Vamos brincar de “Juntem os Pontos”.
1º ponto: A saída do SU-35 do FX-2… Os russos nem acusam recebimento!… Nada de protestos, represálias ou qualquer coisa do gênero.
2º ponto: Passagem dos Tu-160 paralelos à costa do Brasil… Protestos tímidos do Itamaraty e nada mais.
3º ponto: O presidente russo vem ao Brasil e sai com um contrato de fornecimento de 12 míseros Mi-35 e acordos para a adesão do Brasil ao uso do Glanoss (sistema russo de posicionamento global) e, esta parte é muito interessante, um acordo bilateral de “respeito a patentes”. Pareceu muito pouco, mas o russo saiu rindo.
4º ponto: Sarkozy assina contratos bilionários de helicópteros e submarinos… NINGÉM deu importância aos “acordos paralelos” de formação técnica para os brasileiros e desenvolvimento espacial (satélites).
5º ponto: O Jobim, de repente, vai para Washington, volta ao Brasil, pega o Unger, joga-o na mala e retorna à capital americana.
6º ponto: O Pravda lança noticia errada do sucesso do lançamento do nosso VLS-1, levado a cabo de um local de lançamento desconhecido e estranhando a falta de noticia na mídia nacional.
7º ponto: Lá atrás, o Marcos Pontes (nosso astronauta) vai para a estação especial internacional via nave russa… Ele não usou a nave americana, como muitos (acho que até o Pontes) acreditavam.
Os pontos estão descritos para que todos possam fazer a ligação que quiserem… São fatos de amplo conhecimento de todos nós. Segue minha interpretação:
O Su-35 foi recusado pela FAB para que os programas de cooperação com a Rússia não tomassem vulto e chamassem a atenção dos americanos.
Os Tu-160 não fizeram aquele vôo para nos afrontar… Demonstravam que a 4ª Frota não estava longe da arma aérea russa e os americanos não teriam que se preocupar apenas com os submarinos russos no Atlântico Sul.
O Brasil está juntando o conhecimento russo com o francês, fazendo algo do tipo “complete as lacunas”… Os franceses não forneceriam certos dispositivos e os russos não forneceriam outros, mas os franceses forneceriam os dispositivos que os russos não fornecessem e vice-versa.
No final das contas, juntaríamos peças francesas e russas e ninguém saberia qual seria a composição do produto final utilizado pelo brasileiro… Isso impede que, ainda que utilizemos os componentes “in natura” de um e de outro, tanto o francês quanto o russo não saiba como o nosso funciona.
Os americanos sabem o que está acontecendo, e não gostam nada disso… O Brasil está avançando rápido demais para o gosto deles e totalmente fora de seu controle. Toma-lhe pressão nos ministros responsáveis. Algo será oferecido pelos americanos para, pelo menos, continuarem vistos como aliados.
É bom lembrar que o governo Lula reduziu a participação americana nas exportações brasileiras (de mais de 25% para algo em torno de 14%).
Isso limitou muito os efeitos da crise nos EUA sobre na economia brasileira, o que significa, também, que boicotes americanos não seriam mais tão eficientes, como no passado, como forma de pressionar o governo brasileiro a seguir suas orientações. A pressão que seria exercida sob a forma de boicotes agora deverá vir sob o formato de negócios preferenciais.
O formato já se delineava quando da utilização de meios russos pelo programa espacial brasileiro e sua anterior saída do programa da estação espacial internacional. Nós é que não sabíamos das atividades paralelas.
A roleta está rolando e os jogadores atentos… O que era uma certeza ontem já não o é hoje… De certo é que, quando a roleta parar, o Brasil será uma potência mundial reconhecida até aqui dentro.
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