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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Mergulho na América do Sul

BBC
Na semana em que celebra 70 anos, a BBC Brasil está publicando uma série especial que investiga a relação do Brasil com seus vizinhos sul-americanos e a percepção que políticos, especialistas, empresários e a população nas ruas têm dessa relação.

A série levou mais de três meses para ser produzida e envolveu o trabalho de oito repórteres, que visitaram todos os países do subcontinente. O trabalho gerou quase 30 vídeos e dezenas de textos, que estão sendo publicados ao longo desta semana.

Da apuração surge um quadro tão complexo como a própria região, com opiniões diversas, e às vezes oposta, sobre o papel e a posição do Brasil na América do Sul.

Nossa repórter Andrea Wellbaum, por exemplo, mostra que na Argentina a invasão das empresas brasileiras está criando menos gritaria do que a onda de importações da década de 90 gerou.

No Peru, a repórter Márcia Freitas verificou que há uma posição ambígua em relação à estrada interoceânica, que vai ligar a região brasileira da Amazônia ao Pacífico. Para os peruanos, a construção é positiva, mas eles temem que sem resolver problemas políticos, alfandegários e de acordos comercias, a estrada poderá produzir muito menos resultados do que o esperado.

Na isolada Guiana, o repórter Daniel Gallas conferiu como o país está internacionalizando sua parte da Amazônia e como, consumida por crises internas, sua população está de costas para o Brasil.

De todos os países da região, da fronteira com o Paraguai aos escritórios da capital chilena, da Venezuela de Hugo Chávez ao Equador de Rafael Correa, emergem histórias interessantes, curiosas e reveladoras sobre como o gigante brasileiro é visto por seus vizinhos.

São essas histórias e reportagens que a BBC Brasil publica nesta semana.

Argentina

As relações entre Argentina e Brasil passaram por altos e baixos no último século e na opinião de muitos analistas os dois países estão mais próximos de seu ponto de equilíbrio e formam hoje uma parceria necessária para ambos.
"Como diz (uma letra de) um tango, a Argentina tem de superar a lembrança de ter sido e a dor de já não ser", afirma o presidente da consultora Abeceb, Dante Sica, que diz que está na hora de a classe politica e a sociedade argentina aceitarem que existe um novo líder na região, que é o Brasil.

Porém, nem todos vêem o Brasil como líder, entre eles o ex-ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna.

"É o país com maior peso do ponto-de-vista econômico e populacional, mas não vejo uma liderança natural. Acho que o Brasil entendeu há muitos anos que ele precisa da Argentina em sua relação com a América Latina", disse o ex-ministro.

Se no início do século passado a Argentina era considerada o país mais importante da América do Sul, atualmente é o Brasil que se destaca.

Um dos sinais da força da economia brasileira é a instalação de dezenas de empresas brasileiras na Argentina nos últimos 12 anos por meio de fusões, aquisições ou instalações próprias. Muitas entraram em setores importantes e simbólicos da economia argentina, como o energético e o de construção civil.

O olhar do povo

pesar de se falar muito da rivalidade entre os dois povos, quando se conversa com os argentinos nas ruas de Buenos Aires a rivalidade realmente só aparece quando o assunto é futebol.
Todos os argentinos entrevistados pela BBC Brasil nas ruas da capital portenha elogiaram o país vizinho e seu povo, apesar de expressarem uma visão bastante limitada do Brasil, baseada no estereótipo de festa, praias e mulheres bonitas.
Porém, quando se fala em futebol, o carinho pelo Brasil desaparece.
"Há rivalidade, mas é saudável. Eles (os brasileiros) não querem que ganhemos e nós não queremos que eles ganhem. Mas faz parte do folclore do futebol", afirma o vendedor Ignácio Contreras.
Assim como a maioria dos entrevistados, o saxofonista Xavier Tebelle não titubeou ao responder quem são os melhores: "A Argentina! Depois o Brasil?"

As relações econômicas

Em 1910, a Argentina era um dos países mais ricos do mundo e seu Produto Interno Bruto (PIB) era o dobro do Brasil. Hoje, o PIB do Brasil é pelo menos três vezes maior do que o da Argentina.

A mudança de importância das duas maiores economias da América do Sul é verificada também na balança comercial entre os dois países: em 2007, o Brasil registrou o quinto ano consecutivo de superávit, com um saldo positivo de cerca de US$ 4 bilhões.

