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Salmo 127

1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.

3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.

4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.

5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Mudanças de poder no futebol da América do Sul

Há duas semanas o Colo Colo do Chile deu a última volta olímpica de 2007 na América do Sul, a quarta consecutiva em dois anos. É o clube com maior torcida do país andino, e ninguém deveria se surpreender com isso, exceto por um detalhe: seu êxito é um fato excepcional no continente. Diversos fatores vêm se combinando há alguns anos no futebol sul-americano para provocar uma mudança histórica: hoje, ao contrário do que acontece na Europa, as equipes grandes são muito menos grandes, e as pequenas vão ganhando espaço e títulos com passo firme.Basta rever a última lista de campeões e vice-campeões para encontrar nomes quase desconhecidos: Lanús, Tigre, Universidad de San Martín de Porres, Coronel Bolognesi, La Equidad, Sportivo Luqueño, San José de Oruro... Em troca, as vitórias de times tradicionais como Boca, River, Peñarol, Nacional, Universitario, Alianza, Olimpia e Millonarios quase desapareceram.Nas últimas temporadas chegaram ao topo, seja em seus campeonatos ou nas copas continentais, equipes muito modestas que até uma década atrás nem sequer podiam sonhar com tais sucessos. São Caetano e Atlético Paranaense do Brasil jogaram finais da Copa Libertadores; Arsenal de Sarandí e Cienciano de Cusco levantaram o troféu da Copa Sul-Americana; Deportivo Pasto e Deportivo Cúcuta na Colômbia, Rocha F.C. no Uruguai e Real Potosí na Bolívia tiveram o grande gosto de gritar "campeões" pela primeira vez em suas histórias. Algo acontece no futebol do outro lado do Atlântico.


Sand, do Lanús, comemora gol marcado contra o Boca Juniors no campeonato argentino"Para mim há duas razões fundamentais que explicam a transformação", diz Jorge Barraza, diretor de comunicação da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). "Por um lado, a pressão por êxito feroz, que é maior sobre os clubes grandes que os pequenos. E por outro a mudança no mercado de transferências. Antes o Peñarol de Montevidéu contratava o melhor atacante do Rampla Junior para que marcasse gols contra a equipe em que se formou; hoje o Rampla o vende diretamente para o Getafe ou o Catania."Um breve percurso pelo continente permite confirmar o diagnóstico. Francisco Cairo, editor de esportes do jornal "Perú 21", apresenta dados contundentes: "Veja os grandes de Lima nesta temporada. O Alianza disputou a Copa Libertadores, onde só fez um ponto em seis partidas; depois renovou mal o plantel e foi punido com a perda de 4 pontos pelo não-pagamento de uma dívida. O Universitario teve três treinadores durante um ano e um presidente afastado por tentativa de suborno. E o Sporting Cristal demitiu seu diretor técnico antes da metade do ano e esteve prestes a cair de divisão. O Coronel Bolognesi, um clube modesto de Tacna, por sua vez, contratou um novo treinador em abril e seus dirigentes acreditaram no projeto, mesmo tendo de esperar dez partidas para ver a equipe ganhar: oito meses depois o Bolo foi campeão do Clausura. Essa palavra, 'projeto', não existe nos grandes."De Buenos Aires, Ariel Scher, editor-chefe do jornal "Clarín", concorda: "O show funciona sob a lógica da urgência, e nesse contexto os clubes menores têm mais tempo para formar uma equipe. Nos grandes tudo é muito caótico".À histeria de uns e à paciência de outros soma-se o fator exportador. "Tudo é um longo caminho para a Europa", resume Scher. E nesse os grandes também perdem. "A vitrine do Boca ou do River não é igual à do Lanús ou Danubio", explica o uruguaio Quique Lujambio, apresentador do programa de rádio "Tribuna Caliente". "Luis Suárez, o garoto que está agora no Ajax, durou seis meses no Nacional de Montevidéu; Carlos Villanueva, a nova pérola do futebol chileno, está há três anos disputando o campeonato no Audax italiano. As equipes pequenas, embora periodicamente transfiram suas figuras, podem manter uma estrutura, a base de seu plantel, que também costuma vir de sua escolinha. Os grandes são mais compradores que formadores, e vendem antes." O caso do Peñarol é revelador. Em junho se foram 16 jogadores e chegaram 17: acabou em 13º.Como se isso fosse pouco, aparece a habitual dose de corrupção. "Os clubes grandes são cenários onde atuam infinitos representantes aos quais interessa mais o negócio que os títulos", diz Scher. "No Nacional e no Peñarol há ex-dirigentes que são donos dos passes de muitos jogadores. Para eles importa mais vender do que ser campeões", conclui Lujambio.A moda dos torneios curtos também ajuda na consagração dos pequenos. "Todos os diretores de times pequenos votaram a favor desse sistema de campeonato. Por uma questão econômica, já que nas finais arrecadam mais dinheiro que no resto do ano; mas também porque esportivamente lhes dá mais possibilidades de brigar por algo", indica Leonardo Burgueño, editor de esportes do jornal "La Tercera", do Chile. No Brasil, o único país do continente que mantém um torneio tradicional de 38 jornadas, São Paulo, Santos, Corinthians e Cruzeiro dividem os últimos títulos.Lujambio acrescenta um matiz sociológico. "O futebol sempre teve um componente de identificação, de amor à camisa", afirma. "Se ainda há algo disso, é só nos clubes pequenos. Além disso, o jogador inteligente sabe que tem mais possibilidades de chegar à primeira divisão em um clube modesto."E, por último, a importância da transmissão maciça de jogos pela TV. "Hoje para os árbitros não é tão fácil favorecer o clube mais popular", indica Jorge Barraza, apesar de alguns verem nesse ponto o fim da história. Os donos do negócio precisam das vitórias dos poderosos para vender seus produtos, e muitos se perguntam até quando aceitarão campeões com torcidas pequenas e pouco consumidoras.

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