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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Paquistão prende informantes que levaram EUA a Bin Laden, diz 'NYT'

Entre os cinco detidos, um seria alto oficial do exército paquistanês.
Visita de diretor da CIA na semana passada teria levantado suspeitas.



A agência paquistanesa de espionagem militar prendeu alguns informantes que teriam levado os Estados Unidos a encontrar e matar o terrorista Osama bin Laden, segundo o jornal "The New York Times". Cinco informantes teriam sido detidos, incluindo um alto oficial do exército paquistanês.
O oficial teria passado informações sobre os carros que visitavam o complexo onde o terrorista se escondia em Abbottabad, no Paquistão, nas semanas que antecederam o ataque americano, que terminou com a morte do chefe da al-Qaeda.
Não há informações sobre o local para onde os informantes teriam sido levados.

FONTE: GLOBO.COM

terça-feira, 14 de junho de 2011

Exército se arma para defender o espaço cibernético brasileiro

DefesaNet
Agência Estado

No final do ano passado, um vírus de computador criado para atacar o programa nuclear iraniano conseguiu danificar as centrífugas de enriquecimento de urânio de uma importante usina daquele país. A empresa que descobriu o vírus, batizado de Stuxnet, o definiu como o "protótipo de uma cyber-arma que dará início a uma nova corrida armamentista no mundo". O incidente revelou um novo campo de batalha aberto pelo desenvolvimento tecnológico - a guerra cibernética.

Alinhado à sua tradição pacifista, o Brasil não planeja lançar ataques nesse campo, mas começa a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. No segundo semestre do ano, as Forças Armadas inauguram seu primeiro Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), que reunirá cerca de cem oficiais do Exército em um prédio nos arredores de Brasília.

"O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intecionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas", afirmou ao estadão.com.br o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber. Uma vez inaugurado, o novo órgão será dirigido pelo general de divisão José Carlos dos Santos.

O centro vem sendo preparado há cerca de um ano e terá como objetivo coordenar e integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica. Será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de artefatos maliciosos na rede e centro de tratamento de incidentes.

Gonçalves destaca duas características da guerra cibernética que dificultam as atividades de defesa. Uma delas é a assimetria, que faz com que uma força reduzida e bem treinada consiga causar danos em forças muito maiores. "Quanto mais sofisticada é a rede de um país, mais ela está suscetível a ataques cibernéticos", diz o coronel.

O outro elemento é a anonimidade, que prejudica a identificação do autor do ataque. Em geral, a agressão virtual é realizada por meio de computadores-zumbis, pertencentes a usuários comuns, que nem sabem que suas máquinas foram invadidas e estão servindo a outras pessoas. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Qual é o objetivo do Centro de Defesa Cibernética?

O Centro irá coordenar as ações de defesa cibernética das Forças Armadas. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica já têm programas nessa área, não estamos começando do zero, mas vamos estabelecer uma governança dessas ações, agregando valor. Teremos um simulador de guerra cibernética e um laboratório de análises de artefatos maliciosos.

O escopo é proteger as redes militares e do governo ou todas as redes brasileiras?

Trabalhamos em dois níveis: a defesa nacional, no qual as Forças Armadas têm papel preponderante, e a segurança nacional, quando entramos como força auxiliar. O Centro irá primordialmente proteger as redes militares e governamentais, e também pode contribuir para proteger as infraestruturas de informação como um todo.

A indústria bélica brasileira está preparada para contribuir nesse setor?

Na parte de software e desenvolvimento de programas, estamos bem, somos muito criativos. Na parte de hardware, na produção dos equipamentos, estamos um pouco atrasados. Mas numa avaliação geral, diria que estamos bem.

Quais as características da guerra cibernética?

Em primeiro lugar, há uma assimetria muito grande. Quanto mais um país se sofistica tecnologicamente, mais vulnerável ele fica. Quanto mais refinado é seu sistema, mais ele está suscetível a ser interferido e destruído por uma potência com uma estrutura menor. Por exemplo, se você tem uma rede wi-fi em casa, está mais vulnerável do que se tivesse apenas uma rede por cabo. E para fazer um ataque, você não precisa de muita tecnologia ou estrutura. Com uma equipe de dez pessoas mal-intencionadas e extenso conhecimento, você faz um estrago enorme em estruturas muito sofisticadas. Outra característica é a anonimidade, é muito difícil saber de onde partiu o ataque. O computador de qualquer pessoa pode ser um zumbi, sem que você saiba, e vai trabalhar em proveito de uma organização criminosa. Por isso, quando fazemos a perícia, nem sempre encontramos a origem do ataque. Na guerra de 30 anos atrás, era muito fácil saber quem é o adversário - o inimigo era quem estava do outro lado da fronteira, do rio, da ponte. Agora não, o inimigo pode estar tanto a 10 mil quilômetros de distância como dentro da sua própria organização.

Quais são as armas disponíveis?

As armas usadas para a defesa são muito similares às utilizadas para fazer um ataque, e esse é um grande problema. Temos que ter muito cuidado, se você ensina a se defender, também está ensinando a atacar. Um exemplo de arma cibernética é o Stuxnet, um vírus que prejudicou principalmente as centrífugas do Irã. É um vírus sofisticado, que ataca um determinado tipo de equipamento, alterando a velocidade das centrífugas e fazendo com que elas se autodestruam. Dizem que foi criado para atrasar o programa nuclear iraniano. Na guerra cibernética, você não precisa fazer um vírus para ataque massivo ou de destruição coletiva. Pode especificar: quero destruir as centrífugas de uma central nuclear de determinado país.

Qual o orçamento previsto para o Centro de Defesa Cibernética?

Não podemos divulgar os valores, pois eles podem mostrar tanto uma fortaleza como uma fraqueza em relação a outros países. O Exército sempre trabalha com a realidade da nação, e os valores que temos são compatíveis para fazer a defesa cibernética de um país em desenvolvimento. O orçamento disponível dará maior segurança aos nossos sistemas no espaço cibernético e é compatível com a realidade e a projeção do Brasil no cenário internacional. E, mesmo que sofra cortes, nossa missão não será alterada, apenas a data de cumprimento.

Como é a formação dos oficiais do Exército nessa área?

No setor de tecnologia, há quem nasça com um pendor nato para o trabalho, para "escovar bits", como costumamos dizer. Mas a formação é muito importante e incentivamos os oficiais a se especializarem no Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio. O IME oferece cinco cursos de mestrado e doutorado na área de defesa cibernética. Para quem estuda ciências da computação, há mestrado, e para quem se especializa em engenharia de defesa, temos mestrado e doutorado em defesa cibernética.

Embraer Vende Super Tucanos a Indonésia

Negociação do Super Tucano, da EMBRAER, com a Força Aérea da Indonésia entra em vigor
Treinamento, estações de apoio de solo e pacote logístico integrado acompanham os oito Super Tucano

DefesaNet

São José dos Campos, 9 de junho de 2011 - A venda da Embraer de oito turboélices de ataque leve e treinamento avançado Super Tucano à Força Aérea da Indonésia já está em vigor. A Companhia foi declarada vencedora de uma licitação realizada pelo Ministério da Defesa Indonésio, em novembro de 2010. Desde então, várias fases administrativas foram cumpridas, culminando no fechamento do contrato, que inclui estações de apoio de solo e um pacote logístico integrado. As entregas começam em 2012.

“Este contrato representa um passo ousado para que o Super Tucano deixe a sua marca no mundo”, disse Orlando José Ferreira Neto, Vice-Presidente Comercial da Embraer Defesa e Segurança. “Damos as boas-vindas à Força Aérea da Indonésia como o mais novo operador de um produto da Embraer Defesa e Segurança. Eles serão atendidos, e ficarão satisfeitos, com a mesma qualidade, excelência e eficiência que se estende a todos os clientes.”

O governo indonésio escolheu o flexível Super Tucano para substituir outras aeronaves e executar uma ampla gama de missões, incluindo ataque leve, vigilância, interceptação ar-ar e contra insurgência. Este é um avião maduro e comprovado que voou mais de 120 mil horas com eficiência e confiabilidade excepcionais.

O Super Tucano está equipado com as mais recentes tecnologias de eletrônica / ótica / infravermelha e laser, rádios seguros com comunicação por enlace de dados e uma inigualável capacidade de armamentos, o que o torna altamente confiável e com excelente relação custo/benefício para uma ampla gama de missões militares, mesmo em pistas não pavimentadas.

Sobre o Super Tucano

O Super Tucano é fruto de um novo projeto desenvolvido de acordo com as rigorosas exigências da Força Aérea Brasileira (FAB). Com mais de 150 aviões já entregues, é totalmente compatível com as operações de combate em ambientes complexos. O avião está equipado com o mais moderna tecnologia disponível para aviônicos, incluindo visão noturna, sensores eletro-ópticos infravermelho (Electro-Optical/Infrared – EO/IR) com apontador de mira a laser, pacote de comunicações seguras e enlace de dados.

Além da reforçada estrutura para operações em pistas não pavimentadas, o avião conta com avançados sistemas de navegação e pontaria de armas, o que lhe garante alta precisão e confiabilidade, utilizando tanto armamento convencional como inteligente, mesmo sob condições extremas. O avião requer apoio logístico mínimo para operações contínuas. O Super Tucano está em operação em cinco forças aéreas, executando com sucesso missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contra-insurgência. A frota já acumula 120 mil horas de vôo.

Embraer também fornece um avançado sistema de treinamento e suporte às operações do Super Tucano. Conhecido pelo nome em inglês, o TOSS (Training and Operation Support System), é composto por quatro sistemas: o CBT (Computer-Based Training), que melhora o aprendizado dos pilotos; o FS (Flight Simulator), simulador de vôo; o MPS (Mission Planning Stations), para planejamento de missões de navegação e ataque; e o MDS (Mission Debriefing Station), para análise dos dados e resultados das missões realizadas, todos desenvolvidos pela Embraer.

Exército do Egito faz "exames de virgindade" em mulheres

Samiha Shafy
No Cairo (Egito)

As forças armadas egípcias foram elogiadas por terem ajudado a facilitar uma revolução pacífica no seu país três meses atrás. Mas agora surgiram acusações de que os militares submeteram mulheres jovens a degradantes “exames de virgindade” naquilo que parece ter sido uma tentativa de controlar a população rebelada. Uma mulher contou a “Der Spiegel” a sua história.

