de plantações arrasados. O ex-líder cubano Fidel Castro chegou a comparar as imagens de destruição na ilha às que testemunhou na cidade japonesa de Hiroshima após a detonação da bomba nuclear.

Não é a primeira vez que o Brasil ajuda nações caribenhas – no fim dos anos 90, por exemplo, uma série de grandes doações foi feita após furacões devastadores na região. Ainda assim, nada perto da operação atual: à época, foram enviadas 600 toneladas de alimentos, informou o assessor do Itamaraty. Frequentemente, também, o governo brasileiro doa alimentos e remédios a países atingidos por catástrofes naturais, mas em quantidade menor. Conforme levantamento das últimas doações, geralmente não passa de 10 toneladas.

Desta vez, a ajuda foi regulamentada por uma medida provisória (MP) assinada em outubro passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que virou lei no fim de dezembro. De acordo com o Itamaraty, ela inaugura uma nova fase de assistência humanitária no país, ao regulamentar como deve ser feito o processo em termos jurídicos e administrativos.

Os navios que levarão os produtos foram cedidos pelo governo espanhol, que assumirá os custos relativos ao transporte. A parceria foi firmada em um acordo de novembro de 2008.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O fim do império americano?

Em mais um interessante artigo, Caroline Glick observa que os vários poderes mundo afora já estão testando Obama. Como notei alguns posts abaixo, a liberação do "cientista" A. Q. Khan, que vendeu segredos nucleares à Coréia do Norte e possivelmente ao Irã, foi um teste dos paquistaneses para ver a reação de Obama. Por enquanto, esta foi nula.

Da mesma forma, os russos já mandaram o presidente do Kirguistão fechar a base americana lá, no que foram prontamente atendidos. Isso, obviamente, compromete a continuação da presença americana no Afeganistão. Os terroristas islâmicos também já aumentaram a pressão e hoje explodiram alguns soldados americanos no Iraque, no atentado mais sério em meses.

O governo Obama exala fraqueza de todos os poros.

Mais preocupante é o fato que Obama esteja querendo fazer um acordo para reduzir os arsenais nucleares de EUA e URSS Rússia em 80%, o que provavelmente selaria o fim dos EUA como potência militar maior. Não apenas a Rússia conta com centenas de estoques nucleares não-declarados, como a China, como observa este artigo, graças à sua rede de espiões conseguiu em apenas uma década ter um arsenal nuclear de tecnologia similar à dos dois contendentes da Guerra Fria.

Obama e os "sofisticados" que acreditam na "força da diplomacia" e no "desarmamento" são meros amadores. Acostumados a lidar apenas com os "inimigos" do Partido Republicano - que são provavelmente os únicos a quem consideram de fato "inimigos" (com todos os outros se pode dialogar) - não tem idéia que no mundo real a coisa pega pra valer.

Colocar Obama na frente de Putin, chineses e terroristas islâmicos é como mandar uma professora de jardim de infância para negociar com a máfia.

Verdadeira Fênix : Su-35 Russo Volta ao FX-2 da FAB

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, participou do programa Bom Dia Ministro, no dia 5 de fevereiro, quando lançou duas novidades: a volta do Su-35BM e do Eurofighter europeu ao FX-2 e o interesse nacional pelo desenvolvimento de um caça de 5ª Geração.

Este seria criado pela Embraer junto com a empresa vencedora do FX-2. Isso comprova que o Brasil está mesmo fora do PAK FA russo. Mas pode entrar agora. Quem vencer o FX-2 desenvolverá um 5G com o Brasil. Esta é a maior novidade da entrevista.

O programa (áudio) é produzido e coordenado pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido ao vivo, via satélite, para emissoras de todo o País.

A grande decisão do FX-2 tinha vindo em 1º de outubro de 2008, quando o MD e a FAB descartaram o Su-35BM. Agora, com a volta do Su-35 e até do Eurofighter, as cartas estão sendo embaralhadas mais uma vez e o jogo recomeça. Nessa briga de cachorro grande, a FAB tratará apenas de voar o escolhido e nada mais.

Leia o trecho da entrevista sobre o FX-2:

Marcelo Freitas (Rádio Band News/DF): O senhor disse durante a apresentação do Plano Nacional de Defesa que não faltaria dinheiro para as Forças Armadas. Mas, a própria estratégia não previa nenhum recurso. Há alguma previsão para os próximos anos? Principalmente agora que o ministério teve mais de R$ 5 bilhões do orçamento bloqueados. E ainda sobre o mesmo assunto: o governo vai antecipar a compra dos caças da FAB para 2009, para evitar o investimento em ano eleitoral?

Ministro: Não há dúvida nenhuma que a mesma, são duas coisas diferentes. A estratégia nacional de defesa não é uma relação de compras. A estratégia nacional de defesa não tem como objetivo único e exclusivo a compra de materiais para as Forças Armadas. A estratégia de defesa tem como base a reorganização, a modernização das nossas forças, visa a visa o nosso território.

Precisamos ter, por exemplo, a identificação dos pontos sensíveis, estratégicos sensíveis do país. E ter uma locação de forças naquela localidade, ou seja, naquele ambiente. Quanto à questão específica do FX, prossegue. As nossas pesquisas, as nossas discussões sobre a decisão a ser tomada o senhor sabe que na última short list feito pela FAB, nós tivemos três aviões. O F-18 americano, o Rafale francês e o Gripen sueco.

Agora ontem (04/02) eu recebi, no Ministério da Defesa, a visita da Rosobonexport, que é uma empresa russa que elabora o Sukhoi, o Su-35, que é o novo Sukhoi. E deseja trazer complementos para ver a possibilidade de ser examinado.

Eu disse que era possível trazer esse material e que a FAB examinaria. O mesmo se passou com os europeus, com os italianos, em relação ao Eurofighter.

Ou seja, nós teremos lá por julho, julho ou agosto, nós vamos ter uma decisão final da escolha técnica, das opções técnicas da FAB. Para depois tomaremos a decisão política.

