quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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CRUZEX IV reúne em Natal militares e civis de 15 países e oito idiomas diferentes
O Livro de Gênesis, na Bíblia, conta que numa época remota, o povo do mundo falava apenas uma língua e se uniu na construção de uma torre para tentar alcançar o céu. O Deus Bíblico, Yahveh, não gostou do plano e criou as diferentes línguas para que os humanos não consseguissem mais se entender e continuar o projeto. A história se parece com o que acontece na Base Aérea de Natal que, durante a CRUZEX, se tornou uma verdadeira Torre de Babel. A Base tem torre, mas para controlar aviões e diferente do que diz a Gênesis, todo mundo consegue se comunicar de uma forma ou de outra.
A diversidade está nos uniformes com diferentes camuflagens, coturnos, e, para os franceses, shorts que aliviam o calor da cidade do sol. As flâmulas estão espalhadas por todo canto. Durante o almoço, o papo é em espanhol, francês, inglês, português, entre outras línguas. Os símbolos dos esquadrões dariam uma bela coleção de bolachas (bordados com velcro que grudam no uniforme).
Somente os fotógrafos estrangeiros contam cinco países: Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suíça e Itália. Ficam lá ao lado da pista, loucos por uma boa foto dos caças, queimando a pele alva no sol escaldante de Natal. As aeronaves vieram de mais cinco: Brasil, Chile, Venezuela, Uruguai e França. Os observadores e militares que participam da operação represantam, além dos citados anteriormente, mais cinco: Argentina, Paraguai, Bolívia, Espanha e Estados Unidos. No total, temos um caldeirão cultural com quinze países e oito línguas.
Há quem arrisque um “portunhol”, entre brasileiros e hermanos da língua hispânica. Mas no geral, todo mundo arranha o inglês e fica tudo tranquilo, até mesmo porque todo o exercício é baseado no planejamento da OTAN, ou seja, as células operacionais, as ações, as funções, tudo está na língua inglesa, idioma oficial da operação.
No fim dessa história, as culturas unem-se e o homem consegue alcançar o céu. Na Babel Potiguar.
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