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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Defesa Nacional não é política

Leia o artigo do deputado federal William Woo sobre o Programa F-X2

O Comando da Aeronáutica (COMAER) do Brasil deu início, em maio de 2008, ao Projeto F-X2, que visa a substituição de aeronaves de combate da Força Aérea Brasileira (FAB). O objetivo do trabalho é dotar a FAB de uma frota padronizada de aeronaves de caça de múltiplo emprego. O planejamento prevê a substituição gradual das frotas de Mirage-2000, F-5M e A-1M, iniciando as operações no Brasil em 2015, sendo utilizadas por aproximadamente 30 anos.

Desde o princípio do projeto, a Aeronáutica tem dado transparência a todos os atos referentes ao assunto. Logo de início, o Comando deixou claro que o processo visaria buscar o melhor produto e que seria levado em consideração, principalmente, o atendimento aos requisitos operacionais estipulados pela FAB. A avaliação também consideraria a logística, os custos, as condições das ofertas de compensação comercial e o grau de transferência de tecnologia para a indústria aeronáutica brasileira.

Durante o processo, seis empresas foram pré-selecionadas e receberam, em junho de 2008, solicitação para apresentarem informações: as norte-americanas Boeing e Lockheed Martin, a francesa Dassault, a russa Rosoboronexport (Sukhoi), a sueca Saab e o consórcio europeu Eurofigther. Todas com capacidade de fornecer aeronaves de caça que serviriam aos anseios da FAB. Após primeira avaliação de propostas, em novembro, a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 escolheu as aeronaves da Boeing (F-18 E/F Super Hornet), a Dassault (Rafale) e a Saab (Gripen NG) e enviou às empresas o Pedido de Oferta.

A partir de fevereiro de 2009 o COMAER, após receber as ofertas das empresas, realizou visitas técnicas e voos de avaliação, inspeções às instalações industriais e logísticas, às oficinas de manutenção, aos laboratórios de desenvolvimento de sistemas e aos esquadrões operacionais.

O projeto seguiu para a análise de mais de 60 especialistas em diversas áreas, que procederão à elaboração do relatório final técnico das aeronaves concorrentes, sendo também apresentado aos oficiais-generais integrantes do Alto Comando da Aeronáutica. De lá, será encaminhado ao Ministério da Defesa, que terá a palavra final do presidente Luis Inácio Lula da Silva sobre a aquisição dos 36 novos caças para a esquadra brasileira.

Em consonância com o processo realizado no âmbito do Comando Aéreo, o projeto também foi amplamente discutido nas Comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da qual faço parte, e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados. Isso porque sentimo-nos no dever de participar da discussão sobre a melhor oferta de transferência de tecnologia para o Brasil, entre outros assuntos pertinentes.

Estamos confiantes que o Alto Comando da Aeronáutica, sobretudo sob a chefia do tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito, fará a melhor escolha. Temos a consciência que o comandante Saito, experiente aviador com mais de 6.000 horas de vôo, terá sensibilidade e sabedoria para encaminhar o que for melhor para a Defesa Nacional.

Ultimamente o assunto da aquisição das aeronaves tem tomado um foco político, encontro entre lideres e autoridades políticas, deixando de lado os técnicos, aqueles que realmente têm capacidade e preparo para discutir o assunto. É importante ressaltar que todo o processo representa um importante avanço para a indústria de defesa do País, o que possibilitará parcerias estratégicas de longa duração e trará condições ao Brasil de produzir ou participar da produção de caças de 5ª geração.

A empresa escolhida pela Aeronáutica, por meio da Comissão Gerencial do Projeto F-X2, será, sem sombra de dúvida, a mais competente, em termos técnicos, para atender à demanda proposta. Por isso, é importante ter em mente que a escolha da Aeronáutica deve ser respeitada por todas as instâncias a quem ela é subordinada, independentemente de posições pessoais, apelos políticos ou outro motivo que venha a manchar o excelente trabalho feito pelo COMAER até hoje.

*William Woo é deputado federal pelo PPS de São Paulo e membro titular da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados

Indústria Naval Renasce e Já É 6ª do Mundo


Indústria naval renasce e já é 6ª do mundo

Setor tem R$ 55 bilhões em investimento e encomendas, segundo o BNDES; com pré-sal, futuro é ainda mais promissor

Em nove anos, empregos sobem de 2.000 para 45 mil; 5 estaleiros se somarão aos 25 já existentes e cada um pode ter até 3.500 funcionários

Pedro Soares – Da Sucursal Rio

Impulsionada pelas encomendas crescentes da Petrobras desde 2001 e especialmente pela exigência de compras de fornecedores locais introduzidas pelo governo Lula em 2003, a indústria naval brasileira renasceu nesta década e já é a sexta maior do mundo.

As encomendas aos estaleiros e os novos investimentos somam R$ 55 bilhões, pelos cálculos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São 195 embarcações já contratadas ou com a construção anunciada.

A cifra coloca o país atrás de China, Coreia, Japão, União Europeia e Índia, mas à frente dos Estados Unidos.

Em 2000, a indústria tinha menos de 2.000 empregados. Hoje, são 45 mil soldadores, mecânicos, entre outros trabalhadores. O número deve aumentar nos próximos anos com a instalação prevista de cinco novos estaleiros – cada um pode ter até 3.500 funcionários. Existem 25 estaleiros no país – todos privados, mas 2 foram arrendados à Petrobras.

Cada nova unidade receberá investimentos de até R$ 1 bilhão e serão erguidas nos Estados de Alagoas, Bahia (duas, possivelmente), Espírito Santo e Rio – polo histórico da indústria naval e onde está a maior parte dos estaleiros do país.

Diferentemente da China – que se especializou e investiu pesado nos últimos cinco anos-, o motor da indústria naval brasileira não é o transporte marítimo de commodities, mas sim a exploração marítima de petróleo.

Esse segmento produz um volume menor de embarcações, mas faz unidades mais sofisticadas e caras. Nele, a liderança global é de Cingapura e da Coreia – líderes mundiais em tecnologia e com altos subsídios governamentais.

Tempo e dinheiro

Cada plataforma de produção de petróleo pode custar mais de US$ 2 bilhões e consumir até dois anos de trabalho. Uma sonda de perfuração – usada na exploração dos campos marítimos – não sai por menos de US$ 1 bilhão. Já um petroleiro varia de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões, de acordo com o porte da embarcação, e leva pelo menos oito meses para ficar pronto.

No Brasil, a indústria ressurgiu na esteira das encomendas da Petrobras e tem um estímulo adicional graças à descoberta do pré-sal. Mas começam a aparecer também novos clientes: a estatal Venezuelana PDSVA encomendou dez petroleiros ao estaleiro Eisa – já recebeu o primeiro-, e a Vale vai fazer uma concorrência para a construção de quatro navios de grande porte para o transporte de minério de ferro.

Com o advento do pré-sal, grupos nacionais – como o Sinergy (estaleiros Eisa e Mauá); Camargo Corrêa e Queiroz Galvão; OAS e Setal – e internacionais – STX (Coreia) e Jurong (Cingapura) – já decidiram ou estudam instalar novos estaleiros. Outros três farão ampliações de suas instalações.

Waldemiro Arantes Filho, presidente do STX no Brasil, diz que a unidade será construída no Ceará em duas etapas: a primeira com investimento de US$ 100 milhões (barcos menores de apoio à exploração de petróleo); a segunda custará US$ 500 milhões (plataformas e petroleiros).

Localizado em Pernambuco, no porto de Suape, o estaleiro Atlântico Sul é hoje o mais moderno do país e conta com uma área em seu entorno que permite ampliação para deixá-lo do porte dos estaleiros gigantes sul-coreanos Hyundai, STX e Samsung. Os demais precisam de atualização tecnológica.

Fernando Tourinho, conselheiro do Atlântico Sul, diz que o grupo negocia uma participação acionária minoritária da coreana Samsung e estuda instalar um novo estaleiro, além de ampliar as instalações em Suape. “Com o pré-sal, temos um horizonte promissor.”

Líbano bombardeando insurgentes com o Huey

Para nós ocidentais, usar helicópteros para lançar bombas soa meio estranho. Nunca foi um papel comum dos helicópteros e as poucas vezes que isso ocorreu provavelmente foram no início da era dos helicópteros armados no Vietnã, onde tudo que atirava foi pendurado do lado de fora de um Huey.



Por outro lado, os soviéticos usaram com bastante eficácia os seus Mi-24 para lançar bombas durante a campanha do Afeganistão na década de 1980. Os vales onde a guerrilha se entocava não permitiam o emprego eficaz dos Su-25 e os helicópteros assumiram o papel de bombardeiros. De maneira geral, o resultado foi bom pela baixa velocidade do helicóptero, que permitia um lançamento mais preciso que o dos aviões.

Mas, mesmo para os russos, esse arranjo não é mais tão comum. Nas campanhas da Chechênia, o míssil substituiu as bombas com excelentes resultados.






FOnte: Vôo Tatico

FX-2: Lula manda calar a FAB

O presidente da República, Luís Inácio da Silva, através de seu ministro da defesa, determinou que a Força Aérea Brasileira não apresentasse um favorito em seu relatório de análise que faz parte do processo de aquisição de caças para a força aérea brasileira, conhecido como programa FX (ou F-X2).

A ordem teve como objetivo evitar o mal-estar entre o governo e a força aérea, por causa das opções políticas tomadas pelo governo Lula, que levaram à escolha do caça francês, contra qualquer análise técnica que possa ser apresentada pela Força Aérea.

A determinação presidencial é vista por setores próximos da FAB como no mínimo estranha, já que a razão para apresentar um relatório, era a de justificar a compra de um equipamento caríssimo que servirá o país durante muitos anos. «Se é pra não saber qual a opção da FAB, pra quê um relatório extenso com 25.000 páginas de estudos técnicos ?» perguntam.

Transferência de tecnologia

O presidente brasileiro ficou impressionado com as promessas políticas do presidente da França durante sua visita ao Brasil, para participar nas cerimônias do 7 de Setembro. Lula ficou especialmente impressionado com a garantia dada por Sarkozy, de que a França podia transferir toda a tecnologia de fabricação de seu caça Rafale.

Muito bem recebidas por Lula da Silva, as declarações de Sarkozy levaram parte da industria francesa e dos sindicatos do país a entrar em pânico.
A afirmação de Sarkozy sobre a transferência de tecnologia teve que ser explicada na Europa, mas a informação aparentemente não chegou ao Brasil, onde continua a passar na imprensa a ideia de que o país poderá fabricar o Rafale.
Os franceses explicaram para sua opinião pública, que não é necessário transferir grande parte da tecnologia, pois o Brasil já possui uma indústria aeronáutica e aeroespacial, que concorre em todo o mundo, e que poderia ocorrer transferência de tecnologia em casos pontuais onde o Brasil precisasse dela.

O problema para a FAB, na questão da transferência de tecnologia, é a enorme diferença entre as afirmações políticas de Sarkozy, e o que a indústria francesa «de fato» tem disponível para ceder ao Brasil. Até ao momento não há nada de claro sobre transferência de tecnologia, Lula não faz a mínima ideia de que tecnologias podem ser transferidas, Jobim também não e Sarkozy não tem ideia nenhuma sobre o que prometeu ao presidente brasileiro.
Tudo não passou de um aperto de mão entre cavalheiros.
O brasileiro não sabia o que lhe estava sendo oferecido.
O francês não tinha a mínima ideia se podia oferecer o que não lhe pertencia.