A presença brasileira na Argentina não se restringe às exportações. Dezenas de empresas do Brasil se instalaram no país vizinho por meio de fusões, aquisições ou instalações próprias.

Se no passado a enxurrada de produtos brasileiros gerou tensões entre os dois países, hoje ela não gera mais muitos problemas. A entrada na Argentina de alguns bens, como automóveis, respeita regras específicas para não prejudicar o mercado argentino e a aceitação de produtos brasileiros pela a população é maior.

Uruguai

O Uruguai - país-sede do Mercosul e um dos quatro fundadores do bloco em 1991 - amarga uma balança comercial extremamente desfavorável com o Brasil e com a Argentina e muitos uruguaios questionam os benefícios de o país permanecer no grupo.
Apesar de o governo uruguaio oficialmente já ter dito repetidas vezes que o país vai continuar no Mercosul, alguns integrantes da coalizão governista dizem que acordos bilaterais de comércio com países fora do bloco, como os Estados Unidos, seriam muito mais vantajosos para o Uruguai.
Os defensores do Mercosul, no entanto, argumentam que Brasil e Argentina já reconheceram as assimetrias do bloco com a criação do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), para o qual as duas economias grandes doam a maior parte do dinheiro, que é aplicada nas duas menores, Uruguai e Paraguai.
"Sigo acreditando que a melhor forma de negociar bons acordos com o resto do mundo é junto com os nossos vizinhos. E creio que é como teremos mais benefícios a longo prazo", afirma José Manoel Quijano, diretor da Comissão Setorial para o Mercosul.
Esta discussão está bem longe da realidade vivida pela população na fronteira do Uruguai com o Brasil, onde a integração entre os dois países é bem mais abrangente do que as relações comerciais.
A cidade uruguaia de Rivera e a brasileira Santana do Livramento parecem dois bairros do mesmo município e a população atravessa livremente de um lado para o outro da fronteira.

Os uruguaios e o Brasil

Espremido entre a Argentina e o Brasil, o Uruguai tem um terço da população do Rio Grande do Sul e uma área menor do que a do estado brasileiro vizinho.
É assim que os uruguaios entrevistados pela BBC Brasil se sentem: pequenos ao lado do vizinho gigante, do qual eles se separaram há 180 anos com a ajuda da Argentina.
Hoje em dia, no entanto, poucos expressam ressentimentos em relação ao Brasil e há quem diga que o relacionamento com os brasileiros é muito melhor do que com os argentinos.
"Pessoalmente, creio que a relação entre Uruguai e Brasil sempre foi boa, melhor do que a que os uruguaios têm com os argentinos, apesar de haver mais pontos em comum entre eles, começando pelo idioma", diz o jornalista Bebe Marcini.
A língua, aliás, não parece ser uma barreira, já que muitos uruguaios entendem um pouco de português por terem viajado diversas vezes ao Brasil, ou mesmo terem parentes morando no país vizinho.

As relações econômicas
Desiludido com o Mercosul, que não trouxe os benefícios econômicos esperados pelo Uruguai, o país vinha dando alguns sinais de que pensava em sair do bloco.

O mais polémico deles foi o Acordo Marco de Comércio e Investimentos (Tifa, na sigla em inglês) assinado com os Estados Unidos, que em muitos casos costuma ser um primeiro passo para a firmação de um tratado de livre comércio entre dois países.

O Brasil é o principal parceiro econômico do Uruguai, mas a balança comercial entre os dois países é extremamente desfavorável para o Uruguai: no ano passado ele registrou um déficit de cerca de US$ 500 milhões.

