Cherbourg : DCNS Inicia a Construção do Primeiro Submarino Brasileiro @ Blog Defesa BR
É hoje, no estaleiro da DCNS em Cherbourg, que começa a construção do primeiro dos quatro submarinos encomendados em setembro de 2009 pelo Brasil. Como o que já foi feito para os Scorpènes chilenos e malásios, a metade frontal do casco será realizada na França e, em seguida, transferida para outro estaleiro para a conclusão.
Este será, neste caso, o novo canteiro em Sepetiba, na zona oeste do Rio, onde a construção de um estaleiro e de uma base naval começou recentemente com o apoio da DCNS, que conta com uma equipe no local. Para Cherbourg, o projeto representa um milhão de horas de trabalho.
Uma vez a parte frontal do submarino concluída, ou seja, no final de 2012, ela irá atravessar o Atlântico a bordo de um navio cargueiro para ser montada com a metade traseira, construída pelos brasileiros.
Note-se também que este contrato envolve uma transferência de tecnologia muito completo, com equipamentos sensíveis tradicionalmente fornecidos pela DCNS sendo construídos localmente.
Ao todo, cerca de 130 engenheiros e técnicos brasileiros deverão acompanhar a construção em Cherbourg, antes de continuarem o programa no outro lado do Atlântico.
Enquanto o primeiro casco deverá ser entregue em 2017, seus três navios irmãos, construídos inteiramente em Sepetiba, deverão ser concluídos em 2018, 2020 e 2021.
Um tipo derivado do Scorpène
Com 75 metros de comprimento para um deslocamento de 2.000 toneladas submerso, os submarinos brasileiros são derivados do tipo Scorpène, antes comercializado conjuntamente pela DCNS e Navantia.
Para atender às necessidades da Marinha do Brasil, o tamanho dos novos cascos é maior, com cerca de 9 metros adicionais ao Scorpène da Malásia. Esta extensão irá acomodar uma tripulação maior e aumentar a autonomia, com reservas adicionais para a alimentação e de tanques de combustível para os motores a diesel.
Assim, os submarinos brasileiros apresentarão quase o dobro de autonomia em relação às unidades anteriormente construídas pela DCNS. Do lado do design, vamos ver algumas diferenças, incluindo um maior diâmetro do casco. Os brasileiros, no entanto, não optaram pelas barras em forma de cruz de Saint-André.
Do lado da de propulsão, a escolha de um sistema de propulsão anaeróbico também não foi aprovada. É a MTU que foi selecionada para fornecer quatro motores a diesel com uma potência unitária de 600 kW para cada submarino. O fabricante alemão já equipou os Scorpènes malaios, tendo sido sua rival MAN escolhida para os Scorpènes chilenos.
Altamente automatizados, os futuros submarinos brasileiros poderão, pelo menos, ser conduzido por uma equipe de trinta homens. Equipados com tubos de 533 milímetros, eles poderão operar 20 torpedos pesados e mísseis anti-navio Exocet SM39.
Um programa de € 6.700.000.000
Além dessas embarcações de propulsão convencional, o programa brasileiro inclui assistência técnica francesa para permitir que os brasileiros construam seu primeiro submarino de ataque nuclear.
A ajuda tricolor envolverá unicamente as partes não-nucleares da nave. Enquanto os brasileiros esperam completar o seu primeiro reator no meio desta década, as quilhas do SNA poderão ficar prontas em 2016. Quanto à entrada em serviço ativo, está agora programada para 2025.
Finalmente, no âmbito de contratos assinados em setembro passado, a DCNS está ajudando no gerenciamento de projeto da nova base e do novo estaleiro construídos em Sepetiba.
Para realizar todos estes projetos, a DCNS estabeleceu uma joint venture com o grupo brasileiro Odebrecht, que detém 59% da joint venture, criada em agosto passado e chamada de Itaguaí Construções Navais. O custo total do programa, conhecido como “PROSUB” no Brasil é de 6,7 bilhões de euros, dividido entre a DCNS e seus parceiros.
terça-feira, 22 de junho de 2010
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