Promessa de boca, não vale nada

O «abacaxi» ficou nas mãos dos negociadores e é provável que seja tomada uma decisão política favorável ao Rafale, sem que tenham sido tomadas as devidas precauções sobre que tecnologias terão e poderão ser transferidas, em que condições e com que direitos de fabricação e custos. Nada disso foi discutido entre Lula e Sarkozy.

A decisão política de Lula, colocou a força aérea numa situação meio estranha. Os militares têm obrigação de produzir um relatório técnico que possa ajudar o presidente a escolher, mas esse relatório não serve de nada se o presidente já tiver escolhido.

Sabendo que a opção de Lula não será a mais adequada aos interesses da FAB, os militares têm que fazer uma enorme ginástica para não entrar num conflito com implicações políticas. A FAB terá que aceitar sempre a opção do presidente, mesmo que a opção seja contrária aos interesses da força, e terá que gerir seus recursos em conformidade.

O problema principal, é que a FAB pode se ver no futuro com o problema de desenvolver toda a estrutura de suporte e apoio e mesmo de coordenar a produção de uma aeronave, sem que esteja escrito preto no branco que tecnologia pode ou não pode ser transferida.
A opção de Lula é tão «em cima do joelho» que qualquer presidente da França dentro de alguns anos pode dizer que nem sabe que promessas foram feitas.
«Transferimos tudo o que for preciso», é uma promessa muito vistosa, mas sem nenhum efeito prático.

Rafale: raízes de discórdia

A opção de Lula pelo Rafale é acima de tudo uma opção política.
O caça francês não é exatamente antiquado ou desadequado. Embora não tenha sido vendido a nenhum país, o Rafale é aparentemente uma aeronave sofisticada que já vai em sua terceira geração de desenvolvimento.

Além do problema de não se saber exatamente o que as indústrias privadas francesas querem disponibilizar (o governo da França não pode obrigar empresas privadas francesas a revelar seus segredos industriais) um problema gravíssimo coloca o Rafale numa posição desconfortável:
A alta da moeda europeia, o Euro, coloca o caça francês num altíssimo patamar de preço, ultrapassando de longe seus concorrentes.

O relatório da FAB, que já foi apontado como extremamente completo e tecnicamente irrepreensível, deverá apontar fatores favoráveis ao caça norte-americano F/A-18.

Mais barato que o Rafale; Acesso mais rápido e integração mais rápida com os sistemas AEW brasileiros; Acesso mais rápido a tecnologias e armamentos, que aumentam a capacidade da força num menos período de tempo.
A diferença de preço, poderia permitir ao Brasil a aquisição de mais meios, mais sistemas de apoio, mais armamentos ou armamentos mais sofisticados, que se poderiam traduzir em maior eficácia operacional.

Os norte-americanos também são normalmente muito mais precisos em suas afirmações sobre o que podem ceder, disponibilizar e autorizar e o que não podem.

A administração norte-americana fez já declarações que poderiam em princípio reduzir os receios brasileiros.

Além das declarações, há o precedente já estabelecido pelo Chile, que recebeu os sofisticados caças F-16C/D equipados com os mísseis ar-ar AIM-120.

Ao contrário do que era prática corrente do governo norte-americano, o Chile recebeu os mísseis em seu território. A força aérea chilena, é presentemente a mais poderosa de todo o continente sul-americano. Do outro lado da escala está a força sul-americana que mais caças de origem francesa possuiu: A força aérea e a marinha da Argentina.

A decisão porém, sendo política, estará já tomada pelo governo brasileiro. O comandante da Força Aérea, brig. Juniti Saito chegou a ameaçar com demissão, quando Lula afirmou que o vencedor seria o Rafale, mesmo sem saber o que a FAB aconselhava.
FONTE: Area Militar

Ameaça à Amazônia causa divergência na região




Os militares dos outros sete países sul-americanos da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica compartilham com os colegas brasileiros o temor em relação à cobiça estrangeira sobre a floresta, mas há divergências sobre a natureza dessa ameaça -o que se traduz em ceticismo sobre o papel de coordenação do Conselho de Defesa Sul-Americano, proposto pelo Brasil.

Embora a fonte da suposta cobiça esteja sempre nos EUA e na Europa, os militares do Peru -e obviamente os colombianos- não veem risco à soberania regional na presença americana na Colômbia, ao contrário do que ocorre com venezuelanos e equatorianos.

Enquanto os dois últimos grupos -e também os brasileiros- trabalham com a possibilidade de invasão da Amazônia por países ricos que pretenderiam tomar posse das riquezas naturais, entre colombianos, peruanos e bolivianos as ameaças mais citadas são a biopirataria e outros crimes transnacionais, como o narcotráfico.

As conclusões são parte de "Guardiães do Eldorado", estudo feita pela pesquisadora de temas militares Adriana A. Marques em pós-doutorado na FGV do Rio.

"Os colombianos interpretam a parceria com os EUA como meio de fortalecer a soberania nacional. Para eles, é a única maneira de estabelecerem controle sobre o próprio território", diz Adriana, que entrevistou oficiais estrangeiros da ativa que estudaram no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército, em Manaus, e comparou textos sobre o tema em publicações militares dos oito países.

Ela aponta uma unanimidade no rol das desconfianças: as ONGs estrangeiras, que "manipulariam" a população nativa. O governo de Hugo Chávez expulsou grupos que atuavam em sua porção da selva; Equador, com governo de esquerda, e Peru, com governo conservador, têm entreveros com a Amazon Watch, ONG dos EUA que fica ao lado dos indígenas em disputas sobre recursos naturais.

Outro dado comum: apesar das várias disputas territoriais ainda existentes na região, nenhuma envolvendo o Brasil, os militares em geral não veem os vizinhos como ameaça.

Eles tampouco citaram Rússia, China, Índia e França, apesar de os russos terem realizado manobras com a Venezuela; militares chineses e indianos cooperarem com Guiana e Suriname (ambos com grandes populações dessas duas origens); e os franceses possuírem um território ultramarino na Amazônia e o histórico de relações com as Forças Armadas brasileiras.

Mesmo no caso de tensão entre governos, como a que envolve Colômbia, Venezuela e Equador, a posição dos militares pareceu menos confrontacionista à pesquisadora: "Quer motivados pelo ideal bolivariano de união sul-americana ou pelo sentido de autopreservação, os militares preferem a cooperação ao conflito".

Unasul apresenta ''nova doutrina''




Documento adotado em Quito proíbe a instalação de bases militares estrangeiras nos países da América do Sul

QUITO

Os 12 países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) adotaram ontem em reunião em Quito, no Equador, uma "nova doutrina de segurança" que proíbe a instalação de bases militares estrangeiras na América do Sul, disse o chanceler equatoriano, Fander Falconí, ao final do encontro.

"Os resultados são ótimos. Temos um documento de consenso regional e marcamos uma nova visão e uma nova doutrina de segurança em termos regionais", disse Falconí.

Apenas 2 dos 12 países-membros enviaram tanto seus titulares de Defesa e quanto o de Relações Exteriores ao encontro - um deles foi o Brasil, idealizador do grupo, o outro foi o anfitrião, Equador.

O restante dos países enviou apenas um dos ministros ou funcionários de segundo escalão, temendo insucesso semelhante ao da reunião de setembro, em Bariloche. A Unasul é formada por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Apesar do esvaziamento, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, saiu satisfeito com o fato de a Colômbia ter dado garantias de que os EUA não lançarão operações militares na América do Sul usando como base o território colombiano. Bogotá e Washington assinaram recentemente um acordo que prevê o uso de até sete bases colombianas por forças dos EUA.

"Houve avanços sobretudo numa questão que nos preocupava muito que era a das garantias formais" dadas pela Colômbia, disse Amorim. "Mas é claro que ainda temos de analisar", acrescentou.

A Colômbia - acuada pelos demais 11 membros do bloco - foi a primeira a esvaziar a reunião. Bogotá esperou até a noite anterior para anunciar que enviaria apenas uma "missão técnica" para "evitar insultos que ferissem sua dignidade nacional".

ATAQUES

Sua ausência, entretanto, não evitou as críticas. "É um vazio inexplicável, um erro gigantesco, um desprezo pela Unasul", atacou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a ausência colombiana. "Temos de exigir que acabem com as bases militares estrangeiras em nosso território."

Há duas semanas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou a acusar a Colômbia e os EUA de planejar um ataque à Venezuela e pediu que sua população e suas Forças Armadas se preparassem para a guerra.

Na quinta-feira, o assessor especial do Planalto para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, chegou a prever que os dois países chegariam pelo menos a um "armistício verbal" em Quito que desfizesse o clima de confronto. No entanto, nem isso foi possível. "Não podemos dedicar energias, recursos e pessoal a leviandades internacionais criadas por uma retórica inaceitável", disse, em Bogotá, o ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva.

Já o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, enviou, segundo Amorim, uma carta aos países-membros da Unasul, aceitando dar as garantias formais pedidas pelo bloco. A carta de Bermúdez "era o próprio texto (do acordo) no aspecto de declaração de garantias", disse o chanceler brasileiro. Ele considerou o documento de ontem "um avanço em relação ao que havia antes".

A incômoda abertura do Brasil para o Irã Um abraço de Lula



Por que o presidente do Brasil ofereceu um tapete vermelho para Mahmoud Ahmadinejad

Tradução de João Silva

Durante vários anos, a política dos EE.UU. na América Latina foi direcionada a criação de uma parceria com o Brasil. Da mesma forma que o governo Bush anteriormente, a administração de Obama vê o maior país da América Latina como uma superpotência emergente cujo dinamismo econômico e democracia relativamente estável o torna um aliado natural. Mas o potencial do Brasil tem sido freqüentemente superestimado no passado, um velho ditado diz que vai ser sempre o país do futuro. E esta semana o seu presidente popular, mas errático, Luiz Inácio Lula da Silva, está fazendo o seu melhor para provar a afirmação dos cínicos.

Na segunda-feira Lula literalmente deu um abraço de urso ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que assim registrou um grande avanço em seu esforço para impulsionar sua posição instável nas relações domésticas e internacionais. Liderando um regime extremista que é rejeitado pela maioria dos iranianos - e que acabou rejeitando a um acordo sobre o seu programa nuclear ilegal - O presidente iraniano saiu ao exterior em busca de amigos. Ele encontrou alguns: Gâmbia e Senegal, na África, e a Venezuela de Hugo Chávez, junto com dois de seus satélites, Bolívia e Nicarágua.

A turnê de Ahmadinejad no mundo teria siso vista como patética e serviria para sublinhar a crescente isolamento de seu grupinho linha-dura, se não fosse a acolhida calorosa do Sr. Lula. Quando até mesmo a Rússia está discutindo publicamente novas sanções contra Teerã, o governo brasileiro assinou 13 acordos de cooperação com o regime, o que levou o Sr. Ahmadinejad, a prever que o comércio bilateral iria crescer quinze vezes.

