Venezuela anuncia prisão de agentes colombianos acusados de espionagem

Anúncio foi feito pelo vice-ministro de Relações Exteriores.
No fim de semana, 10 colombianos foram mortos na fronteira.




O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira (27) a detenção de um número não determinado de agentes do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) da Colômbia. Segundo os venezuelanos, eles estariam fazendo espionagem no país.

O anúncio foi feito pelo vice-ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Francisco Arias Cárdenas.

Na véspera, o governo da Venezuela enviou à Colômbia uma nota de protesto por conta da "reiterada presença" dos funcionários, que teram como objetivo executar "um grande plano de conspiração e desestabilização contra a Venezuela".


A data e o local das prisões não foram revelados.

Cárdenas também apelou para que a Colômbia pare com essas atividades, que não seriam "amistosas ou fraternais".

As relações entre os dois países pioraram ainda mais com o assassinato de 10 membros de uma equipe de futebol amadora da Colômbia na fronteira com a Venezuela.

Bogotá e Caracas costumam se desentender sobre o conflito guerrilheiro colombiano e o tráfico de cocaína na fronteira, mas seu comércio anual de UA$ 7 bilhões costuma ser interrompido apenas temporariamente.

O presidente venezuelano Hugo Chávez, um crítico persistente dos EUA, diz acreditar que as bases colombianas podem ser usadas pelos norte-americano para lançar um ataque contra seu país. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, alega que o acordo é uma extensão da cooperação já existente com os EUA para conter a insurgência e o narcotráfico.

Autoridades venezuelanas já atacaram a DAS no passado. Em setembro, o ministro do Interior do país acusou a agência de traficar cocaína da Colômbia.

A Colômbia disse no mês passado que iria desmantelar a DAS, que está no centro de uma série de escândalos sobre grampos ilegais dos opositores de Uribe, de jornalistas e juízes.

Ex-funcionários da DAS também estão sendo investigados sob acusações de que forneceram detalhes de lideres sindicalistas e de ativistas de direitos humanos aos esquadrões de morte paramilitares.