Nos últimos dois anos o Brasil também chegou ao Uruguai por meio de compra de empresas de importantes setores exportadores, como a indústria de carnes e de arroz.
Os paraguaios e o Brasil
Em sua maioria, os paraguaios têm grande carinho pelos brasileiros, que consideram 'gente alegre e trabalhadora'. A convivência entre os dois vizinhos é intensa, tanto na presença de turistas, estudantes e imigrantes brasileiros no Paraguai, quanto no fluxo de veranistas paraguaios rumo a praias como a catarinense Camboriú - um dos destinos de férias favoritos em um país sem litoral.
No entanto, o tamanho do território, da população e da economia do Brasil fazem às vezes com que os paraguaios sintam-se pequenos diante do vizinho gigante. Muitos acreditam que seu país é deixado de lado em grandes decisões, como no âmbito do Mercosul, e que o Brasil usa seu poder como forma de pressão.
Nos últimos meses, porém o Brasil tem sido um assunto cada vez mais comum no Paraguai devido a um tema específico: a discussão em torno da revisão do Tratado de Itaipu, que deu origem à usina hidrelétrica binacional e é um dos principais temas da campanha para a eleição presidencial de 20 de abril.
As relações econômicas
Um modelo econômico excessivamente dependente do Brasil faz com que muitos paraguaios tenham ressentimentos em relação ao vizinho e parceiro. O principal produto agrícola do Paraguai, por exemplo, a soja, foi introduzido por produtores brasileiros que atravessaram a fronteira na década de 70.
Hoje, segundo analistas econômicos, a exportação de soja é um dos fatores principais do crescimento do PIB paraguaio, mas a importância dessa atividade não se traduz em benefícios diretos para o país, como aumento de empregos.
Há ainda o excedente da energia gerada pela Hidrelétrica de Itaipu, que é vendido ao Brasil a preço de custo, conforme os termos do tratado assinado pelos dois países, o que vem provocando um amplo debate no Paraguai.
Os paraguaios querem que o tratado seja revisto e que o Brasil pague preço de mercado pela energia, um tema que ganhou inclusive os discursos na campanha para as eleições presidenciais.
Paraguai
O Brasil é visto com doses iguais de admiração e desconfiança pelo Paraguai. Os dois países estão ligados não apenas pela fronteira, mas pelo comércio e pela extensa comunidade brasileira que vive em território paraguaio, os chamados 'brasiguaios'.
Uma convivência que, apesar de pacífica, exibe alguns pontos de tensão, considerados normais entre dois vizinhos tão próximos. Atividades ilícitas na região da fronteira, como contrabando, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, além do comércio de reexportação, são algumas das questões polêmicas nas relações bilaterais.
Os produtores brasileiros, que chegaram ao Paraguai na década de 70 e revolucionaram a agricultura local, introduzindo o cultivo da soja e técnicas modernas, também provocam tanto o reconhecimento por sua contribuição à economia quanto críticas por parte dos mais nacionalistas.
Entre os temas controversos, porém, nenhum tem mais destaque atualmente que a Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída em parceria entre os dois países. O Paraguai usa apenas 5% da parte que lhe cabe da energia gerada pela usina. O restante, é vendido ao Brasil, a preço de custo.
O aumento do valor que o Paraguai recebe pela energia que vende ao Brasil está no centro da campanha para as eleições presidenciais no país, que ocorrem em abril. Todos os candidatos incluíram a revisão dos termos do Tratado de Itaipu, que deu origem à usina, entre suas propostas.

Bolívia
Bolívia e Brasil têm uma relação marcada pela interdependência na área energética. O Brasil é o maior parceiro da Bolívia e o maior comprador do gás boliviano, indispensável para o abastecimento de lares e indústrias. A Bolívia, por sua vez, tem nos brasileiros não apenas grandes consumidores mas, principalmente, investidores. Logo após a nacionalização dos hidrocarbonetos promovida pelo presidente Evo Morales em 2006, essa relação bilateral sofreu um golpe. A Petrobras foi severamente atingida por essas medidas, adotadas com grande respaldo da população.
Muitas medidas do governo de Morales, eleito com a promessa de dar mais voz às parcelas excluídas da população boliviana, como os indígenas, não apenas provocaram tensões com parceiros externos, mas também exacerbaram divisões já existentes dentro da Bolívia. Os departamentos orientais do país, reduto da oposição, passaram a exigir mais autonomia e uma parcela maior da receita gerada pela venda do gás.

Um projeto de reforma da Constituição, aprovado em meio a muita polêmica e sem a presença da oposição, aumentou ainda mais a crise política interna.

No final do ano passado, porém, uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia deixou claro o apoio do Brasil ao governo boliviano - considerado de grande importância nesse momento de divisão interna. O gesto também demonstrou a intenção do Brasil de deixar as diferenças para trás e voltar a investir na Bolívia e apostar em uma parceria que é essencial para ambos.

