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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Invasão imperialista" pelo Brasil incomoda vizinhos sul-americanos

"Vão embora, brasileiros!" O grito de protesto, antigamente reservado aos "ianques", está sendo ouvido nas ruas de La Paz e Quito. Em Caracas, já é ouvido há algum tempo.

Na Argentina, fala-se em "invasão" para se referir à crescente penetração das exportações e empresas brasileiras, que compraram gigantes locais das áreas de alimentação, cimento e energia, entre outras.

Os investimentos brasileiros na América do Sul, que somam mais de US$ 17 bilhões, aumentaram o prestígio e a influência do Brasil entre os vizinhos, mas também colocaram as empresas brasileiras diante de riscos característicos de uma região turbulenta, instável e sujeita a mudanças de regras no meio da partida.

"O investimento dá liderança ao Brasil, mas dá mais visibilidade a grupos nacionalistas de alguns países, como a Bolívia. Isso faz com que, às vezes, o país seja visto como um segundo Estados Unidos", disse Eduardo Viola, especialista em relações internacionais da Universidade Nacional de Brasília.

Os investimentos brasileiros na América do Sul somaram US$ 16,7 bilhões entre 2001 e 2003, segundo dados do Banco Central, que incluem gastos em investimento direto, financeiro, empréstimos e empréstimos entre empresas.

O montante não inclui anúncios importantes como o da construtora Camargo Corrêa, que afirmou recentemente que pagará US$ 1,025 bilhão pelo grupo argentino Loma Negra, fabricante de cimento.

Renato Baumann, diretor do escritório brasileiro da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da ONU (Organização das Nações Unidas), considera inevitável a "nova agenda" que acompanha os investimentos.

"Quando cresce o grau de exposição do país aparecem novos produtos, novas empresas e oportunidades, mas também questões que afetam interesses, questões de segurança e sabotagens", explicou.

A aprovação da nova lei de hidrocarbonetos na Bolívia, que foi precedida de um movimento nacionalista que incluiu até a explosão de um carro perto da sede da Petrobras - cujas atividades representam 15% do PIB boliviano -, representa uma "novidade" para os homens de negócios do Brasil.

A vontade do Brasil de ajudar a resolver conflitos de seus vizinhos também causou outros contratempos, como quando em abril o presidente deposto do Equador Lucio Gutiérrez pediu asilo na Embaixada brasileira em Quito. Manifestantes apedrejaram o automóvel do embaixador brasileiro, em protesto por sua participação no caso.

O envio de combustíveis à Venezuela, no final de 2002, quando o país enfrentou uma greve de petroleiros organizada pela oposição ao presidente Hugo Chávez, também disparou protestos inéditos em frente à Embaixada do Brasil em Caracas.

Invasão recente

A cultura empresarial brasileira tradicionalmente é de introversão, e os investimentos no exterior são um fenômeno muito recente.

"A onda de investimentos brasileiros na região está associada à intensificação do processo de integração, de aproximação. Isso é muito positivo. Há uma descoberta por parte do Brasil do potencial de uma maior relação com seus vizinhos", afirmou Baumann, que encara os episódios de antibrasileirismo como questões pontuais e conjunturais.

"Os incidentes em Caracas, em Quito, na Bolívia ou as passeatas de fabricantes de sapatos em Buenos Aires são coisas conjunturais, isoladas. O que existe nos vizinhos é uma sensação de simpatia em relação ao Brasil, que não é observada em relação a outras potências", disse o representante do Cepal.

Os analistas enxergam na crescente corrente de negócios entre o Brasil e seus vizinhos um processo estrutural, uma tendência irreversível que "veio para ficar", segundo definiu Viola.

A presença maior de capital e empresários brasileiros na região, em negócios que envolvem todas as áreas, mas principalmente os setores de energia, construção e alimentação, impulsiona também a crescente presença política e diplomática do país.

"Já não se trata apenas de fazer política na vizinhança para reforçar a imagem de líder regional. Há uma presença claramente vinculada a interesses, uma forma de atuar de país grande", avaliou para a Reuters um diplomata sul-americano em Brasília, sob a condição de manter o anonimato.

Essa forma de atuação, para Viola, traz alguns riscos adicionais em determinados casos, como na Venezuela.

O especialista afirmou que, quanto aos negócios brasileiros na Bolívia, a Petrobras "é o alvo das forças mais atrasadas da antiglobalização." Já no país governado pelo esquerdista Hugo Chávez, opinou, o Brasil atua de forma perigosa.

Para ele, "ser menos amistoso com Chávez seria mais seguro para o interesse nacional", já que a proximidade com o polêmico governante pode deixar a oposição e o setor privado venezuelanos cada vez mais antibrasileiros.

Na Venezuela, a Odebrecht está executando projetos de mais de US$ 1 bilhão, e a Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce também têm uma atuação ambiciosa.

Para José Francisco Marcondes Neto, presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio e Indústria, "a relação comercial entre Brasil e Venezuela não é de natureza política, e seu crescimento é sólido."

O fluxo comercial entre os dois países pode chegar este ano aos US$ 3 bilhões. Há três anos, não alcançava os US$ 2 bilhões.

Em relação à Argentina, Viola considera que uma melhora na produtividade nesse país - sem a proteção de setores industriais inviáveis - gerará ainda mais investimentos brasileiros e aumentará a integração.

"Na Argentina há alguma resistência ao investimento brasileiro, mas é uma resistência sem força para deter o avanço, e sem força nem sequer para criar um clima hostil", concluiu.

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