Isso de um lado. De outro lado, lembra-se que nós assinamos, agora no final do ano a compra de, em torno de 50 helicópteros, para construção no Brasil do H 725, que é o Cougar francês novo. Que é o Super Cougar, que vai ser construído no Brasil.

O problema com as empresas estrangeiras nesta área é que o Brasil não é um comprador líquido. O Brasil é um parceiro. Ou seja, deseja investe (sic), investirá. Mas com uma condição, que isto importe no desenvolvimento da nossa indústria de defesa.

Daí os entendimentos de o Brasil poder construir os helicópteros aqui no Brasil, na Helibras. E, portanto, importará em investimentos na Helibras.

Que os americanos ou franceses ou suecos possam ter entendimento com empresas brasileiras para o desenvolvimento de um caça de quinta geração no Brasil.

E mais, assinamos com os franceses e também com a participação da iniciativa privada brasileira a compra, construção no Brasil de submarinos Scorpéne que são extremamente convencionais a serem construídos em estaleiros no Brasil, a ser situado em Itaguaí, e mais, a construção ao fim depois dessa experiência do nosso submarino de propulsão de nuclear.

Sukhoi Su-35BM Volta ao FX-2 – É Hora da Xepa

Em momento algum, acreditei nessa estória que nosso governo contou em 1ª de outubro de 2008, quando anunciou a short list, desclassificando sumariamente o caça russo e dizendo que o Su-35 não trazia transferência de tecnologia, entre outras aberrações.

Ora, os russos sempre estiveram na ponta nesse quesito desde o FX original. A prova está aí nos futuros foguetes VLS brasileiros. A única transferência de tecnologia que veremos dos americanos, só se for como sabotar “um programa espacial brasileiro”.

Já os franceses e suecos são muito fracos nessa disputa de cachorro grande. A guerra aqui parece ser mesmo entre Rússia e EUA, envolvendo grandes contratos de 4ª e 5ª Gerações de caças.

Interessante nessa surpreendente reviravolta é a ascensão do Obama. Parece que Bush havia prometido algo que não foi confirmado agora. Ou algum auxiliar de Obama ofereceu esse algo e foi agora desmentido… mas o certo é que nesse momento os americanos caíram fora ou foram jogados n’água pelos russos. Ponto para os russos.

Há quem esteja entendendo que essa mudança radical é só para fazer pressão nos três concorrentes, a fim de aumentar seus offsets, e ainda reduzir o preço dos caças.

Afinal, o mundo está em crise e a recessão deverá ser bem forte. O Brasil ganha tempo e provoca uma corrida maior. Vamos pechinchar, pois na grande feira mundial é hora da xepa (*).

Mais intrigante ainda foi o “esquema” de divulgação. Jobim contou a novidade no meio de uma entrevista de rádio não muito significativa e logo depois viajou para Antártida, onde refugiou-se de braços dados com o comandante Saito da FAB, distantes de qualquer assédio da imprensa. O mundo pega fogo e eles estão absolutamente no gelo. E onde estará o Mangabeira?

Muitos brasileiros se sentiram arrasados com essa atitude nada convencional, mas temos que entender que todos os lados estão jogando em um tabuleiro muito difícil, tenso e mesmo voraz. Os russos e os americanos estão mais pobres agora na crise, enquanto o Brasil parece estar mais arrumado. Todos querem nos vender e nos acompanhar.

Movimentos como esse tendem a desarrumar as peças, e certos balanços podem melhorar nossa condição de barganha. Somos os compradores, e todo bom vendedor sabe de cor que o cliente sempre tem razão. Vamos ter muita calma nessa hora e jogar para ganhar. Vamos fazer a xepa de cabeça fria!

(*) Obs : hora da xepa remete às frutas, legumes e verduras que não foram vendidos na feira livre pela manhã e que os feirantes vendem com grande desconto à tarde.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ENTREVISTA: Bom Dia Ministro, com o ministro da Defesa, Nelson Jobim

KÁTIA SARTÓRIO: Na pauta do programa de hoje, a Estratégia Nacional de Defesa lançada pelo governo federal no final do ano passado e que estabelece diretrizes e ações de médio e longo prazo, para reorganizar e reorientar a atuação das Forças Armadas. O ministro da Defesa vai explicar as medidas que estão sendo tomadas pelo Ministério desde julho de 2007 para melhorar a infra-estrutura aeroportuária brasileira e o funcionamento da malha aérea para dar ao usuário um serviço mais seguro, regular e pontual. O ministro da Defesa Nelson Jobim vai conversar com a gente também sobre a missão de paz para a estabilização do Haiti, que desde 2004 o Brasil participa com maior contingente militar. O ministro da Defesa Nelson Jobim já está aqui no estúdio com a gente e começa agora a conversar com âncoras de emissoras de rádio de todo o país.

SÉRGIO RODRIGUES (Rádio Educativa de Campinas, São Paulo): A partir de maio, a 11ª Brigada de Infantaria leve, do Exército, localizada em Campinas (SP) vai particpar da missão de paz da ONU no Haiti. O treinamento dos soldados está previsto para começar agora no dia 16 Fevereiro, e a minha pergunta é justamente sobre esse treinamento. Como o Batalhão de Campinas foi criado pra atuar justamente em conflitos urbanos, há algum tipo de ação de treinamento aqui em Campinas nas ruas, ou em alguma cidade da região, que vão preparar os soldados pra essa missão de paz no Haiti?
MINISTRO: Sim nós temos um centro de preparação desses militares a atuarem em áreas urbanas. Essa é a grande “expertise” demonstrada pelo Brasil nas ações do Haiti. As Forças Brasileiras no Haiti têm demonstrado a imensa capacidade de tratar, de separar o civil, ou seja a população do bandido, ou seja, dos grupos armados do Haiti. A nossa posição do Haiti é cômoda, mas agora pretendemos fazer uma alteração de estratégia dentro do Haiti, mantendo a situação de defesa e de permanência da ordem, manutenção da paz no Haiti. Nós queremos também começar trabalho de infra-estrutura. Houve um aumento da participação de soldados do batalhão do Exército, na engenharia do Exército, e este batalhão de engenharia do Exército pretende com recursos, que poderão vir do Banco Mundial, fazer os investimentos, menos obras de infra-estrutura. Eu inclusive tive uma conversa, nós tivemos uma conversa em Washington, com o presidente do Banco Central Walter Zelig, exatamente nesse sentido, ou seja, não pode mais ficar o Haiti aguardando obras que não se realizam. E nós dizemos que nós temos lá um batalhão de engenharia disposto a trabalhar aguardando recursos e projetos.

