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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Por que a Europa sente-se rejeitada por Obama?


Por que um presidente americano não viria à comemoração da queda do Muro de Berlim e, com ela, do fim triunfal da Guerra Fria - um dos pontos altos da história comum dos Estados Unidos e da Europa no século 20?

Seja qual for a resposta exata - poderia ser a de que um Barack Obama cansado não queria o desgaste físico de uma viagem transatlântica dias antes de um giro de uma semana pela Ásia - sua ausência nas cerimônias de 9 de novembro, na Alemanha, reforçou o temor na Europa de que ela está se tornando uma parte cada vez mais insignificante na visão de mundo do presidente. Esta semana oferece uma justaposição que diz muito:

Após sua ausência notada em Berlim, Obama está focando com sua presença a atenção e futuras esperanças dos Estados Unidos na China e na Ásia. Virtualmente ao mesmo tempo, a União Europeia, naquele que é claramente um esforço para afirmar sua relevância, escolherá (com considerável dificuldade e potencial irrelevância) um presidente comum e ministro das Relações Exteriores pela primeira vez.

Juntos, esses fatos estão longe de ser uma garantia de relações transatlânticas mais calorosas. Em vez disso, é um contraste notável à proposta do secretário de Estado, James Baker, um mês após a queda do muro,de um novo relacionamento político e econômico orgânico entre europeus e americanos.

Agora, Denis MacShane, um ex-ministro britânico para a Europa, que se encontrou com outros atlanticistas na Assembleia Parlamentar da Otan em Edimburgo, no fim de semana, descreveu as circunstâncias desta forma: "Há uma crescente preocupação em toda parte na Europa de que temos o primeiro presidente americano, desde 1945, a demonstrar nenhum interesse no que está acontecendo neste lado do relacionamento".

Isso pode ser comparado à versão "mostre-nos e daremos um retorno" da visão do governo de cooperação euro-americana, oferecida uma semana antes por Anne-Marie Slaughter, a diretora de planejamento de políticas do Departamento de Estado americano. Ao ser perguntada por um repórter francês a respeito de onde ela situava a recém-reorganizada Europa constitucional, Slaughter respondeu que havia enormes possibilidades. "Mas cabe à Europa pós (Tratado de) Lisboa colocar a casa em ordem de forma que nos permita sermos parceiros eficazes. As escolhas da Europa nos próximo meses serão muito importantes."

Não é o que se chamaria de um abraçar. É um reforço da ideia de que o presidente, ao longo de seu primeiro ano de mandato, considerou garantido ou deu as costas à demonstração inicial de afeto da Europa por ele. A reação - seja atribuída aos comentários privados dos líderes europeus ou refletida em grandes espaços editoriais - é uma expressão do ceticismo em relação à capacidade de Obama e à profundidade da mudança que ele alega representar.

Na Alemanha, o "Frankfurter Allgemeine Zeitung", um jornal que conhece bem a chanceler Angela Merkel, escreveu ironicamente sobre quão pouco mudou, fora o clima, nas posturas dos governos Bush e Obama em relação à Alemanha. No fim de semana, ela descobriu que os Estados Unidos de Obama parecem "apreciar a ideia de manter um condomínio G2" com a China, que deixaria pouco espaço para uma participação europeia no poder global.

Na França, o tom tem sido mais duro. Olivier Debouzy, advogado e ex-funcionário do Ministério das Relações Exteriores francês, escreveu na semana passada que os governos estrangeiros eram "opacos" para Obama, porque ele projetava sua própria noção de racionalidade americana neles. Debouzy afirmou que o presidente também demonstrou um senso de superioridade pessoal e dos Estados Unidos aos líderes estrangeiros.

"Ele expressa isso ao se manter a distância deles, o que é incomum para uma figura política americana", escreveu Debouzy. "Isso complica as relações pessoais com ele, um fato atestado por mais de um chefe de Estado ou governo europeu."

A atual edição do semanário satírico francês "Le Canard Enchainé", especializado em colocar citações diretas nas bocas dos políticos franceses - visto com interesse aqui, apesar de não como uma citação literal - apresentou o presidente Nicolas Sarkozy dizendo:

"A verdade é que Bush estava mais interessado na Europa do que Obama. Obama é muito decepcionante em termos de política externa. Não é apenas comigo que as relações são difíceis. É o mesmo com Merkel e Brown. As palavras mudaram. A mão foi estendida. Mas ninguém a segura."

A irritação de Sarkozy poderia estar relacionada a não ter sido recebido oficialmente em Washington, como foram Merkel e Gordon Brown. Mas os franceses também veem Obama protelando na questão do Irã.

Eles consideram que a mais recente abertura na direção de Teerã, envolvendo o processamento de urânio iraniano no exterior, foi inequivocamente rejeitada pelos mulás. Paris sente que o presidente americano está adiando um reconhecimento do fracasso por motivos políticos domésticos relacionados ao Afeganistão e sua aceitação do Prêmio Nobel da Paz, em 10 de dezembro em Oslo.

Tudo isso pode representar uma abordagem razoável do ponto de vista do governo. MacShane, um membro trabalhista do Parlamento, reconheceu isso, dizendo: "Se Obama está hesitando para assegurar que estará no lado certo da história em relação ao Afeganistão, isso é bom".

Apesar de ter perdido uma chance em Berlim de enfatizar o papel essencial dos Estados Unidos na Europa, além de sugerir que a Europa continua sendo essencial para os Estados Unidos, ele não pode ser descrito como desprezando o aparentemente eterno reflexo europeu para permitir que suas políticas sejam conduzidas no menor denominador comum.

Quando a Europa escolher seu primeiro presidente do conselho e alto representante (ministro das Relações Exteriores) na quinta-feira, ela provavelmente descartará nomes internacionalmente significativos como Tony Blair, Joschka Fischer ou Carl Bildt, em prol de homens e mulheres mais sonsos, menos determinados.

Se Obama, compreensivelmente, vê-los como inúteis - responda rapidamente, quem liderará a Europa no encontro de cúpula dos Estados Unidos e Europa de 3 de novembro, em Washington? (Resposta: o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt) - então as preocupações da Europa com sua cada vez maior irrelevância perante os Estados Unidos parecerão realistas.

Tradução: George El Khouri Andolfato

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