Alvo aéreo usado em ensaio militar desperta curiosidade
Roberto Godoy - SÃO PAULO
Um alvo móvel produzido pelo grupo europeu EADS e possivelmente utilizado há três meses no exercício Cruzex IV, realizado no nordeste pelo Comando da Aeronáutica, virou objeto voador não identificado por duas semanas e acabou como assunto nas rodas de fim de tarde nas praias de Fortaleza, no Ceará.
O alvo é um pequeno avião. Mede cerca de três metros de comprimento e pode ser lançado de terra, por meio de um trilho, ou por uma aeronave. Foi encontrado na véspera do Natal por um pescador, José Evaristo, no mar de Barreira, na cidade de Icapuí, a 202 quilômetros da capital.
De cara, o comandante interino da Base aérea de Fortaleza, coronel Alípio Lopes, descartou a hipótese de que fosse algum tipo de armamento. Alípio, no entanto, levantou a hipótese de que pudesse ser, sim, um alvo aéreo. Mas -, coisa estranha - durante a Operação Cruzeiro do Sul IV, para treinamento de pilotos militares de vários países inclusive da França, não era previsto o emprego de alvos aéreos.
A história chegou até o comandante da Capitania dos Portos, comandante Gerson Luiz Rodrigues Silva. Para ele o equipamento se assemelha a um dispositivo do qual só forças estrangeiras dispõem.
Gerson sugeriu que o objeto poderia ser utilizado na coleta de informações. Não, nada de espionagem. Apenas dados meteorológicos, especulou o oficial. Por via das dúvidas, entretanto, o comandante recomendou que as pessoas não se aproximassem do objeto. “Pode haver dano”, destacou.
Nosso Comentário:
Segundo o professor Paulo Lindgren, em nosso Grupo Defesa BR no Yahoo, trata-se de um DT-25, um “carrier drone”, ou seja, um VANT que é utilizado para transportar um alvo aéreo, ou “target drone” (normalmente um DT-55).
Ele realmente é fabricado pela EADS, mas Lindgren desconhece que qualquer unidade tenha sido adquirida pela FAB ou pela Marinha. Segindo ele, é mais provável que tenha sido lançado a partir da Guiana Francesa ou por alguma embarcação francesa que tenha se aproximado da costa brasileira.
Se ele tiver sido lançado da Guiana, poderia ter sido trazido ao Ceará pela maré, pois um alvo aéreo não teria tanta autonomia.
Será interessante saber que este equipamento passará por uma perícia para verificar a eventual existência de equipamento de reconhecimento, pois VANTs “travestidos” de drones-alvo podem carregar câmeras, podem testar a prontidão de defesas e até mesmo de um SIVAM, já que este possui data-link.
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