EMÍLIA CHACOM: (Rádio Mega 94 FM, Campo Grande/MS): Ministro tem alguma ação específica, que vai ser feita em Mato Grosso do Sul, já que fazemos fronteiras com dois países?
MINISTRO: No Mato Grosso, nós temos a previsão do estabelecimento e do reforçamento das linhas de fronteira. O presidente da República determinou um aumento e um plano novo que está sendo encerrado pelo Exército de todo o reforço, de todas os pelotões existentes na linha de fronteira do Brasil, que venha da Amazônia e entre também no Pantanal.

BETH BEGONHA: (Rádio Nacional da Amazônia): Eu queria que nós falássemos um pouco sobre a questão da defesa em território indígena. Recentemente nós acompanhamos uma polêmica, digamos assim, sobre a questão dos territórios indígenas, como algumas pessoas, até dizendo temer que houvesse ali uma espécie de intromissão estrangeira, na tentativa de transformar esses territórios em territórios neutros. O que não se confirma de modo objetivo. O que, que aconteceu que nós tivemos esse desentendimento? Na verdade os povos indígenas e as Forças Armadas tem tido ao longo do tempo uma relação muito próxima e muitas vezes de amizade, de ajuda até do Exército. O que, que houve, para que nós vivêssemos aquela situação, se teria haver com a questão das minerações em terras indígenas, um fato ocorrido lá nas terras dos Ianomâmis poucos dias antes, quando um coronel,um general das Forças Armadas esteve lá com uma comissão, que trata justamente desse assunto de garimpagem na terra numa época que não era propícia. Os homens da aldeia estavam caçando, estavam ausentes, houve estranhamento entre o cacique velho que lá estava e o general, e logo depois nós começamos a ouvir essa história inesperadamente. Como é que está a visão do Ministério em relação a essa questão da Defesa das Terras Indígenas e nas terras indígenas?

MINISTRO: Vai me perdoar Beth, vamos iniciar uma substituição de palavras, as palavras às vezes ajudam a complicar as coisas. Não há no Brasil território indígena. O que há no Brasil são terras de propriedade da União afetadas a uso do fruto indígena. E é importante, que o Supremo Tribunal Federal, agora que está decidindo a questão Raposa Serra do Sol, está mantendo a demarcação feita pelo governo, nas linhas feitas pelo governo. Já está definindo o próprio Supremo Tribunal Federal, qual é o estatuto jurídico da terra indígena. E vem demonstrando claramente que o Exército Nacional, a polícia não tem nenhuma necessidade de licenças, quer da Funai, quer das populações indígenas que ocupem aquelas áreas de pedir licença, para entrar, porque aquilo ali é uma propriedade da União. Ou seja, inclusive o presidente da República editou um decreto em que nós vamos colocar postos de fronteira e organizações militares em todas as terras indígenas, exatamente para evitar coisa que não é de índio, que não é de indígena. Indígena nenhum deseja deixar de ser brasileiro. Há isto sim organizações não governamentais estrangeiras que agora passam a ser, digamos fiscalizadas e reguladas, que pretendem dar uma visão não brasileira da questão indígena. Observe bem Beth, é bom lembrar, que no Brasil nós temos brasileiros brancos, brasileiros negros, brasileiros indígenas, brasileiros de origem japonesa, brasileiro de origem italiana, brasileiro de origem alemã, ou seja todos são brasileiros. Nós não temos negros brasileiros, nós temos brasileiros que são negros, nós temos índios, nós não temos índios brasileiros, nós temos brasileiros que são índios. E isto nós não vamos abrir mão em hipótese alguma, ou seja a convivência do Exército principalmente do Exército na Amazônia com as populações indígenas são boas, muito boas. E inclusive tem algumas organizações governamentais, não-governamentais que ajudam o Exército principalmente na prestação de serviço de saúde e atendimento aquelas populações.

NATÁLIA FRUET: (Rádio Bandeirantes - Porto Alegre/RS) A nossa primeira pergunta, diz respeito as ações aqui do Comando Militar do Sul, com referência a área de fronteira. No ano passado a gente teve algumas ações para combate do contrabando, tráfico de drogas nas nossas fronteiras aqui no Rio Grande do Sul e também Paraná e Santa Catarina. Essas ações devem continuar em 2009, e quando elas devem acontecer?
MINISTRO: Algumas das funções, uma das funções principais, ou melhor, subsidiárias envolvidas pelo Exército é ter o Exército poder de polícia em zona de fronteira para crimes de transacionais, que exatamente e o tráfico de drogas. O general Denardi (Comando Militardo Sul) está programando isso, agora, eu, evidentemente que não posso dizer a você que dia vai ser feito isso, porque se disser o dia não vai acontecer nada. Ou
seja, essas ações são ações que são feitas, são programadas e são realizadas de inopino (sic). Exatamente para pegar as pessoas, os contrabandistas, os traficantes não preparados para tanto. Se fixarmos uma data, evidentemente que a fixação da data esvazia a finalidade última da ação.

