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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sábado, 31 de outubro de 2009

Uma prescrição para tragédia no Afeganistão





Se acreditarmos nas informações vazadas pela imprensa, o presidente Barack Obama tentará mapear um caminho de meio-termo no Afeganistão, enviando mais soldados, mas não tantos quanto o general Stanley McChrystal gostaria.

Um artigo de 27 de outubro do "The New York Times" citou um funcionário do governo, que descreveu a estratégia que estava despontando como "McChrystal para as cidades, Biden para o interior".

É uma mistura das abordagens diametralmente opostas defendidas pelo alto comandante americano no Afeganistão, que defende uma estratégia de contrainsurreição, e pelo presidente Joseph R. Biden Jr., que deseja participar apenas de operações de contraterrorismo.

Os autores do artigo do "The Times" escrevem que "o governo está buscando proteger Cabul, Kandahar, Maza-i-Sgarif, Kunduz, Herat, Jalalabad e alguns poucos aglomerados de aldeias, disseram funcionários".

No restante do Afeganistão, supostamente, as operações seriam limitadas a alguns poucos ataques aéreos e operações especiais de assalto. Outras reportagens sugerem que o governo está pensando em enviar de 10 mil a 20 mil soldados -muito aquém dos 40 mil pedidos por McChrystal.

Para os políticos em Washington, isto sem dúvida soa como um meio-termo sensível. Para qualquer conhecedor de estratégia militar, soa como uma prescrição para tragédia. O governo parece ter a intenção de fazer apenas o suficiente para manter o esforço de guerra em andamento, sem fazer o suficiente para vencer.

Foi também o que os Estados Unidos fizeram no Iraque de 2003 a 2007, e no Afeganistão de 2001 até hoje. A ambivalência de nossos políticos coloca as tropas americanas em risco sem lhes dar uma chance de vitória.

É difícil, é claro, fazer qualquer declaração definitiva até que o governo torne pública a sua estratégia. É sempre possível que a decisão final não pareça com os vazamentos que lemos hoje. Mas se a reportagem do "The Times" estiver correta, os altos funcionários da Casa Branca estarão inclinados a impor uma estratégia curiosa ao nosso comandante em terra.

A maioria das grandes cidades do Afeganistão não é ameaçada pelos insurgentes. Fora alguns poucos ataques que chamam a atenção, Cabul é bastante segura, como descobri pessoalmente durante minha recente visita. Assim como Herat, Jalalabad, Maza-i-Sharif e as demais. Até mesmo Kandahar não tem muita violência, apesar do Taleban sem dúvida exercer algum controle sobre o que transcorre dentro dos limites da cidade.

O problema está no interior, onde o Taleban realiza a mesma estratégia que os mujahedeen usaram contra os soviéticos nos anos 80: consolidar o controle nas áreas rurais e então lançar ataques contra as cidades onde estão posicionadas as tropas estrangeiras.

O Taleban ainda está trabalhando para dominar o interior e seria um grave erro permitirmos que execute essa estratégia, atrapalhada apenas por uns poucos ataques aéreos que seriam ineficazes, a menos que enviássemos tropas de solo para gerar a inteligência precisa a respeito dos alvos.

Isso não significa que devemos enviar forças para os postos avançados remotos onde ninguém vive. McChrystal está, na verdade, recuando dessas bases pequenas, acertadamente. Mas ele prevê operações militares para tomar o vale do Rio Helmand, uma área rural com abundância de cidades e aldeias substanciais.

Este é o coração econômico do sul do Afeganistão e a região que é a maior produtora de papoula do país. Ele também prevê assumir o controle das áreas rurais em torno de grandes cidades como Kandahar e Cabul. No caso da capital, isso significa pacificar províncias ao sul como Logar e Wardak. Os acessos a estas cidades estão sob controle do Taleban e tomá-los exigirá mais tropas.

De forma semelhante, Bagdá só começou a se tornar segura em 2007, quando os Estados Unidos posicionaram um aumento substancial de tropas nas entradas da cidade -o cinturão rural que cerca a capital, incluindo o chamado Triângulo da Morte ao sul. Se Obama não prever uma ofensiva semelhante no Afeganistão, ele cometerá um erro terrível.

Mas se essa ofensiva estiver planejada, ele exigirá muito mais tropas. Mesmo 20 mil não serão suficientes, especialmente se a maioria deles fornecer apoio ao combate, como evacuação médica, suporte aéreo, liberação de rotas, inteligência e coisas assim.

Mas não é preciso acreditar apenas na minha palavra. "Não basta atacar um refúgio terrorista ou dois com Predators e Hellfires e então deixar o Taleban procriar. Isso apenas prolongará o combate", me disse um alto general afegão há não muito tempo. "Na minha opinião, uma estratégia de contraterrorismo não é a resposta. Nós precisamos de força adicional para cobrir todas as áreas ameaçadas, para manter as estradas abertas e acelerar o crescimento do exército e da polícia."

Eu só posso torcer para que a Casa Branca dê ouvidos às suas palavras.

(Max Boot é membro sênior do Conselho de Relações Exteriores e editor colaborador do "The Weekly Standard". Ele é escritor, mais recentemente de "War Made New: Technology, Warfare, and the Course of History, 1500 to Today". Ele atualmente está escrevendo uma história da guerra de guerrilha.)

Tradução: George El Khouri Andolfato

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