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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Embraer é favorecida pela FAB na disputa de caças

Empresa receberá transferência tecnológica exigida pela Aeronáutica do fabricante que conseguir o contrato de fornecimento Governo brasileiro modela a aquisição de 36 aviões de combate, ao custo estimado de US$ 2 bilhões; o negócio deve ser fechado até março

IGOR GIELOW - SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para evitar o problema que emperrou a disputa em 2002, a FAB (Força aérea Brasileira) proibiu que os concorrentes do programa F-X2, para o fornecimento de 36 aviões de combate, firmassem acordos de exclusividade com empresas brasileiras. O negócio de estimados US$ 2 bilhões, se sobreviver à crise internacional, deve ser fechado até março.

Independentemente do vencedor da disputa, um grupo de empresas capitaneado pela fabricante de aviões Embraer será o principal favorecido com a compra, já que irá participar do programa e receberá a transferência tecnológica exigida pela FAB no seu pedido de proposta -do qual a Folha teve acesso a detalhes.

Boeing (EUA), Saab (Suécia) e Dassault (França) assinaram memorandos de entendimento com cerca de quatro empresas nacionais que participarão da adaptação do caça ao Brasil: Embraer, Aeroeletrônica (que faz aviônicos), Atech (sistemas eletrônicos) e Mectron (fabricante de mísseis).

A jogada da FAB, além de fomentar a indústria nacional, visou evitar a situação que, aliada a outros fatores, derrubou a mesma concorrência em 2002.

Naquela disputa, a francesa Dassault estava associada à Embraer na oferta do Mirage-2000. A FAB rejeitou o avião, projeto velho e inadequado. A disputa ficou entre o Sukhoi-35 (Rússia) e o Gripen (Suécia).

O pequeno caça sueco, ainda que fosse inferior ao russo em performance, levou a melhor porque a sua fabricante, a Saab, ofereceu um amplo pacote comercial. Ganhou, mas não levou: como a integração do novo aparelho só poderia ser feita na Embraer e a empresa estava associada a um outro competidor, o negócio emperrou.

A FAB e a Embraer não fazem comentários sobre o F-X2.

Integração é o conjunto de medidas para fazer um avião ser adequado à missão que lhe será dada no país. Ou seja, ele é adaptado ao sistema de comunicação usado pela FAB, aos mísseis que irá carregar e por assim em diante.

Essa integração é o coração da chamada transferência de tecnologia feita diretamente no produto. Um simulador de todos os sistemas do avião tem de ser usado para isso. É aí que os engenheiros trabalham no software que gerencia a aeronave e, com os chamados códigos-fonte em mão, podem desenvolver parâmetros para diversas missões de combate.

Existe um certo fetiche quando as autoridades falam em “exigir a abertura dos códigos-fonte”, como se isso fosse garantir o descobrimento da pólvora aos nativos. É mais complexo: sem todo o sistema para “rodar” o software, de nada adianta ter os códigos. É isso o que o simulador garante.

Mas aí é que começam algumas diferenças importantes entre os competidores do F-X2, já que do ponto de vista de performance militar o RFP (sigla inglesa de pedido de proposta) é generoso e estabelece apenas critérios mínimos, superáveis pelos três aviões.

Há três cenários para a FAB fazer sua escolha.

O americano F/A-18 Super Hornet, da Boeing, é um avião pronto, com mais de 350 unidades voando. Mesmo que os “códigos-fonte sejam abertos”, como bravateiam os brasileiros, não haverá uma transferência tecnológica da confecção de seus sistemas. Os engenheiros brasileiros que trabalharem, mesmo que um simulador seja montado no Brasil, aprenderão a operá-lo, mas não a desenvolvê-lo.

Para compensar isso, a Boeing pode oferecer outras transferências. Segundo a Folha apurou, a Embraer pediu em seu contato com a gigante americana detalhes sobre como projetar peças de materiais compostos, como fibra de carbono. Eles são o futuro da aviação, por serem mais leves e duráveis. Fabricá-los não é difícil; desenhar as peças e repará-las é o complicado.

O F-18 é considerado por pilotos o melhor da disputa, mas há o temor de vetos futuros que possam o deixar inoperante.

Favoritismo

No caso do Rafale, a situação é diversa. O avião está pronto, mas a versão F3 oferecida é um desenvolvimento que está em curso. Logo, a transferência tecnológica no trabalho sobre o software poderia ser mais proveitosa. Além disso, a Dassault pode oferecer compensações semelhantes às da Boeing, como na área de fusão de dados dos diversos sistemas do avião. Tudo isso pode ser usado em aviões civis.

De resto, o Rafale continua sendo o favorito do ponto de vista político, embora seja considerado um avião caro e tenha um problema de escala industrial -só a França o opera.

Esse favoritismo político, dada a inclinação do Ministério da Defesa a fechar acordos com Paris, sofreu um golpe. Na “parceria estratégica” assinada entre Brasil e França, os caças ficaram de fora. Isso porque a FAB já tocava o processo, mas o fato acendeu uma luz amarela na Dassault, que teme ter perdido pontos já que o Brasil gastará bilhões com submarinos e helicópteros franceses.

Por fim, há o Gripen NG, a nova geração do caça que quase ganhou o F-X original que foi melhorado e é, até por ser menor e monomotor, mais barato. Como é um avião que ainda não existe, todo o desenvolvimento pode ser feito em conjunto com a Embraer e outras empresas brasileiras. Paradoxalmente, o problema é esse: sendo um projeto, não está provado e é sujeito a atrasos.