MARIANA COSTA (Rádio CBN/RJ): A minha pergunta é sobre os aeroportos do Rio de Janeiro. O senhor já defendeu publicamente a abertura do Santos-Dumont a vôos domésticos, e essa é a posição da ANAC. O governo do estado é contra porque acredita que haveria um esvaziamento do aeroporto do Galeão. Eu gostaria de saber se o senhor acredita em um possível consenso com o governo do estado e em que pé estão essas discussões?
MINISTRO: Bem, nós teremos uma conversa ainda esta semana, com o governador e sua equipe, para demonstrar exatamente isto, de que o Galeão, a relação Galeão x Santos-Dumont, é uma relação compatível. Ou seja, o problema da redução das operações, e tornar ocioso o Santos-Dumont,não beneficia o Galeão. O que nós precisamos, isto sim, é desenvolver o plano de ativação do Galeão mas, sem deixar de utilizar o Santos-Dumont. E aí vem um problema que tem que ser definido com clareza. Que é a premissa da decisão. Qual é a premissa da decisão? A relação Santos-Dumont x Galeão, ou o desejo e a necessidade do usuário. Ou seja, do passageiro. O passageiro que sai de Brasília pretende o quê? Pretende ir para o Santos-Dumont ou pretende ir para o Galeão? Um passageiro que sai de Vitória, ele quer descer, o passageiro executivo, aquele que vai de manhã e tem que voltar de tarde, essa é a opção. E, evidentemente que a opção desses passageiros é o Santos-Dumont. E o Santos-Dumont está ocioso. Realmente está ocioso. Então, nós vamos ter uma conversa transparente, de amigos com o governador, para tentar ver se a gente encontra uma forma de consenso.

KÁTIA SARTÓRIO (Rádio Nacional/RJ): Falando em aeroportos, a Operação Feliz 2009, lançada pelo governo no final do ano, atendeu as expectativas?
MINISTRO: Não. Pretendia que sim. Nós tivemos uma reunião com as empresas aéreas antes para definir a, digamos, as ações a serem desenvolvidas, e tivemos problemas com uma delas. Uma das empresas, que foi a Gol, teve problema de organização do seu sistema de integração de passagens VARIG-GOL, e teve também uma redução dos seus funcionários. E isso deu um problema logo no início. Mas, depois foi composto. Inclusive eu oficiei a cada uma das empresas mostrando o seu desempenho durante o ano. Na verdade o melhor desempenho que tivemos naquele período foi da TAM.

KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, as companhias de aviação têm resistido as propostas feitas pela Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, de liberação de tarifas. O senhor ... como é que o senhor vê a resistência dessas companhias?
MINISTRO: O curioso é o seguinte. É que a legislação brasileira determina a liberação de tarifas. Nós temos tarifas liberadas internamente. E você veja hoje nos jornais, essa liberação de taifas está determinando a concorrência. A Tam e a Gol, com a entrada da Azul em operação, baixaram enormemente as tarifas de Campinas, etc e etc. Estão sendo anunciadas hoje. Na América do Sul, as tarifas são liberadas. A liberação de tarifas, a discussão da liberação de tarifas, são as viagens internacionais. E aí surge uma situação curiosíssima: o brasileiro que compra uma passagem ida e volta de São Paulo para Nova Iorque, paga mil e x dólares. O americano que compra uma passagem, pela empresa brasileira em Nova Iorque a São Paulo, ida e volta, paga 50 por cento do preço. Ou seja, nós brasileiros, nós passageiros brasileiros que estamos dentro de uma tarifa mínima fixada pala Anac, nós estamos transferindo a possibilidade de que o passageiro estrangeiro, seja financiado por nós mesmos, na redução da tarifa a ser paga lá na base. Lá na origem de Nova Iorque. Então nós temos que estabelecer, e caminhar para uma uniformização. O Ministério da Defesa examinou este assunto. E eu, pessoalmente, estou convencido de que não haverá nenhuma influência. Por quê? Porque a TAM, principalmente a Tam, opera nas viagens que vêm do exterior, ela pratica as tarifas que são praticadas pelas empresas internacionais. O que nós queremos é que estas tarifas sejam também atingidas aos brasileiros. Não seja somente oferecida aos estrangeiros.

DINIZ OLIVEIRA (Rádio Sociedade – Salvador/BA): Uma das prioridades do Ministério da Defesa é a melhoria da infra-estrutura aeroportuária do país, e também o funcionamento da malha aérea. Como o ministério pretende realizar essas melhorias? Essa atuação ministro, ela tem uma previsão de quanto tempo?
MINISTRO: Nós já estamos com obras em andamentos (sic). Um desenvolvimento grande. Nós temos três problemas que estamos resolvendo. São três problemas que surgiram com o Tribunal de Contas, que impugnou algumas licitações antigas de três grandes aeroportos: Vitória, Goiânia e parte de Guarulhos. Ontem nós resolvemos. Acertamos o problema (sic) de Vitória e de Goiânia. E preciso acertar agora o problema de Guarulhos. Os investimentos que estamos feito (sic), como se está fazendo, os planos que estamos fazendo do Galeão é (sic) grande. E em julho teremos ainda a formatação que vai ser feita pelo BNDES e pela ANAC, da forma de concessão dos aeroportos. Nós vamos ter a possibilidade de fazer concessões de aeroportos. Os estudos estão vinculados a um modelo de concessão e este modelo aqui, e este modelo de concessão poderia ser utilizado nos aeroportos. No aeroporto do Galeão, no aeroporto de Viracopos e também na construção do novo aeroporto de São Paulo.

