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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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domingo, 8 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim trouxe desenvolvimento, mas também terrorismo


Guerra Fria impedia crescimento da al-Qaeda, dizem historiadores ao G1.
Desenvolvimento do Brasil também é fruto da queda do muro, dizem.

A Alemanha e o mundo estão em festa neste mês, comemorando o vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim. Apontado como o símbolo da repressão sofrida pela população sob o domínio soviético, o muro ruiu em 1989 como consequência da ação dos movimentos sociais.

Apesar de ser verdade que o mundo todo avançou de forma impressionante nas duas últimas décadas nas áreas política, econômica, social e tecnológica, o fim da separação das Alemanhas, símbolo do encerramento da Guerra Fria, também representou mudanças ruins para o planeta, dando margem ao surgimento de redes globais de terrorismo que, na época da Guerra Fria, seriam impensáveis.
Duas décadas já seriam suficientes para que o mundo tivesse passado por muitas mudanças desde a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. O que esse evento isolado significou, entretanto, foi que o planeta deixou de lado a polarização entre comunismo e capitalismo que vivia durante a Guerra Fria, esquecendo o risco eminente de destruição global por uma guerra nuclear e encarando uma nova realidade em que “tudo é possível”, segundo historiadores ouvidos pelo G1.

“A Guerra Fria era uma força muito conservadora para o mundo”, explicou, por telefone, o pesquisador britânico Frederick Taylor, autor de “Muro de Berlim”, uma das obras mais completas sobre o assunto. “Depois que o murou caiu, o ‘gelo derreteu’ revelando coisas belas, mas também carcaças monstruosas que estavam escondidas e existem claramente no mundo atual. O fim da Guerra Fria representou por um lado o surgimento de Nelson Mandela e o fim do apartheid na África do Sul, mas por outro lado fez surgir Osama bin Laden e a al-Qaeda.”


O terrorismo da al-Qaeda, de certa forma, explicou, é um reflexo do fim da Guerra Fria. “Durante o conflito entre capitalismo e comunismo, não haveria espaço para que nada deste tipo se espalhasse. As grandes potências da época controlariam o crescimento de qualquer movimento mais radical, que não chegaria à força de Bin Laden”, disse.

Segundo Taylor, durante a Guerra Fria, União Soviética e Estados Unidos se ameaçavam o tempo todo e tinham suas áreas de proteção geopolítica, mas os dois mantinham a ordem global, evitando a destruição mútua que sabiam ser possível, e deixando o mundo em uma certa ordem estabelecida. Atualmente, isso não existe mais, e qualquer coisa é possível. “Ninguém é capaz de controlar todo o mundo, e tudo pode acontecer. A queda do muro faz com que tudo seja possível, o bom e o ruim.” O historiador norte-americano Jeffrey Engel vai mais longe em sua análise dos efeitos negativos do fim da Guerra Fria. Segundo ele, o conflito ofuscava todos os outros problemas internacionais e regionais e evitava que guerras se consolidassem de forma global. “Com o fim do confronto entre EUA e URSS, estes movimentos tiveram espaço para entrar em ebulição, criando tensão internacional, permitindo a globalização do terrorismo”, disse, em entrevista por telefone.

Durante a Guerra Fria, explicou o autor de “The Fall of the Berlin Wall” (A queda do Muro de Berlim, sem edição em português), sobre o legado revolucionário daquele ano, seria impensável qualquer conflito independente da Guerra Fria e mesmo qualquer ação norte-americana contra o terror no Oriente Médio. “Na primeira Guerra do Golfo, por exemplo, foi preciso que os russos permitissem a ação da coalizão liderada pelos EUA no Oriente Médio, região onde eles tinham muita força durante a guerra fria”, disse, lembrando ainda que eram os soviéticos que se envolviam em ações no Afeganistão até a dissolução do país comunista. Desenvolvimento no Brasil

Entre os efeitos positivos do fim da Guerra Fria, os historiadores apontam para o Brasil como um exemplo marcante. Em 1989, quando caiu o muro e o bloco soviético, o Brasil elegia um presidente de forma direta pela primeira vez desde 1961 (mesmo ano em que o muro foi erguido), uma nova Constituição havia sido promulgada um ano antes, e o país, que saía de 20 anos de ditadura, entrava numa nova era social econômica e política.

“O fim da Guerra Fria fez com que o Brasil conseguisse se tornar mais autosuficiente, se desenvolver de forma independente tanto na política quanto na economia. Enquanto existia o muro isso talvez não fosse possível, pois a preocupação com a influência soviética faria com que os Estados Unidos não permitissem que o Brasil fizesse nada sozinho”, disse o historiador inglês.

Segundo Engel, que é professor na Universidade do Texas A&M, todos os acontecimentos globais, mesmo os do Brasil, até 1989, podem ser vistos como reflexo do conflito entre capitalismo e comunismo. “A Guerra Fria influenciou todos os acontecimentos no mundo entre 1945 e 1991. É impossível entender qualquer desenvolvimento internacional no período sem pensar no confronto entre EUA e URSS. A liberalização no Brasil se deu após o fim da guerra fria, e isso aconteceu em vários outros países, pois seriam impossíveis em um mundo dividido como era.”

Considerando que o capitalismo “venceu” a disputa com o comunismo, mas que ainda enfrenta problemas internos, perceptíveis em crises como a recessão vivida atualmente em muitos países, Taylor diz que Brasil, assim como no Chile e na Argentina, criaram um modelo de capitalismo com preocupação social que pode ir além da já tradicional social-democracia europeia e que podem ser o futuro deste sistema econômico.

“Os exemplos de Brasil, Chile e talvez da Argentina são muito mais interessantes como propostas de projetos que conseguem aliar o desenvolvimento capitalista com um pensamento voltado para o lado social, de apoio a populações mais pobres. A própria Alemanha desenvolveu uma forma de capitalismo social que não precisa seguir exatamente o modelo americano de capitalismo totalmente livre, mas algo mais humano e igualitário. O modelo sul-americano me parece um dos mais prósperos na atualidade.”

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