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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Brasil reivindica condição de porta-voz dos emergentes

Aos olhos de diplomatas brasileiros, o maior - e mais improvável - afago à atuação do País no Irã veio do jornal britânico Financial Times. Em editorial, o prestigiado diário liberal defendeu que o acordo nuclear turco-brasileiro com Teerã, independentemente de seu resultado, prova que o Brasil tornou-se uma "ponte" entre o Ocidente e "os emergentes". A Turquia, do outro lado, serviu de elo entre os ocidentais e "o mundo islâmico".

O diagnóstico do jornal foi uma boa notícia para o Itamaraty. Entrar na seara iraniana, acreditam os diplomatas, é apenas mais uma maneira de reafirmar que o Brasil de hoje é um ator global pleno, cuja influência pode determinar rumos em todo o mundo. Críticos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, definem esse raciocínio com uma palavra: megalomania.

No diálogo da semana passada com o Irã, a diplomacia brasileira fez questão de exaltar sua condição de potência emergente - "aliada ao Ocidente, mas com uma agenda semiautônoma", segundo a definição do Financial Times. Pelo discurso oficial em Teerã, teria sido essa qualidade socioeconômica - e agora política - a chave para "arrancar" um acordo do governo iraniano.

"Foi uma negociação respeitosa entre países em desenvolvimento, que compreendem os problemas uns dos outros", disse, satisfeito, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, momentos após a assinatura do acordo, na segunda-feira.

O chanceler alfinetou o grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) e a Alemanha, que falam "exclusivamente a linguagem da pressão". Por isso, teriam sido incapazes de emplacar o acordo de troca de urânio por material nuclear, proposto em outubro pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Público interno. Já os emergentes Brasil e Turquia tiveram "maior capacidade de persuasão" e acabaram provando ser "mais eficazes" na mesa de negociação, de acordo com o chanceler brasileiro.

O cientista político Hossein Seifzadeh, da Universidade de Teerã, tem outra explicação. "Para o governo iraniano, é mais fácil vender internamente uma proposta feita por Lula e pelo (primeiro-ministro turco, Recep Tayyip) Erdogan", afirmou Seifzadeh ao Estado.

Em Teerã, representantes do Brasil deram de cara com o labirinto de poder por trás da República Islâmica. Para traduzir o sonhado "protagonismo global" em um acordo nuclear concreto, a delegação brasileira viveu na pele a dificuldade do diálogo com o Irã de que tanto falam americanos e europeus.

"É muito cacique para pouco índio", resumiu uma importante figura da delegação brasileira, ao tentar explicar a jornalistas quem eram exatamente os interlocutores iranianos na barganha nuclear. Embora seja o Ministério da Defesa o principal responsável pelo programa atômico, o poder de decisão sobre o tema está pulverizado pelo sistema político iraniano.

Além dos militares, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e o Parlamento têm voz sobre a questão e não há uma organização hierárquica clara, como nas burocracias ocidentais.

"E olha que eles vendem tapetes há milhares de anos", lembrou um diplomata, explicando as dificuldades que brasileiros encontraram para negociar.

O governo brasileiro também deixou claro, em Teerã, que não atuava como mediador entre o Irã e as potências ocidentais. "Não negociei em nome de ninguém nem pendi mandato", disse Amorim. O objetivo era discutir com os iranianos, ao lado dos turcos, o plano proposto em outubro e definir zonas que permaneciam sombrias da proposta.

Exigências das potências foram levadas em conta, admite o Itamaraty. A principal delas foi a reclamação americana da mudança constante de discurso por parte dos iranianos. Para sanar o problema, o acordo prevê que a posição de Teerã seja submetida, por escrito, à AIEA.

Resistência americana. A medida, porém, não convenceu o governo Barack Obama. Os EUA acusam o regime dos aiatolás de usar o acordo firmado com turcos e brasileiros para ganhar tempo e evitar novas sanções que poderiam ser impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas a partir de junho.

E o que é ainda pior: as pontes com os "emergentes" e o "mundo islâmico", que o Financial Times viu no Brasil e na Turquia, não impediram a Casa Branca de anunciar que os votos necessários para aprovar uma quarta rodada de sanções contra o programa nuclear iraniano já foram angariados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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