MARCELO FREITAS (Rádio Band News/DF): O senhor disse durante a apresentação do Plano Nacional de Defesa que não faltaria dinheiro para as Forças Armadas. Mas, a própria estratégia não previa nenhum recurso. Há alguma previsão para os próximos anos? Principalmente agora que o ministério teve mais de R$ 5 bilhões do orçamento bloqueados. E ainda sobre o mesmo assunto: o governo vai antecipar a compra dos caças da FAB para 2009, para evitar o investimento em ano eleitoral?
MINISTRO: Não há dúvida nenhuma que a mesma, são duas coisas diferentes. A Estratégia Nacional de Defesa não é uma relação de compras. A Estratégia Nacional de Defesa não tem como objetivo único e exclusivo a compra de materiais para as Forças Armadas, A estratégia de defesa tem como base a reorganização, a modernização das nossas forças, visa a visa o nosso território. Precisamos ter, por exemplo, a identificação dos pontos sensíveis, estratégicos sensíveis do país. E ter uma locação de forças naquela localidade, ou seja, naquele ambiente. Quanto a questão específica do FX, prossegue. As nossas pesquisas, as nossas discussões sobre a decisão a ser tomada. O senhor sabe que na última short-list feito pela FAB, nós tivemos três aviões selecionados: O F/A-18 E/F americano, o Rafale francês e o Gripen NG sueco. Agora ontem eu recebi, no Ministério da Defesa, a visita da Rosoboronexport, que é uma empresa russa que projeta o Sukhoi, o SU-35, que é o novo Sukhoi. E deseja trazer complementos para ver a possibilidade de ser (re)examinado. Eu disse que era possível, trazer esse material, e que a FAB examinaria. O mesmo se passou com os europeus, com os italianos em relação ao Eurofighter. Ou seja, nós teremos lá por julho, julho ou agosto, nós vamos ter uma decisão final da escolha técnica, das opções técnicas da FAB. Para depois tomarmos a decisão política, isso de um lado. de outro lado lembra-se que nós assinamos, agora no final do ano a compra de, em torno de 50 helicópteros, para construção no Brasil do EC-725, que é o Cougar francês novo. Que é o Super Cougar. Que vai ser construído no Brasil. O problema com as empresas estrangeiras nesta área é que o Brasil não é um comprador líquido. O Brasil é um parceiro. Ou seja, deseja investe (sic), investirá. Mas com uma condição, que isto importe no desenvolvimento da nossa indústria de defesa. Daí os entendimentos de o Brasil poder construir os helicópteros aqui no Brasil, na Helibras. E, portanto, importará em investimentos na Helibras, que os americanos ou franceses ou suecos possam ter entendimento com empresas brasileiras para o desenvolvimento de um caça de quinta geração no Brasil e mais, assinamos com os franceses e também com a participação da iniciativa privada brasileira a compra e construção no Brasil de submarinos Scorpène que são convencionais a serem construídos em estaleiros no Brasil, a ser situado em Itaguaí, e mais, a construção ao fim depois dessa experiência do nosso submarino de proporção de nuclear.

JOFRE MELO (Rádio CBN - Recife): Bom dia, ministro, como está sendo feita a reestruturação do Ministério da Defesa?
MINISTRO: Bem, basicamente lembra-se que o Ministério da Defesa quando foi criado, ele foi criado de uma forma frágil. O Ministério da Defesa não tem por exemplo, secretário executivo, tem o ministro da Defesa e sua chefia de gabinete, então o pensamento por ora que nós vamos estabelecer é o seguinte: primeiro, nós vamos dividir a parte civil e militar. A parte civil deverá ter um secretário executivo e a parte militar será o Estado Maior, mas não será mais o Estado Maior da Defesa, será o Estado Maior conjunto de Defesa, o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas que será sediado dentro do Ministério da Defesa e será integrado, chefiado por um oficial de quatro estrelas mais antigo da força e integrará uma junta que será integrada pelo chefe dos Estados Maiores das três forças. E com isso nós mudamos o critério e a estruturação, porque a visão nova é que o Ministério da Defesa será o centralizador de uma unificação das ações do Exército. Um outro elemento importante é que dentro dessa reestruturação nós vamos apresentar ao presidente com prazo até final de março, desse modelo de reestruturação é a criação da Secretaria Nacional de Compras, ou seja, hoje as compras do Exército, da Marinha e da Aeronáutica são realizadas por seus setores específicos. Mas não há uma política unificada, está política de compras será fixada por essa Secretária Nacional de Compras criada pelo Ministério da Defesa que não deverá ser igual a DGA francesa. Os franceses tem uma estrutura pesada de compras, nós queremos ter isso sim, dentro do Ministério da Defesa, uma estrutura leve, definidora de compras realizadoras inclusive de compras diretas, como já fizemos nesta questão do helicóptero que está sendo comandado pelo Ministério da Defesa e definidor de políticas, ou seja, as forças executarão por delegação as suas compras, mas com autorização e definição de políticas oriundas do ministério.

KÁTIA SARTÓRIO: Ministro, o ministério faz 10 anos esse ano que foi criado, existe uma previsão de ser criado uma carreira civil para o ministério da Defesa?
MINISTRO: O plano estratégico prevê exatamente isso, nós não temos nenhuma memória dentro do Ministério da Defesa. Todos os setores civil, a parte civil do Ministério da Defesa é originária de servidores, uns são do Banco do Brasil, outros são da Petrobras, outros vem daqui, outros vem de lá, outros vem do Ministério da Fazenda e aí vão se criando um ambiente de conhecimento de defesa. Mas falta uma estrutura interna e uma carreira de defesa, exatamente por isso, em razão disso é que nós resolvemos sem prejuízo dos estabelecimentos do Rio de Janeiro de transferir, de criarmos aqui em Brasília uma sede da Escola Superior de Guerra para que seja a Escola Superior de Guerra o formador de uma elite civil de defesa. Questão de defesa, material militar quem conhecem hoje muito e aqui no Brasil melhor são só os militares e no mundo você tem especialistas que conhecem, nós temos alguns especialistas civis brasileiros muito competentes, mas são poucos, muito poucos e queremos criar essa estrutura e fazer uma carreira de defesa que é que vamos discutir no Ministério do Planejamento.