Antes de descrever como soldados uniformizados a atacaram com socos e chutes, e também outras jovens, ordenando que elas tirassem as roupas, deitassem de costas em frente a grupos de soldados e abrissem as pernas para que um homem de jaleco branco as examinasse para verificar se elas eram virgens – antes de narrar essa história, esta cabeleireira acende rapidamente um cigarro e dá uma profunda tragada.

Salwa Husseini Gouda é uma mulher pequena, com lábios graciosamente curvos e olhos amendoados. A jovem de 20 anos de idade parece estar cansada nesta tarde. Ela usa calças jeans, um lenço de cabeça e uma frente única justa. Ela fuma um cigarro atrás do outro. O ar está pesado com o calor úmido e a capital egípcia está poeirenta e barulhenta, como sempre.

“Eu não faço ideia do motivo pelo qual eles me prenderam, em meio a tanta gente, na Praça Tahrir”, diz Husseini Gouda. “Eles me chamaram de prostituta e me esbofetearam”. Ela diz que ficou chocada quando o grupo a arrastou, juntamente com cerca de 20 outras mulheres, para o Museu Egípcio, e as entregou às forças armadas. “Eu não podia acreditar que o exército fosse o responsável por esse ataque”, continua Husseini Gouda. “Depois eles nos levaram para uma prisão militar, e a partir de então, a situação só piorou”.

“Tratamento chocante e degradante”

No dia em que Husseini Gouda foi presa, Hosni Mubarak, o presidente deposto do país, estava em um exílio auto imposto no resort à beira-mar de Sharm el-Sheik, durante quase quatro semanas. Um mês antes da detenção, as massas concentradas na Praça Tahrir haviam saudado as forças armadas, que assumiram o poder no país depois que Mubarak renunciou. “O povo e o exército são um só”, gritavam os manifestantes, dançando e comemorando em frente aos tanques. As mães pediam aos soldados que segurassem os seus filhos nos braços para tirar fotografias. O mundo inteiro observava o Egito com surpresa, vendo homens e mulheres, muçulmanos e cristãos, lutando lado a lado por liberdade. Então, 18 dias depois, a revolução teve resultado, com a queda do faraó. O povo foi vitorioso. Foi um triunfo que pertenceu também às mulheres – ou pelo menos era essa a impressão que se tinha na ocasião.

Quando Husseini Gouda chegou à prisão militar em 9 de março, ela diz que foi levada a uma pequena sala, juntamente com duas outras mulheres. Elas foram obrigadas a se despir e a permitir que as suas roupas fossem revistadas. Elas perceberam que havia um soldado do outro lado da janela aberta fotografando-as nuas. “Eu fiquei com medo de que eles pudessem usar as fotos para fazer com que nós fôssemos tidas como prostitutas”, conta Husseini Gouda.

Naquela noite, as mulheres foram trancafiadas em uma cela e receberam água e um pão que tinha cheiro de querosene. No dia seguinte, elas viram uma maca no corredor que dava para a cela. Um oficial anunciou que, na maca, um médico examinaria as mulheres solteiras para verificar se elas eram virgens. “Nós não pudemos acreditar no que ouvimos”, diz Husseini Gouda. “Nós pedimos que aquilo fosse pelo menos feito por uma médica, mas ele nos disse que não. Uma moça tentou resistir e foi torturada com choques”.

Várias organizações de direitos humanos estão investigando os fatos ocorridos na prisão militar de Heikstep, na zona nordeste do Cairo, entre os dias 9 e 13 de março. A Anistia Internacional pediu às autoridades egípcias que “cessem o tratamento chocante e degradante das manifestantes do sexo feminino”. O Parlamento Europeu declarou que “exames de virgindade forçados” se constituem em um tipo de tortura.

A psiquiatra Mona Hamed, do Centro El Nadeem para Reabilitação das Vítimas da Violência, documentou as declarações de várias das mulheres que foram detidas em 9 de março, incluindo Husseini Gouda. A conclusão de Hamed foi a seguinte: “A novidade é que quem esta por trás disso não é a polícia ou a polícia secreta, mas sim as forças armadas”. Ela diz que os exames de virgindade se constituem em uma mensagem de advertência à população, porque o exército deseja controlar a liberdade de movimentação dos cidadãos. Se uma mulher que participar de uma manifestação foi espancada ou presa, diz Hamed, a família dela talvez seja capaz de aceitar o fato – mas a família não aceitará a acusação de que a filha é prostituta. “Isso é uma humilhação impensável para a mulher e a sua família”, explica a psiquiatra.

Um exército confuso

Husseini Gouda não resistiu. O homem de jaleco branco se debruçou entre as suas pernas, e o procedimento não foi demorado. Ele permitiu que ela se cobrisse com um lençol, para proteger-se dos olhares dos soldados que se encontravam no corredor. “Foi horrivelmente humilhante”, afirma Husseini Gouda. Após o procedimento, todas as mulheres tiveram que assinar um formulário declarando se eram virgens ou não. Mas depois que o médico confirmou que o seu hímen estava intacto, os soldados lançaram novas acusações contra ela, diz Husseini Gouda. Dois dias depois, ela foi condenada por um tribunal militar a um ano de liberdade condicional pela suposta posse de uma arma, danos a propriedades e violação de toque de recolher.

“A situação das mulheres deteriorou-se continuamente nestas últimas décadas”, afirma Hala Mustafa, 52, cientista política e editora chefe da revista “Al-Dimuqratiya”. “Por um lado, isto se deve à islamização política provocada pela Irmandade Muçulmana e pelos salafistas. Por outro lado, o motivo é também o fato de o regime ter feito tudo o que podia para garantir que o povo se mantivesse conservador, de forma que ele não se rebelasse”.

Mustafa, com os seus cabelos castanhos claros, e usando uma pantsuit e joias, é uma das intelectuais progressistas e liberais do país. Ela acabou de cancelar uma viagem ao exterior porque não foi capaz de perder o que está se passando agora no Egito. Por um momento, um sorriso surge na sua face, o mesmo sorriso de muitas mulheres egípcias no dia de hoje, uma mistura de surpresa e orgulho. É muito cedo para fazer previsões, diz Mustafa, mas ela não está especialmente otimista: “O velho regime ainda está funcionando”.

Recentemente, a insubordinação das pessoas parece estar provocando alguma confusão para as forças armadas. Organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que milhares de egípcios foram presos, torturados e submetidos a tribunais militares nas últimas semanas. As forças armadas restringiram os direitos a greves e a manifestações, e a lei de emergência e o toque de recolher de 2h às 5 ainda estão em vigor.

“Elas já não eram virgens quando chegaram à prisão”

A jornalista Rasha Azeb, 28, experimentou a revolução em primeira mão desde o princípio. Ela também foi detida em 9 de março e levada para o Museu Egípcio. “Nós continuamos protestando depois de 11 de fevereiro, porque queríamos nos livrar do regime inteiro, e não apenas de Mubarak”, explica Azeb. “Ela usa uma fita em volta do pescoço, na qual um cartucho de munição oscila de um lado para outro”. Agora todos podem dizer o que quiserem sobre Mubarak e os membros do governo dele que foram presos, diz Azeb. “Mas sobre o conselho militar ninguém pode falar nada”.

Azeb está sentada em um terraço no centro do Cairo, de onde se vislumbra lá embaixo um verdadeiro oceano de casas cor de areia que se estende até o horizonte. “Os soldados amarraram as minhas mãos e me bateram”, conta ela. “Eles disseram que a violência estava aumentando por causa dos jornalistas. Quatro horas depois, eles deixaram que eu e as minhas colegas fôssemos embora”. Azeb diz que viu outras mulheres serem espancadas e tomarem choques no museu. Foi só dias depois que ela descobriu o que aconteceu com aquelas mulheres. Isso é intolerável, diz a jornalista. No entanto, este não é o momento para se falar sobre discriminação sexual. “Este momento diz respeito aos direitos do povo egípcio”, acredita Azeb, “e não aos direitos distintos de homens e mulheres”.

Mesmo assim, as mulheres que lutaram pela liberdade na Praça Tahrir também impressionaram o mundo precisamente porque elas acabaram com um cliché. O Relatório do Fórum Econômico Global sobre Desigualdade entre os Sexos, que avalia a desigualdade entre os sexos em 134 países, colocou o país no 125º lugar na sua lista de 2010. Quarenta e dois porcento das mulheres egípcias são incapazes de ler ou escrever e a maioria não tem uma profissão. A mutilação genital feminina é proibida no país desde 1997, sendo ainda, porém, uma prática disseminada. As mulheres que saem na capital sem a companhia de um homem podem esperar serem alvos de assédio sexual.

Na terça-feira passada, quase três meses depois que Husseini Gouda e as outras mulheres foram detidas, um general do exército finalmente deu uma declaração sobre o assunto: “As jovens que foram detidas não eram como a sua filha ou a minha”, declarou o general ao canal de notícias norte-americano CNN. “Eram mulheres que estavam acampadas em barracas com manifestantes na Praça Tahrir, e nós descobrimos nessas barracas coquetéis Molotov e drogas”. Ele disse que os exames de virgindade foram realizados para que, mais tarde, as mulheres não pudessem alegar que foram assediadas ou estupradas na prisão: “Nós queríamos mostrar que elas já não eram virgens quando chegaram à prisão”.

A Anistia Internacional classificou a ação de “uma justificativa inteiramente perversa para uma forma degradante de abuso” e pediu às autoridades egípcias que punam os responsáveis. A resposta do exército foi dada imediatamente: “As alegações dessas mulheres são infundadas”, anunciou um porta-voz do exército.

Tradução: UOL

Dilma anuncia R$ 120 milhões para vigiar fronteira

Apresentação de plano genérico faz parte das ações para mostrar que governo não está parado


BRASÍLIA - Em mais uma estratégia do governo de produzir "fatos positivos" para tentar mostrar que não está parado por conta da crise que derrubou Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira, 8, o Plano Estratégico de Fronteiras. Apresentado genericamente, o plano precisa, este ano, de R$ 120 milhões.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os resultados do plano poderão ser conhecidos pela sociedade "por meio de indicadores" a ser divulgados periodicamente pelos Ministérios da Justiça e da Defesa, sem especificar quais serão os indicadores e como poderão ser avaliados.

