As comissões das duas partes rivais retomaram no começo da tarde desta sexta-feira o diálogo por uma solução à crise política que Honduras vive desde o golpe que derrubou o presidente Manuel Zelaya. A reunião é vista como crucial para encerrar a crise e discutirá as mudanças propostas por ambas as partes no último ponto de desacordo: a restituição de Zelaya.
Os primeiros a chegar ao hotel onde são realizadas as reuniões de negociação foram os representantes de Zelaya, o ministro de Governo, Víctor Meza; Mayra Mejía e Rodil Rivera. O presidente interino, Roberto Micheletti, enviou para a mesa Vilma Morales, ex-presidente da Corte Suprema de Justiça; Armando Aguilar e Arturo Corrales.
Nenhum dos representantes deu declarações à imprensa.
A base das discussões é o Acordo de San José, documento escrito pelo mediador da crise, o presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias, que prevê a restituição de Zelaya sob um governo de união.
Segundo reportagem da Folha, a versão do acordo negociada pelos representantes nesta semana inclui a restituição de Zelaya à Presidência em algum momento das próximas semanas, de acordo com um calendário a ser negociado.
Zelaya não abre mão de sua restituição e, diante dos recentes avanços, decidiu estender para às 15h desta sexta-feira o prazo para que Micheletti aceite sua volta à Presidência.
O presidente interino, contudo, resiste com argumento de que cabe à Suprema Corte e não a ele decidir sobre o retorno do líder deposto. Ele quer adiar a volta de Zelaya para depois das eleições de 29 de novembro, que definirão seu sucessor. A expectativa é que um terceiro nome eleito democraticamente seja reconhecido pela comunidade internacional e encerre o cerco ao seu governo e a pressão pela volta do líder deposto.
Nesta sexta-feira, a expectativa é que Micheletti apresente sua última versão do texto e, assim, ambas as partes possam encerrar o acordo. "Estamos muito próximos de conseguir um acordo definitivo", afirmou Meza, que não quis dar detalhes dos pontos acordados "para não entorpecer o curso da negociação".
Na noite desta quinta-feira, após uma jornada de mais de doze horas, Meza afirmou que os negociadores haviam avançado 95%.
"Estamos otimistas de que amanhã [hoje] teremos um acordo, possivelmente ao meio-dia", indicou. Ele também explicou que o anúncio feito na quarta-feira não dizia respeito a um acordo final, mas a concordâncias sobre "um texto único", que era "um preâmbulo imediato de um acordo".
O diálogo está sendo supervisionado por funcionários da OEA (Organização dos Estados Americanos). A organização afirmou que o diálogo vai prosseguir nesta sexta-feira com o diálogo que busca solucionar a crise política do país, e que segue avançando.
"Estão avançando muito, e amanhã [hoje, sexta-feira] vão continuar, neste momento todos estão trabalhando para que que se chegue a um acordo", afirmou John Biehl, assessor do secretário-geral da OEA.
Fonte: Folha Online
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
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» Honduras - Negociadores de Zelaya e Micheletti iniciam reunião que pode concluir acordo
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