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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sábado, 28 de novembro de 2009

Agentes da Abin desconfiam do Irã Parceiro explosivo

Para o Palácio do Planalto e para o Itamaraty, o Irã, do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que faz hoje uma visita (1)relâmpago ao Brasil, é um parceiro comercial como qualquer outro país. Para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), não. Afinado com a maioria de seus congêneres no mundo ocidental, o serviço secreto brasileiro ainda vê o Irã como uma das grandes fontes de financiamento do terrorismo internacional.

Dois dos principais agentes da área de contraterrorismo da Abin — os comandantes de inteligência Eliane Schroder de Moura e Romulo Rodrigues Dantas — consideram o Irã a face oculta do Hezbollah, a organização terrorista baseada no Líbano, que foi pioneira no uso de homens-bomba. “O Hisballah (uma das grafias do Hezbollah) mantém relações externas, notadamente, com o Irã e a Síria, de quem recebe apoio político, militar, econômico e civil”, escreveu Eliane na edição de setembro de 2007 da Revista Brasileira de Inteligência, publicação da Abin voltada para os integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Na época em que o artigo foi publicado, Ahmadinejad iniciava o terceiro ano de governo. Até ontem, a Abin mantinha a edição da revista disponível em seu site (www.abin.gov.br).

Segundo a agente, “os membros combatentes do Hisballah recebem treinamento, apoio, ajuda financeira e material da Guarda Revolucionária Iraniana”. A Guarda Revolucionária é uma divisão das Forças Armadas do Irã e teve em seus quadros o próprio Ahmadinejad. Na mesma edição da revista da Abin, o comandante de inteligência Romulo Rodrigues Dantas afirma que “serviços de inteligência ocidentais estimam que entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões são doados anualmente ao Hizballah pelo governo do Irã, na forma de assistência militar, mercadorias e recursos financeiros”. Ainda segundo o agente, “haveria, ainda, evidências de que iranianos também participariam diretamente no planejamento de operações do Hisballah”.

Romulo e Eliane são experts em contraterrorismo. Ele já comandou a Diretoria de Contraterrorismo da Abin e serviu em Washington como representante da agência no Comitê Interamericano contra o Terrorismo (Cite), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Eliane substituiu Romulo no posto na capital norte-americana. Os artigos de ambos na revista da Abin têm como foco o Hezbollah. O texto de Romulo é intitulado “O Hisballah e a evolução do quadro no Oriente Médio”. O de Eliane, “O Partido de Deus no Líbano”, tradução para o português do termo árabe Hezbollah.

Sem pragmatismo

O que os agentes afirmam em relação ao Irã não é novidade, mas vai em sentido contrário ao discurso pragmático do Palácio do Planalto e do Itamaraty, que empenham apoio político ao polêmico Ahmadinejad. Eliane é a mais contundente. Segundo ela, o Hezbollah “se fortaleceu com armas e munições da Síria e do Irã”. A agenda político-militar da organização, ainda de acordo com a agente, é definida “em cooperação com Teerã-Irã”. “O líder máximo da organização é o aiatolá iraniano Ali Khamenei”, afirma ela.

Entre os atos terroristas atribuídos ao Hezbollah estão os ataques contra a Embaixada dos EUA em Beirute (1983 e 1984), o sequestro de 17 norte-americanos e outros cidadãos ocidentais (1984 e 1988), o sequestro do voo da TWA (1985) e os atentados à Embaixada de Israel em Buenos Aires (1992) e à Associação Mutual Israelita Argentina (1994). Centenas de pessoas morreram nessas ações.

À espera

Eliane não descarta a possibilidade de a organização terrorista armada e financiada pelo Irã atuar na América Latina. “O Hisballah mantém células em várias partes do mundo, com ampla infraestrutura no Oriente Médio, na África Ocidental e na Europa. Devido à existência de expressiva colônia na América Latina, pode dispor de eventual apoio neste continente”, afirma a agente.

De acordo com Romulo, o Hezbollah foi “o primeiro (grupo terrorista) a valer-se de homens-bomba” islâmicos na era moderna” e “o primeiro a realizar ataques múltiplos”. Ainda segundo ele, a organização é imitada pela Al-Qaeda, grupo terrorista responsável pelas ações mais violentas dos últimos anos, como a derrubada das torres do World Trade Center, em Nova York, e o ataque à sede do Pentágono, em Washington, em setembro de 2001.