Em seu discurso, Dilma anunciou que seu "compromisso com esse programa é tão grande" que escolheu o vice-presidente Michel Temer para coordenar as ações dentro do governo. "É a própria Presidência da República que assume um papel ativo no controle, na avaliação, no fornecimento de instrumentos para que este plano seja vitorioso e vigoroso." Dilma acrescentou que o anúncio cumpria "compromisso de campanha que é dar prioridade à segurança pública".

De acordo com o governo, o objetivo do Plano Estratégico de Fronteiras é reduzir a criminalidade e enfrentar o crime organizado por meio da atuação integrada dos Ministérios da Justiça e da Defesa, além da cooperação com os países que fazem fronteira com o Brasil.

Segundo o ministro da Justiça, o plano terá por base duas operações: a Sentinela e a Ágata. A primeira, já em funcionamento desde o início do ano passado, "será remodelada e terá caráter permanente com elevação de 100% do efetivo empregado atualmente pelo Ministério da Justiça". Nela atuarão as Polícias Federal e Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança com apoio logístico das Forças Armadas. A Operação Ágata, explicou Cardozo, será pontual, em locais definidos como áreas que necessitam de ações naquele momento.

Comando reunido. Foi anunciada também a criação de um Centro de Operações Conjuntas (COC) onde estarão reunidos comandantes das Forças que atuam nas Operações Ágata e Sentinela para fazer o planejamento e acompanhamento das ações. O ministro da Justiça disse que gabinetes de gestão integrada serão criados em todos os Estados da fronteira para permitir a integração na operação com as unidades locais.

Ao falar dos 16 mil quilômetros de fronteira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, salientou a necessidade de integração com os países vizinhos e da troca de informações para que as operações tenham efeito. E fez um apelo aos embaixadores dos países vizinhos para que cada um apoie o esforço brasileiro. Jobim assegurou que o Brasil não irá além dos limites legais para prosseguir suas ações. "Em hipótese alguma qualquer operação ultrapassará a fronteira do Brasil."

FONTE: REUTERS

Armas no Espaço - Declaração Brasileira

A declaração nacional foi apresentada, em Viena, Áustria (07 Junho 2011), pelo chefe da Assessoria Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho e enviada ao JCEmail.


A declaração nacional foi apresentada, em Viena, Áustria, pelo chefe da Assessoria Internacional da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Monserrat Filho e enviada ao Jornal da Ciência.

"Os efeitos da colocação de armas no espaço podem produzir um desastre global. As armas espaciais podem causar um apagão em qualquer região do mundo, destruindo satélites úteis e de primeira necessidade", declarou a delegação do Brasil perante o Comitê da ONU para o Uso Pacífico do Espaço (Copos) sobre o tema "Meios e formas de manter o espaço exterior para fins pacíficos", em Viena, Áustria, no último dia 7 de junho.

Íntegra da declaração brasileira

"O Brasil está profundamente convencido de que a Terra sem armas de destruição em massa e o espaço exterior livre de qualquer tipo de armas - abertos ambos para atividades exclusivamente pacíficas e construtivas - criam garantias reais e sólidas para o futuro de todos os Estados, todos os povos, toda a humanidade.

Vivemos os últimos 54 anos, desde o primeiro satélite artificial e o primeiro voo espacial humano, sem armas e sem conflitos armados no espaço. O Brasil deseja que esta situação continue nos próximos 50 anos. Dificilmente haverá conquista maior para comemorarmos o centenário do nosso Copuos, em 2061.

Como escreve o eminente pensador húngaro Ervin Laszlo, vivemos hoje no contexto histórico de uma 'janela de decisão'. É a primeira vez que uma espécie na Terra tem consciência de que pode se extinguir por seus próprios meios ou evoluir para um futuro incomensurável - também por suas próprias ações. Em época tão singular, ainda segundo Laszlo, 'qualquer contribuição, mesmo pequena, pode causar uma explosão que mude as tendências existentes, fazendo surgir novas correntes e processos'. A partir daí 'podemos ir tanto para um colapso como para a descoberta de nova estrutura e novas formas de operar'.

No nosso caso, isso significa que, se lograrmos manter o espaço livre de armas e de ações bélicas, abrir-se-á para nós, neste ambiente, uma situação geopolítica inteiramente nova. Mais que nunca seremos capazes de assegurar atividades espaciais exclusivamente pacíficas e de cooperação.

Por isso, a questão sobre "meios e formas de manter o espaço para fins pacíficos' é, a nosso ver, um ponto da mais alta prioridade na agenda do Copuos.

'Si vis pacem, para bellum', ou seja, 'se queres a paz, prepara-te para a guerra'. Esse conhecido adágio latino, criado no século 4º ou 5º, ainda é o paradigma da vida humana no início do século 21.

Será que estamos condenados a transpor a cultura da ameaça e do uso da força para o espaço também? É essa uma herança saudável para a nova fronteira e para as novas gerações? Como prevenir e alterar esse antigo costume, que pode ser catastrófico em nosso tempo? O que podemos fazer com paciência, passo a passo, construtivamente, para garantir ao espaço um destino exclusivamente pacífico? Essa é a nossa tarefa histórica.

Questão oportuna e prática, neste contexto, é tentar estabelecer a relação custo-benefício resultante da radical militarização do espaço, isto é, da transformação do espaço em novo teatro de guerra e sua manutenção como tal, levando na devida consideração as demandas e necessidades de segurança de todos os países.

A militarização radical do espaço, com a provável criação de novo campo de batalha, não é apenas uma questão nacional ou uma questão exclusiva das nações que realizam atividades espaciais, como se sugere com frequência. Esse é, sobretudo, um problema global extremamente grave, que afeta a todos os países, povos e nações. E isso é simplesmente óbvio.

Os efeitos da colocação de armas no espaço podem produzir um desastre global. As armas espaciais têm, claramente, alcance global e, portanto, impacto global. Elas podem causar um apagão em qualquer região do mundo, destruindo satélites úteis e de primeira necessidade, afetando as telecomunicações, a observação da Terra, o posicionamento global, a previsão do clima, os serviços de alerta e mitigação de desastres naturais, e assim por diante.

Empresas públicas e privadas podem sofrer perdas imprevisíveis e incalculáveis. Vultosos investimentos e negócios rentáveis podem desaparecer inesperadamente na imensidão do espaço.

O que ganhamos ao aceitar riscos tão grandes? A militarização radical do espaço, com a instalação de armas modernas em suas órbitas, pode reforçar a tendência de resolver as controvérsias internacionais por meio da ameaça ou do uso da força, ações totalmente contrárias aos princípios da Carta das Nações Unidas.

Esse novo quadro estratégico pode reproduzir velhas rivalidades e confrontações, além de criar novas e mais desafiadoras. E os resultados desse novo tipo de guerra fria, com o emprego das avançadas tecnologias disponíveis podem ser incomparavelmente piores do que a anterior.

Como frisou o ilustre delegado da Federação Russa nesta sessão plenária, sabemos muito bem como é difícil monitorar o cumprimento dos acordos sobre desarmamento na Terra. No espaço, esse controle será ainda mais difícil.

Também preocupa a delegação brasileira outra observação feita também pelo delegado russo. Ei-la: "A Rússia considera que as ações dos Estados que resultem no surgimento de armas no espaço e a adoção de concepções que envolvam o uso da força naquele ambiente podem minar os fundamentos morais e a lógica política do fortalecimento dos mecanismos de não-proliferação, bem como os princípios fundamentais e normas do Direito Espacial Internacional."

Ante essas graves perspectivas, a delegação do Brasil fica ainda mais convencida de que o tema de altíssima relevância da agenda do Copuos sobre "meios e formas de manter o espaço para fins pacíficos" deve ser discutido também em seu Subcomitê Jurídico - instância adequada para analisar e apreciar o mencionado efeito demolidor da colocação de armas no espaço sobre o direito espacial internacional e sobre o conceito de Estado de Direito nas atividades espaciais.

Concluindo, a delegação do Brasil considera oportuno e benéfico examinar a possibilidade de se criar uma ação coordenada entre o Grupo de Trabalho do Copuos sobre a sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais e o Grupo de Especialistas Governamentais, a ser criado em 2012, por decisão aprovada em outubro de 2010 pela Assembleia Geral da ONU, com a missão de propor medidas voluntárias destinadas a promover a segurança e a sustentabilidade das atividades espaciais, bem como o conhecimento da situação real no espaço.

Os dois grupos poderiam trabalhar de forma coordenada para adotar medidas abrangentes de transparência e confiança nas atividades espaciais. Isso significaria uma forte contribuição e um passo muito vigoroso no sentido de assegurar um espaço exterior livre de armas e de conflitos.

FONTE: DEFESA NET

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Governo detecta 34 pontos vulneráveis ao tráfico nas fronteiras brasileiras

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília






Em seu Plano Estratégico de Fronteiras, anunciado nesta quarta-feira (8), o governo federal detectou 34 pontos onde o crime mais atua nos mais de 16 mil quilômetros de divisa do Brasil com outros países. A iniciativa divulgada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ampliará o policiamento nesses locais e reforçará ações permanentes e em blitze pontuais de impacto.
Ao lado da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, Cardozo afirmou que o policiamento de fronteiras será feito em conjunto pelas polícias Federal e Rodoviária ao lado das Forças Armadas, que ajudarão na parte logística das operações. A ação conjunta, segundo ele e seu colega da pasta da Defesa, Nelson Jobim, é o principal avanço que a iniciativa traz.
Por segurança, o governo não revela quais são os 34 pontos onde o narcotráfico e o tráfico de armas e bebidas mais agem. Também não falou em quanto será gasto para dobrar o efetivo que trabalha na operação Sentinela nem informou quantos homens estarão disponíveis para as ações.
“A sociedade terá mecanismos para fiscalizar com indicadores que serão divulgados. Vamos usar indicadores cruzados”, afirmou ele. Prisões e apreensões podem estar entre os mecanismos utilizados para avaliar resultados do plano estratégico. Os pontos detectados até agora podem ser reavaliados também.
“Até porque não podemos desconsiderar que o crime tem mobilidade. Quando pressionamos um ponto, ele pode rapidamente se mover para outro”, disse o ministro. “Esses pontos servirão de orientação para o nosso trabalho.” Cardozo repetiu que os VANT (Veículos Aéreos Não-Tripulados) da Polícia Federal patrulharão fronteiras a partir de setembro.
Efetivo maior
Cardozo afirmou que o governo promoverá concursos públicos para dobrar o efetivo nas fronteiras. Ele adiantou que os mais jovens aprovados em concurso cumprirão essas tarefas e que o governo discute uma política de incentivos para os que aceitarem o trabalho nessas regiões fronteiriças.
O ministro disse ainda que a operação Sentinela será reforçada de forma permanente e que, em coordenação com o Ministério da Defesa, haverá a operação Ágata, com ações pontuais de impacto contra o crime nas fronteiras. No Ministério da Justiça, haverá uma sala de acompanhamento dessas ações.