LEANDRO AMARAL (Rádio ABC 590 AM - Santo André/SP): Bom dia, ministro eu gostaria que o senhor elencasse algumas diretrizes práticas dessa estratégia nacional.
MINISTRO: Muito bem, se você quiser essas diretrizes completas elas são em torno de 17 mas, o que é fundamental em relação as nossas diretrizes que nós estamos estabelecendo, que foi aprovado pelo presidente da República naquele ato importante que foi realizado,ela se compõem , por exemplo, a primeira diretriz fundamental é a de dissuasão e concentração de forças hostis nas fronteiras. Ou seja, pauta-se essa diretriz evitar isso e dissuadir a nossa função fundamental e estratégica é a dissuasão de qualquer concentração de forças seja nas fronteiras terrestres, seja dentro das águas jurisdicionais brasileiras que hoje são praticamente 4.5 milhões de quilômetros quadrados. A organização das Forças Armadas sobre a égide de um trinômino fundamental: monitoramento, controle, mobilidade e presença. Nós não temos condições de ter a presença das Forças Armadas em todos os lugares no Brasil. Nós temos 5.727 mil quilômetros de fronteiras terrestres, temos o litoral com 8 mil e poucos quilometro e temos ainda as águas territoriais com 4.5 mil quilômetros quadrados o que significa? Impossibilidade da presença, logo altera-se o trinômino passa a ser monitoramento, controle, mobilidade e presença e aí então, representa isso uma possibilidade de nós desenvolvermos monitoramento com todo o espaço aéreo do território e das águas adicionais. E aí você nas diretrizes, estratégia e defesa que se encontra no site você vai verificar, por exemplo, que nós vamos fortalecer o setor de importância estratégica que é o espacial, submerso e nuclear. Vamos unificar as operações das três forças muito além dos limites impostos pelo chamados exercícios conjuntos, vamos reposicionar o efetivo das três forças, tendo em vista a capacidade de estar presente ou não ser presente, ou seja, poder estar presente no local necessário, isso importa no reposicionamento. Em relação ao Exército nós teremos um núcleo modular que serão as brigadas e essas brigadas de deslocamento rápido, vamos adensar a presença da unidade do Exército, da Marinha e das Forças Aéreas nas fronteiras, observe bem se você olhar o mapa brasileiro vai verificar que a necessidade de presença e monitoramento está ao oeste nos grande centros de aquaterlamento milites estão a leste, ou seja, próximos ao litoral. Vamos também, expandir a Marinha, hoje a Marinha concentra-se exclusivamente no Rio de Janeiro a Força Naval Brasileira está lá armada,está no Rio de Janeiro, e vamos ter que criar um local de armadas junto a entrada do Rio Amazonas tecnicamente possível, tendo em vista naquela região as águas são mais rasas e com isso nós pretendemos ter uma priorização global do território , mas tendo em vista sempre a Amazônia.

GETÚLIO NURENBERG (Rádio Inconfidência - MG ): Bom dia, ministro. Aqui em Minas existe uma polêmica quanto à reativação de vôos no aeroporto Carlos Drummond de Andrade, conhecido como o da Pampulha, depois da maior concentração de vôos no aeroporto internacional de Confins. O governo de Minas já se posicionou ao contrário, sabe-se que no plano do ministro da Defesa para estimular a concorrência entre as companhias aéreas existe uma possibilidade de ampliar os vôos, retomar os vôos em aeroportos menores como o da Pampulha e o de Santos Dumont. Qual que é o desejo do Ministério da Defesa?

MINISTRO: Nós temos um desejo e o nosso desejo é cumprir a lei e no cumprimento da lei que criou a ANAC não cabe à ANAC, não cabe à nós fixarmos limitações aos aeroportos. Os aeroportos tem limitações com capacidades físicas, cabe à ANAC dizer: o aeroporto de Pampulha pode operar considerando seu terminal, considerando sua pista e considerando seu pátio com "X" vôos hora. O aeroporto de Confins cabe operar considerando a pista, terminal e etc com "X" vôos hora e as empresas é que concebem as suas malhas. Houve um fechamento que é um fechamento não autorizado pela lei de Pampulha e de Santos Dumont para operarem com exclusividade e nós vamos rever esse assunto, mas vamos rever isso dentro de um entendimento do governo do estado e dentro de um entendimento que o governo do estado com um privilegiamento. Agora a situação de Belo Horizonte-BH é completamente diferente do Rio de Janeiro-RJ, por uma razão simples. Confins, já o terminal de Confins, já está, digamos, aquém do número de passageiros que passam em Confins. Ou seja, Confins já está saturado, vamos ter que rever, inclusive, a dimensionamento do terminal de Confins visa a visa sobre os passageiros. Já Pampulha tem um terminal pequeno e vamos ter que compatibilizar este terminal com a pista. E eu quero lembrar a você que a Força Aérea vai sair de Pampulha. Nós vamos deslocar toda a estrutura da base aérea que hoje se opera em Pampulha, nós vamos deslocar isso para um aeroporto no interior de Minas.

KÁTIA SARTÓRIO: Quando vai ser isso, Ministro?
MINISTRO: A Força Aérea está estudando a matéria e eu creio que ainda este ano nós vamos tomar uma decisão.

TÉO CEVEY: (Rádio Clube Bandeirantes 1350 AM - Itajaí/SC)
Ministro, nós vivemos um momento bem difícil ao final do ano passado, na nossa cidade, com relação à tragédia desenvolvida devido às cheias. Ministro, no que aconteceu isso, demonstrou-se certas dificuldades por parte da Defesa Civil, tanto nacional como a Defesa Civil de cada município. E também, Ministro, você estava falando, antes, sobre a aproximação do Exército e da Marinha em alguns municípios e isso acabou sendo demonstrado apesar do trabalho que foi realizado, mas que demonstrou a falta de proximidade do Exército com relação a algumas cidades. O que poderá ser feito em relação a isso, já que se demonstrou algumas dificuldades de infra-estrutura em relação à Defesa Civil e à falta de proximidade do Exército com relação a algumas cidades.

