terça-feira, 23 de março de 2010
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Jobim e ministro da Defesa da Suécia falam sobre compra de caças
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu nesta segunda-feira (22) seu colega da Suécia, Sten Tolgfors. A poucos dias da decisão sobre a compra de 36 caças para reequipar a Força Aérea brasileira (FAB), Jobim ouviu apelos para que o governo considere a proposta que, do ponto de vista sueco, é a mais competitiva: a do modelo Gripen NG.
O negócio pode chegar a US$10 bilhões e tem três interessados: os suecos, os franceses com o caça Rafale, e os americanos, com o F-18 Super Hornet.
Na semana passada chegou a Jobim o relatório final da FAB sobre a qualidade técnica dos caças. O relatório afirma que em termos operacionais, os três jatos satisfazem tecnicamente. Mas diferentemente das análises anteriores, desta vez a Aeronáutica reavalia que, considerando a Estratégia de Defesa Nacional, os caças franceses Rafale representam a proposta mais consistente . Inicialmente, a preferência da FAB era pelos caças suecos.
Proposta sueca
Segundo Tolgfors, além do preço mais baixo e menor custo de manutenção, a proposta do Gripen é a única que vai transferir ao Brasil o conhecimento para integração de armas. Ou seja, o jato sueco permite que, com a integração de sistemas, seja possível montá-lo com diversas opções de fabricantes.
Isso tornaria o Brasil menos dependente de um só fabricante , assegurou o ministro sueco. O Gripen NG opera com um só motor, de fabricação americana. E foi oferecido pela metade do preço dos concorrentes.
Perguntado se ainda acredita que o processo esteja aberto, Tolgfors disse que sim e completou: somos a favor da transparência – é como fazemos negócios na Suécia. Dentro de alguns dias, o ministro da Defesa vai apresentar seu próprio relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá escolher oficialmente o caça a ser comprado com base nos argumentos de Jobim.
Preferência por caças franceses
Jobim já havia afirmando na semana passada que os franceses tem vantagem na disputa. A FAB diz que os três são satisfatórios, então o que pesa é a transferência de tecnologia e a redução da dependência . Questionado se este quesito daria vantagem para a França, Jobim concordou: Neste sentido, sim.
Os Rafale da França possuem dois motores e os franceses afirmam que transferem tecnologia de forma irrestrita, além de oferecerem o mercado da América do Sul para o Brasil exportar a produção.
A preferência do presidente Lula pelos caças franceses já é conhecida - foi declarada no dia 7 de setembro do ano passado durante uma visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, a Brasília.
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