quarta-feira, 9 de junho de 2010
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Horas antes de votação na ONU, potências rejeitam acordo com Irã
Horas antes da votação de uma quarta rodada de sanções contra o programa nuclear iraniano no Conselho de Segurança da ONU, potências ocidentais rejeitaram oficialmente o acordo entre Brasil, Irã e Turquia, transmitindo sua posição à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Rússia, EUA e a França enviaram sua resposta oficial ao acordo de intercâmbio de urânio assinado pelo Irã com o Brasil e a Turquia em 24 de maio passado, indicou nesta quarta-feira um diplomata ligado ao órgão da ONU.
O diretor da AIEA, o japonês Yukiya Amano, se reuniu com o enviados das três nações, que entregaram diretamente a ele suas respectivas respostas.
Três diplomatas envolvidos nas negociações disseram que as respostas oficiais das três potências contêm uma série de questões que impedem discussões com o Irã e devem levar às sanções como única maneira de lidar com a República Islâmica.
Arma nuclear
De acordo com a posição divulgada pelos EUA, Rússia e França, a proposta de acordo acertada entre Brasil, Irã e Turquia deixaria o país com material suficiente para fabricar uma arma nuclear. A informação tornada pública pelo Irã de que o pacto não impediria de continuar enriquecendo urânio também preocupa as potências.
Para os três países ocidentais o acordo, que derivou de uma oferta similar feita pela AIEA ao Irã ainda no ano passado, não esclareceu dúvidas importantes sobre o programa nuclear do país, que eles acreditam estar desenvolvendo armas nucleares. O Irã nega e diz que enriquece urânio somente para fins pacíficos.
Em um comunicado, a AIEA não revelou mais detalhes das repostas transmitidas por Washington, Moscou e Paris, mas disse que o documento tem o título de "Preocupações sobre a Declaração Conjunta enviada pelo Irã à AIEA".
"Continuarei contando com meu escritório para dar prosseguimento a este novo desdobramento com os governos que estão preocupados", disse o chefe da AIEA, Yukiya Amano.
Os EUA indicaram que a decisão de Teerã ao aceitar a oferta de acordo com o Brasil e a Turquia é na verdade uma medida para tentar evitar novas sanções no Conselho de Segurança da ONU.
Grande impacto
A embaixadora dos EUA perante a ONU, Susan Rice, afirmou que as novas sanções que o Conselho de Segurança da ONU pode impor nesta quarta-feira ao Irã terão um "grande impacto" na República Islâmica.
A diplomata disse que está satisfeita com a "dureza" das medidas incluídas no projeto de resolução proposto por seu país, apoiado pelos outros membros permanentes do principal órgão das Nações Unidas (China, Rússia, França e Reino Unido).
"É uma resolução firme e ampla em todas suas categorias, e terá um impacto autêntico e importante", disse Rice ao fim de uma reunião do Conselho de Segurança.
Além disso, ela assegurou que o objetivo das sanções é "persuadir ao Irã que detenha seu programa nuclear e negocie de forma séria e construtiva com a comunidade internacional".
A embaixadora americana indicou que as potências do Conselho seguem comprometidas com a chamada "política das duas vias", que impulsiona de maneira paralela o diálogo e as medidas de pressão.
Entre outras coisas, destacou que são vetados investimentos exteriores iranianos em atividades e instalações relacionadas com a produção de urânio, serão estabelecidas restrições na venda de armas convencionais ao Irã. Além disso, o país será proibido de fabricar mísseis balísticos com capacidade de carregar ogivas nucleares.
Também foram destacadas novas restrições às operações financeiras e comerciais com o Irã, além do reforço do regime de inspeções das cargas dos navios e aviões iranianos para evitar que burlem o embargo internacional.
Nas duas reuniões a portas fechadas, as delegações expuseram, a pedido do Brasil e Turquia, suas posições em respeito à disputa sobre o programa nuclear iraniano.
Os dois países, membros não-permanentes do Conselho de Segurança, consideram que deve ser dado mais tempo à diplomacia depois do acordo que foi assinado em maio com o Irã para troca de combustível nuclear.
O embaixador adjunto da Turquia perante a ONU, Fazli Corman, advertiu na saída da reunião que uma nova rodada de sanções poderia endurecer a posição iraniana e travar as negociações.
Na segunda-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) voltou a pedir ao Governo iraniano que dê provas conclusivas de que não pretende adquirir armamento atômico.
1 comentários:
Não há dúvidas: os EUA e os europeus querem mesmo tomar o Irã e seu petróleo. Falam que estão abertos ao diálogo mas enfiam a faca pelas costas.
Pelo menos, o Brasil não ficou cheirando o ... dos norte-americanos, dess vez, e tomou um caminho próprio, de verdade, depois de muitos anos como capacho incondicional do FMI.
Vamos aguardar!!
Abçs!
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