Lula não tinha nada a dizer sobre a sangrenta repressão do movimento pró-iraniano de reforma da democracia, ou a negação de Ahmadinejad sobre o Holocausto e o direito de Israel a existir. Em vez disso, ele declarou que o Irã tem o direito ao seu programa nuclear. Ahmadinejad, por sua vez, endossou a proposta do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Lula mostrou ao Ocidente porque seria prudente manter essa cadeira em espera. Seus defensores dizem que ele convidou o presidente iraniano, porque ele aspira a paz no Oriente Médio. Se assim for, o presidente brasileiro simplesmente demonstrou a sua ignorância sobre a região. A facção da Guarda Revolucionária que Ahmadinejad representa, é a força mais implacável na oposição a um acordo árabe- israelense, é por isso que defende o terrorismo do Hamas e do Hezbollah. O abraço do Sr. Lula em Ahmadinejad não irá mudar seu fanatismo, mas pode torná-lo mais forte. Ele também irá assegurar que qualquer tentativa do Brasil para intervir no Médio Oriente vai ser dispensada por Israel e os principais governos árabes.

O Brasil já pode ter se tornado uma potência regional, as políticas nacionais sensíveis do Sr. Lula o tornaram mais forte. Mas se for para adquirir influência global, o Brasil terá que reformar o anacrônico terceiro-mundismo que demonstra a sua política externa. Ao abraçar párias, como Ahmadinejad ou a tentativa de se posicionar entre o Ocidente democrático e os Estados mais detestáveis e desonestos do mundo, o Brasil vai simplesmente garantir que continua ainda a ser o país do futuro.

Política externa brasileira vive semana de derrotas


Depois de atrito com EUA, Itamaraty experimentou fiascos na Cúpula Amazônica e na reunião da Unasul

Até o momento, a diplomacia brasileira em Honduras colecionou derrotas. Ao aderir à causa do presidente deposto, Manuel Zelaya, e abrigá-lo na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, o Itamaraty perdeu a oportunidade de liderar um processo que pusesse fim à crise política criada com o golpe que depôs o presidente em junho passado.

Na semana passada, o Brasil virou espectador de um processo erosão no apoio à ideia de que Honduras não deveria fazer eleições antes de devolver o poder a Zelaya. Como revelou o Estado na terça-feira, o Itamaraty enviou no dia 17 uma emissária a Washington para convencer a Casa Branca a apoiar uma proposta de adiamento das eleições. A proposta não teve resposta.

No mesmo dia, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República, critica a política diplomática do governo Barack Obama. Na quarta-feira, o chanceler Celso Amorim foi obrigado a vir a público para atenuar as críticas que Garcia fizera à diplomacia dos Estados Unidos.

"GOLPE PREVENTIVO"

Diante da falta de apoio da Casa Branca e do crescimento do número de países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) que aceitam a legitimidade das eleições como solução para a crise hondurenha, Garcia disse que o governo Obama está "equivocado" e transformou-se em uma "decepção" pela forma como está se relacionando com os países latino-americanos.

Apesar da sessão panos quentes promovida pelo chanceler Amorim, Garcia voltou à carga no dia seguinte, afirmando que a política americana para Honduras sinaliza que os EUA querem introduzir na América Latina o princípio do "golpe preventivo".

Para encerrar uma semana desastrosa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contabilizou ainda o fiasco da Cúpula Amazônica, em Manaus, e do encontro da Unasul, em Quito. As duas reuniões foram esvaziadas pela ausência de chefes de Estado.

Na essência, lembra o cientista político americano David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), a política externa do governo Lula tem sido coerente com a diplomacia de todos os outros governos anteriores. De acordo com ele, a diferença agora está "no fator Chávez".

"Por causa da agressiva atuação do presidente venezuelano, o Brasil, às vezes, é levado a reboque e obrigado a entrar onde não pretendia estar", disse Fleischer. A crise de Honduras expôs também as mudanças na condução da diplomacia brasileira, que agora fala em "atenuação do princípio da não-intervenção".

Um ministro da equipe do Planalto admitiu ao Estado que a orientação do Itamaraty é mesmo neutralizar as ações de Chávez quando elas levam a "um indesejável radicalismo". No caso de Honduras, o Brasil estaria assumindo a posição de "país moderado". O problema é que Zelaya é próximo de Chávez.

PARAGUAI

O Brasil já funcionou anteriormente como fator de conciliação política em crises internas de países latino-americanos, mas sempre a partir de uma evidente neutralidade. Em abril de 1996, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o País ajudou a abortar um golpe de Estado contra o presidente paraguaio Juan Carlos Wasmosy.

A ação conjunta ameaçou expulsar o Paraguai do Mercosul caso o golpe fosse consumado. O gesto foi o primeiro passo para a inclusão da cláusula democrática, feita por meio do Protocolo de Ushuaia, dois anos depois.

Batimento de quilha do Navio-Patrulha “Maracanã”


Projeto do NPa de 500 toneladas


No dia 25 de novembro, no EISA – Estaleiro Ilha S/A, ocorreu a cerimônia de batimento de quilha do Navio-Patrulha (NPa) de 500 toneladas que receberá o nome de “Maracanã” e que, após sua incorporação, ficará sediado no 4º Distrito Naval, em Belém/PA.

Esse é o primeiro de uma série de quatro Navios-Patrulha de 500 toneladas contratados pela Diretoria de Engenharia Naval ao EISA. Sua entrega está prevista para ocorrer em março de 2012 e os demais navios serão entregues em sequência, um a cada seis meses.

Os navios se destinam ao patrulhamento das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), devendo executar diversas tarefas, dentre elas:

- em situação de conflito, efetuar patrulha para a vigilância e defesa do litoral, de áreas marítimas costeiras e das plataformas de exploração/explotação de petróleo no mar e contribuir para defesa de porto; e
- em situação de paz, promover a fiscalização que vise ao resguardo dos recursos do mar territorial, zona contígua e zona econômica exclusiva (ZEE), de repressão às atividades ilícitas (pesca ilegal, contrabando, narcotráfico e poluição do meio ambiente marinho), contribuir para a segurança das instalações costeiras e das plataformas marítimas contra ações de sabotagem e realizar operações de busca e salvamento na área de responsabilidade do Brasil.

A decisão pela construção em estaleiro privado nacional se coaduna com a política governamental de incentivo à construção naval e de geração de empregos, bem como da necessidade estratégica da capacitação e fortalecimento do parque industrial de tecnologia militar.

O EISA foi selecionado para a execução dessa obra por meio de Concorrência Pública pautada estritamente nos ditames da Lei nº 8.666/1993, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. A construção está sendo realizada nas instalações do estaleiro, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, e fiscalizada pela Diretoria de Engenharia Naval segundo mecanismos gerenciais e técnicos estabelecidos no Contrato de Construção, vinculados ao Edital de Licitação, baseados na boa prática da engenharia e conduzidos por uma equipe formada por profissionais com vasta experiência em construção naval militar.

Os navios em questão fazem parte de uma série de 27 navios, cujos dois primeiros se encontram em construção no estaleiro Indústria Naval do Ceará S/A – INACE, a partir de um projeto desenvolvido pela empresa francesa “Constructions Mécaniques de Normandie” – CMN, e possuem as seguintes características:

Comprimento total: 54,20 m;
Boca moldada: 8,00 m;
Calado máximo: 2,48 m;
Deslocamento carregado: 500 t;
Velocidade máxima mantida: 21 nós;
Tripulação: 35 + acomodações extras para 8; e
Armamento: 1 canhão de 40 mm e 2 metralhadoras de 20 mm.

O primeiro navio em construção no INACE — NPa “Macaé” —, deverá ser batizado e incorporado à ARMADA no próximo dia 9 de dezembro.

FONTE: MB

VANTs começam a operar no sul do país a partir de dezembro.

as guerras do Iraque e do Afeganistão, ganharam fama os aviões americanos sem piloto encarregados de vigiar territórios e bombardear alvos inimigos. O uso dos “drones”, como são conhecidos (o termo técnico correto é vant, “veículo aéreo não tripulado”, ou UAV em inglês), valeu críticas a Barack Obama pelos danos colaterais – entenda-se: baixas civis – que provoca. Essa tecnologia que parece saída de um filme de ficção científica já está entre nós. Em dezembro, começam a voar nas fronteiras do sul do país 15 aeronaves da Polícia Federal equipadas com tecnologia similar à dos drones de Obama. Os vants Heron TP, fabricados pela israelense IAI (Israel Aerospace Industries), ajudarão a combater o tráfico de drogas sem colocar em risco a vida de policiais. No começo de 2010, os vants vão sobrevoar São Paulo e Rio de Janeiro.

Com autonomia de voo de quase 40 horas, um vant pode voar a uma altura de até 13.000 metros, acima da altitude da aviação comercial. Apesar da altitude, suas câmeras especiais conseguem mostrar “um nome num crachá a 5.000 metros de altura”, diz o delegado responsável pelo projeto, Alessandro Moretti, diretor do Centro de Inteligência Policial da PF. “Ela envia as imagens em tempo real, com ótima definição e referências geográficas.” O custo? Cerca de R$ 345 milhões pela frota de 15 aparelhos.

O poder invasivo dessa tecnologia pôde ser confirmado em agosto, quando agentes da CIA, nos Estados Unidos, viram de sua base em Langley, na Virgínia, a imagem de Baitullah Mehsud, líder do Taleban no Paquistão, aplicar uma injeção de insulina. Em uma semana, a aeronave pode escanear todo o território brasileiro. Com seu sistema infravermelho, detecta túneis a até 7 metros de profundidade e identifica embarcações submersas usadas pelos traficantes para transportar drogas a profundidades de até 5 metros. A base de controle e recepção de imagens do avião é móvel, uma espécie de contêiner. O aparelho atua com um plano de voo pré-traçado, guiado por satélite e programado numa “memória” na parte dianteira do avião.


As primeiras 15 unidades custaram US$ 200 milhões. A estreia da operação será em dezembro, no sul do país.

A Polícia Federal diz que o objetivo prioritário é melhorar a vigilância na maior porta de entrada de contrabando, armas ilegais e drogas do país: a “tríplice fronteira” de Brasil, Paraguai e Argentina, na região de Foz do Iguaçu, no Paraná. Outros alvos são as divisas com Colômbia, Bolívia, Peru e Paraguai, territórios livres para o tráfico e o contrabando. A PF afirma não haver risco de violação de fronteiras com países vizinhos porque o avião permite filmar e monitorar ações humanas a 30 quilômetros de distância.

O combate aos traficantes em favelas do Rio de Janeiro e em São Paulo será uma extensão desse trabalho. A aeronave terá condições de identificar traficantes e possibilitar prisões em flagrante, além de fiscalizar a rota da droga. “Sem dúvida poderemos trabalhar em conjunto com outras forças policiais para combater o tráfico”, diz Moretti. E, mesmo que os traficantes se irritem com a fiscalização, será difícil derrubar a aeronave como fizeram com um helicóptero da Polícia Militar do Rio, em outubro. “A aeronave vai operar a 7.000 metros de altura. Apenas armamento de guerra, como um canhão antiaéreo, poderia derrubá-lo”, afirma Moretti.

Além de funcionar como um Big Brother do céu, o vant pode atirar para matar. Os Estados Unidos têm um modelo próprio, o MQ-1 Predator, usado em programas de combate ao terrorismo. Os militares americanos chamam essas operações de “3D”: “dull” (enfadonhas), “dangerous” (perigosas) e “dirty” (sujas). O Predator identifica áreas de risco potencial para os soldados no Iraque e no Afeganistão. A inteligência dos EUA se nega a fornecer dados sobre os alvos e as baixas que o Predator já tenha causado. Recentemente, um deles teve de ser abatido no ar por estar fora de controle. Pelo menos por enquanto, a Polícia Federal afirma não ter a intenção de equipar os vants com armas.

