quinta-feira, 17 de setembro de 2009
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Brasil ganha espaço e chega ao 10º lugar em preferência do investidor, diz entidade
Relatório é da Sobeet, que acompanha empresas multinacionais.
Economia brasileira se tornou mais internacionalizada que a da Rússia.
O fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) para o Brasil aumentou 30,3% em 2008 na comparação com 2007, para US$ 45,1 bilhões. Para o período, a média mundial foi de queda de 14,2%, para US$ 1,697 trilhão. O país passou a ocupar a 10ª posição no ranking mundial de ingresso de capitais.
A conclusão é do relatório sobre o volume de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no mundo em 2008, elaborado pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) a partir de dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
Entre as economias desenvolvidas, o fluxo de IED teve retração de 29,2%, para US$ 962,3 bilhões. Para as economias em desenvolvimento, o fluxo de investimentos aumentou 17,3% para US$ 620,7 bilhões e, para a América Latina, o crescimento foi de 13,2% para US$ 144,4 bilhões.
Internacionalização
O relatório também aponta que o Brasil se tornou no ano passado a economia mais internacionalizada dos Brics, grupo de países emergentes que inclui Rússia, Índia e China, além do Brasil.
Na proporção entre o estoque de IED realizado e o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, o Brasil apresenta a melhor relação, de 18,3%. Foi a primeira vez que o país superou a Rússia na atração de investimentos comparativamente ao seu PIB. A Rússia, que até então liderava o ranking, teve investimentos equivalentes a 12,7% do seu produto interno em 2008.
Os investimentos na Índia corresponderam à proporção de 9,9% de seu PIB e na China, de 8,7%. Segundo dados da Unctad,a média de investimento estrangeiro no mundo em relação ao PIB global é de 26,9%, o que indica que há um potencial de crescimento considerável para o Brasil e os demais países do grupo Bric.
"Nunca a percepção do investidor estrangeiro foi tão positiva em relação ao Brasil quanto agora", avalia o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima. Segundo ele, essa melhora na avaliação dos estrangeiros deve-se aos bons fundamentos da economia brasileira, que se mantiveram sólidos mesmo em meio à crise econômica global.
Ranking global
Essa visão das empresas estrangeiras em relação ao Brasil fez com que o país subisse quatro posições no ranking dos principais destinos de investimentos no ano passado.
Em 2007, o Brasil ocupava a 14ª posição nesta lista, com investimentos de US$ 34,6 bilhões. No ano passado, o Brasil subiu para a 10ª colocação, recebendo o ingresso de US$ 45,1 bilhões.
Economias sólidas com as da Alemanha, Canadá e Itália, por exemplo, perderam posições e ficaram atrás do Brasil em 2008. E de acordo com a Unctad, o Brasil deve melhorar ainda mais nesse ranking e atingir o 4º lugar até 2011.
Para Lima, o Brasil deve encerrar este ano recebendo um fluxo de US$ 25 bilhões. "O valor é menor que os dos dois últimos anos, mas superior aos de outros países, que estão caindo tanto ou mais que nós", explicou o presidente da Sobeet.
Uma outra característica do Brasil ressaltada no estudo é que o aumento do IED em 2008 superou o crescimento dos investimentos das empresas nacionais no país, ao contrário do que ocorreu no restante do mundo.
No Brasil, enquanto o IED aumentou 30,3% de 2007 para 2008, o investimento de empresas nacionais na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 13,8%. "Os outros estão vendo o Brasil com um olhar mais favorável que os próprios brasileiros e, além disso, para o resto do mundo, a previsão de crescimento não é tão boa", analisou o presidente da Sobeet.
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