A Divisão de Aerodinâmica do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/ALA), a Embraer, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e a USP-São Carlos desenvolveram em parceria o projeto "Desenvolvimento de Tecnologia de Ensaios Aerodinâmicos Bi e Tridimensionais para Projeto de Aeronaves de Alto Desempenho", também conhecido simplesmente como Projeto FAPESP “Túnel de Vento", um projeto ambicioso de inovação para atender a necessidades relevantes de desenvolvimento tecnológico da área de Aerodinâmica Experimental no Brasil.
O Projeto de Inovação Tecnológica foi direcionado à aplicação de novos métodos para aumentar a produtividade e confiabilidade dos ensaios aerodinâmicos de baixa velocidade realizados no Brasil. O semimodelo do jato executivo Phenom 300 foi utilizado em parte da campanha, possibilitando a determinação dos coeficientes aerodinâmicos e as medições de velocidades do escoamento com a utilização do sistema de velocimetria por imageamento de partículas (PIV).Image
A disponibilidade de modernos meios de ensaios, em particular o PIV, fornece à indústria uma ferramenta experimental poderosa para o projeto aerodinâmico de aviões, cuja gama de aplicações começou a ser explorada neste projeto.
As diversas atividades conduzidas com o objetivo de aumentar a produtividade de ensaios tiveram resultados consideráveis: ganhos de 75% no tempo para se iniciar uma aquisição de dados após ligar o túnel de vento, com tempos médios de aquisição por ponto entre 18% e 28%, atendendo assim às necessidades da indústria e mostrando-se compatíveis com os objetivos do projeto.
Em termos de confiabilidade, foi atingido um nível de padronização e conhecimento das incertezas associadas aos ensaios que coloca o Túnel Aerodinâmico Nº 2 (TA-2) da Divisão de Aerodinâmica do IAE em posição segura em termos mundiais, posição esta que se pretende ampliar com um projeto interlaboratorial que inclui o projeto e construção de um modelo-padrão, ora em fase de proposta à FAPESP. Image
O projeto está ainda direcionado à aplicação de novos métodos de ensaios bidimensionais e tridimensionais, de maneira a fornecer o correspondente suporte à indústria aeronáutica nacional para que esta possa desenvolver novos perfis aerodinâmicos e configurações de asas, para obter ganhos de desempenho - e, portanto, aumento de competitividade - em prazos compatíveis com a realidade do mercado.
O projeto Túnel de Vento
Submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em dezembro de 2000, o projeto “Túnel de Vento” foi o primeiro a ser aprovado no Programa de Parceria para Inovação em Ciência e Tecnologia Aeroespaciais (PICTA), uma linha especial do Programa de Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), em junho de 2001.
A EMBRAER, à época, estabeleceu parcerias com Instituições de Ciência e Tecnologia consagradas, como o então Centro Técnico Aeroespacial (hoje Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), CTA, por meio de dois de seus institutos, o IAE e o ITA, a fim de compor projetos ambiciosos de inovação. A Universidade de São Paulo participa da parceria por meio da Escola de Engenharia de São Carlos (USP/EESC). Image
Outro resultado importante dessa colaboração foi também a ampliação da infraestrutura de pesquisa, em particular a construção do Túnel de Pesquisa do ITA (Túnel Feng), além da modernização do túnel TA-2 do IAE e do túnel da USP-São Carlos. Cabe ainda ressaltar a apresentação e/ou publicação de 50 artigos científicos, o que é considerável, em se tratando de projeto de cunho essencialmente tecnológico.
Apesar de oficialmente encerrado dia 17 de dezembro de 2008, com o último ensaio para visualização do escoamento sobre o semimodelo do jato executivo Phenom 300 no TA-2 do IAE/ALA, a Divisão pretende estender a campanha e utilizar seus resultados para aperfeiçoar ainda mais a tecnologia de ensaios aerodinâmicos, aumentando o conhecimento sobre a correlação entre resultados obtidos de ensaios em semimodelos e modelos completos, além da implantação de métodos mais precisos de correção devido ao confinamento do escoamento. Image
As presenças do Brigadeiro Pazini, representando o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), do atual diretor do IAE, Coronel Pantoja, e do ex-diretor do instituto, Coronel Achilles, além de representantes da EMBRAER e da empresa Tecnologia e Sistemas Avançados (TECSIS) no encerramento do projeto, demonstram a relevância do mesmo para o desenvolvimento de novas tecnologias em benefício à indústria aeronáutica nacional.
Maiores informações sobre a Divisão de Aerodinâmica do IAE podem ser obtidas em sua página eletrônica.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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