Os críticos da robotização das armas de guerra dizem que a ideia de um combate a distância e “sem custo humano” só para um dos lados é perigosa. Em entrevista à revista New Yorker, o ex-procurador da CIA Jeffrey Smith disse que o Predator “pode sugerir que assassinar pessoas é aceitável”. Como a batalha virtual não exige coragem nem heroísmo, a linha entre ação de guerra legítima e assassinato é tênue.

Fonte: Época

Venezuela irá receber 6 aviões da China em 2010

Acordo com China, Rússia e Bielorrússia visa substituir todos os equipamentos de origem norte-americana.

Venezuela irá receber em 2010 6 das 18 aeronaves de treinamento e ataque leve modelo K-8 Karakorum comprados da China, disse o comandante chefe da Força Aérea Venezuelana no último dia 27.

"Um total de 18 aeronaves K-8 serão entregues, em conjunto com radares que irão nos ajudar a garantir a segurança nacional," disse a agência ABC News o General Jorge Arevalo.

Ele disse que a China irá fazer três entregas da aeronave no próximo ano, a primeira irá consistir de seis unidades.

Os jatos biplace K-8 irão ser voados por pilotos venezuelanos na China antes de serem embarcados para a Venezuela, disse um oficial.

O acordo para os 18 jatos foi assinado pela Venezuela e China no fim de 2008. As aeronaves fazem parte do esforço venezuelano de modernizar suas forças armadas e substituir gradualmente seus equipamentos de origem americana.

Arevalo ressaltou que os aviões e radares chineses deverão incrementar a capacidade de defesa da Venezuela, acrescentando que "Nós não vamos atacar ninguém."

Forças militares Venezuelanas e Colombianas estão em alerta após o presidente venezuelano Hugo Chavez ter reclamado recentemente da presença americana nas bases militares colombianas, que ele considera ameaçadora para a Paz da região.

Rússia, China e Bielorrússia são os principais fornecedores militares da Venezuela.

Em setembro, Caracas disse que obteve um crédito de $ 2.2 Bilhões da Rússia para a compra de cerca de 100 blindados T27 e uma série de mísseis antiaéreos.

Fonte: Defence News

Lobo declara vitória em Honduras e fala de 'governo de integração'


Com 61% das mesas apuradas, opositor de Zelaya tem 55,9% dos votos.
Dia de eleição para presidente foi tranquilo.


O candidato opositor de Manuel Zelaya nas eleições presidenciais hondurenhas, Porfírio Lobo, declarou vitória nesta segunda-feira (30). Seu concorrente do Partido Liberal, Elvin Santos, já reconheceu a derrota. Após apuração de 61% das mesas, Lobo tem 55,9% dos votos.



Lobo se declarou novo presidente eleito e falou que fará um 'governo de integração e de diálogo'. O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, assegurou que entregará o poder sem resistência ao vencedor. "Sem temor a ameaças, sem deixar-se levar por presságios negros, hoje Honduras decidiu seu próprio futuro para terminar de uma vez por todas a crise que tanto nos afetou e prejudicou os mais necessitados", disse Lobo a simpatizantes após declarar vitória.

Candidato do Partido Nacional, Porfirio já vinha sendo apontado como vencedor em pesquisa de boca-de-urna realizada pela Televicentro, principal TV privada do país. A informação foi repassada ao G1 por telefone pelo enviado da TV Globo a Honduras, José Roberto Burnier. Segundo a pesquisa, Lobo teria 51% dos votos, enquanto o candidato governista Elvin Santos ficaria com 34% dos votos.
Honduras vive uma crise política desde junho deste ano, quando o presidente Manuel Zelaya foi expulso do país após um golpe de Estado. Em setembro, ele retornou 'de surpresa' e se instalou na Ebaixada do Brasil, onde permanece até hoje.



Eleições

A votação em Honduras transcorreu de forma tranquila e terminou na tarde deste domingo (à noite, no Brasil). A previsão era de que as urnas fechassem às 16h do horário local, mas Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) decidiu prorrogar o pleito por mais uma hora.

Burnier informou que o movimento de eleitores às urnas estava pequeno na primeira parte do dia, aumentando um pouco à tarde. Em um dos redutos de Zelaya, na periferia de Tegucigalpa, algumas pessoas foram aos locais de votação para dizer que não iriam votar. Mesmo no reduto de Micheletti o movimento era pequeno.

Os candidatos temem que o índice de abstenção seja alto. Isso seria um problema grave, já que grande parte da comunidade internacional declarou que não vai aceitar o resultado do pleito.
Segundo o deputado brasileiro Raul Jungmann, que é um dos 300 observadores internacionais a acompanhar a eleição hondurenha, tanto Porfírio Lobo quanto Elvin Santos – o candidato governista – já declararam que, caso eleitos, irão procurar o presidente Lula para que o Brasil reconheça as eleições.Segundo a Constituição de Honduras, o voto é obrigatório, mas não há nenhuma penalidade para quem não vai até as urnas. O índice de abstenção no país costuma ser alto. Em 2005, quando Zelaya chegou à presidência, 45% dos eleitores deixaram de votar.

sábado, 28 de novembro de 2009

Colômbia estranha silêncio de países amigos perante ameaças da Venezuela

Bogotá, 23 nov (EFE).- A Comissão Assessora de Relações Exteriores da Colômbia manifestou hoje sua estranheza pelo silêncio dos "países amigos" frente às ameaças de agressão militar da Venezuela, informaram fontes oficiais.

"Em relação com nossos problemas com a irmã República Bolivariana da Venezuela, a Comissão quer expressar sua estranheza porque muitos países amigos guardaram silêncio perante as ameaças de agressão militar por parte da Venezuela", assinalou o porta-voz da Comissão, o ex-presidente colombiano César Gaviria Trujillo (Liberal, 1990-1994).

Gaviria, que também foi secretário-geral da OEA, acrescentou que a Comissão também estranha "o silêncio perante o bloqueio econômico que a Venezuela está praticando com a Colômbia" porque viola os acordos comerciais regionais e da Organização Mundial do Comércio.

Historicamente, Caracas e Bogotá tiveram diferenças, mas jamais as relações diplomáticas tinham chegado a ser tão tensas, sobretudo após a assinatura de um acordo de cooperação militar entre Colômbia e Estados Unidos, que permite a este último utilizar sete bases colombianas para teoricamente lutar contra o narcotráfico e o terrorismo.

Segundo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, essa iniciativa é desestabilizadora para a região e exortou ao Exército venezuelano e à população que se preparem para a guerra.

Ao tenso clima também se somaram situações como o assassinato na Venezuela de nove colombianos nos últimos meses, assim como a destruição por parte da guarda venezuelana de duas pontes artesanais alegando que eram utilizadas por narcotraficantes.

Uribe, que não respondeu aos insultos de Chávez, qualificou de "grave a destruição das duas passagens" e deu instruções para transmitir uma queixa formal na ONU e na OEA.

Por outra parte, a Comissão Assessora se mostrou satisfeita pelos avanços conseguidos para restabelecer as relações diplomáticas com o Equador, quebradas desde março de 2008, após um bombardeio de militares colombianos a um acampamento das Farc no país.

Neste sentido, ressaltou a nomeação dos encarregados de negócios pelos dois países como um gesto positivo para restabelecer a normalidade entre ambos países.

A Comissão Assessora, formada, entre outros, por ex-presidentes e ex-chanceleres, avaliou o relatório apresentado pela Missão de Política Externa que entregou como recomendação primordial a abertura da Colômbia em direção à região da Ásia Pacífico.

Brasil quer autosuficiência na produção de urânio até 2014

A mina de Caetité, no interior da Bahia, quebrou o recorde de extração de urânio em setembro. Foram 51 toneladas produzidas, cinco a mais que a antiga marca atingida em maio último. A expectativa é a de que até dezembro a produção anual também seja superada. Faltam cerca 46 toneladas para chegar à marca de 400 toneladas extraídas em 2008.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCT), Odair Gonçalves, o Programa Nuclear Brasileiro (PNB) avança em um ótimo ritmo. “Estamos investindo muito na exploração do urânio e também em tecnologias para que o Brasil se torne auto-suficiente em produção e enriquecimento até 2014”.

Hoje, duas etapas do ciclo do combustível nuclear ainda não são feitas em território nacional. O minério extraído é enviado ao Canadá, onde é convertido para o estado gasoso, depois segue para a Europa para ser enriquecido e retornar ao Brasil. (Entenda o processo de fabricação do combustível nuclear *) Apesar de ser desenvolvido por mão-de-obra estrangeira, o Brasil detém a tecnologia para o ciclo do combustível nuclear, mas faltam equipamentos para atender a demanda industrial. “É um processo que sabemos e podemos executar, mas ainda não é rentável ao País”, explica Gonçalves.

A Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), conta com dois conjuntos de centrífugas, conhecidos como cascatas, para enriquecer o urânio. A terceira cascata deve entrar em funcionamento em final de janeiro de 2010. Todas as cascatas de enriquecimento foram construídas pela Marinha do Brasil. *Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake. Depois desta primeira fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil.

A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro que será convertido para o estado gasoso (hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, o urânio em gás é enriquecido e enviado em containeres à FCN. Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento combustível. Para ter idéia da capacidade desse combustível, duas pastilhas geram energia para manter funcionando por um mês uma residência média onde moram quatro pessoas.

O conjunto de varetas gera energia para 42 mil residências do mesmo porte. As varetas são enviadas às usinas Angra 1 e 2, em Angra dos Reis (RJ), que funcionam como centrais termoelétricas. O elemento combustível é aquecido, o calor liberado pelas pastilhas ferve a água de uma caldeira transformando-a em vapor que movimenta uma turbina. O movimento das hélices dá partida a um gerador que produz a eletricidade. Reservas de Urânio A extração anual de urânio ainda não alcança escala industrial. O volume produzido na mina de Caetité é suficiente para atender a demanda de Angra 1 e 2. O Programa Nuclear Brasileiro propõe que até 2030 de quatro a oito usinas nucleares, além de Angra 1, 2, e 3, sejam construídas.

Segundo o gerente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no nordeste, Hilton Mantovanni, a mina de Caetité, a única que extrai urânio na América Latina, tem capacidade para ser explorada por pelo menos 30 anos. Para atender a demanda das novas usinas do PNB, Caetité poderá extrair 1,2 mil toneladas de urânio a partir de 2017. “A mina tem um potencial muito grande. A cada dia encontramos novas anomalias que podem ser exploradas”, diz. Mesmo com a garantia de mais três décadas de produção, outra mina está em preparação em Santa Quitéria , no Ceará. Como se trata de uma jazida com predominância de fosfato, mineral que não faz parte do monopólio da União, a INB fez uma parceria com a empresa Galvani.

Ela será responsável por explorar o local. A empresa fica com o fosfato e repassa o urânio a INB. A expectativa é a de que a extração comece em janeiro de 2012. Nos primeiros anos, a produção anual da nova jazida vai girar em torno de 1,1 toneladas. Em 2017, esse número deve subir para 1,6 mil toneladas por ano. Com isso, a produção nacional de urânio pode aumentar 600% em oito anos. Novas usinas do PNB As novas usinas nucleares ainda não têm local definido para serem construídas, exceto Angra 3, que ficará no Rio de Janeiro.