CIGS – Centro Coronel Jorge Teixeira



Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados, aperfeiçoados ou recusados pelo EB nos últimos anos, com vistas ao seu emprego na guerra de selva. A constatação de que equipamentos receptores GPS não funcionam corretamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia. No que se refere ao armamento individual do guerreiro de selva, o EB tem, ao mesmo tempo, o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo armas de alta qualidade, como o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o Norte-americano M16A2, ambos no calibre 5,56mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62mm.




O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Para-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas Para-quedistas brasileiras e outras unidades. O Para-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate de selva, devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. (…)

O respeito que o Para-FAL conquistou entre os combatentes de selva justifica-se, por exemplo, pelo resultado de um teste realizado numa das bases de instrução do CIGS, quando um exemplar de cada do HK33, do M16A2 e do Para-FAL foram comparados, com o objetivo de determinar sua resistência às condições da floresta. Numa manhã, cada uma das armas recebeu limpeza e a necessária manutenção, de acordo com as recomendações do fabricante, foi municiada e colocada sobre cavaletes de madeira, e exposta ao Sol e à chuva durante todo o dia e a noite seguinte. Pela manhã do outro dia, um oficial retirou o HK33 do cavalete e tentou disparar uma rajada contra um alvo: a arma travou várias vezes. Ao repetir a experiência com o M16A2, verificou-se que este não disparou um só tiro, pois estava grimpado. Finalmente, o oficial dirigiu-se ao Para-FAL, conhecido como “pit-bull” entre a tropa e, surpreendentemente, não somente conseguiu descarregar todo o pente no alvo, como ainda remuniciou a arma e repetiu a dose. (…)

Mas as armas disponíveis para o uso na selva não se resumem ao fuzil, à faca de combate e ao inseparável facão de mato. Armas incomuns, como bestas e até mesmo a tradicional zarabatana dos indígenas da região, podem fazer parte do arsenal do guerreiro de selva. Os modelos de bestas usados têm grande precisão e poder de penetração, podendo atravessar um corpo humano a quase 100 metros de distância. Silenciosa e mortal, a besta é considerada uma arma excelente para eliminar sentinelas. O mesmo se aplica à zarabatana, principalmente associada a dardos com venenos cujo preparo é um segredo bem guardado pelo EB e pelos soldados indígenas que, em número cada vez maior, engrossam as fileiras dos Batalhões de Selva na Amazônia, com excelente avaliação por parte de seus Comandantes.

Besta ou balestra: arma composta de um arco acoplado a uma coronha, acionada por gatilho, que atira dardos similares a flechas. Muito usada no século XVI. A palavra besta teria sido sincopada do italiano balestra, que por sua vez deriva do latim tardio ballistra.

Zarabatana: arma que consiste de um longo tubo, pelo qual são sopradas pequenas setas. As setas têm suas pontas embebidas em curare ou outras seivas venenosas.

(…) Num conflito na Amazônia, as forças de selva do EB agiriam em pequenas frações, mas capazes de infligir pesadas perdas ao adversário, fazendo uso do seu conhecimento da floresta para desaparecer sem deixar vestígios. Dentro deste espírito, uma tática que voltou a ter força dentro do EB nos últimos anos foi o emprego de equipes de atiradores de elite (snipers), denominados “caçadores” no Exército. Uma equipe de caçadores é formada por dois sargentos, sendo um o atirador (o sniper, propriamente) e o outro o observador (spotter). A arma já testada e aprovada para o uso por essas equipes é o fuzil Imbel Fz 308 AGLC, de projeto e fabricação nacionais.

O AGLC é uma arma de precisão baseada na ação Mauser, de reconhecida e inegável confiabilidade e segurança. Com um cano flutuante, tipo “match”, forjado a frio e adaptado para o tiro com luneta, e usando munição 7,62x51mm, a arma saiu-se muito bem quando comparada a diversos tipos de fuzis de precisão de fabricação estrangeira. O tipo de camuflagem (ghillie suit) usado pelas equipes de caçadores também já teve sua eficiência determinada pelo trabalho do CIGS.

Sniper: um atirador de elite é um soldado altamente treinado que se especializa em atirar em alvos com rifles modificados de distâncias incrivelmente grandes. São também peritos em ações furtivas, camuflagem, infiltração e técnicas de observação. Atiradores de elite são o que os estrategistas militares se referem como multiplicadores de força. Colocado de uma forma simples, um multiplicador de força é um indivíduo ou uma pequena equipe que, através do uso de táticas especiais, pode causar danos a uma força muito maior. O que é impressionante sobre esses atiradores é que eles são capazes de multiplicar a força sem jamais terem que enfrentar diretamente o inimigo. Por causa da natureza de suas missões, atiradores de elite deslocam-se com muito pouco equipamento, movendo-se pacientemente sob a cobertura do mato ou da noite. Mas eles nunca andam sozinhos. Equipes de atiradores de elite frequentemente têm que ficar imóveis por horas ou dias seguidos para evitarem ser detectadas, esperando pelo momento certo de disparar o tiro. (Fonte: Robert Valdes)

AGLC: o Fuzil 308 AGLC é uma arma de precisão elaborada a partir dos componentes básicos dos fuzis e mosquetões Mauser (Mauser Action), de reconhecida confiabilidade e segurança. Este produto foi adaptado para o tiro com luneta e desenvolvido com o cano pesado flutuante, tipo “match” no calibre 7,62x51mm e forjado a frio para atender às necessidades dos que desejam uma arma com extrema precisão e, ao mesmo tempo, robusta e confiável. O Nome AGLC é uma homenagem ao grande armeiro e instrutor de “snipers”, que desenvolveu o fuzil – Coronel de Infantaria Athos Gabriel Lacerda de Carvalho, meu Comandante de pelotão na AMAN. A arma possui capacidade para 5 Cartuchos, tem 1,20m de comprimento e pesa 4,70kg.

Ghillie suit: se você já viu um atirador de elite nos noticiários ou num filme, então você provavelmente reparou naquela aparência perturbadora, meio homem, meio mato. Isso é graças a um traje ghillie. A finalidade do traje ghillie é fazer o atirador desaparecer no ambiente. A palavra ghillie é uma antiga palavra escocesa para um tipo especial de guarda caça. Os “ghillies” tinham a tarefa de proteger os animais de caça nas terras de seus Lordes. De tempos em tempos, os “ghillies” tocaiavam os animais escondendo-se no mato ou permanecendo completamente imóveis. Eles esperavam por gamos descuidados se aproximarem lentamente e então saltavam e os agarravam com as próprias mãos. Os “ghillies” levavam então seu prêmio de volta ao castelo para que o Lorde pudesse abatê-lo numa “imitação de caça”. Trajes “ghillies” são basicamente velhos uniformes militares que os atiradores modificam para sua função especial. A barriga do uniforme é reforçada com lona pesada para ajudar a acolchoar o tronco do atirador durante horas ou dias deitado sobre seu estômago. Rede de camuflagem é acrescentada ao uniforme.

Essa rede é usada para prender tiras de pano velho ou outros materiais desgastados. Trajes “ghillies” são geralmente pintados para se confundirem com o meio ambiente do campo de batalha. Elementos locais como ramos e galhos podem ser acrescentados para complementar a camuflagem do traje “ghillie”. Nada na natureza tem linhas perfeitamente retas, assim equipamento como rifles e antenas frequentemente revelam posições escondidas. Para compensar isso, os atiradores de elite fazem também pequenos trajes “ghillies” para seus rifles.

Usando os mesmos princípios de camuflagem, atiradores envolvem seus rifles com lona e com pequenas mangas que os fazem misturar-se com o ambiente. Soldados são treinados para manterem os olhos atentos para coisas estranhas ao seu redor que podem representar uma ameaça. A forma humana é uma das mais reconhecíveis na natureza. Atiradores e observadores treinados sempre procuram por cores e contornos quando tentam localizar um inimigo no mato ou outro terreno. Trajes “ghillies” ajudam o atirador a dissimular sua silhueta, esconder linhas retas no seu equipamento e dissimular sua cor no ambiente. “Com um bom traje ghillie”, explica o Atirador, “você pode se esconder num canteiro e ninguém seria capaz de vê-lo”. (Fonte: Robert Valdes)

Outra arma testada e adotada para uso por tropas de selva é a tradicional escopeta calibre 12, empregada pelos esclarecedores dos grupos de combate. Como o esclarecedor é o elemento que vai à frente da formação, precisa de uma arma com o máximo de poder de fogo, para a possibilidade de um encontro com uma patrulha inimiga. Outras armas que tiveram seu uso aprovado para guerra na selva graças aos estudos realizados pelo CIGS foram o lança-granadas de 40 mm e o lança-chamas.

Escopeta (espingardas): arma longa de caça, de cano não raiado. Utiliza, em geral, munições carregadas com múltiplos balins esféricos de chumbo. O poder de detenção de um disparo a curta distância é grande. O mesmo tiro pode atingir mais de um alvo ao mesmo tempo, se estes estiverem próximos um do outro, dois a uns 15m e a 3 até 35m. A dispersão dos balins, e a rápida perda de velocidade, fazem com que perca a eficácia a partir dos 50m.

Mas o trabalho desenvolvido pelo CIGS em busca de meios que possam fazer valer a chamada “estratégia de resistência” foi ao ponto de testar e aprovar o emprego da tradicional e popular carabina Puma, modelo Winchester, de ação por alavanca, fabricada pela empresa Amadeo Rossi, enquanto a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) fabrica sua munição, calibre 38. A idéia por trás disso era encontrar uma arma que fosse de fácil manuseio, relativamente precisa e barata, que pudesse ser distribuída para reservistas e mesmo entre a população civil, no evento de uma intervenção militar estrangeira na Amazônia, e cuja munição fosse facilmente encontrada no comércio. Nos testes realizados pelo CIGS, ficou demonstrado que a carabina Puma pode ser precisa em distâncias superiores a 100 metros. Bons atiradores conseguem tiros precisos a quase 200 metros. E, na opinião dos oficiais instrutores do CIGS, 100 metros pode ser a largura de uma margem a outra de um Rio, separando o atirador com a Puma de uma fração de tropa inimiga.

