O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que a ação contra a construtora Odebrecht, envolvendo uma hidrelétrica feita pela companhia brasileira, não é um problema com o Estado brasileiro. "Não é um caso entre o Estado equatoriano e o Estado brasileiro", disse. Há dois dias ele ordenou o embargo de todos os bens da Odebrecht no Equador e proibiu a saída do país de quatro representantes da empresa.
"Respeito muito a opinião de Lula da Silva no sentido de que a Odebrecht é uma empresa respeitável (...) mas este é um problema entre o Estado equatoriano e uma empresa privada", afirmou.
Correa se referia às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a Odebrecht é uma empresa "respeitada no Brasil, e o Equador é um país que mantém relações extraordinárias com o Brasil...".
O presidente equatoriano disse que conversou "brevemente" com Lula sobre o caso da construtora, por ocasião da recente cúpula da Unasul em Santiago: "Lula me disse: 'Olha, isto é terrível (...) vamos conversar com a empresa, mas devem responder pelo lucro cessante'".
Apesar de afirmar que o problema não é com o Brasil, Correa ameaçou na véspera não pagar os US$ 200 milhões emprestados ao Equador pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma instituição do Estado brasileiro.
"Nós pensamos seriamente em não pagar este crédito do BNDES (...) que o deu por meio da Odebrecht para a construção de (hidrelétrica) San Francisco...".
San Francisco, a segunda hidrelétrica equatoriana, parou de funcionar um ano depois de ser entregue pela Odebrecht, por problemas nas turbinas. Segundo Correa, a Odebrecht "não cumpriu, eficientemente, seus trabalhos" no Equador e "se negou, de forma irresponsável, a indenizar (o Estado) pelos prejuízos".
sábado, 27 de setembro de 2008
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» Odebrecht: ação não é contra Brasil, diz Correa
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