O presidente do Cnen adianta que pelo menos uma usina será construída no Nordeste. “É preciso ter uma alternativa energética na região. Quando houve o apagão elétrico o Sudeste foi muito beneficiado. Angra 1 e 2 foram acionadas e ajudaram a suprir a demanda.”, explica Gonçalves. Juntas, Angra 1 e 2 geram cerca de dois mil megawatts de energia elétrica, quase metade do consumo do estado de Rio de Janeiro. “É muito melhor para o meio ambiente e mais barato usar a energia nuclear do que gás ou carvão. Em 2008, por exemplo, a segunda energia mais fornecida no Brasil foi a nuclear”, lembrou.

O presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Trajan Filho, estima que Angra 3 entre em operação em 2015. “A partir de 2019 a primeira usina do Programa Nuclear Brasileiro deve ser ativada, em 2022 a segunda, três anos depois a terceira usina e em 2027 a quarta usina. Se houver necessidade este período pode diminuir”, analisa Trajan. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para atender toda a demanda de urânio do PNB, inclusive com sobra. O excedente pode ser exportado, mas a decisão política, a princípio, é não vender as reservas. Rejeito nuclear Com o aumento da produção e enriquecimento de urânio pelo PNB o volume de rejeito nuclear também deve aumentar.

O Brasil projeta um grande depósito para armazenar esse lixo nuclear. “Estima-se que o repositório definitivo construído pela Cnen armazene 60 mil m³ de rejeitos até 2060, uma quantidade muito pequena para um prazo muito grande”, diz o diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN/MCT), em Recife (PE), Ricardo Lima. O depósito definitivo está na fase de definição de conceitos e deve começar a receber os materiais nucleares até 2016. O local onde será construído ainda não foi definido. Segundo Lima, a escolha será técnica. “Muitos municípios já se ofereceram para receber o depósito, isso porque será pago royalts à cidade que receber a instalação. Mas, a escolha será técnica. Temos que avaliar as condições de cada município”, explica. Enquanto o depósito não entra em operação, o lixo nuclear produzido por Angra 1 e 2 é estocado em depósitos da Central Nuclear de Angra dos Reis.


“Todo rejeito nuclear produzido no Brasil tem “DNA, endereço e telefone”. Sabemos onde estão estocados e quanto tempo deve permanecer lá. É tudo muito seguro”, garante Lima. Existem três tipos de lixo nuclear. O lixo de baixa atividade é gerado na mineração e na fabricação do combustível – inclui papéis, panos, ferramentas, roupas, filtros e outros objetos que contêm pequenas quantidades de radioatividade. O lixo de média atividade inclui resinas, revestimento de metal do reator e outros materiais que contêm irradiação que levam um período um pouco maior para se descontaminar. Esses dois tipos representam 95% do rejeito nuclear que depois de um determinado período pode ser reaproveitado. O lixo nuclear de alta atividade produzido no Brasil é o elemento combustível usado. Ele contém cerca de 1/3 do urânio que sofreu a fissão nas usinas.


O rejeito nuclear de alta atividade também pode ser reaproveitado, mas ainda não é rentável. “Para reaproveitar este material é preciso ter demanda para isso. Hoje, produzimos este tipo de lixo nuclear em baixa escala por isso nem pensamos em reprocessar. Quando as outras usinas estiverem prontas vamos pensar nisso. Mas a decisão será do governo Federal”, diz o presidente da INB, Trajan Filho. Proteção ambiental Em Caetité, diversos programas ambientais e sociais estão em andamento para diminuir os impactos da extração. Há uma série de ações como a manutenção de um horto florestal com viveiro de mudas nativas e medicinais e reflorestamento. Uma área de 800 hectares está em fase de recomposição – a previsão é a de que sejam plantadas cinco milhões de mudas nativas da região. Além disso, os alunos de escolas da região participam de programas de educação ambiental, apoio a reciclagem e aproveitamento de materiais alternativos.

Resolução da AIEA condena Irã por programa nuclear; Brasil se abstém

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou nesta sexta-feira (27) em Viena, por ampla maioria, uma resolução condenatória ao Irã, informaram diplomatas em Viena. Essa é a primeira vez desde 2006 que a junta de governadores da AIEA condena o Irã por seu programa nuclear e a sua falta de cooperação com os investigadores internacionais.

Dos 35 países membros da agência nuclear da ONU, 25 votaram a favor da resolução, três (Cuba, Venezuela e Malásia) contra e seis, entre eles o Brasil, se abstiveram. O representante do Azerbaijão não compareceu à votação.

Mas não ficou claro se a medida, patrocinada por seis potências mundiais, poderia se traduzir em apoio da Rússia e da China para sanções que os líderes ocidentais possam aplicar ao Irã caso o país não comece a dispersar as suspeitas sobre sua ambição nuclear.

O documento aprovado foi apresentado pelas seis potências que negociam a questão nuclear com o Irã (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, além da Alemanha).

O texto intima a República Islâmica a "suspender imediatamente" a construção da nova central de enriquecimento de urânio em uma montanha perto da cidade sagrada de Qom, que teve a existência ocultada até setembro. A resolução expressa a "séria preocupação" de que Teerã siga "desafiando as exigências "da comunidade internacional".

Também exige que Teerã informe os objetivos da central e o calendário de realização, além de confirmar que não adotou nenhuma decisão sobre a construção ou autorização de qualquer instalação que não tenha sido informada à AIEA.

O texto, elaborado pela Alemanha em coordenação com as cinco potências do Conselho de Segurança, vinha sendo redigido enquanto a AIEA esperava uma resposta iraniana para sua proposta de transferir a maior parte do urânio enriquecido no Irã ao exterior.

No marco desta medida de criação de confiança, França e Rússia se comprometeram a transformar esse material em combustível nuclear para um reator científico em Teerã.

Por outro lado, a resolução de hoje critica a construção sem aviso prévio de uma nova fábrica de enriquecimento de urânio na cidade de Qom, a sudoeste de Teerã.

O fato de que o Irã não tenha informado a tempo à AIEA da existência dessa instalação "não contribui para a criação de confiança", diz o documento.

A fábrica de Qom "reduz o nível de confiança sobre a ausência de outras instalações" e cria dúvidas sobre se "existem outras instalações nucleares no Irã que não foram declaradas", adverte a resolução.

O Irã reconheceu em setembro passado que está construindo em Qom uma segunda usina de enriquecimento de urânio, muito menor que o centro de Natanz, o que causou inquietação na comunidade internacional.

O mal-estar aconteceu porque muitos especialistas consideram que o tamanho da instalação, que entrará em funcionamento em 2011, não é compatível com um programa nuclear civil.

Estados Unidos e União Europeia suspeitam que o Irã esteja trabalhando em um programa nuclear militar clandestino, algo que o país nega, alegando necessidades médicas e energéticas para seu programa atômico.

A resolução será transmitida ao Conselho de Segurança da ONU.

Repercussões

Após o anúncio, o Irã afirmou que irá reduzir o nível de sua cooperação com a AIEA como reação à resolução adotada. O embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, disse que seu país irá eliminar qualquer cooperação voluntária com os inspetores da ONU. "Vamos tentar nos restringir aos limites do acordo de salvaguarda (controles)", disse o diplomata.

Soltanieh também afirmou que o Irã estuda "outras opções" para enriquecer o seu urânio. O diplomata iraniano disse que a resolução "não irá deter" o programa nuclear do Irã e que seu governo "não aplicará" o conteúdo do documento, pois se trata de uma "resolução política".

"Este é um sinal de que a paciência está acabando. Nós não podemos continuar o diálogo por amor ao diálogo", disse o enviado dos EUA à AIEA, Glyn Davies. "Não podemos ter rodadas e rodadas de negociações infrutíferas, negociações circulares que não nos levam onde queremos chegar", acrescentou.

Davies disse que é "imperativo para o Irã cumprir suas obrigações internacionais e oferecer transparência em seu programa nuclerar, do que apresentar mais evasivas e reinterpretações unilaterais de suas obrigações".

No Reino Unido, o ministro de Relações Exteriores, David Miliband, afirmou em uma nota divulgada à imprensa que "a resolução aprovada hoje pela junta de governadores da AIEA envia um sinal mais forte possível ao Irã de que suas ações e intenções seguem sendo um assunto de grave preocupação internacional".

Agentes da Abin desconfiam do Irã Parceiro explosivo

Para o Palácio do Planalto e para o Itamaraty, o Irã, do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que faz hoje uma visita (1)relâmpago ao Brasil, é um parceiro comercial como qualquer outro país. Para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), não. Afinado com a maioria de seus congêneres no mundo ocidental, o serviço secreto brasileiro ainda vê o Irã como uma das grandes fontes de financiamento do terrorismo internacional.

Dois dos principais agentes da área de contraterrorismo da Abin — os comandantes de inteligência Eliane Schroder de Moura e Romulo Rodrigues Dantas — consideram o Irã a face oculta do Hezbollah, a organização terrorista baseada no Líbano, que foi pioneira no uso de homens-bomba. “O Hisballah (uma das grafias do Hezbollah) mantém relações externas, notadamente, com o Irã e a Síria, de quem recebe apoio político, militar, econômico e civil”, escreveu Eliane na edição de setembro de 2007 da Revista Brasileira de Inteligência, publicação da Abin voltada para os integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Na época em que o artigo foi publicado, Ahmadinejad iniciava o terceiro ano de governo. Até ontem, a Abin mantinha a edição da revista disponível em seu site (www.abin.gov.br).

Segundo a agente, “os membros combatentes do Hisballah recebem treinamento, apoio, ajuda financeira e material da Guarda Revolucionária Iraniana”. A Guarda Revolucionária é uma divisão das Forças Armadas do Irã e teve em seus quadros o próprio Ahmadinejad. Na mesma edição da revista da Abin, o comandante de inteligência Romulo Rodrigues Dantas afirma que “serviços de inteligência ocidentais estimam que entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões são doados anualmente ao Hizballah pelo governo do Irã, na forma de assistência militar, mercadorias e recursos financeiros”. Ainda segundo o agente, “haveria, ainda, evidências de que iranianos também participariam diretamente no planejamento de operações do Hisballah”.

Romulo e Eliane são experts em contraterrorismo. Ele já comandou a Diretoria de Contraterrorismo da Abin e serviu em Washington como representante da agência no Comitê Interamericano contra o Terrorismo (Cite), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Eliane substituiu Romulo no posto na capital norte-americana. Os artigos de ambos na revista da Abin têm como foco o Hezbollah. O texto de Romulo é intitulado “O Hisballah e a evolução do quadro no Oriente Médio”. O de Eliane, “O Partido de Deus no Líbano”, tradução para o português do termo árabe Hezbollah.

Sem pragmatismo

O que os agentes afirmam em relação ao Irã não é novidade, mas vai em sentido contrário ao discurso pragmático do Palácio do Planalto e do Itamaraty, que empenham apoio político ao polêmico Ahmadinejad. Eliane é a mais contundente. Segundo ela, o Hezbollah “se fortaleceu com armas e munições da Síria e do Irã”. A agenda político-militar da organização, ainda de acordo com a agente, é definida “em cooperação com Teerã-Irã”. “O líder máximo da organização é o aiatolá iraniano Ali Khamenei”, afirma ela.