- Cachês

Uma tática desenvolvida pelo CIGS e já disseminada entre as tropas de guerra na selva é o emprego de “cachês”, como meio de pré-posicionamento de armas, munição, medicamentos, rações e outros suprimentos fundamentais às frações de tropa. Os cachês são, basicamente, depósitos de suprimentos enterrados, com a finalidade de ressuprimento de tropas nacionais, que estejam operando em nosso território, em área sob intervenção de uma nação ou força multinacional incontestavelmente superior, em meios, à brasileira. Os cachês são enterrados em locais de difícil acesso e percepção pelo invasor, mas de fácil abordagem pela tropa interessada.

Os buracos são resistentes a intempéries, forrados por madeiras nas laterais e com drenagem no fundo, sendo usados para acondicionar containers de fibra de vidro com suprimento para pequenas frações (10 a 15 homens). A camuflagem dos “cachês” é tão eficiente que eles não são percebidos por animais ou nativos.

- O Projeto Búfalo

Baseado em publicações da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS e depoimento pessoal do Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani.

O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), desde a sua criação, procurava solucionar a questão do transporte de armas, munição, água, rações e equipamentos por frações de tropa empenhadas em operações na selva. A procura de um meio de transporte eficiente e de baixo custo baseou suas pesquisas na utilização de bicicletas e animais de carga que pudessem ser adestrados para esse fim.

A primeira tentativa realizada, durante o Comando do Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, pretendia utilizar uma anta treinada desde pequena para se adaptar às necessidades operacionais observadas pelas tropas na Amazônia. Foi adaptada uma cangalha especial fixada às costas do animal dentro da qual se colocavam pequenos pesos, mas o animal jamais se adaptou e corcoveava até se ver livre da carga, não se sujeitando ao adestramento. Reproduzo, abaixo, a mensagem, bastante ilustrativa, recebida pelo grande Mestre Fregapani.

Em 1981 fizemos a tentativa com a anta. Não era nascida em cativeiro, mas já estava acostumada no zoológico. Ainda que eu tivesse tido a idéia, a condução foi do nosso veterinário, o então Capitão Camoleze. A ele pertence à glória, se houver. O mais difícil foi fazê-la obedecer; não adiantou cachimbo nem freio e bridão. Somente foi resolvido com uma argola no nariz, onde se amarrava uma corrente até um bastão. A partir de então podíamos levá-la para onde quiséssemos. As cangalhas também não deram resultado; a anta batia nos troncos como se quisesse livrar-se de uma onça que a agarrava. O que deu resultado foi um peitoral onde se prendiam duas varas, que eram arrastadas e onde se poderia colocar um bom peso, como os cavalos de índio do faroeste. Ainda penso que a anta seria o ideal para transporte de suprimento e munição. Ela come qualquer coisa, inclusive as folhas espinhentas da palma negra. Além de poder ‘puxar’ até 50 Kg ainda dá um churrasco para uma companhia, em caso de necessidade. Lamento o abandono das experiências. Outros comandantes tiveram a gentileza de me informar sobre as experiências com muares e búfalos. Claro que os estimulo a prosseguir. Muares foram usados por Plácido de Castro. Isto significa que funciona, nas trilha, é claro, e já eram usados nos seringais, o que significa que podiam ser obtidos no local. Quanto ao búfalo, é uma boa esperança. Tal como aos muares, ainda não tenho a experiência prática para ver como varariam a selva juntamente com uma pequena tropa. Desconfio que não seja fácil, mas só vendo. Numa trilha, tudo bem, mas na trilha talvez o muar seja até melhor. Penso também na praticidade para transporte aéreo e fluvial em pequenos barcos. O fato é que só experimentando e tentando que se avança, e por isto me orgulho do nosso CIGS.

Mesmo que sejamos os melhores do mundo na selva, descansando sobre os louros seremos ultrapassados. Avante, portanto. Selva! (Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani)

Nos idos de 1983, foi desenvolvido um projeto utilizando-se muares. O animal foi conduzido para a Base de Instrução Número 1, localizada no quilômetro 55 da Rodovia AM 010. Depois de serem estabelecidas metas e um cronograma de trabalho, iniciou-se a fase prática. O primeiro teste avaliou o comportamento do muar sob uma carga de 60 quilos de suprimentos, montado sobre cangalhas confeccionadas com palha. O animal deveria realizar um deslocamento “através selva” de, aproximadamente, 2.000 metros. Ao chegar ao primeiro socavão, a cerca de 800 metros da base, onde existia um chavascal, o animal empacou e se negou a ir em frente. Como os muares apresentavam sérios problemas de natureza veterinária e limitações para vencerem obstáculos naturais bastante comuns na selva amazônica, o projeto foi abandonado pela inaptidão do animal para o ambiente de selva. Mais recentemente, no ano de 2000, a Divisão de Doutrina e Pesquisa desenvolveu outro projeto empregando a bicicleta para o transporte de carga. Esta idéia surgiu a partir do estudo de técnicas especiais utilizadas pelos vietcongs na guerra contra os USA, no final da década de 60 e início dos anos 70. As resistentes bicicletas de fabricação soviética eram viáveis no Vietnã, onde a fisiografia da selva possibilitava a abertura de trilhas e o largo emprego da mão de obra farta e barata. Devido ao grande esforço físico despendido pelo homem para empurrar a bicicleta, ela não foi aprovada como sendo uma opção para a logística no interior da selva.

Histórico do Projeto Búfalo

Com a continuidade dos estudos chegou-se finalmente ao búfalo, animal já adaptado com sucesso na Amazônia, rústico e com diversas características que foram ao encontro das necessidades militares para o emprego de animais. O chamado Projeto Búfalo nasceu em 2000, e tem demonstrado ser uma das soluções para as necessidades das tropas de selva brasileiras devido à resistência do animal, sua adaptação ao ambiente e, principalmente, à sua capacidade de transportar 400 kg ou mais de carga no lombo, ou até três vezes isso, quando tracionando carroças. A primeira e única informação a respeito do emprego do búfalo, que não fosse para o consumo humano, foi baseada em uma foto de um cartão postal. Neste cartão retratava-se a utilização do animal para fins de patrulhamento pela 5ª Companhia Independente da Polícia Militar (5ª CIPM) na cidade de Soure, na ilha do Marajó- PA. Foram realizados alguns contatos preliminares para tentar viabilizar a doação e o transporte de um animal de Soure para o CIGS. Devido ao alto custo e a falta de um contato mais aproximado, optou-se por tentar conseguir um animal nas proximidades de Manaus. Foi doado um casal de búfalos com 4 meses de idade, da raça Mediterrâneo. Os animais foram transportados de Itacoatiara para o CIGS no dia 12 de junho de 2000 e, imediatamente, enviados para a Vila do Puraquequara e, de lá, em embarcação boiadeira, até a Base de Instrução Número 4.

A Divisão de Doutrina e Pesquisa apresentou ao Comandante uma proposta de trabalho que permitiu dar os primeiros passos para o Projeto, único no mundo, empregando-se animais selvagens para o transporte de carga no interior da floresta. Desde o início, foi observado que todos os militares envolvidos deviam possuir algumas características que viessem a facilitar o andamento dos trabalhos, tais como: paciência – para enfrentar a teimosia que os animais apresentavam para realizar determinadas atividades; rusticidade – para encarar as dificuldades do terreno por onde os animais se deslocavam; vigor físico – para empurrar, puxar, carregar o material, as carroças, os bolsos carregados com material, nadar com os animais nos igarapés etc. Além dessas características, deve demonstrar desprendimento e iniciativa – para enfrentar as reações adversas apresentadas pelos animais que eram inusitadas e, muitas vezes, com relativo risco para a integridade física do homem, cabendo a eles decidirem qual a melhor forma de se atingir o objetivo proposto. Com relação ao efetivo a ser empregado no Projeto, pode-se concluir que é necessário um homem para cada animal, na fase de adestramento, ou seja, desde os primeiros passos com a condução na corda, trabalho nas trilhas, nos igarapés, na alimentação dentre outras inúmeras atividades.

Colete Tático Transportador

No início do Projeto, o objetivo primordial era domesticar os animais, passando para eles características que viessem a facilitar o cumprimento das metas estabelecidas na Proposta de Trabalho apresentada. Desde a fase inicial, foi buscado o desenvolvimento de um colete que pudesse acondicionar o material que iria ser carregado, ou seja, no primeiro momento era fundamental que o animal se acostumasse com algo sobre o seu lombo. Para tanto, foi desenvolvido um tipo de colete denominado pela equipe como “colete tático transportador”. Os coletes desenvolvidos permitiram que fossem administrados gradativos pesos sobre o lombo dos búfalos, acondicionados em bolsos de tamanhos variados – todos confeccionados em lona bastante resistente. Com o andamento dos trabalhos, houve a necessidade de aprimoramento destes materiais. A cada nova investida na selva, uma nova idéia surgia e era aplicada de imediato. Com o início dos trabalhos de tração, houve a necessidade de aquisição de carroças especificamente fabricadas para este fim. Procurando-se conhecer a viabilidade e a adequação dos animais para o transporte humano, foram adquiridas, da ilha de Soure -PA, duas celas especificamente fabricadas para este fim.

Conclusão

A experiência de emprego de tropa de carregadores, durante a Operação Mura, realizada pelo 1° BIS no ano de 2000, utilizando-se militares do 12° Batalhão de Suprimentos para compor esta fração, mostrou que o homem não suportou, como se esperava, as adversidades do terreno. Após 10 dias de deslocamento com um peso médio de 30 kg para ressuprir cachês em pontos locados dentro da área de combate, a tropa se encontrava estafada e sem condições de prosseguir na missão.