Os bolivianos e o Brasil
Quando se pergunta a um boliviano que imagem ele tem do Brasil, as características mais citadas são as 'lindas praias', a 'boa música' e, principalmente, a 'amabilidade do povo brasileiro'. Muitos citam o progresso e o desenvolvimento do vizinho como um exemplo a ser seguido.
A presença da Petrobras no país, que passou a ocupar a atenção dos bolivianos depois da nacionalização dos recursos naturais, promovida pelo governo em 2006 com enorme apoio da população, é vista com simpatia pela maioria.
Atualmente, no entanto, há um tema de tensão que nada tem a ver com as relações econômicas, e sim com uma paixão compartihada pelos dois povos: o futebol. Os bolivianos acham que o Brasil deveria apoiar a Bolívia contra a decisão da Fifa de proibir partidas internacionais em altitudes elevadas.
As relações econômicas
Nos últimos dez anos, o gás provocou uma reviravolta nas relações econômicas entre a Bolívia e o Brasil e garantiu aos bolivianos um saldo positivo na balança comercial entre os dois países.
Segundo analistas econômicos, quase metade do crescimento da Bolívia nos últimos cinco anos se deve à exportação de gás natural para o Brasil, que também garantiu um superávit nas finanças públicas do país andino.
No entanto, essa extrema dependência de um único produto causa certo desconforto entre os bolivianos. Eles gostariam de diversificar essa relação que, acreditam, ainda tem muito espaço para se desenvolver e estreitar os laços econômicos entre os dois países.

Peru
O Brasil e o Peru dividem uma grande fronteira na selva amazônica, mas muitos analistas afirmam que a floresta tem separado os dois países.

Para eles, a falta de vias de conexão, rompendo a 'barreira' da Amazônia, tem dificultado as relações comerciais.

''Eu acredito que as relações têm sido sempre mais para o futuro do que para o presente, porque o potencial sempre foi muito grande, mas as relações comerciais não foram tão grandes por causa das dificuldades de integração fisica. Nós temos um grande oceano verde que nos separa'', diz o diretor do Instituto Peruano de Economia, Fritz Du Bois Freund.

Um dos projetos que têm marcado uma tentativa de romper a falta de conexão é a construção da Interoceânica Sul, ligando o Estado do Acre a várias regiões do sul do Peru. Em fase de construção, a estrada gera grande expectativa de crescimento nas regiões do sul do Peru, muito pobres, e de novos negócios com o vizinho gigante.
É cada vez mais notável a presença de empresas brasileiras no Peru. As construtoras Norberto Odebrecht e Camargo Correa, por exemplo, participam da construção da Interoceânica Sul.
A Companhia Vale do Rio Doce e a Petrobrás também começam a investir no país. Mas para o ministro das Relações Exteriores peruano, José Antonio García Belaunde, o Brasil poderia investir mais. ''Não é possível que o Chile tenha mais investimento no Peru do que o Brasil'', afirma.
Os peruanos e o Brasil
A maioria dos peruanos demonstra muito carinho em relação aos brasileiros, muitas vezes fazendo referência à irmandade que existe entre os povos.
Há muita união, porque temos fronteiras. Me parece que há muita comunicação, muita irmandade entre o Peru e o Brasil.
Gladis Gonza, comerciante
A BBC Brasil conversou com moradores das cidades de Ilo, Cusco e Lima.
Muitos conhecem apenas o futebol e o carnaval brasileiros. Mas alguns falaram sobre a impressão que tiveram ao visitar o vizinho. Os entrevistados afirmaram acreditar que peruanos e brasileiros são parecidos, devido, em parte, à mestiçagem dos povos.
Em Vitória da Conquista (BA), me impressionou o fato de que as famílias adotam os seus amigos como se fossem filhos, sem distinção de raça ou cor.
Luiz Carpio, instrutor de curso técnico
Em algumas partes do país também há a expectativa de que os dois países se aproximem com a construção da estrada Interoceânica, que vai ligar o Brasil ao Pacífico passando pelo Peru.
As relações econômicas
O intercâmbio comercial entre o Brasil e o Peru vem crescendo. Em 2006, as exportações brasileiras para o Peru aumentaram 60,82% e, em 2007, 9,22%. Já as importações de produtos peruanos aumentaram 71,67% em 2006 e 16,36% em 2007.
Apesar desse crescimento, a falta de vias de integração física entre os dois países é apontada como um dos empecilhos para um intercâmbio mais vigoroso.
Os Estados Unidos continuam a ser o principal parceiro comercial do Peru. O país está em vias de finalizar um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, que pode entrar em vigor a partir do ano que vem.
O Peru exporta para o Brasil principalmente produtos primários, sem valor agregado, como minérios. E importa, na grande maioria, produtos com grande valor agregado, como produtos petrolíferos, metais mecânicos e químicos.

Chile
Sem fronteiras com o Brasil, o Chile é muitas vezes visto como um vizinho distante. Mas a presença brasileira no país está crescendo, principalmente no que diz respeito ao número de turistas brasileiros.