Entre os atos terroristas atribuídos ao Hezbollah estão os ataques contra a Embaixada dos EUA em Beirute (1983 e 1984), o sequestro de 17 norte-americanos e outros cidadãos ocidentais (1984 e 1988), o sequestro do voo da TWA (1985) e os atentados à Embaixada de Israel em Buenos Aires (1992) e à Associação Mutual Israelita Argentina (1994). Centenas de pessoas morreram nessas ações.

À espera

Eliane não descarta a possibilidade de a organização terrorista armada e financiada pelo Irã atuar na América Latina. “O Hisballah mantém células em várias partes do mundo, com ampla infraestrutura no Oriente Médio, na África Ocidental e na Europa. Devido à existência de expressiva colônia na América Latina, pode dispor de eventual apoio neste continente”, afirma a agente.

De acordo com Romulo, o Hezbollah foi “o primeiro (grupo terrorista) a valer-se de homens-bomba” islâmicos na era moderna” e “o primeiro a realizar ataques múltiplos”. Ainda segundo ele, a organização é imitada pela Al-Qaeda, grupo terrorista responsável pelas ações mais violentas dos últimos anos, como a derrubada das torres do World Trade Center, em Nova York, e o ataque à sede do Pentágono, em Washington, em setembro de 2001.

Brasília
Mahmud Ahmadinejad, que viaja com uma comitiva de cerca de 300 pessoas, entre empresários e funcionários de Teerã, passará pouco mais de 24 horas em Brasília. O principal ponto de interesse nas relações Brasil-Irã é o petróleo. Está prevista a assinatura de 23 acordos bilaterais entre os dois países nas áreas de energia, petroquímica, alimentos e medicamentos.
O israelense Ely Karmon acompanha com preocupação, como a grande maioria de seus compatriotas, a aproximação do Irã com os países da América do Sul, e, em especial, com o Brasil. Quatro dias antes da chegada do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, a Brasília, o especialista do Instituto para Contraterrorismo do Centro Interdisciplinar (IDC) em Herzliya, esteve em Brasília para alertar sobre os riscos de ações terroristas na América do Sul. Segundo ele, o grupo libanês Hezbollah, que faria parte de uma “coalizão” com Teerã, Damasco (a capital síria) e o grupo radical palestino Hamas, já possui células na Tríplice Fronteira, em Isla Margarita (Venezuela) e em Iquique (Chile), prontas para atuar. “O atrativo da América do Sul é usar as fraquezas da região. Por exemplo, o fato de não haver serviços policiais suficientemente capacitados para tratar com o Hezbollah”, afirma.

O senhor considera que o Irã é um Estado que pratica terrorismo. Como isso acontece?
Hoje, há duas principais ameaças terroristas no mundo: a rede Al-Qaeda e a coalizão Irã-Síria-Hezbollah-Hamas, que tem dois Estados e dois movimentos religiosos utilizando o terrorismo e a insurgência. Sem o Irã, por exemplo, o Hezbollah seria muito mais fraco. A força que ele tem vem do apoio financeiro, de treinamento do Irã. Além disso, o (presidente) Ahmadinejad disse, em outubro de 2006, que o povo iraniano pode rapidamente se converter em uma ‘potência mundial invencível’. Na América do Sul, eles já foram responsáveis por dois atentados: em 1992, contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, e, em 1994, contra o edifício da comunidade judaica também na capital argentina.

Qual interesse o Irã tem na América do Sul?
O interesse é transformar a região em uma frente contra as pressões dos EUA e dos Estados europeus sobre seu programa nuclear. Eles sabem que Hugo Chávez também se sente ameaçado pelos EUA, e que, então, tem aqui um aliado para combater os EUA. Os dois presidentes já falaram em uma aliança de países revolucionários, que seria formada com a influência de Chávez sobre os regimes bolivarianos. A Bolívia, por exemplo, já aceitou que o Irã abrisse uma televisão por satélite, em espanhol, para toda a América Latina, como uma arma de propaganda de Teerã.

Onde o Brasil entraria nessa “estratégia”?
O Brasil sempre manteve boas relações políticas e econômicas (com o Irã), mas nunca havia feito esse tipo de convite (para a visita de um presidente iraniano). Hoje, Ahmadinejad não visita nenhum país ocidental, porque é visto como um ditador. Não tenho dúvidas de que Ahmadinejad está disposto a avançar sua posição internacional, e o peso que o Brasil tem no mundo, com a sua visão democrática e a personalidade muito forte do presidente Lula, tem uma influência política e moral sobre outros países. Para Ahmadinejad, essa visita é uma vitória estratégica contra o mundo ocidental.

Há presença do Hezbollah na América do Sul?
Sabemos que há, com certeza, uma estrutura ativa do Hezbollah desde os anos 1980. E ela se desenvolveu muito com a chegada de imigrantes xiitas do Líbano. O Hezbollah utiliza essa comunidade para recrutar militantes, e hoje o grupo tem, claramente, uma presença na região, principalmente na Tríplice Fronteira, em Isla Margarita (Venezuela) e em Iquique (Chile). Essas células foram envolvidas nos dois ataques em Buenos Aires nos anos 1990. Sabemos que a Justiça argentina tem gravações de conversas durante o atentado de 1994 feitas a partir de Ciudad de Leste para Buenos Aires.

Que risco representa essa presença do Hezbollah na região?
Hoje, eles não realizam ações, mas esperam uma decisão. Se o Irã ou o Hezbollah decidirem que têm interesse em fazer uma ação, eles estão preparados. O atrativo da América do Sul é usar as fraquezas da região. Por exemplo, o fato de não haver serviços policiais suficientemente capacitados para tratar com o Hezbollah.

Na sua opinião, o povo brasileiro tem de se preocupar com a aproximação entre os governos brasileiro e iraniano?
O Brasil não pode permitir, a partir de suas relações com o Irã, que Teerã continue a ser o mesmo agressor, que chegue à capacidade nuclear sem nenhuma sanção. Essa não é a vontade do governo brasileiro, mas o resultado prático pode ser esse. Não acho realista que o Brasil consiga mediar um diálogo do Irã com os EUA. Todas as tentativas que os países europeus fizeram de dialogar não tiveram sucesso, e eu não vejo como o Brasil pode convencer o Irã a conversar com o Ocidente.
Fonte:

China e Brasil Chegam a Acordo Para Aumentar Cooperação Militar

China e Brasil chegam a acordo para aumentar cooperação militar

Nelson Jobim se reuniu com colega chinês em Pequim

Os ministros de Defesa do Brasil, Nelson Jobim, e da China, Liang Guanglie, chegaram a um acordo para aumentar a cooperação militar bilateral em temas como a formação de oficiais ou as missões de paz, na reunião mantida entre ambos em Pequim, informou a agência oficial Xinhua.

Os dois titulares de defesa pactuaram também aumentar a cooperação em indústria militar, ciência e tecnologia, assim como criar uma comissão conjunta dos dois ministérios para aumentar os intercâmbios e a cooperação.

Jobim, citado pela Xinhua, destacou que o Brasil espera aprofundar sua cooperação pragmática com as Forças Armadas chinesas, no marco da relação estratégica das duas nações emergentes.

Já Liang ressaltou que as relações entre Pequim e Brasília “entraram em uma nova fase de completo desenvolvimento”, que se iniciou após 2004, ano no qual o presidente da China (Hu Jintao) visitou o Brasil e seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez o mesmo na China.
Fonte: Zero Hora

Contraterrorismo da Abin Acompanha o Irã e Seu Sangrento Hezbollah

Agentes da Abin desconfiam do Irã

Parceiro explosivo Dois líderes de contraterrorismo da Abin contrariam pragmatismo do Planalto e chamam Irã de “financiador do terror”

Lucas Figueiredo

Para o Palácio do Planalto e para o Itamaraty, o Irã, do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que faz hoje uma visita (1) relâmpago ao Brasil, é um parceiro comercial como qualquer outro país. Para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), não.

Afinado com a maioria de seus congêneres no mundo ocidental, o serviço secreto brasileiro ainda vê o Irã como uma das grandes fontes de financiamento do terrorismo internacional.

Dois dos principais agentes da área de contraterrorismo da Abin — os comandantes de inteligência Eliane Schroder de Moura e Romulo Rodrigues Dantas — consideram o Irã a face oculta do Hezbollah, a organização terrorista baseada no Líbano, que foi pioneira no uso de homens-bomba.

“O Hisballah (uma das grafias do Hezbollah) mantém relações externas, notadamente, com o Irã e a Síria, de quem recebe apoio político, militar, econômico e civil”, escreveu Eliane na edição de setembro de 2007 da Revista Brasileira de Inteligência, publicação da Abin voltada para os integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).

Na época em que o artigo foi publicado, Ahmadinejad iniciava o terceiro ano de governo. Até ontem, a Abin mantinha a edição da revista disponível em seu site (www.abin.gov.br).

Segundo a agente, “os membros combatentes do Hisballah recebem treinamento, apoio, ajuda financeira e material da Guarda Revolucionária Iraniana”. A Guarda Revolucionária é uma divisão das Forças Armadas do Irã e teve em seus quadros o próprio Ahmadinejad.

Na mesma edição da revista da Abin, o comandante de inteligência Romulo Rodrigues Dantas afirma que “serviços de inteligência ocidentais estimam que entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões são doados anualmente ao Hizballah pelo governo do Irã, na forma de assistência militar, mercadorias e recursos financeiros”.

Ainda segundo o agente, “haveria, ainda, evidências de que iranianos também participariam diretamente no planejamento de operações do Hisballah”.

Romulo e Eliane são experts em contraterrorismo. Ele já comandou a Diretoria de Contraterrorismo da Abin e serviu em Washington como representante da agência no Comitê Interamericano contra o Terrorismo (Cite), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Eliane substituiu Romulo no posto na capital norte-americana. Os artigos de ambos na revista da Abin têm como foco o Hezbollah. O texto de Romulo é intitulado “O Hisballah e a evolução do quadro no Oriente Médio”. O de Eliane, “O Partido de Deus no Líbano”, tradução para o português do termo árabe Hezbollah.

Sem pragmatismo

O que os agentes afirmam em relação ao Irã não é novidade, mas vai em sentido contrário ao discurso pragmático do Palácio do Planalto e do Itamaraty, que empenham apoio político ao polêmico Ahmadinejad. Eliane é a mais contundente. Segundo ela, o Hezbollah “se fortaleceu com armas e munições da Síria e do Irã”.

A agenda político-militar da organização, ainda de acordo com a agente, é definida “em cooperação com Teerã-Irã”. “O líder máximo da organização é o aiatolá iraniano Ali Khamenei”, afirma ela.

Entre os atos terroristas atribuídos ao Hezbollah estão os ataques contra a Embaixada dos EUA em Beirute (1983 e 1984), o sequestro de 17 norte-americanos e outros cidadãos ocidentais (1984 e 1988), o sequestro do voo da TWA (1985) e os atentados à Embaixada de Israel em Buenos Aires (1992) e à Associação Mutual Israelita Argentina (1994). Centenas de pessoas morreram nessas ações.

À espera

Eliane não descarta a possibilidade de a organização terrorista armada e financiada pelo Irã atuar na América Latina. “O Hisballah mantém células em várias partes do mundo, com ampla infraestrutura no Oriente Médio, na África Ocidental e na Europa. Devido à existência de expressiva colônia na América Latina, pode dispor de eventual apoio neste continente”, afirma a agente.