Aliado a este fato, cabe ressaltar que além de ter que carregar o material a ser ressuprido, o carregador tem que levar o seu material individual (ração, munição, material de higiene, roupa de muda, dentre outros). Assim, os 30 kg que serão ressupridos mais o material do homem, eleva-se para cerca de 41,5 kg. Verificou-se que a média de deslocamento de uma tropa a pé em terreno variado, que é de 1 km/h, ficou reduzida a 0,6 km/h, tendendo a diminuir, à medida que parte da tropa apresentava sintomas de estafa, impondo-se a necessidade de se dividir o peso entre aqueles homens que ainda permaneciam na missão de carregadores. O emprego tático do búfalo em operações na selva tem por objetivo tê-lo como um colaborador, um facilitador, enfim um meio alternativo para o transporte das mais variadas cargas possíveis. Dessa forma, sua colaboração está em retirar o peso do homem, economizando esforços por parte da tropa empregada no ressuprimento, possibilitando a manutenção e o aumento do poder de combate, alongando a permanência do homem em condições de combater por mais tempo e em melhores condições. Poderá estar enquadrado em fração de qualquer nível ou com uma equipe de ressuprimento sem restrições quanto ao horário de emprego, bem como no terreno a ser percorrido, tendo em vista que o animal tem boa visão à noite e já é adaptado à vida aquática. Quanto à alimentação, não há necessidade de grandes preocupações da tropa em querer ressupri-lo, pois ele come de tudo e possui a capacidade de sintetizar proteínas de vegetais inferiores, precisando de pouco complemento alimentar, o qual ele mesmo poderá transportar.

- Defendendo a Brasileira Amazônia

Para os militares do Exército Brasileiro concluir o Curso de Operações na Selva é, certamente, uma das maiores realizações profissionais da carreira. O Centro já brevetou quase 5.000 militares brasileiros e mais de 400 representantes dos principais países do mundo, desde a sua fundação, cumprindo, com rara competência, sua missão de adestrar e avaliar tropas da Força Terrestre na Amazônia e de realizar pesquisas e experimentações doutrinárias. Esses militares serão disseminadores da doutrina, apreendida no CIGS, nas suas futuras Organizações Militares.

Alguns privilegiados retornarão ao Centro, como instrutores, formando novas gerações de Guerreiros da Selva. Ao cruzarem, pela última vez, o portão da guarda do Centro ouvirão emocionados o tradicional grito de “Selva!”, doravante se sentirão à vontade na selva, abandonaram definitivamente a pele de caça que vestiam até então e a substituirão pelo couro do predador. São combatentes prontos a defender a Brasileira Amazônia.



Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false

Fonte: Alexandre Fontoura – Revista Segurança&Defesa – Forças de Elite – 05/04/2004

OEA aprova resolução de apoio à Argentina sobre as Malvinas

A Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta terça-feira por unanimidade uma declaração na qual os chanceleres reiteraram o apoio à Argentina em sua disputa com o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Os Estados-membros da OEA, reunidos até esta terça-feira em San Salvador, decidiram continuar examinando a denominada Questão das Ilhas Malvinas nas próximas sessões da Assembleia Geral “até sua solução definitiva”



Os países reafirmaram a necessidade de que os governos do Reino Unido e da Argentina retomem as negociações sobre o conceito de soberania para encontrar uma solução pacífica e definitiva ao conflito. Neste sentido, manifestaram sua “satisfação” pela vontade expressa pelo Executivo da Argentina de continuar explorando todas as vias possíveis para a solução pacífica da disputa com o Reino Unido, e por sua atitude “construtiva” em favor dos habitantes das Ilhas Malvinas.

O chanceler argentino, Héctor Timerman, tomou a palavra no início da quarta e última sessão plenária para reiterar sua posição de que o conflito entre os dois países pela soberania das Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, além das águas que as circundam, é um “anacronismo” colonial. Timerman lembrou que desde que o Reino Unido se apoderou das ilhas e expulsou suas autoridades e povoações nativas, em 1833, a Argentina protestou de maneira ininterrupta nos fóruns internacionais e contou com o apoio de inúmeras resoluções da OEA e com o reconhecimento das Nações Unidas.

O chanceler assegurou que seu país está disposto a “retomar o diálogo” para encontrar uma solução “justa, pacífica e definitiva” para um assunto que considerou “irrenunciável”. O tom “agressivo” e “belicista” do governo britânico “não deixa de preocupar” o continente em seu conjunto, disse Timerman, que denunciou a presença “crescente” das Forças Armadas e a realização de manobras militares que incluíram disparos de mísseis, “violando a segurança no mar e a vida marítima”.

Outro dos aspectos que preocupa a Argentina é a exploração de recursos naturais não renováveis, depois que o Reino Unido autorizou a busca de hidrocarbonetos ao redor das Malvinas. O Brasil, que introduziu a resolução, declarou seu “reconhecimento inequívoco” da total soberania argentina sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, bem como das águas que as circundam.





Fonte: Terra

Os interesses por trás das hidrelétricas da Amazônia





O governo federal tem um plano ambicioso para Rondônia. E não se trata só das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em construção no Estado, com capacidade para gerar 6% da energia do Brasil. O arranjo é maior. Se tudo ocorrer conforme o projeto inicial, outras duas barragens serão erguidas ali. Além de uma hidrovia para ligar o país à Bolívia. O rio Madeira se transformaria num corredor importante de comércio para conectar o Brasil aos países da América do Sul. E abriria um canal – hoje inexistente – para escoar os grãos produzidos no vizinho e no Mato Grosso. A despeito da grandiosidade do projeto, pouca gente o conhece.

As hidrelétricas do rio Madeira sempre foram controversas. Primeiro porque alagam uma área de floresta e deslocam os ribeirinhos de suas casas. Segundo pelas próprias características do rio. O Madeira carrega em suas águas uma quantidade atípica de sedimentos, que pode prejudicar as usinas. Em épocas de cheia, arranca árvores de suas bordas e as leva correnteza abaixo (daí seu nome). Isso pode destruir as turbinas de geração. Quando o governo anunciou as hidrelétricas, os ambientalistas ficaram com os ânimos exaltados. As obras foram, inclusive, apontadas como o principal motivo da saída do governo da senadora Marina Silva (PV), então ministra do meio ambiente. Ela batia de frente com o Ministério de Minas e Energia ao discordar da construção sem critérios. E sua permanência se tornou insustentável diante da postura do governo de manter o plano.

Diante da polêmica, não interessava ao governo bancar sua decisão de erguer o complexo todo. Nem mesmo espalhar aos quatro ventos que, além de duas hidrelétricas, pretendia construir mais duas usinas – Abunã-Guayaramerín, na fronteira com a Bolívia, e a barragem Esperanza, já na Bolívia – e uma hidrovia (ver mapa). “O licenciamento de outras grandes obras geraria ainda mais atrito”, afirma o sociólogo Luis Fernando Novoa, professor da Universidade Federal de Rondônia. “A opção do governo foi separar o complexo hidrelétrico da hidrovia para facilitar o financiamento das obras e a formação do consórcio. E tentar conter uma crise política”




As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau fazem parte de um mega projeto de 12 países, Brasil incluído, para desenvolver a América do Sul. Seu nome é Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). O objetivo é auto-explicativo. Ao conectar os países com obras de infra-estrutura (estradas de ferro, rodovias, hidrovias, usinas e linhas de transmissão), a possibilidade de crescimento se multiplica. A construção das usinas do Madeira é só o primeiro passo. As usinas, além de gerar energia, preveem eclusas para ampliar os trechos navegáveis do rio.

O rio Madeira já tem uma hidrovia. Seus 1.156 quilômetros ligam a capital Porto Velho ao porto de Itacoatiara, em Manaus. Dali para o oceano é um pulo. O problema é (literalmente) mais embaixo: o trecho de Porto Velho em direção à Bolívia. Há ali inúmeras cachoeiras, um empecilho à ampliação da estrada fluvial. As eclusas previstas nas quatro hidrelétricas resolveriam essa questão. E aumentariam o pedaço navegável para 4.200 quilômetros.

Dois setores, em especial, levariam vantagem com o mega projeto: o de soja e o de minérios. Se a hidrovia sair do papel, a capacidade de transporte de soja em 2015 pela Bolívia vai chegar a 50 milhões de toneladas ao ano. Segundo o Iirsa, os estados de Rondônia e Mato Grosso, que hoje produzem cerca de 3 milhões de toneladas do grão por ano, passariam a colher 28 milhões. Um aumento de mais de 800%. Na Bolívia, a expectativa de produção de grãos é de 24 milhões.

O transporte fluvial tem inúmeras vantagens em relação ao rodoviário e ferroviário. Por usar menos combustível, emite menos gases do efeito estufa e reduz a contribuição para as mudanças do clima. Também é mais econômico. O custo do transporte de carga por hidrovias no Brasil é entre 57% e 70% menor que o rodoviário, segundo a Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja). Mas construir uma hidrovia sem qualquer transparência e planejamento pode ser desastroso. Ao aumentar a pressão pela terra, o desmatamento explode. Assim como a briga pela posse e os crimes no campo. Esses custos estão longe de entrar na conta.

Fonte: Revista Época

China confirma construção de seu primeiro porta-aviões




A China confirmou nesta quarta-feira que está construindo o seu primeiro porta-aviões, uma versão remodelada do navio ucraniano Varyag.

A embarcação, de 300 metros de comprimento, está sendo reconstruída no porto de Dalian, no nordeste do país, e deve começar a ser testada no mar até o fim do ano.




O governo chinês vinha tentando manter os planos em segredo, mas a existência do porta-aviões já era amplamente conhecida por observadores e jornalistas.

Ao jornal Commercial Daily, de Hong Kong, o chefe do Estado-Maior Geral do Exército de Liberação do Povo, general Chen Bingde, disse que o porta-aviões não representa ameaça para outras nações.

“Todas as grandes nações do mundo possuem seus próprios porta-aviões, eles são o símbolo de uma grande nação”, disse o general.

A China tem disputas territoriais com países vizinhos, como o Japão e o Vietnã, e periodicamente troca farpas com a ilha de Taiwan.

“Estamos nesse momento enfrentando pressão nos oceanos, seja no mar do Sul da China, do leste, no Mar Amarelo ou no Estreito de Taiwan”, disse o general.

O correspondente da BBC em Pequim, Michael Bristol, disse que o porta-aviões só deve começar a ser utilizado em operações dentro de alguns anos.

Antes, afirma Bristol, o Exército precisa realizar testes para aprender a operar o navio, e realizar pousos e decolagens na pista.




FONTE: BBC BRASIL

Exército do México apreende blindados 'fabricados por traficantes'



O Exército do México apreendeu blindados que diz terem sido fabricados por cartéis do tráfico de drogas para proteger as rotas usadas pelos traficantes para chegar os Estados Unidos.

