Brasil cede 4 helicópteros antidrogas

Da Agência Folha do enviado a Maracaibo

O governo brasileiro vai ceder quatro helicópteros militares à Bolívia para reforçar as ações de fiscalização e combate ao narcotráfico na fronteira. As aeronaves -usadas- serão submetidas à revisão e entregues sem custo ao governo boliviano, que se encarregará da manutenção.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os dois países estão “aprofundando a cooperação nas áreas policial e de defesa”. O presidente Evo Morales agradeceu e disse que não aceitará nenhuma base militar estrangeira na Bolívia: “O nosso objetivo é regionalizar a luta contra o narcotráfico”.

Apesar de os dois presidentes terem falado apenas em combate às drogas, os helicópteros brasileiros também devem ser usados para transporte de autoridades. Eles substituirão aeronaves venezuelanas também emprestadas a La Paz, mas tidas como pouco confiáveis. Em julho, um Super Puma cedido pelo governo de Hugo Chávez caiu horas depois de ter transportado Morales.

O acordo faz parte do pedido de ajuda da Bolívia ao Brasil na área do narcotráfico, depois que Morales expulsou a DEA, a agência americana de combate às drogas. A Bolívia deve perder toda a ajuda dos EUA -US$ 28 milhões anuais para financiar ações policiais (90% do orçamento total) e dez helicópteros. O Brasil é o principal consumidor da cocaína da Bolívia. (RV e FM)

Nosso Comentário:

Lula e Morales = O Amor É lindo!

Mesmo depois de tudo que o Brasil e seu povo sofreram com as ações claramente inimigas de Morales e o franco desinteresse de retaliações de Lula, continuamos a ver o crescimento desse duradouro namoro. A amor promete ser lindo e eterno.

Por um lado, pesa nossa razão e orgulho de brasileiros, mas por outro lado pesam mais os interesses do governo Lula, em que o Brasil estaria agora substituindo a Venezuela e até os EUA no contexto de influência política na Bolívia.

Esse risco é todo de Lula e 2010 estará aí em breve para medir o sucesso ou o fracasso desse tortuoso caminho “bolivariano”.

É muito irônico termos que ouvir Lula chamar Morales de “maior exemplo” das transformações nos últimos anos na América Latina e comparar sua chegada à presidência à eleição do líder negro sul-africano Nelson Mandela.

Tudo isso ocorre às vésperas do referendo sobre a nova Constituição da Bolívia, no dia 25, com enfático apoio de Lula.

Já Chávez, que Lula visita hoje, vem enfrentando tempos difíceis, mas tão difíceis que o Estadista venezuelano voltou a cortejar as mesmas empresas petroleiras ocidentais que vinha detratando e expulsando com tanto fervor há tão pouco tempo.

Todos lembram que Chávez encurralou essas petroleiras estrangeiras e nacionalizou seus campos, além de impor pesados aumentos em royalties cobrados.

Nas últimas semanas, foram chamadas as maiores empresas petroleiras ocidentais, como a Chevron, a Royal Dutch Shell e a Total, com promessas de acesso às reservas petrolíferas nas áreas novas da faixa do Orinoco, que possui reservas estimadas de 235 bilhões de barris de petróleo.

Chávez conseguiu quebrar ao meio sua petroleira PDVSA, a qual deve mais de US$ 3 bilhões e não se sustenta mais, depois de tanto descalabro do governo e a queda do petróleo a quase US$ 30.

Como esse mundo dá voltas. Só falta agora Lula e Chávez virarem amigos fraternais.