De acordo com Romulo, o Hezbollah foi “o primeiro (grupo terrorista) a valer-se de homens-bomba” islâmicos na era moderna” e “o primeiro a realizar ataques múltiplos”. Ainda segundo ele, a organização é imitada pela Al-Qaeda, grupo terrorista responsável pelas ações mais violentas dos últimos anos, como a derrubada das torres do World Trade Center, em Nova York, e o ataque à sede do Pentágono, em Washington, em setembro de 2001.

1 – Brasília

Mahmud Ahmadinejad, que viaja com uma comitiva de cerca de 300 pessoas, entre empresários e funcionários de Teerã, passará pouco mais de 24 horas em Brasília. O principal ponto de interesse nas relações Brasil-Irã é o petróleo. Está prevista a assinatura de 23 acordos bilaterais entre os dois países nas áreas de energia, petroquímica, alimentos e medicamentos.

Fonte: Correio Braziliense

Exército Brasileiro Negocia Compra de Sistema Antiaéreo Russo

Exército brasileiro negocia compra de sistema antiaéreo russo

O Exército Brasileiro negocia com a Rússia a aquisição de um sistema de defesa antiaéreo para o país, segundo afirma o jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira.

Segundo o jornal, caso seja concretizada, a aquisição pode mudar a capacidade de defesa do Brasil, além de elevar a “temperatura” na América Latina, em virtude do processo de armamento no continente gerando possíveis respostas dos Estados Unidos.

Nessa quarta-feira, acontece em Brasília uma reunião na qual técnicos russos explicarão melhor o funcionamento do sistema Tor-M2E, que é considerado um dos melhores sistemas deste tipo para abater “aviões, helicópteros, armas de alta precisão e mísseis, usando radar”, diz o jornal.

O Brasil possui 200 canhões (projetados nos anos 50), 112 lançadores russos e outros franceses. “Como sabemos, nossas demandas de maior importância são grandes. Mas sim, do ponto de vista de defesa antiaérea, estamos desguarnecidos”, disse o diretor de Material do Exército, general Sinclair Mayer, ao jornal. Ele afirmou que ainda não há recursos para a compra.

O sistema deve custar pelo menos US$ 300 milhões, mas segundo o jornal, pessoas próximas à negociação acreditam que créditos adicionais ou financiamentos de longo prazo podem ser incluídos no orçamento.
Fonte: Notícias Terra

Exército Terá 3 Mil Blindados Urutu III, Agora Guarani

Lula manda fabricar 3 mil veículos blindados ao Exército

Após o anúncio da compra de caças para a Aeronáutica e de submarinos para a Marinha, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou hoje que o presidente Lula autorizou o início da fabricação de 3 mil novos veículos blindados de transporte para o Exército.

“O presidente autorizou o início do projeto inicialmente chamado Urutu III, agora rebatizado Guarani, que vai substituir todo o sistema de mobilidade do Exército”, disse Jobim, após participar no Rio da troca do Comando de Operações Navais no Porta Aviões São Paulo.

De acordo com o ministro, serão investidos na construção dos Guaranis R$ 6 bilhões ao longo de 20 anos. Os veículos serão construídos pela fábrica Fiat Iveco, em Sete Lagoas, Minas Gerais.

A licitação foi vencida em 2007. Em abril, a fabricante apresentou uma maquete em tamanho real da viatura blindada na Feira Latin America Aero & Defense (LAAD), no Rio. O motor e 60% dos componentes serão nacionais para diminuir o custo de produção.

A previsão da Iveco é que a primeira unidade fique pronta em 2010 e que 16 veículos sejam testados até 2011. Os exames serão realizados no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), localizado em Barra de Guaratiba, na zona oeste do Rio.

Os testes vão examinar a durabilidade do veículo, ergonomia e a blindagem estrutural para saber se o Guarani suporta explosões de minas terrestres, por exemplo.

Comparado ao EE-11 Urutu, modelo em uso hoje pelo Exército, o Guarani traria vantagens como proteção blindada superior, maior mobilidade, maior capacidade de transposição de trincheiras, maior capacidade de degrau vertical, ar condicionado, sistema de freio com disco duplo e ABS, GPS, sistema automático de extinção de incêndio e de detecção de laser.
Fonte: Agência Estado

Governo deve gastar R$ 6 bi em 2.000 blindados

ITALO NOGUEIRA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou anteontem o investimento de R$ 6 bilhões ao longo de 20 anos na construção de mais de 2.000 blindados para reequipar o Exército, afirmou o ministro Nelson Jobim (Defesa).

Segundo Jobim, o projeto Veículo Blindado Sobre Rodas já tem alocação orçamentária. Os novos blindados, que serão chamados de Guarani, serão construídos na fábrica da Fiat/ Iveco, em Sete Lagoas (MG).

"Ele vai substituir todo o sistema de mobilidade do Exército", disse o ministro, após a troca de comando no 1º Distrito Naval, no Rio. Além da construção dos Guaranis (chamados na fase de projeto de Urutu 3), o ministro disse que os blindados Urutu e Cascavel, considerados obsoletos e que eram produzidos pela falida Engesa (que chegou a exportá-los para cerca de 20 países), serão reformados para compor a frota da Força.

Em abril, o Guarani foi apresentado na feira de material de defesa Laad 2009 (Latin America Aerospace & Defence), no Rio. O custo estimado de cada unidade era de US$ 1,5 milhão (R$ 2,6 milhões). Jobim disse que a verba para os blindados será gasta ao longo de 20 anos com "entre 2.000 e 3.000 blindados". O total, hoje, permite a construção de 2.285 Guaranis.

A declaração do ministro é feita após o governo Lula reequipar a Marinha com novos submarinos franceses e na fase final da compra de novos caças para a Aeronáutica. O Exército ainda não havia sido contemplado por grandes investimentos do governo federal. Queixando-se do abandono, o Exército chegou a suspender o expediente na manhã de segunda e na tarde de sexta, alegando a necessidade de economizar.

A Folha revelou anteontem que técnicos do Exército foram à Rússia para negociar a compra de um novo sistema antiaéreo. O Centro de Comunicação Social do Exército, procurado pela Folha, não forneceu informações adicionais sobre o projeto nem o número de blindados da Força. Segundo o Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, o Brasil tem 803 blindados de transporte de pessoal e 409 Cascavéis.

Fonte: Folha de São Paulo

Congresso aprova crédito para construção de turbopropulsor brasileiro

Laércio Franzon

O Congresso Nacional aprovou, nesta quarta-feira (25), sete projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs) concedendo créditos adicionais, no valor total de R$ 1,3 bilhões, a diversos órgãos do governo federal.

Um dos projetos (PLN 51/09) libera crédito especial no valor de R$ 10 milhões para o Comando da Aeronáutica, destinados ao início da primeira fase do projeto de concepção, desenvolvimento, fabricação e certificação do Turborreator TH 1000.

Os turborreatores são motores turbopropulsores de largo espectro de aplicação, utilizados tanto em aviões, que são motores turboélice, quanto na geração de energia elétrica e em outras atividades. O Projeto TH 1000 será desenvolvido a partir do modelo do primeiro turborreator aeronáutico brasileiro, denominado TR 3500, produzido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em parceria com empresa especializada na fabricação de máquinas e equipamentos de uso no projeto.

Outra proposição aprovada (PLN 79/09) destina crédito suplementar em favor dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento Agrário, crédito suplementar no valor global de R$ 482,71 milhões. O crédito em favor do Ministério da Agricultura tem o objetivo, no âmbito da administração direta, de viabilizar o apoio a projetos de desenvolvimento do setor agropecuário e, no âmbito da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), possibilitar a execução da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), no que se refere aos produtos agrícolas, café, milho e arroz.

Os demais projetos aprovados foram PLN 38/09, PLN 52/09, PLN 60/09, PLN 67/09 e PLN 80/09.

Os créditos especiais são modalidades de crédito adicional destinado a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Créditos suplementares são ambém modalidade de crédito adicional destinado ao reforço de dotação já existente no orçamento.

Fonte: Agência Senado

Jobim pede à FAB que não indique qual o melhor caça

IGOR GIELOW

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que pediu à FAB (Força Aérea Brasileira) que não indicasse um vencedor em sua avaliação técnica dos concorrentes ao fornecimento de 36 novos caças ao Brasil.
Mais: afirmou por meio de sua assessoria que "a expectativa é que o relatório venha conforme solicitado", "mas, independentemente da forma [do texto]", "o que vale é a avaliação final feita pelo presidente da República".
Para Jobim, que diz ter pedido só os prós e contras de cada concorrente em itens como preço e transferência tecnológica, "tudo o mais são insumos para essa decisão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em setembro, o presidente da comissão que avalia o negócio de estimados R$ 10 bilhões, brigadeiro Dirceu Noro, afirmara que iria haver um vencedor do processo seletivo. A declaração foi dada após a gafe de Lula, que havia anunciado a escolha do francês Dassault Rafale durante visita do seu colega Nicolas Sarkozy, esquecendo de esperar a conclusão da avaliação técnica da FAB.



Desconforto


Houve desconforto na Força, e o comandante Juniti Saito chegou a ameaçar entregar o cargo. Os finalistas do processo, suecos e americanos, além dos franceses, já haviam entregado suas propostas finais. O processo foi reaberto e eles foram instados a revê-las.

Desde então o Planalto e a Defesa tentam capitalizar a confusão como uma forma de pressionar pela queda nos custos. Em especial o preço do Rafale, naquela altura 40% superior ao do Boeing F/A-18 americano e o dobro do oferecido pelo Saab Gripen NG sueco.

Ao mesmo tempo, em reiteradas declarações, o governo manteve sua preferência pelo Rafale. O Brasil, afinal, acabara de assinar um acordo militar para fornecimento de submarinos e helicópteros de R$ 22,5 bilhões e uma parceria estratégica com Paris.

Antes do anúncio de setembro, Jobim já havia dito que esperava um relatório indicativo, mas não conclusivo, da FAB. A declaração de então à Folha por Dirceu Noro colocou lenha na fogueira: se os militares escolhessem um avião que não o francês, colocariam os políticos em uma saia justa.

O "timing" da nova "solicitação" de Jobim não é fortuito. Todos os concorrentes reapresentaram propostas prometendo corte de custo. Questionada, a Aeronáutica não divulgou oficialmente, mas certamente o tema foi debatido na reunião de Alto Comando que ocorreu entre anteontem e ontem.

Há incômodo na FAB com o que alguns oficiais consideram desprezo civil por seu trabalho. O processo transcorreu com prazos fixos e produziu mais de 25 mil páginas sobre cada um dos aviões e suas propostas. Um representante de um dos concorrentes, experiente de outras campanhas de venda, diz nunca ter visto análise tão detalhista.

Nos bastidores, os concorrentes consideram que a reunião seria decisiva para o relatório da disputa, conhecida pelo código F-X2 -o "2" para diferenciá-la do malogrado programa abandonado em 2005.
Apesar das movimentações oficiais finais, como a visita do ministro da Defesa sueco a Jobim anteontem, os olhos do governo estão voltados para o quartel-general da Dassault.