Seja qual for o cenário, os ganhos tecnológicos diretos ou indiretos ficarão com a Embraer e, em menor escala, com as outras fornecedoras. O máximo de custo que terão será o de treinar pessoal no exterior.

E o que a FAB ganha? O caça, que é o que lhe interessa, e uma indústria de suporte que possa lhe garantir a manutenção dos aviões que pretende comprar e usar nos próximos 30 anos.

Para concorrentes, negócio ajuda a manter alternativas aos EUA

Os concorrentes franceses e suecos do F-X2 apontam a necessidade de manter um polo de tecnologia militar alternativo aos EUA como pontos fortes de suas ofertas.

“Para nós é importantíssimo esse negócio, já que enfrentamos a vontade americana de destruir a indústria de aviação militar europeia”, afirmou Jean-Marc Merialdo, diretor da francesa Dassault no Brasil.

O seu Rafale enfrenta problemas de escala industrial, que perdeu todas as disputas das quais participou. “A falta de êxito decorre de razões políticas. Depois do 11 de Setembro, como se sabe, a França foi crítica à política americana. Isso teve um custo”, afirmou.

Sem escala, o produto e sua manutenção ficam caras. O Rafale unitariamente custa algo perto de 60 milhões de euros, o que já é alto. Mas avião não é eletrodoméstico, não se paga o preço de face, e sim a logística envolvida. A Austrália, por exemplo, pagou US$ 200 milhões pela unidade de seus F-18 -quatro vezes mais que o preço “de prateleira”.

O ponto de venda da sueca Saab para seu caça Gripen NG, por sua vez, é quase terceiro-mundista. Diz oferecer o produto mais barato e não-alinhado, no caso com um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (especificamente, EUA e França).

“A Suécia é a única a oferecer uma opção independente”, disse à Folha Bob Kemp, vice-presidente para marketing da Gripen International, subsidiária da Saab e da britânica BAE Systems que vende o caça.

Mas um terço do caça é americano. Kemp defende-se. “Não é tecnologia sensível, essa é dominada pela Suécia.”

E quanto custa? “Nós estimamos algo entre 50% do preço de nossos competidores”, diz Kemp, citando como referência uma proposta aberta feita à Dinamarca: cerca de US$ 70 milhões por cada um dos 48 aviões solicitados, com toda a logística e o treinamento.

Kemp minimiza o fato de que o Gripen NG não existe na prática. E defende que sua maior desvantagem -ser monomotor- resultará em preço mais baixo de operação: a hora-vôo num Gripen, diz, é de US$ 3.000, contra US$ 14 mil de seus dois concorrentes. (IG)

Para franceses, projeto é vital para o futuro do seu programa

Hoje favorita politicamente na disputa do F-X2, a francesa Dassault afirma que o negócio é de “suma importância” para o futuro do programa do caça multifunção Rafale-F3.

“Transferência de tecnologia não ocorre do dia para a noite, é uma parceria de longo prazo. E, para nós, é importantíssimo esse negócio, já que enfrentamos a vontade americana de destruir a indústria de aviação militar europeia”, afirmou Jean-Marc Merialdo, diretor da Dassault no Brasil.

O Rafale enfrenta problemas de escala industrial. Até aqui, apenas a França opera o modelo, e ele perdeu todas as disputas internacionais para as quais foi selecionado. “A falta de êxito decorre de razões políticas. Depois do 11 de Setembro, como se sabe, a França foi crítica à política americana. Isso teve um custo”, afirmou.

Além disso, há a presença maciça do programa americano do F-35, com promessas de vantagens aos compradores -os EUA querem que o avião seja padrão dos países da Otan (aliança militar ocidental).

Sem escala, o produto e sua manutenção ficam caras. O Rafale unitariamente custa perto de 60 milhões, o que já é alto -e o custo pode ser maior, a depender da logística. (IG)

Nosso Comentário:

A Decisão do FX-2 Está Próxima

O F-18 é a solução mais prática e imediata. As 36 encomendas poderiam ser atendidas com folga em 2009/2010. Porém, é a solução que nos traria menos repasse tecnológico, na base de materiais compostos. Essa necessidade evidencia a defasagem tecnológica da Embraer nesse campo frente às grandes produtoras. Pois que invistam mais em PD&I.

Na outra ponta, o Gripen NG é a solução de prazo mais distante, pois os primeiros caças começariam a chegar em 2015, quando o mundo já será outro e a 5ª Geração comandará os céus. Ele deverá chegar ao mercado já bastante defasado. Entretanto, é dito que haverá bastante transferência de tecnologia. Mas ela também já não estará bem distante das necessidades atuais?

E as ameaças atuais ficam como? O Brasil combinará com seus inimigos potenciais para que aguardem, digamos, 2018, até receber todos os 36 veneráveis Gripe NG? Não, e esse mundo já será outro, como o distante ano 2000 já vai bem distante e diferente da atualidade.

Uma opção mediana, porém efetiva seria a do Rafale F3 francês. Seu desenvolvimento foi iniciado em 2004 e trará já agora importantes capacidades operacionais complementares aos seus antecessores F1 e F2.

O F3 é um F2 (de Combate Aéreo e Ataque Ar-Terra) acrescido de capacidades de Ataque Naval, Reconhecimento e Ataque Nuclear. Trata-se de um caça multifuncional de 1ª linha.

O Brasil tem fechado importantes contratos com a França e mais uma parceria industrial e tecnológica será bem-vinda, sem devaneios (Suécia), nem dependências (EUA).

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