Em sua terceira visita ao Brasil neste ano, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, afirmou nesta segunda-feira (19) que a presença de militares norte-americanos em bases colombianas serve apenas para ajudar no combate ao narcotráfico e contra as guerrilhas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Vizinhos do país andino, como Brasil e Venezuela, manifestaram preocupação de que as instalações tivessem como objetivo melindrar os governos da América do Sul, depois de o Equador não renovar o uso de uma base no seu território para operações militares dos Estados Unidos.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Venezuela, Hugo Chávez, entre outros, pediram a Uribe garantias de que o uso das bases se restringirá a atuações no território colombiano.
"As garantias vêm do processo histórico. A Colômbia nunca foi um país agressivo", disse Uribe, o principal aliado dos Estados Unidos na região, em entrevista coletiva após encontro com Lula na sede da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). "Temos um diálogo sincero e respeitoso com o Brasil, e tudo isso são garantias. Precisamos de ajuda para enfrentar o narcotráfico na região amazônica."
Lula afirmou que tem uma relação de confiança com Uribe, que é o principal adversário de presidentes esquerdistas da América do Sul, como Chávez, e o equatoriano Rafael Corrêa.
"Não deve haver segredo nesse processo de integração que queremos fazer", afirmou Lula. "Quando aconteceu a questão das bases, manifestei minhas preocupações ao Uribe e ao [presidente dos EUA] Barack Obama. O que nós queremos, Uribe e Obama concordam. As bases são por um problema interno da Colômbia, e isso estará colocado em um acordo."
Terceiro mandato
Uribe repetiu que está "pesando a possibilidade" de disputar um terceiro mandato presidencial no ano que vem, caso a Justiça colombiana permita. O presidente conservador é um dos que tem maior apoio popular na América do Sul, ao lado de Lula e da chilena Michelle Bachelet.
"A Colômbia é um país de instituições. A justiça tem sua independência para decidir", disse ele, ao responder sobre se está determinado a concorrer à re-reeleição. "Eu me preocupo com a hipótese de perpetuar a presidência, dar um sinal de apego ao poder. Chegar ao poder parece uma conquista, mas é um sacrifício."
Ele ressalvou, no entanto, que tem dúvidas sobre se concorreria porque teme a forma como esse sinal seria interpretado pela juventude colombiana.
Fonte: UOl Noticias
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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» Uribe diz que vizinhos não devem temer presença militar dos EUA na Colômbia
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