Conforme a Folha apurou, para o caso ser dado por encerrado com os franceses, é tudo uma questão de a promessa política de Sarkozy a Lula tornar-se realidade da proposta empresarial. O presidente francês prometeu ao brasileiro que o Rafale seria barateado e que cargueiros em desenvolvimento pela Embraer seriam comprados pela França -ou seja, misturou decisões privadas e estatais na conversa, o que não é inusitado em negócios de defesa, mas que levanta dúvidas.

Havia a expectativa entre as empresas de que o encontro ontem de Lula e Sarkozy em Manaus, aliado à reunião da FAB, fechasse algum diagnóstico. Jobim, contudo, viajou para o encontro de ministros da Defesa no Equador, o que deverá adiar qualquer anúncio por mais alguns dias. Ou não.

Fonte: Folha de São Paulo

Exército atrai fila da indústria bélica

Pacote de compras estimado em R$ 20 bi inclui sistema antiaéreo, mísseis, pontes móveis e aviões não tripulados.



Tânia Monteiro

Com um pacote de compras de R$ 20 bilhões, o QG do Exército, em Brasília, tornou-se ponto de romaria dos exportadores de armamentos. A Força está pesquisando a compra de equipamentos de defesa que vão desde um sistema antiaéreo com mísseis de médio porte, mísseis de pequeno porte, pontes móveis e aviões não tripulados (vants), além de equipamentos de comunicações e radares. O dinheiro será desembolsado nos próximos dez anos.

Na quarta-feira, os russos apresentaram ao Exército um sistema antiaéreo de defesa, conhecido por Tor, com mísseis de médio alcance, equipamento de que o Brasil está completamente desfalcado. Os militares da Força já conheceram sistemas semelhantes de Israel, Suécia, China e ainda esperam uma data para serem apresentados ao francês, que está em fase de adaptação e modernização.

Paralelamente à verificação do sistema antiaéreo, que o Brasil quer adquirir para proteger as unidades militares de Brasília, Sete Lagoas, Praia Grande, Rio de Janeiro e Caxias do Sul, o Ministério da Defesa está consultando Israel, França, Estados Unidos e Alemanha para a aquisição de vants, com câmeras para a vigilância das fronteiras. Equipamentos semelhantes foram comprados pela Polícia Federal de Israel. Mas o Exército quer modelos de menor porte.


RUSSOS

Também está na lista da Força a compra imediata de cerca de 20 mísseis de pequeno alcance. Nesse caso, a escolha deverá mesmo recair sobre os russos Igla, já que se tratará de reposição de material.

As necessidades do Exército passam ainda pela compra de pontes montáveis também empregadas para obras civis, em casos de catástrofes. O Brasil já comprou, anteriormente, este equipamento da Alemanha, mas agora está olhando os produtos ingleses e norte-americanos.

Para modernizar os pelotões de fronteira e colocar em prática o Projeto Amazônia protegida, o Exército vai precisar comprar modernos equipamentos de comunicações via satélite com algum tipo de proteção de criptografia, para proteger as informações produzidas.

Todas estas compras, no entanto, estão envoltas na nova filosofia prevista na Estratégia Nacional de Defesa, que prevê algum tipo de transferência de tecnologia. O governo, no entanto, não pretende apenas comprar equipamentos no exterior, uma vez que há intenção de revitalizar a indústria de defesa do País. Os 150 mil fuzis Fall que precisam ser substituídos - já que os atuais têm mais de 40 anos de uso - deverão ganhar sucessores fabricados pela indústria nacional, por meio da Imbel.

A mesma opção será adotada para alguns radares, que estão sendo desenvolvidos pela Orbisat, com o centro de tecnologia do Exército.

Fonte: Estado de São Paulo

Brasil tenta reaproximar Venezuela e Colômbia e acaba no centro do confronto

Brasil tenta reaproximar Venezuela e Colômbia e acaba no centro do confronto que levou Bogotá a boicotar reunião do Conselho de Defesa da Unasul.
Viviane Vaz

A decisão da Colômbia de enviar apenas uma “delegação técnica” à reunião extraordinária de chanceleres e ministros de Defesa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, colocou o Brasil no centro do atrito entre o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e o venezuelano, Hugo Chávez. Segundo o jornal colombiano El Tiempo, o governo de Bogotá teria manifestado desagrado com Lula pela declaração feita ontem em Manaus, na reunião de cúpula de países amazônicos. “Acho que o companheiro Chávez e o companheiro Uribe têm que entender que a guerra não é construtiva, que a disputa insana não é construtiva, afirmou o presidente brasileiro.

Na Casa de Nariño, o palácio presidencial colombiano, a frase teria sido mal vista, uma vez que Uribe tem se negado repetidas vezes a responder às agressões verbais de Chávez. O fato de a maioria dos países vizinhos criticarem o acordo militar pelo qual a Colômbia cedeu bases militares aos Estados Unidos — esse era um dos temas principais na pauta da reunião — também contribuiu para que Bogotá decidisse esvaziar o encontro. O governo colombiano enviou nota aos colegas presentes enumerando suas razões para não enviar o ministro da Defesa, Gabriel Silva, nem o chanceler, Jaime Bermúdez. O texto indica que, por falta de garantias para travar um diálogo com respeito, objetividade e equilíbrio, o país decidira enviar uma equipe de técnicos.

Apenas metade dos 12 países da Unasul esteve representada por algum dos ministros. O Brasil enviou ambos — o chanceler Celso Amorim e o titular da Defesa, Nelson Jobim. Como anfitrião, o Equador foi representado por Fander Falconi (Relações Exteriores) e Javier Ponce (Defesa). Paraguai e Suriname enviaram seus responsáveis pela Defesa. O chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, qualificou a ausência colombiana como vazio inexplicável, um erro gigantesco e um desprezo à Unasul. Já Fabián Varel, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador, afirmou que cada país tem suas políticas e prioridades, mas lembrou que o Conselho de Defesa deve ter um consenso absoluto entre os países-membros.

As autoridades presentes ao encontro analisaram um conjunto de propostas. Uma delas, apresentada pelo presidente do Peru, Alan García, sugere que seja elaborado um estatuto de paz e de segurança mútua, contemplando a redução dos gastos militares.

Espiões

Além de discutir a aliança militar entre EUA e Colômbia, os ministros de Defesa e Relações Exteriores da Unasul também planejavam examinar a tensão entre Peru e Chile, depois de um suposto caso de espionagem chilena em Lima. Mas, segundo a porta-voz do Palácio de La Moneda, Carolina Tohá, o governo chileno rejeitou a proposta do governo equatoriano, presidente temporário da Unasul, para mediar a disputa.

O governo de Caracas também tinha anunciado que levaria a Quito uma queixa contra outra suposta operação da Colômbia contra Venezuela, Cuba e Equador. Vamos abordar esse tema e levar as provas de todo o plano de espionagem e de todo o plano de guerra contra nosso país, e vamos demostrar perante a América do Sul, desafiou Maduro na quinta-feira à noite.

Em Bogotá, o ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, admitiu pela primeira vez que os militares colombianos já pensam em se preparar para um possível confronto armado com a Venezuela. Pela primeira vez em décadas cabe ao ministro da Defesa pensar em como enfrentar, como se preparar para uma situação de ameaça externa”, disse o ministro à rádio Caracol. Ele destacou, porém, que os colombianos não gostariam de desviar-se do objetivo estratégico central, que é derrotar o narcoterrorismo. Acrescentou que seu país não pode “dedicar energias, recursos e pessoal para veleidades internacionais criadas por uma retórica inaceitável— referência ao discurso de Chávez. Os vizinhos estão condenados a se entender”, concluiu Gabriel Silva.

Novos grupos paramilitares são ameaça

De acordo com um relatório da organização não governamental (ONG) colombiana Nuevo Arco Iris, divulgado na quarta-feira, os novos grupos paramilitares de direita são responsáveis por mais ataques à segurança pública no país do que os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A violência urbana das neoparamilícias estaria voltada, especialmente, para a capital. “Bogotá tornou-se uma área de vingança de grupos e de estruturas narcotraficantes. No decorrer do ano, foram registrados 106 assassinatos cruéis. A taxa de homicídios apresenta aumento constante desde 2007”, adverte o informe anual do conflito armado na Colômbia em 2009.

Em um extenso capítulo dedicado à crescente insegurança na cidade, a ONG avalia que Bogotá virou um palco para o “posicionamento dos grupos emergentes, rearmados e dissidentes nas vias de acesso e saída e em setores marginais”. Para o diretor da instituição, León Valencia, o recrudescimento das milícias é um fenômeno novo na capital, ao contrário da realidade em Medellín, controlada há anos por cartéis de narcotráfico. “Bogotá não era uma cidade muito assediada pelos paramilitares, mas agora eles estão chegando e tendo formações parecidas com as que se ensaiaram em Medellín, com o controle de território e o apoderamento de negócios”, disse. Os neomilicianos obedeceriam, aponta o documento, aos cartéis de Loco Barrerra e de Cuchilho, dois dos principais traficantes de drogas da Colômbia capturados recentemente em Bogotá.

O informe atribui o aumento da violência à chegada de novos grupos armados clandestinos, à debilidade de antigos grupos que comandavam o crime e à disputa entre as facções pelo controle dos pontos de venda de armas e drogas. A secretária de governo, Clara López, reconheceu as “mudanças na dinâmica criminal da cidade, com uma ação crescente de poderes mafiosos, com consequências graves para a segurança dos cidadãos”. O documento sugere ainda que o governo do presidente Álvaro Uribe desenvolva outras formas, que não a militar, para superar o conflito armado. Segundo a ONG, a ofensiva contra os rebeldes “parece ter chegado a um limite”.


O número
109
Total de assassinatos cruéis registrados apenas neste ano em Bogotá


Entenda o caso
Ânimos exaltados

A morte de dois soldados venezuelanos em uma emboscada no Estado de Táchira (oeste do país), no início do mês, agravou a crise entre Bogotá e Caracas. A região abriga rebeldes colombianos, paramilitares e traficantes, que operam dos dois lados da fronteira. O governo de Hugo Chávez reagiu aos assassinatos com a imposição de fortes restrições à passagem de veículos e pessoas e mobilizou contingente da Guarda Nacional. O ministro de Defesa, Ramón Carrizalez, acusou paramilitares colombianos pelo crime.

Antes do incidente, dois colombianos estavam presos na capital venezuelana, sob suspeita de espionagem. O acordo militar firmado pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe, com os Estados Unidos acirrou os ânimos. No último dia 8, Chávez avisou à população: “Não percamos um dia na nossa missão principal: preparar-nos para a guerra e ajudar o povo a se preparar para a guerra, porque é responsabilidade de todos”. Bogotá recebeu a afirmação como uma declaração bélica e levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Um semana depois, a Colômbia instituiu uma nova divisão militar na região de fronteira, com 16 mil efetivos.

No último dia 20, soldados venezuelanos dinamitaram duas pontes destinadas ao tráfego de pedestres na fronteira. Carrizalez disse que elas eram usadas por narcotraficantes. O governo Uribe classificou a ação como uma “violação à lei internacional” e “uma agressão contra os civis”, e prometeu denunciar a Venezuela à ONU e à Organização dos Estados Americanos (OEA). O ministro da Defesa, Gabriel Silva, alertou que seu país não permitirá agressões contra a população civil nem ações bélicas contra o seu território.

Fonte: Correio Braziliense
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