terça-feira, 16 de março de 2010
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Manifestantes palestinos entraram em choque com a polícia israelense em Jerusalém
Manifestantes palestinos entraram em choque com a polícia israelense em Jerusalém Oriental, nesta terça-feira, durante protestos contra a construção de novos assentamentos judaicos na região e a reabertura de uma sinagoga.
Os manifestantes queimaram pneus e atiraram pedras contra os policiais, que responderam com granadas de efeito moral.
Os choques ocorreram em vários pontos de Jerusalém Oriental, entre eles o campo de refugiados de Shu'fat, e os arredores da mesquita de al-Aqsa.
O governo israelense mobilizou três mil agentes para reforçar a segurança na parte predominantemente árabe da cidade, onde os palestinos querem fundar a capital de seu Estado independente.
Diferenças
Na semana passada, durante a visita do vice-presidente americano Joe Biden, o governo israelense anunciou a construção de 1.600 novas casas em Jerusalém Oriental.
A visita tinha o objetivo de reiniciar as negociações de paz entre israelenses e palestinos, mas o anúncio impediu qualquer progresso nas conversas e ainda provocou a pior crise diplomática entre os Estados Unidos e Israel nos últimos 35 anos.
O governo americano suspendeu o encontro de seu enviado especial para a região, George Mitchell, com o presidente de Israel, Shimon Peres, nesta terça-feira, à espera das respostas para uma série de demandas feitas na sexta-feira passada.
Acredita-se que entre essas demandas estaria a suspensão da construção do novo assentamento.
Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém, Paul Wood, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu – que disse que Israel tem todo o direito de construir as novas casas – está num impasse: se ele ceder à pressão americana e suspender a construção dos novos assentamentos, ele corre o risco de provocar instabilidades em seu gabinete; se ele não ceder, fica difícil imaginar como as negociações de paz poderão ser retomadas.
Além dos assentamentos, a reabertura da sinagoga Hurva, que já foi destruída duas vezes e fica perto da mesquita de al-Aqsa – o terceiro lugar mais sagrado para o Islã – também inflamou a tensão.
Um porta-voz do movimento palestino Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, disse que a reabertura será o prelúdio da violência e do fanatismo religioso.
O grupo militante Hamas declarou esta terça-feira como o “Dia da Ira” contra a reabertura da sinagoga.
Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém, algumas autoridades palestinas também conclamaram os palestinos a defender o Monte do Templo – considerado o local mais sagrado para o judaísmo – onde fica a mesquita de al-Aqsa, em meio a rumores de que extremistas judeus estariam planejando assumir o controle da área.
A última Intifada palestina, no início deste milênio, foi provocada por causa da disputa por locais sagrados em Jerusalém.
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