GAZETA MERCANTIL
Rio de Janeiro, 3 de Outubro de 2008 - Ainda que os orçamentos - sejam eles do Plano Vintenal Estratégico da Marinha, ou o defendido pelo ministro da Defesa Nelson Jobin, ou o orçamento inercial, com um acréscimo ao que já foi alocado em anos anteriores - não tenham sido oficialmente definidos, alguns projetos já se movem a todo vapor. Em 26 de setembro, a Marinha ativou sua Coordenadoria Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, cujas atribuições passam por gerenciar o projeto e a construção do estaleiro dedicado a submarinos, no qual pelo menos cinco embarcações submersíveis serão modernizadas e será construído o casco do aguardado submarino nuclear nacional.
Navio polar
Também a aquisição e a reforma do navio polar norueguês Ocean Empress está na ordem do dia. A embarcação já está sendo transformada em navio laboratório na Alemanha. A aquisição da nau de segunda mão custou 23 milhões. Já os laboratórios e seus sistemas eletrônicos custarão outros R$ 25 milhões. A intenção é que ele venha a substituir o navio de pesquisa oceanográfica Ary Rongel nas operações na Antártida, em apoio à estação brasileira Almirante Ferraz. O barco, cuja autonomia no mar é de 90 dias, deverá dispor de equipamentos para a coleta de água, areia e lama no fundo do mar. Também contará com cinco laboratórios para pesquisa e espaço para operar com dois helicópteros.
Frade Carneiro cita, ainda, a negociação em curso com a Embraer para a modernização de 12 aeronaves de asa fixa AF-1, usadas no porta-aviões São Paulo. E a compra de quatro helicópteros multiemprego SH - 70, da norte-americana Sikorsky, por US$ 32,78 milhões cada. A lista inclui a modernização de 12 helicópteros Super Lynx feita no Brasil, pela Westland; a compra de um navio anfíbio de segunda-mão, da Marinha da Inglaterra; e a construção de um navio hidrográfico e outras quatro embarcações do tipo "aviso" para atuarem no projeto Cartografia Amazônica.
Mas, em plena semana que coincidiu com a queda nas bolsas internacionais e com o alastramento da crise financeira norte-americana, até mesmo Frade Carneiro está realista: "Se o mundo inteiro está fazendo cortes em seus orçamentos, é possível que o da Marinha sofra alguma restrição". Para ele, no entanto, o reaparelhamento da Força é "irreversível". É só uma questão de ajustar o seu ritmo e velocidade.
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