MINISTRO: A experiência de Santa Catarina, os problemas que tivemos em Santa Catarina que foram lamentáveis, demonstrou uma falta de estruturação. Primeiro entre a Defesa Civil, a Polícia Militar local, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Os trabalhos que nós desenvolvemos, principalmente, na Aeronáutica e em Santa Catarina foram excelentes, mas nós tivemos problemas de articulação e de comando. Então, eu inclusive propus ao presidente que nós viéssemos examinar junto à lei de mobilização nacional uma forma de termos uma força unificada para o atendimento dessas questões humanitárias. E eu quero dizer a você, o seguinte: o Exército Brasileiro e a Aeronáutica Brasileira tem uma capacidade imensa em ações humanitárias. Exatamente para atender enchentes e etc. A Força Aérea Brasileira, por exemplo, já esteve na Bolívia, atendendo problemas de enchentes, na Bolívia, etc. Nós estamos exatamente com a experiência de Santa Catarina tentar resolver e encontrar uma forma de ação rápida, ou seja, o que precisa e ação rápida, e outra coisa, ação logística. Não sei se você observou, mas quando ocorrem esses desastres metereológicos, principalmente, no Brasil, todo brasileiro se sente com uma disposição imensa de fazer doações. A solidariedade aparece. É só surgir um problema, mas às vezes a solidariedade fica entulhada por não ter uma estrutura logística de distribuição. E aí começam a ocorrer problemas como ocorreram e fica tudo acumulado, exposto, e as pessoas começam a pegar para si, etc, etc, etc. Isso tudo, nós estamos fazendo um estudo com o Ministério da Defesa para fazer uma proposta de que essas doações sejam conduzidas de forma unificada e não uma disputa entre autoridades municipais, autoridades estaduais, e autoridades federais. Inclusive em Santa Catarina, houve um fenômeno. Quando nós estivemos em Santa Catarina, na disputa que havia entre alguns políticos catarinenses, e em Santa Catarina era que o presidente tinha que ir em um local e não ir em outro, e tudo aquilo estava dentro de um conjunto do aproveitamento político do incidente.

LINO RAMOS: (Rádio Paiquerê - Londrina / PR)
Bom dia, ministro Nelson Jobim! A gente percebe, ministro, aqui no Paraná, por exemplo, onde enfrentamos problemas na fronteira, na chamada tríplice fronteira, que algumas questões relacionadas à criminalidade que existe nesse local também tem as suas raízes e as suas conseqüências nos grandes centros urbanos. A exemplo de Londrina, Curitiba, a cidade Foz do Iguaçu que enfrenta problemas seríssimos e em outros locais. Como o senhor avalia essa questão e de que forma o Ministério da Defesa pode ajudar a amenizar esta situação.

MINISTRO: Veja, a questão do tráfico de drogas, que é a preocupação maior na região da tríplice fronteira, é algo da competência da Polícia Federal. E queremos ter ações comuns porque o Exército Nacional tem funções de polícia, tem autoridade de polícia também na faixa de fronteira que pega toda aquela região que você está falando. Nós temos um desejo de montarmos operações, como já fizemos, lembra-se que nós já tivemos duas grandes operações nessa região. Operações que eram regidas pelo Comando Militar do Sul e inclusive, teve algumas reações, de algumas autoridades paraguaias porque nós colocamos um grupo de pelotão junto à fronteira para fiscalizar a circulação, depois houve uma acusação por parte paraguaia que nós havíamos invadido. Houve um equívoco porque quando colocamos esses militares nesses locais, um dos jornais paraguaios atacou dizendo que nós havíamos invadido o território que era um equívoco enorme. Mas na verdade é o seguinte, nós temos que ter muita cautela política porque a influência política desses personagens são grandes também nos países vizinhos. Então, com isso nós precisamos ter muita habilidade de termos um grande entendimento que já temos com as autoridades paraguaias para ações conjuntas de fronteira e não só ações de barreira internas no Brasil mas sim ações que possam ser desenvolvidas no território brasileiro por forças brasileiras e no território paraguaio por forças paraguaias. Aliás, eu vou propor nas discussões que teremos no conselho de defesa sul-americano que já foi formado, que já foi afirmado e criado, em janeiro deste ano, num encontro de presidentes da UNASUL dos presidentes sul-americanos, cujo a reunião do conselho vai se realizar agora em março, no Chile, eu creio que em 09 ou 10 de março. Eu vou propor, exatamente, que os países vizinhos como Brasil e Paraguai, Brasil-Colômbia, Brasil-Bolívia, possam ter operações conjuntas cada um no seu território, exatamente, na coibição dessas ações ilícitas em fronteiras.

ANTONIO CARLOS (Rádio Belém FM de Belém no Pará)
Bom dia, ministro, a rádio Belém FM agradece ao programa Bom dia Ministro. Tivemos a pouco tempo o Fórum Social Mundial, aqui em Belém do Pará. E o comentário aqui, é da discussão de um Procurador da República e de uma juíza sobre a ilegalidade da Força Nacional de Segurança Pública. Devo dizer que das coisas boas criadas no Brasil, a Força Nacional foi uma delas. O que nós precisamos aqui no Pará e no Brasil é de muito trabalho do Poder Judiciário para resolver problemas com os bandidos corruptos, assassinos que amparados pelas filigranas jurídicas permanecem aí soltos. Ministro, eu lhe pergunto, o que você tem a dizer sobre essa polêmica da Força Nacional e queremos saber também se a Força Nacional faz parte do Ministério da Defesa.

MINISTRO: Bom dia. Bem, a Força Nacional foi criada numa tentativa de estruturação das forças militares estaduais e é do âmbito do Ministério da Justiça. Essas discussões, são discussões criadas meramente acadêmicas, pessoas que não têm nada a ver com a realidade das ações, não tem a ver com resultados, não tem a ver com necessidade. Mas tem a ver com a demonstração de posições. Se essas duas pessoas não tivessem feito essa afirmação, elas passariam desconhecidas e não vista neste fórum mundial. Esta é a forma de você estar presente, aparecer, tentar demonstrar. Tudo que você tenta fazer hoje, é aqueles que pretendem e que não tem nenhuma biografia pretendem fazer a sua biografia, exatamente, chamando a atenção da imprensa. É opor-se àquilo que é necessário ao país.