Brasília
Mahmud Ahmadinejad, que viaja com uma comitiva de cerca de 300 pessoas, entre empresários e funcionários de Teerã, passará pouco mais de 24 horas em Brasília. O principal ponto de interesse nas relações Brasil-Irã é o petróleo. Está prevista a assinatura de 23 acordos bilaterais entre os dois países nas áreas de energia, petroquímica, alimentos e medicamentos.
O israelense Ely Karmon acompanha com preocupação, como a grande maioria de seus compatriotas, a aproximação do Irã com os países da América do Sul, e, em especial, com o Brasil. Quatro dias antes da chegada do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, a Brasília, o especialista do Instituto para Contraterrorismo do Centro Interdisciplinar (IDC) em Herzliya, esteve em Brasília para alertar sobre os riscos de ações terroristas na América do Sul. Segundo ele, o grupo libanês Hezbollah, que faria parte de uma “coalizão” com Teerã, Damasco (a capital síria) e o grupo radical palestino Hamas, já possui células na Tríplice Fronteira, em Isla Margarita (Venezuela) e em Iquique (Chile), prontas para atuar. “O atrativo da América do Sul é usar as fraquezas da região. Por exemplo, o fato de não haver serviços policiais suficientemente capacitados para tratar com o Hezbollah”, afirma.

O senhor considera que o Irã é um Estado que pratica terrorismo. Como isso acontece?
Hoje, há duas principais ameaças terroristas no mundo: a rede Al-Qaeda e a coalizão Irã-Síria-Hezbollah-Hamas, que tem dois Estados e dois movimentos religiosos utilizando o terrorismo e a insurgência. Sem o Irã, por exemplo, o Hezbollah seria muito mais fraco. A força que ele tem vem do apoio financeiro, de treinamento do Irã. Além disso, o (presidente) Ahmadinejad disse, em outubro de 2006, que o povo iraniano pode rapidamente se converter em uma ‘potência mundial invencível’. Na América do Sul, eles já foram responsáveis por dois atentados: em 1992, contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, e, em 1994, contra o edifício da comunidade judaica também na capital argentina.

Qual interesse o Irã tem na América do Sul?
O interesse é transformar a região em uma frente contra as pressões dos EUA e dos Estados europeus sobre seu programa nuclear. Eles sabem que Hugo Chávez também se sente ameaçado pelos EUA, e que, então, tem aqui um aliado para combater os EUA. Os dois presidentes já falaram em uma aliança de países revolucionários, que seria formada com a influência de Chávez sobre os regimes bolivarianos. A Bolívia, por exemplo, já aceitou que o Irã abrisse uma televisão por satélite, em espanhol, para toda a América Latina, como uma arma de propaganda de Teerã.

Onde o Brasil entraria nessa “estratégia”?
O Brasil sempre manteve boas relações políticas e econômicas (com o Irã), mas nunca havia feito esse tipo de convite (para a visita de um presidente iraniano). Hoje, Ahmadinejad não visita nenhum país ocidental, porque é visto como um ditador. Não tenho dúvidas de que Ahmadinejad está disposto a avançar sua posição internacional, e o peso que o Brasil tem no mundo, com a sua visão democrática e a personalidade muito forte do presidente Lula, tem uma influência política e moral sobre outros países. Para Ahmadinejad, essa visita é uma vitória estratégica contra o mundo ocidental.

Há presença do Hezbollah na América do Sul?
Sabemos que há, com certeza, uma estrutura ativa do Hezbollah desde os anos 1980. E ela se desenvolveu muito com a chegada de imigrantes xiitas do Líbano. O Hezbollah utiliza essa comunidade para recrutar militantes, e hoje o grupo tem, claramente, uma presença na região, principalmente na Tríplice Fronteira, em Isla Margarita (Venezuela) e em Iquique (Chile). Essas células foram envolvidas nos dois ataques em Buenos Aires nos anos 1990. Sabemos que a Justiça argentina tem gravações de conversas durante o atentado de 1994 feitas a partir de Ciudad de Leste para Buenos Aires.

Que risco representa essa presença do Hezbollah na região?
Hoje, eles não realizam ações, mas esperam uma decisão. Se o Irã ou o Hezbollah decidirem que têm interesse em fazer uma ação, eles estão preparados. O atrativo da América do Sul é usar as fraquezas da região. Por exemplo, o fato de não haver serviços policiais suficientemente capacitados para tratar com o Hezbollah.

Na sua opinião, o povo brasileiro tem de se preocupar com a aproximação entre os governos brasileiro e iraniano?
O Brasil não pode permitir, a partir de suas relações com o Irã, que Teerã continue a ser o mesmo agressor, que chegue à capacidade nuclear sem nenhuma sanção. Essa não é a vontade do governo brasileiro, mas o resultado prático pode ser esse. Não acho realista que o Brasil consiga mediar um diálogo do Irã com os EUA. Todas as tentativas que os países europeus fizeram de dialogar não tiveram sucesso, e eu não vejo como o Brasil pode convencer o Irã a conversar com o Ocidente.
Fonte:

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