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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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sábado, 23 de abril de 2011

Biocombustíveis revolucionarão a geopolítica mundial. E o Brasil está no centro disso.

Definitivamente não resta mais dúvida alguma que os biocombustíveis vieram para ficar. Uma combinação inédita na história econômica mundial entre, de um lado, uma alta dos preços do barril de petróleo - sustentada por mais de 3 anos, a partir da intervenção americana no Iraque - e, de outro lado, o desenvolvimento de tecnologias de uso que asseguraram conforto e segurança ao consumidor final para mudar de combustível sem maiores traumas. Tudo isso levou-nos ao estágio decisivo em que nos encontramos hoje: o momento crítico para a conquista definitiva da credibilidade e consolidação dos biocombustíveis na matriz energética mundial.

Os biocombustíveis (categoria na qual se encontram incluídos o álcool e o biodiesel, por exemplo) percorrem hoje uma trajetória inexorável rumo ao sucesso. E para isso dispõem de uma estratégia infalível que une a gradualidade de sua oferta e a liberdade de escolha no seu consumo. O sucesso desta estratégia residirá exatamente em (1) não gerar expectativas falsas ou distorcidas para os investidores-produtores (tanto agricultores quanto processadores); (2) manter e estimular tecnologias que permitam ao consumidor escolher facilmente entre o seu combustível habitual e o combustível alternativo.

A gradualidade na inserção do álcool, por exemplo, capaz de gerar suficiente potencial de demanda, tanto no Brasil quanto no mercado externo, inicia-se com a mistura do anidro à gasolina (como antidetonante substituto ao MTBE ou do chumbo). Logo o mercado automotivo (tecnologicamente respaldado pela adoção dos motores flex) tende a buscar a mistura em qualquer proporção ou mesmo a adoção livre de qualquer alternativa de combustível a partir da análise dos parâmetros econômicos locais (escolha regional, ou local).

Neste ponto é importante ressaltar que não se deve considerar a compra de um carro flex como “engodo” sempre que o álcool estiver menos atrativo (como ocorre incidentalmente neste início de 2006). A aquisição de um veículo flex representa, na verdade, a aquisição de um direito de escolha - e não mais, como anteriormente (quando só existiam carros à gasolina ou a álcool), uma opção de que, eventualmente, não se possa lamentar.

Num terceiro estágio desta “invasão” (no bom sentido) dos biocombustíveis no nosso cotidiano, ingressaremos na fase em que, num mesmo país ou região, teremos uma competição acirrada e direta entre produtores e comercializadores de biocombustíveis e combustíveis derivados de petróleo. Não será surpresa, portanto, ver gigantes da agro-indústria confrontando-se de igual para igual com os conglomerados petrolíferos tradicionais ou então as estatais dos países da OPEP na busca pelos mesmos consumidores na bomba. Ou mesmo os próprios conglomerados petrolíferos transacionando biocombustíveis dentro de uma nova e inevitável estratégia comercial pela sua própria sobrevivência.

Tudo isso nos permite até mesmo antever, dentro de mais 15 ou 20 anos, uma gradual reorganização da outrora chamada “geopolítica do petróleo”, que corretamente deverá ser renomeada “geopolítica dos combustíveis” para incluir novas “potências” produtoras como certamente se tornarão países como o Brasil, a Austrália e todo o continente africano, dadas as condições climáticas, abundância de terras cultiváveis e proporção equilibrada entre produção e consumo de petróleo (critério que deixa países como a China ou a Índia em situação não tão confortável).

Do lado do investidor, teremos capitais comparando projetos de exploração em águas profundas com a aquisição de terras para cultivo de cana ou sementes oleaginosas. Se existe algum horizonte visível de estabilização dos preços do petróleo em níveis bem mais razoáveis do que os de hoje (talvez em torno dos 30 dólares por barril) este certamente ocorrerá quando os biocombustíveis entrarem definitivamente em competição direta com o barril de petróleo.

Também do lado do consumo as transformações serão enormes. Sabe-se que, historicamente, o que mais dificultou a substituição do petróleo como “sangue da economia mundial” foi a dificuldade em viabilizar o uso de algum substituto no setor de transportes. Com efeito, algum dia a humanidade reconhecerá o quão sacrificante e lamentável é o fato de ainda queimarmos petróleo para rodar automóveis, caminhões, aviões, trens e navios quando necessitamos dele para fins muito mais nobres e difíceis de substituir como a petroquímica, por exemplo.

O advento da viabilidade dos biocombustíveis enfim traz consigo a certeza de que as reservas mundiais de petróleo remanescentes deverão ter uma utilidade bem mais nobre do que aquelas de que dispusemos até hoje.

Portanto, se há um grande acerto de proporções históricas na política setorial (petróleo/biocombustíveis) do atual Governo brasileiro é o incentivo (que deve ser efetivo e não apenas retórico) ao desenvolvimento da cadeia produtiva dos biocombustíveis. Só não podemos começar a falhar logo no quesito credibilidade - como às vezes fazem-nos lembrar as políticas seletivas dos produtores de álcool ou as tentações intervencionistas do Governo, pois do contrário traumatizaremos produtores, comercializadores e, principalmente, consumidores. Isso colocaria em risco uma estratégia que pode levar o Brasil a liderar uma verdadeira revolução da geopolítica econômica mundial a partir da sua posição privilegiada de auto-suficiência em petróleo combinada com o seu potencial de futuro provedor mundial de biocombustíveis.

Na mosca, por enquanto...

O boletim de imprensa do Sindicomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Município do Rio de Janeiro), assinado pela “jornalista-especialista” Katia Perelberg, registra que, passado mais de um mês da marcação do álcool anidro - determinada por portaria da ANP - o resultado inicial parece ser positivo: as vendas do álcool hidratado já apresentam resultados significativamente superiores aos meses anteriores. Ponto para a Superintendência de Abastecimento da agência, que foi buscar solução técnica criativa para diminuir o milagre do “álcool molhado”, e prova de que bons reguladores não precisam de “ouvidores governamentais” nem de “contratos de gestão” para detectar e combater ações anti-competitivas e lesivas ao Fisco e ao consumidor.

FONTE: O GLOBO ON LINE

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