KÁTIA SARTÓRIO: Falando em Estratégia Nacionais de Defesa, que mudanças ela traz para o serviço militar inicial obrigatório? Vai ser criado também um serviço civil obrigatório, ministro?
MINISTRO: Não. O civil não será obrigatório. Hoje, nós temos, no serviço militar obrigatório, em torno de 1,2 milhão de jovens que se inscrevem, já se qualificam aos 18 anos. Desse 1,2 milhão, a capacidade de absorção por parte das Forças Armadas desses jovens é da ordem de menos de 10%, ou seja, disso, acabam servindo o Exército, a Marinha e a Aeronáutica em torno de 100 mil. Pois bem, o que nós queremos fazer é ampliar a participação de jovens dentro do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é conciliando a necessidade que temos de ter soldados profissionais para termos também os conscritos, e por que isso? Porque há uma decisão política do governo e não só uma decisão política do governo, mas uma decisão política da nação de que nós não devemos ter um Exército, uma Marinha ou uma Aeronáutica, ou seja, termos uma Força Armada que seja uma parte da nação paga pela outra parte da nação para proteger a nação. Ou para defender a nação. O que nós precisamos ter é que a nação seja protegida. Portanto, a necessidade da existência do serviço militar obrigatório é exatamente a forma pelo qual as Forças Armadas se inserem dentro do país e são um produto do país não uma mera profissão paga pelo país. Então digamos essa é a decisão, agora nós não vamos ter serviço civil obrigatório, vamos ter um serviço civil que há possibilidade daqueles jovens que não forem aproveitados pelas Forças Armadas, exatamente pela incapacidade das Forças de absolverem aqueles contingentes, nós podemos utilizar como voluntariado esses jovens para atender algumas necessidades do país como, por exemplo, na área da medicina, você sabe muito bem que o pessoal da Amazônia sabe muito bem a dificuldade que nós temos hoje de termos médicos no Interland Amazônico, todos esses médicos no Interland Amazônico, e inclusive hospitais são administrados pelo Exército e nós precisamos criar isso dentro de um modelo que nós fomos tentar ampliar que é o modelo do Projeto Rondon. O Projeto Rondon hoje está na ordem de 2 mil estudantes que operam no período de 15 dias, nós queremos ampliar progressivamente o Projeto Rondon, podemos chegar isto a 3, 4 ou 5 mil na progressão, e com a experiência do Projeto Rondon nós tentarmos criar esse serviço civil. Logo falando no serviço civil houve uma reação muito forte, e o curioso que a reação muito forte vem da alta classe média. A alta classe média grande parte dela não quer saber de nada de serviços sociais no país, a alta classe média na maioria das vezes, quer serviços sociais para si, no país.

KÁTIA SARTÓRIO: Ministro e sobre o projeto São Francisco, hoje a gente sabe que a ministra Dilma Rousseff, Geddel estão vistoriando as obras, mas o senhor já esteve lá vistoriando o canteiro de obras do Exército nesse projeto, qual é a participação do Exército nessa obra?

MINISTRO: O Exército, os Batalhões de Engenharia do Exército tem uma grande expertise, aliás é um dos batalhões no mundo que tem experiência em obras civis, normalmente os batalhões de egenharias dos demais exércitos tem conhecimento em obras militares, ou seja, preparando para guerra, nesse caso não. O Brasil tem um Batalhão de Engenharia tem uma companhia de engenharia, enfim, um setor de engenharia fortíssimo, e lá nós estamos trabalhando em dois pontos, que é a parte da captação de águas do São Francisco. Eu quero deixar claro a você o seguinte: quando começou a se discutir esse negócio do São Francisco usou-se uma palavra terrível, terrível e equivocada. Transposição do Rio São Francisco era a linguagem que se fala (sic), não tem nada de transposição, o que está se fazendo é o seguinte: você está cruzando ali uma enormidade de águas, e dali daquela enormidade de águas que vão parar no Atlântico está se tirando 1.5 ou 1.8 por cento para o centro das águas e puxando, captando essas águas através de canais que vão ser levadas para o agreste para o sertão o semi-árido brasileiro. Isto não é transposição, é captação de água do São Francisco para irrigação e para o fornecimento de águas a 12 milhões de pessoas. E o Exército está operando na parte inicial, é uma parte que você faz o canal de comunicação ao rio e traz as que vem por gravidade e traz a um determinado ponto e a partir daí há uma estação de elevação das águas, as águas são elevadas a um determinado momento, ai joga num segundo canal e esse segundo canal vai direto a um lago de acumulação, este lago de acumulação terá junto a si um outro canal e vai levando subseqüentemente até fazermos 400 e poucos quilômetros de canais para chegar a esse total. E o Exército está trabalhando na ponta inicial. Agora algumas empresas estão recuando estão se afastando e o Exército brasileiro está disposto a prosseguir inclusive em trechos que não são dos trechos que estamos trabalhando, nós estamos trabalhando nas duas marginais, nós estamos trabalhando no eixo leste e no eixo oeste, estamos fazendo o canal de aproximação, mas já estamos tendo problemas em relação aos demais. O ministro Geddel conversará com o general Aveira para ver a possibilidade de que o Exército possa tomar outras áreas, então veja, nós fizemos o canal e depois o lago de acumulação. As empresas privadas fazem a estação de elevação de águas o bombeamento das águas, e o canal de lançamento das águas bombeadas aos lagos, e o Exército eventualmente terá que fazer outras coisas. Mas a nossa participação disso é imensa, e lembrem-se bem nenhuma transposição, meramente capacitação de 1.4% das águas que são jogadas no mar.
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