Os veículos, apelidados de "Monstros" pelas forças de segurança mexicanas, foram encontrados em uma oficina no Estado de Tamaulipas, no nordeste do país.


Os blindados levam 20 homens armados e têm ar condicionado

Um porta-voz dos militares contou que os blindados foram feitos com placas de aço de 2,5 centímetros de espessura, o que torna o veículo à prova de balas de baixo calibre. Apenas granadas antitanque podem destruí-lo.

Os blindados têm ar condicionado e podem levar até 20 homens armados.

Dois suspeitos foram mortos durante a operação na qual, além dos veículos, os militares também apreenderam armas e outros tipos de blindados.

FONTE: BBC BRASIL

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Brasil - Depois de cinco anos, novo diálogo militar com os EUA



Governo americano acena com transferências de tecnologia de armas e outros equipamentos militares


José Meirelles Passos
Estados Unidos e Brasil vão retomar hoje, em Brasília, o diálogo político-militar que estava interrompido há cinco anos. Os desafios de segurança no hemisfério - como as sofisticadas redes do crime organizado, o narcotráfico e o tráfico tanto de armas quanto de pessoas - e as maneiras de enfrentá-los em parceria serão discutidos por diplomatas e militares de ambos os países. Mas o secretário de Estado Assistente para Assuntos Político-Militares, Andrew J. Shapiro, vai colocar sobre a mesa um outro tema que, no fundo, é o que no momento mais interessa ao governo brasileiro: o acesso à tecnologia de armas e outros equipamentos militares dos EUA.

- Há no governo e no Congresso dos EUA um compromisso de se fazer uma robusta transferência de tecnologia ao Brasil, garantindo que os sistemas americanos sejam fornecidos de acordo com as necessidades brasileiras - afirmou Shapiro em entrevista ao GLOBO, anteontem à noite, no Rio de Janeiro.

Autoridades do ministério da Defesa e do Itamaraty terão do outro lado da mesa Shapiro e representantes do Pentágono e também do Comando Conjunto das Forças Armadas americanas. Não se esperam acordos. Mas trocas de ideias para identificar "coisas nas quais possamos trabalhar em conjunto, como parceiros", disse Shapiro.

- Há muitas ideias erradas e impressões equivocadas sobre a transferência de tecnologia. Particularmente em se tratando da concorrência dos caças, é inquestionável o nosso compromisso pela transferência de tecnologia. Minha esperança é a de que possamos falar sobre os aspectos técnicos disso - acrescentou.

Segundo um funcionário do Itamaraty, a expectativa brasileira em relação ao "Diálogo Político-Militar EUA-Brasil" de hoje (o mais recente foi em 2006, em Washington) é a de o governo brasileiro obter "condições ótimas" em termos de acesso tecnológico:

- Não compramos mais apenas os equipamentos militares. Agora estamos interessados em pacotes tecnológicos - disse a fonte.

É Shapiro quem autoriza, ou não, as vendas de armas

Ontem, em discurso na Escola Superior de Guerra, no Rio, Shapiro afirmou que um pacote já aprovado pelo Congresso americano daria ao Brasil acesso expandido à tecnologia americana. E garantiu, sem dar detalhes, que a proposta americana "contém uma oferta sem precedentes para a liberação de tecnologia significativa ao Brasil".

- Posso dizer aos senhores que o índice de aprovação para pedidos de licenças, envolvendo a exportação de tecnologia para o Brasil, está acima de 90 por cento. Esse índice é, de fato, igual ao de outros parceiros íntimos dos EUA - afirmou Shapiro à platéia.

Ele chefia um birô no Departamento de Estado com ligação direta com o Pentágono. É ele quem autoriza as vendas de armas e equipamentos militares a outros países. A sua missão é a de "garantir que as prioridades militares dos EUA estejam alinhadas com as suas prioridades em política externa". Shapiro é o braço direito da secretária de Estado, Hillary Clinton, em assuntos de defesa há tempos: antes de assumir o atual posto, um ano atrás ele foi conselheiro dela nesse assunto ao longo de oito anos, no Senado.

O encontro de hoje não resultará em acordos imediatos. Trata-se de uma troca de idéias sobre defesa que, segundo Shapiro, os EUA querem ter com mais frequência com o Brasil, uma vez que o país é "reconhecido como um poder global":

- Alguns especulam que os EUA devem ver a emergência do Brasil como um desafio à influência americana ao redor do mundo e nas Américas. Alguns ainda permanecem desconfiados de laços íntimos com os EUA. De nossa perspectiva, já passou da hora de irmos além dessas montagens falsas e suspeitas de uma era ultrapassada. A noção de que as ascensão do Brasil deve vir às custas dos EUA é reflexo de uma visão obsoleta do mundo - afirmou Shapiro, manifestando-se disposto a aprofundar a parceria, e a "colocar nos trilhos esse diálogo político-militar com o Brasil", com encontros a cada dois anos ou "quando surgir o desejo ou necessidade de um dos lados".

Ao longo de toda a entrevista Shapiro se esmerou em transmitir a sensação de que o governo de Barack Obama pretende, de fato, dar um novo rumo ao relacionamento entre ambos os países, buscando um engajamento mais profundo com o Brasil inclusive na área militar.

Suas palavras soavam como uma clara tentativa de apagar conceitos emitidos durante o governo passado, e que foram registrados em dezenas de telegramas oficiais enviados a Washington pela embaixada dos EUA. Como um de novembro de 2009, por exemplo, dizendo que "dentro da América do Sul o Brasil vê os Estados Unidos como um competidor, e permanece profundamente suspeito de nossos motivos e intenções"; e que, por isso, era difícil haver uma cooperação militar entre os dois países.


FONTE: O GLOBO

Governo iniciará mega-ação policial na Amazônia

Até Forças Armadas farão parte da operação para evitar novos assassinatos no Pará, no Amazonas e em Rondônia

Chico de Gois

BRASÍLIA. Uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff, quatro ministros e os governadores do Pará, do Amazonas e de Rondônia definiu que uma grande ação policial será desencadeada nesses três estados que vêm enfrentando violência no campo, com o assassinato, nos últimos dez dias, de líderes ambientalistas. Pelo plano traçado, participarão da ofensiva a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança e até mesmo as Forças Armadas.

Não está definido de que forma os militares agirão nem as cidades onde atuarão. De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, caberá aos governadores solicitar a presença das tropas e depois, em comum acordo, definir as áreas onde elas serão necessárias. O objetivo dessa ação coordenada, segundo Cardozo, é coibir novos homicídios e, ao mesmo tempo, fazer a apuração imediata dos crimes já ocorridos. A operação já tem nome: Operação Em Defesa da Vida.

Cardozo diz que problema será resolvido desta vez
O ministro afirmou que, na semana que vem ele e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, acompanhados de representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), visitarão os três estados para apurar a situação de impunidade nesses locais.

- É necessário que tenhamos inquéritos rápidos para apurar homicídios e é necessário que tenhamos também ações judiciais rápidas para que sejam punidos aqueles que praticaram atos ilícitos - disse Cardozo.

Apesar de o governo federal ter adotado ações semelhantes às anunciadas ontem em situações que ocorreram no passado - e que não resolveram o problema da violência no campo no Norte do país -, Cardozo prometeu que agora as coisas serão diferentes.

- Não estamos jogando palavras ao vento. O que foi falado será cumprido - declarou.

O ministro lamentou a morte do lavrador Marcos Gomes da Silva, assassinado anteontem em Eldorado do Carajás (PA). Apesar da violência e diante de uma lista apresentada pela Comissão Pastoral da Terra que aponta mais de 1.800 pessoas ameaçadas de morte no campo, Cardozo reafirmou o que a ministra da Secretaria de Direitos Humanos havia dito no início da semana: é impossível colocar proteção individual para cada uma dessas pessoas.

- A proteção a pessoas ameaçadas entra em uma política global - declarou.

Governadores pedem união entre os entes federativos
Os governadores elogiaram a reunião e destacaram que é preciso união entre os entes federativos para poder superar o problema.

- Se temos alguma chance efetiva de vencer isso, a exigência fundamental é que estejamos juntos- afirmou Simão Jatene, do Pará, que observou que o combate ao crime não tem fronteiras e que os estados não sentem que haverá uma intromissão federal indevida em seus territórios.

- O crime não tem essa história de ser federal, estadual ou municipal. Ele tem de ser esclarecido e punido - defendeu.

Para Confúcio Moura, de Rondônia, houve uma manifestação política clara de que o governo federal e os estaduais querem resolver a questão. Omar Aziz, do Amazonas, disse que, além da força policial, é preciso haver políticas de desenvolvimento sustentável para os estados.

- Não adianta só força policial. É preciso haver regularização fundiária e desenvolvimento sustentável para a região.

FONTE: O GLOBO

Rússia: sobe para 30 mil nº de evacuados após incêndio em Arsenal Militar; 2 morrem




Um incêndio e uma posterior série de explosões em um arsenal militar na república russa da Udmúrtia provocaram a morte de pelo menos duas pessoas e fizeram com que cerca de 30 mil moradores da região tivessem que deixar seus lares, informou o Ministério de Defesa da Rússia.

"Um homem, supostamente de 75 anos, que estava perto do local onde aconteceram as explosões morreu por ataque cardíaco", disse o ministro da Saúde de Udmúrtia, Vladimir Muzlov. A outra vítima, uma mulher de 70 anos, morreu por infarto agudo de miocárdio "provocado pelo medo", acrescentou.

As autoridades locais informaram também que 18 pessoas foram hospitalizadas, entre elas 11 por estresse, e as demais sete por ferimentos leves. Além disso, funcionários do governo local relataram que houve diminuição da intensidade das explosões no arsenal.

"Os fragmentos dos projéteis que explodem por causa de fogo não caem fora de perímetro do território do arsenal", declarou à agência Interfax o coronel Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa.

Já segundo um comunicado do departamento local do Ministério da Rússia para Situações de Emergência, "a intensidade do fogo diminuiu", e o incêndio no arsenal não representa uma ameaça para Izhevsk, capital da Udmúrtia e que fica a 1.200 km de Moscou, nem para outras cidades próximas ao local do acidente.

Fontes policiais citadas pela agência "Interfax" indicaram a possibilidade de que o incêndio no arsenal tenha sido provocado por uma ponta de cigarro.

