Ministério Publico Militar

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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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quinta-feira, 16 de abril de 2009

64 anos da Tomada de Montese pela FEB

Há 64 anos, a Força Expedicionária Brasileira, enfrentaria o que ficou conhecido como a sua “batalha mais sangrenta” e sua principal vitória durante a Segunda Guerra Mundial.

A batalha

3º Pelotão da 2ª Companhia do 11º Regimento de Infantaria, ocupava, desde 10 de março de 1945, a posição defensiva da Região de Biccochi, Cota 930, quando, às 5h do dia 12 de abril, recebeu ordem, por via telefônica, para organizar uma patrulha de reconhecimento, que, sob o comando de um sargento, teria por missão reconhecer a elevação de Montaurigula e, caso não encontrasse resistência, chegar até Montese.
A patrulha, fortemente armada, com 21 homens, sendo três especialistas em minas, partiu às 9h da sua posição de combate (Biccochi), alcançando Montaurigula sem resistência. Galgou essa elevação e progrediu na encosta sul, rumo geral leste-oeste. Após atingir a metade da elevação, que possuía a forma de uma colina alongada, encontrou um campo de minas antipessoal; o esclarecedor da patrulha já havia caminhado alguns passos dentro do campo, quando percebeu, por sorte e felicidade, as minas, pois algumas achavam-se expostas. Passou, então, a atuar a equipe de minas, retirando 82 minas antipessoal.

“Na jomada de ontem, só os brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho de seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”.
Gen Crittenberger - Cmt IV Corpo de Exército

Após cerca de 2 horas de espera, a patrulha transpôs o campo minado, prosseguindo na missão.
O moral da tropa atacante era alto; havia gana por parte de alguns soldados, o que levou o comandante do pelotão a conter aqueles que se expunham inutilmente.
Quando o comandante do pelotão realizava os reconhecimentos para assaltar algumas casas “suspeitas” no flanco direito do inimigo, recebeu ordem do comandante da companhia para se desengajar e afastar-se das casas, posto que o Batalhão iria bombardear as resistências inimigas com morteiros 81mm, visando facilitar a conquista do objetivo.
Ao ultimar o reconhecimento de outro flanco, o comandante da patrulha recebeu ordem para retrair, porque a Artilharia Divisionária iria atirar na região e a patrulha já havia ultrapassado, em muito, o tempo programado.
Fases do ataque

A conquista da cidade de Montese, que era a missão principal da 2ª Companhia, foi planejada para ser realizada em duas fases bem distintas:

1ª Fase: Missão secundária, às 9h - ataque com dois pelotões a dois postos avançados do inimigo.
2ª Fase: Missão principal, às 12h - ataque à cidade de Montese, também com dois pelotões.
Campo minado em Montese

Na hora prevista, para a 1ª fase, os dois pelotões atacaram seus objetivos. O primeiro teve, inicialmente, o seu avanço prejudicado pela reação do inimigo, que conseguiu mantê­lo à distância, pelos fogos. Assim, só conquistou o objetivo algumas horas depois.
Conquista de Montese - II Guerra Mundial - Tela de A. Martins
O 2º Pelotão ficou detido em frente a um campo minado, batido por fogos da Infantaria. Nessa oportunidade, seu bravo comandante foi mortalmente ferido com um tiro na cabeça. Esse pelotão sofreu mais baixas e não atingiu o objetivo.
Às 11:45h, o comandante da companhia confirmou a “hora H” do ataque principal como sendo a prevista - 12h.
Na hora aprazada, o pelotão do 1º escalão transpôs, em linha, a crista, sob o espocar de foguetes de estrelas vermelhas, anunciando o ataque. A tropa ultrapassou os pontos mais elevados com grande rapidez, apesar do terreno íngreme. Após o pelotão ter vencido um terço do percurso, sua retaguarda foi batida por densa e compacta barragem de artilharia, que cortou o fio telefônico em vários pontos e colocou fora de combate um soldado da equipe de minas e outro de Saúde.
O grupo ponta, após pequeno deslocamento, parou e assinalou a existência de minas. O comandante do pelotão, ao chegar ao ponto assinalado pelo sargento, constatou, com satisfação, que não se tratava de um campo minado e sim de armadilhas, feitas com fios de arame ligados a minas antipessoal.
Ao chegar ao topo das elevações de Montese, o pelotão tinha perdido o contato com a companhia; o telefone não funcionava por terem os cabos sido rompidos pelos tiros da artilharia inimiga; o rádio deixou de captar e transmitir mensagens, por causa da distância e ondulações do terreno.
O segundo grupo empregado teve o seu avanço sustado por fogos vindos do flanco direito, tendo de permeio um terreno limpo.
Quando se preparava para tomar o dispositivo de assalto, foi surpreendido por inesperado e denso bombardeio da nossa Artilharia, que o envolveu e ao inimigo. Em seguida, atingiu as posições inimigas, quando não havia ainda se dissipado a fumaça das granadas. Os alemães permaneciam no fundo de seus abrigos, e já os nossos ultrapassavam suas posições, perfeitamente camufladas. Os alemães tentaram, então, reagir, mas foram postos fora de combate.

Rompidas as defesas, os grupos foram levados para a frente e empregados na consolidação da posição conquistada e nos ataques aos flancos inimigos.
O 2° Grupo de Combate, logo após juntar-se ao 1°, foi empregado para dominar resistências que hostilizavam nosso flanco direito. Postado em situação favorável e atirando de curta distância sobre um abrigo onde havia sido localizada uma metralhadora inimiga, fez com que os seus ocupantes levantassem um lenço, para logo em seguida se entregarem e as resistências silenciarem.
Depois de demorada luta, em que se conquistou o terreno palmo a palmo, conseguiu-se, no final do dia, dominar as resistências inimigas, fazendo-as retrair após sofrerem algumas baixas.
Ao cair da noite de 14 de abril, estavam dominadas as encostas sudoeste da cidade e quebrada a capacidade defensiva da infantaria alemã, que, desnorteada, abandonou suas posições, deixando no campo de luta alguns mortos e oito prisioneiros. Do nosso lado, houve quatro baixas, sendo um morto e três feridos.
Na noite de 14 para 15 de abril, Montese, não obstante encontrar-se sob domínio das tropas brasileiras, abrigava ainda elevado número de soldados inimigos, o que não impediu a artilharia alemã de desencadear sobre a cidade, naquela noite, cerca de 2.800 tiros.
Na manhã do dia 15, ainda debaixo de maciço fogo da artilharia alemã, a tropa brasileira ultimou a limpeza da cidade.
A conquista de Montese repercutiu favoravelmente nos altos escalões e mereceu dos generais americanos os mais efusivos elogios. Essa batalha ficará marcada para sempre na memória dos soldados brasileiros, pelas lições de bravura e competência operacional dos “pracinhas”.

FONTE: Exército Brasileiro - Adaptação do texto de autoria do Cel Iporan Nunes de Oliveira

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