Estudo revela reposição de tecnologia antiga e descarta ‘corrida armamentista’ latino-americana
AFP e Efe
Londres - Os gastos militares latino-americanos quase dobraram nos últimos cinco anos, mas não configuram uma “corrida armamentista” regional, segundo um informe divulgado ontem pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres.
De 2003 para 2008, o investimento dos países da região em tecnologia militar passou de US$ 24,7 bilhões para US$ 47,2 bilhões. O Brasil registrou queda nos gastos de Defesa entre 2000 e 2004, mas acumulou um aumento de 10% nos últimos três anos, totalizando US$ 20,1 bilhões só em 2008.
Segundo os especialistas, tanto o Brasil quanto a Colômbia foram beneficiados pela alta nos preços de matérias-primas, que permitiram o aumento dos gastos militares.
O estudo ressalva que “muitos dos recentes programas de modernização militar anunciados na região equivalem a uma substituição de tecnologia velha” e que “apesar de artigos em jornais da região sugerirem que estas aquisições de armas reflitam a emergência de uma corrida armamentista regional, deve-se lembrar que grande parte do equipamento militar atualmente em serviço data de 1950 e 1960”.
Apesar da distorção provocada pela queda do dólar, os gastos militares de 2007 representaram 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Há dez anos, esse porcentual era de 1,42%. A Venezuela, por exemplo, destinou 1,2% de seu PIB para Defesa em 2008 e planeja gastar 1,3% em 2009, o que equivale a US$ 3 bilhões, embora os especialistas acreditem que esse valor ainda possa subir. Entre as recentes aquisições do governo Hugo Chávez, estão 24 caça-bombardeiros Sukhoi, 100 mil fuzis Kalashnikov e 50 helicópteros militares.
Além do Brasil, da Venezuela e da Colômbia, o Chile também aumentou seu orçamento para US$ 2,3 bilhões, ou 8,3% a mais que em 2007. Um dos motivos é a alta no preço do cobre, principal produto de exportação do país. O informe prevê, entretanto, que a crise financeira acabe freando os gastos com Defesa a partir de agora.
Corrupção
O Senado chileno decidiu abrir na sexta-feira uma investigação parlamentar sobre a denúncia de cobrança de comissões para a compra de 25 caças Mirage, em 1994. As compras foram concluídas durante o governo de Eduardo Frei, cotado para disputar a presidência pela coligação governista nas eleições de dezembro.
Fonte: AFP e Efe via O Estado de São Paulo
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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