O acidente provocou também o fechamento da rodovia federal que liga Izhevsk à capital russa. Segundo a polícia, especialistas do Ministério da Defesa estimam que as explosões no arsenal vão continuar por mais dois dias. O Ministério informou que no arsenal eram armazenados foguetes sem carga explosiva, por isso o incêndio não representa perigo para a população.

O fogo de hoje é o segundo em um arsenal militar russo nos últimos oito dias: em 26 de maio um acidente similar, que também forçou a evacuação de milhares de pessoas, aconteceu em Bashkiria, outra república na região central da Rússia.
FONTE: EFE

O Exército se arma para a Copa

A Força pretende comprar até US$ 4,5 bilhões em mísseis e canhões para proteger estádios de ataques terroristas durante os jogos

PEDIDO
Trecho do documento do Exército enviado a fornecedores. O sistema de defesa tem de estar pronto até janeiro de 2014

O rúgbi é o principal esporte da África do Sul. Em 1995, o país foi sede da Copa do Mundo de Rúgbi. O torneio foi cercado de grande simbolismo. Era o primeiro grande evento esportivo realizado no país, que pouco antes se libertara do regime do apartheid. O jogo final entre África do Sul e Nova Zelândia foi realizado no Ellis Park, em Johannesburgo, com a presença do então presidente, Nelson Mandela. De repente, um jato Boeing 747 fez um voo rasante, não autorizado, sobre o estádio. O avião tinha a mensagem “Para frente, Springboks!” (um tipo de antílope, símbolo da seleção sul-africana) pintada nas asas. Quem assistiu ao filme Invictus, do diretor Clint Eastwood, conhece essa cena. Em 2014, o Brasil vai sediar uma Copa do Mundo de Futebol, o maior evento esportivo no país em décadas. Em sigilo, o Exército se prepara para tornar impossíveis surpresas como a da África do Sul.

O Exército iniciou uma licitação internacional para a compra de equipamentos de defesa antiaérea. A previsão é gastar de US$ 1,5 bilhão a US$ 4,5 bilhões em mísseis, canhões antiaéreos e radares para proteger contra atentados os estádios durante a Copa das Confederações, em 2013, os 64 jogos da Copa do Mundo de 2014 e as competições das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. ÉPOCA teve acesso a um documento de 15 páginas de 26 de janeiro, com o selo “confidencial”, no qual o Comando Logístico do Exército detalha a fornecedores internacionais o Projeto do Sistema Integrado de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro (Projeto Siaaeb). “(O projeto é) destinado à atualização do sistema existente, já bastante defasado, com vistas a atender às exigências da Estratégia Nacional de Defesa e às do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro, particularmente em face das obrigações decorrentes da realização no Brasil da Copa das Confederações, em 2013, da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e dos Jogos Olímpicos de 2016”, diz o texto.

Desde que terroristas da al-Qaeda sequestraram e jogaram dois aviões contra as torres do World Trade Center, e outro contra o prédio do Pentágono, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, os organizadores de grandes eventos esportivos internacionais adicionaram a exigência de proteção antiaérea ao planejamento s de segurança. Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, o Exército chinês cercou os principais centros de competição, inclusive o Estádio Ninho de Pássaro, com seus mais avançados equipamentos. A intenção dos militares brasileiros é aproveitar a oportunidade aberta pela Copa para modernizar a obsoleta força antiaérea nacional. O Exército pretende comprar cinco baterias de mísseis de médio alcance, mísseis de curto alcance, que podem ser lançados do ombro por um soldado, novos radares de detecção e centros de comunicação. O investimento inclui a modernização de cinco grupos de artilharia antiaérea, equipados com canhões de 35 mm e 40 mm, adquiridos ainda nas décadas de 1970 e 1980. O Exército também vai comprar canhões antiaéreos de calibre 30 mm e complexos de mísseis de curto raio de ação para os novos veículos blindados Guarani e os velhos blindados M-113, usados na ocupação do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. Os velhos canhões antiaéreos ganharão novos motores elétricos, geradores e sistemas de comunicação em rede de última geração.

É notório que os equipamentos das Forças Armadas brasileiras estão superados. Nas últimas duas décadas, os governos gastaram pouco em armamentos, o que obriga os militares a reciclar e consertar velharias. Hoje, quatro dos cinco grupos vinculados à 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, espalhados pelo país, estão equipados com canhões de 40 mm de calibre e centrais que comandam os sistemas de radar e tiro. Eles foram construídos pela Avibras na década de 1980. O 1º Grupo de Artilharia Antiaérea, no Rio, usa canhões de 35 mm recebidos em 1977. Uma comparação serve também para mostrar a dimensão do despreparo do Brasil, tanto em qualidade quanto em quantidade. Enquanto o Exército e a Força Aérea Brasileira (FAB) são obrigados a compartilhar cerca de 160 mísseis russos Igla (que podem ser lançados dos ombros por um soldado), o Exército da antiga Iugoslávia disparou mais de 1.000 mísseis desses apenas no primeiro dia das operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Kosovo, em 1999. Na América Latina, os especialistas avaliam que apenas a Venezuela possui uma defesa antiaérea adequada, comprada da Rússia.

O sistema que o Exército quer estabelecer na Copa e nas Olimpíadas empregará cerca de 4 mil homens. A cada jogo, o espaço aéreo perto do estádio será fechado pela Aeronáutica. Cerca de 200 homens estarão envolvidos diretamente na defesa aérea e outros 400 darão apoio. Canhões, baterias antiaéreas e homens armados com lançadores de mísseis serão colocados em posições estratégicas (leia o quadro abaixo) do lado de fora dos estádios. Em um ponto mais alto, será instalado um radar para detectar qualquer movimento nos céus. Em caso de ataque, os primeiros a entrar em ação serão mísseis antiaéreos de médio alcance, que podem derrubar intrusos a até 12 quilômetros. Se um eventual invasor conseguir passar incólume, os canhões ficarão encarregados do alvo. A última linha de defesa será feita por soldados equipados com mísseis que podem ser lançados do ombro, capazes de atingir alvos a até 5 quilômetros de distância. O tempo de destruição de um alvo não poderá ultrapassar 12 segundos.

Há dois anos o Exército estuda o assunto. Trinta e sete fornecedores foram consultados e 27 empresas da China, da França, dos Estados Unidos, da Suécia e da Rússia responderam. Uma comissão analisa o material recebido das empresas. A assinatura dos contratos está marcada para 16 de novembro. O Exército exige que as empresas concorrentes se comprometam a nacionalizar a produção das armas em oito anos.

Para cumprir o cronograma imposto pela Fifa, todo o sistema precisa estar pronto para operar em janeiro de 2014. Por se tratar de uma despesa para a Copa, a despesa com os equipamentos está livre dos cortes de R$ 50 bilhões do orçamento da União, estabelecidos pelo governo federal. Esse freio segurou, por exemplo, a compra de novos caças para a Aeronáutica e de fragatas e barcos patrulheiros para a Marinha. Caso não consiga reequipar sua defesa aérea dentro do prazo, o governo terá de contratar um país que preste o serviço. Em 2010, a África do Sul preferiu essa alternativa: pagou cerca de US$ 1 bilhão para as forças armadas de Israel protegerem seus estádios na Copa do Mundo. Mas, por enquanto, essa alternativa ainda não está na mesa.

FONTE: DNTV

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Novos Pelotões de Fronteira



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse à BBC Brasil que é necessário "fazer alguns ajustes na fronteira" do Brasil com Colômbia, Bolívia e Peru para combater a entrada do tráfico de drogas no território brasileiro.

As declarações de Jobim foram feitas durante sua viagem à Buenos Aires, na última semana, para participar da inauguração do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa (CEED), do Conselho de Defesa da Unasul (União Sul-Americana de Nações).

Segundo o ministro, os traficantes de drogas têm utilizado com mais frequência os rios e estradas que ligam o Brasil a seus vizinhos no continente. "Eles têm usado mais a ligação fluvial do que as pistas clandestinas de avião", afirmou.

Jobim viajará no dia 24 de junho para a Colômbia, junto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para reuniões com autoridades colombianas em que serão definidas "operações conjuntas" na fronteira entre os países.

"Precisamos ampliar nossa área de combate ao tráfico de drogas e aumentar a vigilância da Cabeça do Cachorro para baixo", afirmou. A região conhecida como Cabeça do Cachorro fica no Estado do Amazonas, na fronteira com a Colômbia.





Ações coordenadas
O ministro disse ainda que, do lado brasileiro, as ações serão coordenadas entre o Exército, a Força Nacional, a Polícia Federal e a Policia Rodoviária Federal. "Na Colômbia, o combate ao trafico faz parte dos trabalhos do Exército. E nós vamos atuar conjuntamente", disse.

Ele destacou que, do encontro, sairá um "modelo de ação" que o Brasil vai propor também às autoridades da Bolívia e do Peru, em reuniões que ainda serão agendadas. "No caso da Bolívia e do Peru, atuaremos, principalmente, com a Polícia Federal."

De acordo com Jobim, o número dos pelotões no lado brasileiro das fronteiras será ampliado de 24 para 49 nos próximos meses. Cada pelotão tem pelo menos 90 soldados.
Segundo dados recentes da Polícia Federal, a entrada da cocaína boliviana aumentou no Brasil. "O Brasil passou a ser corredor da cocaína boliviana, que é definida pelos especialistas como de péssima qualidade. Esse assunto virou questão de polícia e de saúde pública também", afirmou um negociador brasileiro.

Em uma palestra recente em Bogotá, o professor Alejandro Gavíria, da Faculdade de Economia da Universidade De los Andes, disse que a produção de cocaína está caindo na Colômbia, mas que o país voltou a ser "passagem" da droga dos países vizinhos para outros países.

"Na guerra contra o narcotráfico, a vitória nunca é definitiva. A produção da folha da coca voltou a ser intensificada na Bolívia e no Peru e caiu na Colômbia. Mas a Colômbia voltou a ser terreno forte para o trafico."

Gavíria afirmou ainda que a logística do tráfico ficou mais sofisticada nos últimos tempos. A prova disso foi a apreensão de um submarino que levaria cocaína para o México. "Se nós, latinos, não assumirmos esse problema conjuntamente, será muito difícil", disse.

Colômbia e Peru são considerados pela ONU como os dois maiores produtores de cocaína do mundo com, respectivamente, 410 toneladas e 300 toneladas produzidas em 2010. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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