segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
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Venezuela adota nova moeda neste 1º de janeiro
Caracas, 31 dez (EFE).- Os venezuelanos adotarão amanhã, 1º de janeiro de 2008, uma nova moeda, o bolívar forte, que o Governo do presidente Hugo Chávez promove como uma medida efetiva para combater a alta inflação e facilitar os processos contábeis.O bolívar forte será o resultado de uma reconversão monetária que cortará três zeros do bolívar atual, com que a taxa de câmbio controlada de 2.150 bolívares por dólar passará a 2,15 bolívares fortes por divisa.O nova moeda, que durante pelo menos seis meses conviverá com o bolívar atual, nasce precedida por uma intensa campanha do Banco Central da Venezuela (BCV - autoridade monetária), e em meio a uma polêmica sobre sua efetividade para controlar a inflação, que foi de 18,6% acumulada entre janeiro e novembro.Para amanhã os bancos venezuelanos anunciaram uma "breve" suspensão de seus serviços eletrônicos a fim de "adequar" seus "sistemas ao processo de reconversão monetária, que será concluída de maneira automática e confiável", segundo um comunicado da Superintendência Bancária do país.No dia 1º, as entidades bancárias não abrirão suas agências devido ao feriado nacional, e a anunciada interrupção operacional atingirá os caixas automáticos, pontos de venda comerciais e serviços on-line.Os serviços elétricos e de telefonia também anunciaram a suspensão das operações administrativas até o dia 2 para se adequar à reconversão monetária.O ministro das Finanças, Rodrigo Cabezas, reiterou no domingo que a reconversão monetária é uma "decisão histórica que fecha um ciclo de instabilidade de preços" no país.Ao anunciar a reforma monetária, em 15 de fevereiro, Chávez disse que a medida buscava abater a inflação, que foi de 17% em 2006, cinco pontos acima da previsão oficial, e que este ano finalizará acima dos 20%, segundo cálculos privados.A reconversão permitirá à moeda local "recuperar todo o terreno perdido perante o dólar, o euro e todas as moedas do mundo", acrescentou na época o presidente.Economistas locais alertaram que o bolívar forte corre o risco de se diluir rapidamente em meio à irrefreável alta dos preços, que, segundo os analistas, é impulsionada por políticas como o alto gasto público e os controles cambial e de preços vigentes desde fevereiro de 2003.Uma reconversão monetária "sempre constitui uma irrigação" porque gera "efeitos imediatos imprevisíveis", disse o ex-diretor do BCV Domingo Maza Zalava, que alertou insistentemente o Governo sobre a necessidade de frear o gasto público "excessivo", que não parou de crescer nos últimos quatro anos segundo dados oficiais.Entre janeiro e setembro, a despesa ordinária do Governo atingiu 86 trilhões de bolívares (US$ 40 bilhões), 12% a mais que em 2006, enquanto o gasto extraordinário foi de 8,2 trilhões (US$ 3,813 bilhões), segundo dados do BCV.Maza Zavala insistiu em que o Governo deve "racionalizar o gasto público" para conter a inflação, que este ano fechará acima dos 20%, segundo cálculos privados, contra os 12% previstos pelo Ministério das Finanças.A economia da Venezuela, quinto maior exportador mundial de petróleo, cresceu 8,4% este ano e manteve a tendência de alta que registrou durante "17 trimestres consecutivos, com um aumento médio anualizado de 11,8%", anunciou no domingo a autoridade monetária.O crescimento econômico foi impulsionado pelo "aumento do investimento e do consumo, e pelo nível do gasto público associado à extensão dos programas sociais do Governo", segundo o BCV.O aumento do consumo interno se baseia, por exemplo, na escalada da venda de veículos, cuja média mensal este ano cresceu 28,85% com relação a 2006, segundo a Câmara Automotiva. EFE gf ev/dgr
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