Segundo obra 'Spies Against Armageddon', assassinos eram agentes da Mossad que usufruíam de casas que atuavam como agências dentro do Irã desde a época do xá
A última sensação literária de Teerã é um suspense sobre o programa nuclear iraniano, repleto de espionagem, assassinato e astúcia política. Mas os seus autores não são ex-agentes de inteligência iranianos ou escritores de ficção militar do país. Eles não são o equivalente ao escritor americano Tom Clancy, autor de "Caçada ao Outubro Vermelho".O livro, “Spies Against Armageddon: Inside Israel’s Secret Wars” ( Espiões contra o Apocalipse: Dentro da Guerra Secreta de Israel, em tradução livre), provocou uma agitação entre o governo e a imprensa de oposição dentro do Irã devido à afirmação feita por seus autores - Yossi Melman, considerado um dos principais jornalistas militares de Israel, e Dan Raviv, um correspondente político da emissora CBS – de que cinco cientistas nucleares iranianos mortos nos últimos cinco anos foram assassinados, bem provavelmente por agentes persas ou judaicos, contratados pela Mossad, o serviço secreto de Israel.
Israel não confirmou nem negou ser responsável pelos assassinatos.
Fontes de notícias iranianas veem o livro, lançado em 9 de julho, em inglês pela pequena editora Levant Books baseada em Sea Cliff, Nova York, como uma obra escrita por israelenses expondo algo que as autoridades não querem que o mundo saiba.
O livro oferece uma visão ampla de uma campanha israelense para sabotar o programa nuclear iraniano, que as autoridades israelenses alegam ser algo essencial para impedir o desenvolvimento de armas nucleares, uma acusação que os iranianos negam com bastante convicção.
Mas a afirmação do livro de que os assassinos eram todos agentes da Mossad que usufruíam de casas que atuavam como agências dentro do Irã desde a época do xá é novidade.
A rede de televisão Press TV, financiada pelo Estado iraniano, focou sua atenção em uma afirmação do livro de que uma unidade da Mossad conhecida como Kidon - que significa ponta de lança em hebraico e que é responsável por assassinatos e sequestros - enviou agentes a Teerã para realizar os assassinatos nos últimos cinco anos.
O relatório da Press TV também focou sua atenção na nacionalidade dos agentes, indicando que quase todos os assassinos empregados pela Kidon eram cidadãos iranianos ou tinham dupla cidadania. A implicação era de que eles eram tanto cidadãos do Irã quanto de Israel - a maioria das pessoas que possuem esse tipo de cidadania é de origem iraniana judaica.
O relatório da Press TV também focou sua atenção na nacionalidade dos agentes, indicando que quase todos os assassinos empregados pela Kidon eram cidadãos iranianos ou tinham dupla cidadania. A implicação era de que eles eram tanto cidadãos do Irã quanto de Israel - a maioria das pessoas que possuem esse tipo de cidadania é de origem iraniana judaica.Um site cujo nome em persa se traduz para Guerra Suave, que se dedica a documentar todas as formas de "operações psicológicas e ações de guerra suave" contra o Irã, ridiculariza as afirmações do livro como sendo "a maior piada do século", especificamente a alegação de que agentes da Mossad são qualificados o suficiente para terem conseguido se infiltrar no Irã, colocar bombas sofisticadas e magnetizadas nos veículos de quatro dos cinco cientistas, intoxicar a casa de um outro com monóxido de carbono e escapar de forma segura para Tel Aviv.
Edições
Não existem planos para traduzir o livro para o persa, mas o interesse se espalhou por todo o espectro político à medida que jornais reformistas iranianos se apressaram em resumir e traduzir o seu conteúdo. Blogs políticos de esquerda e direita escreveram análises e comentários sobre o livro.
Os autores basearam suas conclusões em relatórios de entrevistas públicas, declarações de líderes israelenses, dossiês do Departamento de Estado americano que foram vazados e encontros sigilosos entre os autores e autoridades israelenses.Mas eles não citam fontes para suas afirmações sobre as nacionalidades dos assassinos ou suas crenças religiosas, que obtiveram uma maior reação por parte da imprensa iraniana ou a afirmação de que os assassinatos foram "azul e branco", ou seja, realizada por agentes israelenses desde o início até o fim.
Raviv refere-se ao estilo do livro como afirmações sintetizadas declaradas como fatos, sem citar entrevistas, citações ou até mesmo fontes anônimas.
A questão da nacionalidade dos assassinos foi de especial interesse no Irã, onde um suspeito de um dos ataques foi enforcado no mês passado. As autoridades anunciaram a prisão de um grupo de suspeitos no mês passado, descrevendo-os como agentes do que o Irã chama de regime sionista sem identificar suas nacionalidades.
Embora seja pouco provável que o livro acabe com a especulação sobre quem é responsável pela campanha para encobrir os assassinatos dos cientistas nucleares do Irã, suas afirmações correspondem a uma suposição que muitos especialistas em segurança nos círculos políticos de Washington vem fazendo há tempos.
*Por Artin Afkhami The New York Times
1 comentários:
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