Por outro lado, na opinião de analistas, a falta de limites comuns tem feito com as relações entre os dois países seja marcada pela falta de atritos.

Para o diretor do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade do Chile, José Morande, o Brasil ?é um referente permanente para a história política e para a história diplomática do Chile?, principalmente em momento de conflito com outros vizinhos.

Economicamente, o Chile é o segundo principal parceiro do Brasil na América do Sul em volume de negócios, ficando atrás apenas da Argentina. Mas o país andino tem adotado um modelo de desenvolvimento diferente do brasileiro e se caracteriza por ter uma das economias mais abertas do continente.
Economistas acham que as relações podem avançar à medida em que investimentos brasileiros no país cresçam, o que vem de fato ocorrendo, principalmente no setor de mineração, e à medida em que o Chile tente se firmar como um país que servirá de plataforma de exportação para os mercados asiáticos, oferecendo serviços aos vizinhos.
Os governos brasileiro e chileno, juntamente com o boliviano, se dizem comprometidos com a integração física entre os países, e esperam concluir, até o ano que vem, um corredor interoceânico que ligará os portos do norte do Chile ao porto de Santos, em São Paulo.
Os chilenos e o Brasil
Os chilenos demonstraram simpatia em relação ao Brasil e ressaltaram a imagem do vizinho como país alegre e de gente amável. O número de turistas do Brasil no Chile vem crescendo, mas muitos chilenos dizem também conhecer brasileiros que vivem no país.
Há muitos brasileiros trabalhando aqui. São boa gente, trabalhadores, empreendedores.
Emilia Contrera, comerciante
A BBC Brasil entrevistou moradores na capital Santiago e na cidade portuária de Iquique. Apesar de terem em mente o estereótipo do país do futebol e das mulheres bonitas, alguns destacaram os problemas sociais brasileiros.
O Brasil me parece um país onde a 'torta' econômica está muito mal repartida.
Juan Cristóban, advogado
As relações econômicas
Em 2007, o Chile foi o oitavo mercado fornecedor de produtos para o Brasil e as importações do país vizinho aumentaram 21,5% em relação a 2006, mais do que as exportações, que aumentaram 9%. Em volume de negócios, o Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul, atrás da Argentina.
Ao contrário do Brasil, o Chile tem uma das economias mais abertas da América do Sul, com poucas barreiras à entrada de produtos de outros países.
Apesar de intercâmbio comercial entre os dois países vir crescendo, a participação do Brasil no intercâmbio comercial global do Chile vem caindo. Por outro lado, a China se consolida como um parceiro cada vez mais importante para o país andino.
O Brasil exporta principalmente produtos petrolíferos para o Chile. O principal produto importado é o cobre. Os investimentos brasileiros no país vêm aumentando, principalmente no setor de mineração.
A falta de fronteiras provoca reações distintas entre os moradores. Alguns já visitaram o vizinho e não acham que a falta de fronteiras seja um fator importante, mas outros pensam que o Brasil ainda é um país distante.

Equador
Único país, além do Chile, que não faz fronteira com o Brasil, o Equador mantém com o parceiro maior uma relação ao mesmo tempo amistosa e distante.
Os dois países deixaram de ser vizinhos depois que o Peru tomou militarmente parte do rio Amazonas.
Mas o Brasil foi um dos principais mediadores na crise que garantiu ao Equador o direito de navegar no rio, iniciada nos anos 1940 e solucionada de vez nos anos 1990.
Hoje, construir relações para substituir a fronteira perdida é o desafio dos governos esquerdistas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Rafael Correa.
Uma das iniciativas em análise é melhorar a infra-estrutura que liga os portos de Manaus, no Estado do Amazonas, com Manta na costa do Oceano Pacífico. Além disso, a Petrobras aguarda uma definição legal sobre a possibilidade de extrair petróleo de uma área na Amazônia do país vizinho.
Seja pelo corredor bioceânico, a antiga ligação fluvial ou campos do petróleo, os dois países estão umbilicalmente ligados pela selva amazônica. Em Quito, uma estátua homenageia Francisco de Orellana, que dali partiu para descobrir o maior rio do continente.
Mas outros aspectos curiosos lembram o Brasil, como o 'Pão de Açúcar equatoriano' ? o morro do 'Panecillo', de cujo topo uma estátua da Virgem Maria 'abençoa' a capital equatoriana.

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